POV DARIUS.Eu estava exausto. A batalha havia sido intensa, mas conseguimos exterminar todos. Meu corpo ainda pulsava com a energia da luta, mas minha mente estava em outro lugar. Em Alice.Desde que descobri sobre a gravidez, minha mente não tinha paz. Eu a mandei embora, cego pela dor e pela raiva, mas agora sabia que tinha cometido o maior erro da minha vida. Como pude afastar minha companheira e mãe do meu filhote? Eu deveria ter ouvido meu coração, não meu orgulho. E agora temia que fosse tarde demais.— Deveria ter escutado seus lobos. Falamos para não fazer essa estupidez, mas você não ouve. — Disse Baltazar, mentalmente me infernizando.— Não adianta falar com esse cabeça-dura, lobinho. Darius é um rei alfa supremo muito teimoso. E agora fica lamentando. — Comentou Necro, sua voz ecoando na minha mente.— Por que os dois não se calam? Eu não preciso que fiquem tripudiando sob minha dor. — Falei irritado. Assim que constatei que tudo havia acabado, voltei à mansão. Precisava t
PENÚLTIMO CAPÍTULO.POV ALICE.E lá estava ele parado na porta, todo imponente, lindo e nu como sempre. Darius estava ofegante, como se tivesse corrido até aqui. Ele me olhava como um predador, e eu me senti excitada em vê-lo assim. Darius entrou no quarto, sem desviar os olhos de mim, se quer um minuto. Parou na frente da minha cama, me olhou com intensidade e falou.— Você pediu que eu viesse e aqui estou. — Falou sério, mas de repente aquela seriedade toda sumiu. Seu olhar se suavizou. Minha irritação agora deu lugar à ansiedade. Ele realmente veio me buscar. Percebi que ele esperava que eu falasse alguma coisa.— Sim, pedi. Eu queria ouvir de você o pedido. Não gostei muito do que ouvi do seu pai. — Falei. Darius suspirou e falou:— É, meu pai não soube transmitir minhas palavras. Não foi uma boa ideia enviá-lo. Eu estava pronta para vir te buscar, quando meus inimigos apareceram. — Contou.— É, sua mãe me contou e como foi? — Perguntei.— Matei cada um deles, mas não quero falar
ÚLTIMO CAPÍTULO.POV ALICE.Darius me segurava firmemente em seus braços, como se pudesse me proteger da dor que vinha em ondas intensas. Seu coração martelava contra o meu corpo, e sua respiração estava pesada, mas seus olhos estavam repletos de determinação e amor.— Aguenta firme, minha rainha. Estou aqui. — Ele sussurrou, beijando minha testa suada enquanto avançava rapidamente para a mansão. Todos corriam ao nosso redor, em completo alvoroço.— Preparem tudo! — Darius ordenou assim que adentrou a casa. Seu tom era firme, mas carregado de urgência.Eu sentia meu corpo se preparando para trazer nossa filha ao mundo. Era um misto de medo e felicidade avassaladora. Eu nunca havia passado por algo assim, e a ideia de que minha filha estava prestes a nascer acelerava meu coração.Darius me levou até nosso quarto. Ele me deitou na cama com delicadeza, sem soltar minha mão por um segundo sequer. Nosso quarto parecia pequeno, com todos ali dentro falando preocupados. Darius logo rosnou al
POV ALICE.A marcação foi um momento único. Assim que os dentes de Darius perfuraram minha pele, um calor intenso se espalhou pelo meu corpo, tomando cada célula minha. Não foi somente físico; era algo muito mais profundo. Um laço inquebrantável se formava entre nós, selando nossos destinos para sempre. O ardor da marca foi se transformando em algo sublime, e no instante em que Darius ergueu a cabeça, seu olhar azul ardia de posse e devoção.— Você é minha, Alice. Para sempre. — Ele sussurrou, os lábios roçando minha pele marcada. Eu soube, naquele instante, que nunca mais estaríamos separados. Logo comecei a sentir os efeitos da transformação no meu corpo. Darius logo me levou para fora da mansão. Ele me levou para a floresta e me colocou no chão. Meu corpo todo queimava e ardia e uma dor me consumia.A primeira transformação foi um tormento. Meu corpo queimava por dentro, como se cada osso estivesse sendo quebrado e reconstruído de forma diferente. Gritei, arqueando as costas contr
