Capítulo 88 O Eco do Desespero

por Milena

Eu já perdi a noção do tempo.

Dias, talvez semanas?

Eu não sei.

Aqui dentro, tudo se mistura em uma confusão de escuridão e angústia.

Eles têm controlado minha percepção de tempo, alternando as horas das refeições, me deixando sem nenhum ponto de referência.

É como se quisessem me desconectar da realidade, me enlouquecer aos poucos.

Mas eu tento me manter lúcida, agarrando-me às poucas certezas que restam.

A mais importante delas: eu preciso sobreviver.

Não por mim, mas por meu filho.

Minhas amarras foram soltas, finalmente, não houve mais a necessidade de me manterem amarrada.

Eles perceberam que eu não sou uma ameaça.

Por que seria?

Meu corpo está fraco, minha mente exausta, e tudo o que me resta é o medo.

As cicatrizes das cordas ainda marcam minha pele, um lembrete cruel do que tenho suportado.

Mesmo assim, a liberdade das mãos me dá uma falsa sensação de controle, de que talvez, de alguma forma, eu ainda tenha uma chance.

O cativeiro é pequeno e abafado,
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