Eu estava perplexa demais para esboçar qualquer reação. Boquiaberta, virei a cabeça para Jason, que descia as escadas. Ele escutara. Sabia que seu pai estava na porta. Não consegui decifrar o que seu rosto exprimia. Era uma mistura de choque, raiva e tristeza.
— Pai. — disse Jason, se colocando na minha frente para poder visualizá-lo. Ele tentou soar confiante, mas sua voz saiu trêmula. Eu observava os dois, atônita. — O que... o que está fazendo aqui?
— Não vai me convidar para entrar? — questionou seu pai. Jason soltou uma risada irônica.
— Não.
— É assim que recebe visitas, Jason? — repreendeu o se
Eu já acordei com um sorriso no rosto. Jason distribuía pequenos beijos pelo meu pescoço e a minha bochecha, com seus braços ao redor do meu corpo, me envolvendo num abraço.— Bom dia... — falou ele. Me virei para encará-lo. Eu ainda estava extremamente sonolenta, mal conseguia abrir os olhos; ele, entretanto, parecia bem desperto; já estava vestido e seu rosto estava manchado de tinta. Seus olhos bem abertos estavam fixos aos meus, e ele tinha um sorriso fraco nos lábios. Passei a mexer nos fios bagunçados do seu cabelo.— Você acordou muito cedo, não foi? — questionei, preocupada.— Não consegui dormir, na verdade. — respondeu, cabisbaixo.
— Da primeira vez que eu te encontro você está sem camisa e agora está sujo de tinta? — reclamou meu pai. Por mais que eu tivesse tomado banho, aquela tinta dificilmente saía do cabelo. A única razão para eu não ter começado uma briga naquele exato momento, era porque eu precisava que ele fosse embora o mais rápido possível. Não queria que ele encontrasse com Tommy, que assistia à televisão no quarto da minha mãe no andar de cima. — O que está fazendo aqui, pai? — questionei, num suspiro. Por mais que tê-lo ali, diante de mim, depois de todos aqueles anos, deixava meus nervos à flor da pele e trazia à tona lembranças trágicas da minha infância que eu gostaria de esquecer, eu só precisava aturá-lo até ele ir embora e eu nunca mais precisasse vê-lo de novo. Então, eu poderia me concentrar no que realmente me deixava feliz, como Ariana,
Eu tinha acabado de sair de um jantar um tanto conturbado na casa dos Lance. Spencer não só havia contado que planejava ir para a Universidade Columbia, com ou sem a aprovação deles, como também confessou estar apaixonada por Chloe. — Eu conto a história toda depois. — falou Spencer, me levando até a porta. — Agora eu preciso enfrentar uma briga com os meus pais e ouvi-los dizer como eu sou um fracasso e como eles estão desapontados. — Não dê ouvidos a eles. Estou orgulhosa de você. — disse eu. — Mas estou muito confusa, minhas duas melhores amigas, juntas? Quando isso aconteceu? Como? — Eu sou uma das suas melhores amigas? — inferiu Spencer, surpresa. — Uma vez que eu aprendi a ignorar sua obsessão por fofoca, seu lado mandão e o
A casa dos Baker estava vazia e silenciosa quando o telefone tocou.Sem ninguém para atendê-lo, o telefone tocou inúmeras vezes até que Jason Martell decidiu deixar um recado. Sozinho em meio a praça vazia, Jason sentia-se envolvido pelo frio da noite escura que parecia penetrar em sua alma. Nada além de um celular e um spray de tinta marrom nas mãos, sua mente insistia em relembrá-lo detalhadamente tudo que se passara naquele dia. Como ele tivera tudo que sempre quis, e deixou aquilo escorregar de suas mãos por causa das manipulações de seu pai.— Alô, Ariana? — começou, nervoso. — Aqui é Jason. Jason Martell. — ele soltou uma risada. — Lembra de mim? Pai do seu filho. Eu... Eu tentei te ligar pelo seu celular,
Enquanto terminava de arrumar minhas malas e verificar se estava tudo ali, parei para pensar que, se eu e Spencer passássemos na entrevista, eu teria que arrumar minhas coisas, e não para ficar poucos dias, para me mudar. Para Nova York. Parecia um mundo de aventuras e novidades que eu precisava desbravar.Enquanto isso, Jason iria para New Heaven. Eu tentava não pensar muito nisso. Não queria que nada prejudicasse a felicidade que eu sentia por estar realizando meu sonho. E se eu pensasse na nossa briga ou no fato de que ele não me amava, poderia desabar em lágrimas. E eu estava tão cansada de chorar. Ainda doía, mas eu precisava esquecer o quanto ele me magoara se quisesse seguir em frente.New Heaven era bem perto de Nova York e ainda nos veríamos frequentemente e eu espe
Não havia nada mais desagradável do que despertar com uma intensa dor de cabeça causada pela ressaca num quarto completamente desconhecido. Nãocompletamente.Eu sabia exatamente à quem pertencia aquele quarto pois estava consciente o suficiente na noite anterior para concordar em ir até ele. Jason Martell. Deitado ao meu lado naquela cama de casal, nu do tronco para cima, com seus membros inferiores cobertos por um grosso edredom branco, dormindo tranquilamente de boca aberta, estava oquarterbacke capitão do time de futebol americano do nosso colégio. Vai, Lobos da Montanha!A vitória deles no dia anterior rendera uma verdadeira festa na casa de Bailey. Tinha gente bêbada para todo lado e a piscina estava lotada. Todos
Estava começando a achar que os estágios da gravidez eram bem parecidos com os estágios do luto. Negação. Primeiro, eu e April passamos quase trinta minutos numa discussão naquele banheiro. Eu negava qualquer coisa que ela dissesse. Simplesmente era impossível que eu estivesse grávida! Raiva. Eu comecei a xingar a tudo e todos no banheiro. Eu queria quebrar aqueles espelhos estúpidos que ficavam me encarando e me julgando. Eu queria culpar e processar todo mundo. Comecei a bolar umas teorias de que a indústria farmacêutica vendia camisinhas de má qualidade só para lucrar com testes de gravidez e fraudas depois. Negociação. — Eu juro que se não estiver grávida eu serei a melhor pessoa do mundo! Vou fazer caridade e nunca mais briga
A lanchonete da Emma parecia o lugar mais seguro para se conversar. Era perto do colégio, mas estava vazio porque aquele tinha sido o último dia de aula antes da pequena pausa para o natal. Também era público, e no caso de um de nós surtar, haveriam testemunhas. Eu estava sentada numa mesa, totalmente trêmula. Eu não podia conter a ansiedade. A ideia de que Jason Martell poderia entrar na lanchonete a qualquer momento e eu teria que contar que estava grávida me deixavam nervosa e me tiravam profundamente do sério. Quando o sino tocou e o garoto de cabelos loiros adentrou no local, eu tive vontade de me esconder debaixo da mesa. Jason me viu e eu automaticamente senti que ia passar mal. Vomitar ali mesmo, ter um ataque cardíaco, qualquer coisa que me tirasse dali numa ambulância. E q