PRÓLOGO.Nasci amaldiçoado, condenado a carregar uma punição que não era minha. O primeiro rei supremo dos lobisomens, Julian, teve seu coração corrompido e exterminou alcateias indefesas. Foi punido por suas ações cruéis com uma maldição: transformar-se em uma besta infernal que destrói tudo ao seu redor. Desesperado, rogou à deusa Lua por misericórdia, mas tudo que conseguiu foi transferir a maldição para seus descendentes.A intenção era dar-lhe tempo para encontrar uma solução, mas Julian não se importava com quem sofreria, contanto que não fosse ele. Sua companheira, no entanto, não suportava a ideia de seus filhos herdarem esse fardo. Recorreu à feitiçaria para poupá-los, condenando, assim, seus netos. Sou esse neto. Meu pai foi poupado, mas herdei o castigo imposto a Julian, meu avô. Quando me transformo em besta infernal, perco todo controle; o único desejo que sinto é o de sangue e destruição.A deusa profetizou em sonho a um dos antigos anciões da nossa alcateia que a maldiç
POV DARIUS.— O que tinha no chá, sua maldita? — perguntei com raiva.— Não se preocupe, querido, agora você é meu. — Disse Agnes, sorrindo vitoriosa.Senti uma leve tontura e percebi o cheiro de lobos se aproximando. Rosnei de raiva e Agnes se assustou. Levantei-me, pronto para matar a todos. Agnes me olhou, com os seus olhos arregalados, e saiu correndo pela porta da cabana. Eu me levantei, ainda um pouco tonto, e saí da cabana logo atrás da bruxa, pronto para acabar com sua vida. Mas, quando cheguei na porta, só pude ver ela desaparecendo em meio à fumaça roxa e densa. Com dificuldade, fui me transformando em um lobo negro de olhos azuis, mas era tarde demais. Minha visão estava turva, e meus reflexos, lentos.Havia algo naquele chá que me impedia de lutar com toda a minha força. Maldita hora em que confiei naquela bruxa e suas promessas. Pensei, enquanto minhas mandíbulas se fechavam em torno do pescoço de um lobo marrom, quebrando-o com um estalo surdo. O gosto metálico do sangue
POV ALICE.Meu primeiro instinto foi correr. O lobo era gigantesco, mais do que eu já tinha visto em qualquer documentário ou livro. Nunca havia ouvido falar de lobos nesta região, e sabia serem perigosos. Mas… algo em mim não permitiu que eu fugisse. Talvez fosse a minha paixão por animais. Ser veterinária sempre foi o meu sonho, e ali estava, diante de mim, uma oportunidade de ajudar. Mesmo que fosse imprudente.Aproximei-me devagar. Peguei um galho ao meu lado, hesitante, e cutuquei o corpo inerte. Nenhuma reação. Ele não se mexeu. Meu coração acelerou, mas a tensão que sentia diminuiu um pouco. Me ajoelhei perto dele, sentindo o cheiro de terra e pinho preenchendo o ar ao meu redor.— Você é enorme… — murmurei, enquanto minha mão tremia ao tocar de leve seu pelo. O calor de seu corpo me chocou. Ele estava vivo, mas tão machucado que eu mal conseguia entender como ainda respirava. Uma onda de pânico me percorreu.— Você está vivo… — sussurrei, me afastando rapidamente, o coração di
POV ALICE.Toquei seu focinho frio e observei atentamente. Seus olhos continuavam fechados, sem qualquer sinal de movimento. A respiração, antes pesada, agora era quase imperceptível. Entrei em pânico.— Não, não, por favor, aguente firme! — implorei em voz baixa, tentando manter a calma. Mas o medo crescia dentro de mim. Então, percebi.— Droga, acho que ele entrou em coma… — minha voz falhou, uma mistura de desespero e impotência tomou conta de mim.Olhei para o lobo, sentindo meu coração apertar. O que eu faria agora? Ele estava à beira da morte, e eu não tinha tempo a perder. Precisava agir, mas não sabia se conseguiria salvá-lo. Apenas uma coisa era certa: eu não poderia desistir dele agora.O lobo continuava imóvel, seu peito mal se movendo. Eu podia sentir o peso da urgência esmagando meu peito. Precisava fazer algo. Mas o quê? Sou apenas uma ajudante de veterinário.Olhei em volta, tentando pensar em uma solução.O único som era minha própria respiração acelerada. Peguei o est