Eu tinha acabado de sair de um jantar um tanto conturbado na casa dos Lance. Spencer não só havia contado que planejava ir para a Universidade Columbia, com ou sem a aprovação deles, como também confessou estar apaixonada por Chloe.
— Eu conto a história toda depois. — falou Spencer, me levando até a porta. — Agora eu preciso enfrentar uma briga com os meus pais e ouvi-los dizer como eu sou um fracasso e como eles estão desapontados.
— Não dê ouvidos a eles. Estou orgulhosa de você. — disse eu. — Mas estou muito confusa, minhas duas melhores amigas, juntas? Quando isso aconteceu? Como?
— Eu sou uma das suas melhores amigas? — inferiu Spencer, surpresa.
— Uma vez que eu aprendi a ignorar sua obsessão por fofoca, seu lado mandão e o
A casa dos Baker estava vazia e silenciosa quando o telefone tocou.Sem ninguém para atendê-lo, o telefone tocou inúmeras vezes até que Jason Martell decidiu deixar um recado. Sozinho em meio a praça vazia, Jason sentia-se envolvido pelo frio da noite escura que parecia penetrar em sua alma. Nada além de um celular e um spray de tinta marrom nas mãos, sua mente insistia em relembrá-lo detalhadamente tudo que se passara naquele dia. Como ele tivera tudo que sempre quis, e deixou aquilo escorregar de suas mãos por causa das manipulações de seu pai.— Alô, Ariana? — começou, nervoso. — Aqui é Jason. Jason Martell. — ele soltou uma risada. — Lembra de mim? Pai do seu filho. Eu... Eu tentei te ligar pelo seu celular,
Enquanto terminava de arrumar minhas malas e verificar se estava tudo ali, parei para pensar que, se eu e Spencer passássemos na entrevista, eu teria que arrumar minhas coisas, e não para ficar poucos dias, para me mudar. Para Nova York. Parecia um mundo de aventuras e novidades que eu precisava desbravar.Enquanto isso, Jason iria para New Heaven. Eu tentava não pensar muito nisso. Não queria que nada prejudicasse a felicidade que eu sentia por estar realizando meu sonho. E se eu pensasse na nossa briga ou no fato de que ele não me amava, poderia desabar em lágrimas. E eu estava tão cansada de chorar. Ainda doía, mas eu precisava esquecer o quanto ele me magoara se quisesse seguir em frente.New Heaven era bem perto de Nova York e ainda nos veríamos frequentemente e eu espe
Não havia nada mais desagradável do que despertar com uma intensa dor de cabeça causada pela ressaca num quarto completamente desconhecido. Nãocompletamente.Eu sabia exatamente à quem pertencia aquele quarto pois estava consciente o suficiente na noite anterior para concordar em ir até ele. Jason Martell. Deitado ao meu lado naquela cama de casal, nu do tronco para cima, com seus membros inferiores cobertos por um grosso edredom branco, dormindo tranquilamente de boca aberta, estava oquarterbacke capitão do time de futebol americano do nosso colégio. Vai, Lobos da Montanha!A vitória deles no dia anterior rendera uma verdadeira festa na casa de Bailey. Tinha gente bêbada para todo lado e a piscina estava lotada. Todos
Estava começando a achar que os estágios da gravidez eram bem parecidos com os estágios do luto. Negação. Primeiro, eu e April passamos quase trinta minutos numa discussão naquele banheiro. Eu negava qualquer coisa que ela dissesse. Simplesmente era impossível que eu estivesse grávida! Raiva. Eu comecei a xingar a tudo e todos no banheiro. Eu queria quebrar aqueles espelhos estúpidos que ficavam me encarando e me julgando. Eu queria culpar e processar todo mundo. Comecei a bolar umas teorias de que a indústria farmacêutica vendia camisinhas de má qualidade só para lucrar com testes de gravidez e fraudas depois. Negociação. — Eu juro que se não estiver grávida eu serei a melhor pessoa do mundo! Vou fazer caridade e nunca mais briga
A lanchonete da Emma parecia o lugar mais seguro para se conversar. Era perto do colégio, mas estava vazio porque aquele tinha sido o último dia de aula antes da pequena pausa para o natal. Também era público, e no caso de um de nós surtar, haveriam testemunhas. Eu estava sentada numa mesa, totalmente trêmula. Eu não podia conter a ansiedade. A ideia de que Jason Martell poderia entrar na lanchonete a qualquer momento e eu teria que contar que estava grávida me deixavam nervosa e me tiravam profundamente do sério. Quando o sino tocou e o garoto de cabelos loiros adentrou no local, eu tive vontade de me esconder debaixo da mesa. Jason me viu e eu automaticamente senti que ia passar mal. Vomitar ali mesmo, ter um ataque cardíaco, qualquer coisa que me tirasse dali numa ambulância. E q
Era véspera de natal e eu ainda não tinha contado para os meus pais. April me conhecia o suficiente para saber que eu estava evitando o assunto. Eu tentava me distrair arrumando a casa, limpando e deixando tudo tão perfeitamente organizado que chegava a ser irritante. E ela sabia que eu fazia isso para evitar pensar no ser se desenvolvendo dentro de mim. Eu e Ben nos falávamos praticamente o tempo todo. Ele não entrava muito no assunto de gravidez, em vez disso, tentava me alegrar, me fazendo rir e contando sobre como ele era um péssimo cozinheiro e as suas tentativas falhas dele de reproduzir alguma receita. Já Chloe era um pouco mais complicado de contactar. Ela estava com a família dela no Japão, então sempre estava ocupada. Meus seios estavam bem estranhos naqueles dias. Mais se
— Só mais uma volta no quarterão. Encarei minha mãe como se ela estivesse absolutamente louca. Tudo bem que eu era a grávida cheia de hormônios malucos tomando conta de mim, mas eu ainda não tinha perdido a minha cabeça a ponto de caminhar mais quinze minutos.Ainda. Todos estavam muito preocupados com a possibilidade de um aborto espontâneo entre o primeiro e o segundo mês, inclusive eu. Por isso eu estava seguindo todas as orientações médicas a risca. Eu até resgatara do meu computador um trabalho que tinha feito na oitava série sobre vitaminas e sais minerais essenciais para uma grávida. Meu quarto tinha se tornado uma zona parapost-itssobre tudo que eu deveria fazer para evitar problemas e complicações ou doenças futuras. Jason não era tão orga
— Pela milésima vez, Jason, nosso filho não vai se chamar Luke nem Leia. — disse eu. Eu e Jason estávamos numa loja de produtos para bebês, seguindo detalhadamente uma lista de compras que eu tinha feito baseada nas minhas pesquisas sobre filhos, especialmente recém-nascidos. O problema é que Jason não entendia minha organização extrema e contestava todos os itens da lista, além de querer adicionar coisas fúteis e desnecessárias. Nós tínhamos organizado nossas finanças e, juntando o salário de Jason do seu trabalho como zelador do museu, o que meus pais ofereceram, o dinheiro que eu tinha guardado das minhas mesadas e o que meus avós me davam no natal, teríamos o suficiente para lidar com a chegada de uma criança. E crianças eram bem caras. — Injusto. — falou Jason, cruzando os braços. Sua postura de indignação rapidamente desapareceu