— Ah é? E por que você acha que eu não sou médico?
— Porque se você fosse médico, não estaria trabalhando como acompanhante.Ele riu mais uma vez e se sentou por cima de Joanne, na altura do seu diafragma, sustentando o próprio peso para não sufocá-la. Colocou as mãos no alto da lateral de sua cabeça, chegou próximo de seu rosto e pode notar como Joanne era bonita; seus olhos perolados, a pele cor de leite e os cabelos negros e finos contornavam o rosto jovial.— É aí que está, eu sou realmente médico. — Ele afirmou vendo os lábios da morena formarem um círculo em espanto com a confissão do doutor. — O que disse para seu pai era verdade.— Impossível!Ele assentiu.— Não é porque a sua profissão é mentir que a minha também seja.Não seria exagero algum dizer que o clima do interior do Texas era bem mais frio e estável do que o indeciso clima de Nova York, onde em uma manhã o Sol escalava o céu tão quente quanto um maçarico e no dia seguinte podia-se ver nos noticiários como as estradas estavam interditadas pelo denso nevoeiro. Ethan era acostumado a viajar, porém para lugares onde se pudesse comparar o clima ao de Nova York, para que não se sentisse um estrangeiro reprimido, como naquele momento.A semana se estendeu de forma lenta. Os dias frios eram um verdadeiro castigo para ele, o ar gelado tornava tudo muito fúnebre. Era o completo contrário do Sol, que trazia sempre consigo um pouco de esperança, por assim dizer. Joanne se retraiu durante a semana toda pelo acontecimento atípico entre ambos de dias antes. Embora ela tivesse gostado, Ethan havia também tirado uma casquinha da situação, a
Ouviu-se um barulho das unhas de Juliett na mesa de madeira. — Um namoro de um ano e nem sequer sabe as coisas básicas da Joanne? Que tipo de relacionamento é esse?Naquele momento Ethan teve vontade de pular no pescoço de Juliett e quebrá-lo como se faziam no Texas com os das galinhas. No entanto, o loiro apenas pigarreou.— Joanne trabalha demais e eu também, pelo fato de ficarmos muito agitados durante a semana, eu procuro sempre levá-la a bons restaurantes no fim de semana, afinal, que tipo de namorado seria eu se a obrigasse a cozinhar cansada ao chegar em casa?Juliett o fitou ainda desconfiada, mas Ethan soube se esquivar com sabedoria. A cunhada observou como o homem tinha lábia, ela já vinha percebendo isso desde o primeiro dia em que trocaram palavras. Sabia o que falar e quando falar, tudo na ocasião certa. Para Joanne, ele era quase perfeito. Quase. — Por que n&oac
— Eu juro que só não te mato porque você some igual fumaça — bufou. — Você sumiu e deixou um recém-formado responsável pela pediatria do hospital sem nem me avisar? Como tem a cara de pau de dizer que não se esqueceu de mim?Ele respirou fundo, sabia que estava errado. Ao telefone era ninguém mais ninguém menos que Enilah, a diretora do hospital onde trabalhava como chefe da pediatria. Ele riu desconcertado, embora fosse um adulto, às vezes se comportava como uma criança sem mesmo se dar conta. — Você deveria confiar mais nas pessoas — sibilou sério. — Sei que você é a diretora, mas jamais deixaria alguém incapaz responsável.— Eu nunca disse que não confiava em você — reforçou ela. — A grande questão é: eu não o conheço.— Você a
Diria que Chaos estaria pigarreando se alguém não tivesse atraído tanto seus profundos olhos azuis. Viu Joanne parada na varanda da enorme casa, com os cotovelos apoiados sobre a mesa de madeira envernizada. Trajava um vestido preto com rosas vermelhas bordadas, havia uma fenda sensual na perna esquerda, um decote tomara que caia, que valorizava o busto cheio da advogada e mangas folgadas que caíam gentilmente sobre os ombros. Seus cabelos, soltos e livres, desciam quase explicitamente entre o busto e os ombros, seu rosto era tão perfeito que sequer precisava de maquiagem, afinal, já era dona de uma beleza sem igual. Não queria disfarçar seu olhar para ela, muito pelo contrário, queria que ela soubesse como ele admirava cada pedaço, até mesmo a boca, que ele nem sabia o sabor.Ela sentou-se graciosamente ao lado direito dele, calada. A família toda se acomodava nos banquinhos, pois o patriarca d
A situação em que se encontrava era tão delicada quanto o próprio bebê que ela carregava. Sua cabeça tentava ao máximo tentar encontrar uma solução para aquilo, e aquele turbilhão de pensamentos estava lhe tirando a atenção de absolutamente tudo. Ter uma resposta era difícil, mas não impossível. Um fio de esperança pareceu brotar quando a secretária dele a retornou, informando que conseguira um horário em sua agenda escassa. Saiu da fazenda de sua família ainda cedo com o taxista, o caminho do interior até o centro da cidade era longe. Os efeitos da gestação já a afetavam, mais do que ela imaginava. Seus seios já se encontravam doloridos e inchados, e sua digestão, por conta dos hormônios gestacionais, estava péssima, o que lhe causava enjoos. Foram incontáveis as vezes em que precisou
— Sim, eu estou — ela respondeu. — Não paguei para que me beijasse, eu paguei para que fosse meu noivo, e por isso eu quero que me desculpe. — Considere o beijo um brinde — respondeu fazendo aspas com os dedos. — Eu sei que foi errado, e que você não queria. — E como não querer? — Você se joga tão fácil assim para todas as mulheres? — Ela riu sozinha, como se tivesse contado a mais engraçada das piadas. — Eu estou te passando a impressão de ser um galinha? — Com toda certeza — garantiu. — Joanne, você é uma mulher linda e atraente, como eu poderia não querer corresponder a um beijo seu? — Ele a fitou nos olhos para que ela enxergasse que aquilo era livre de mentiras. — Se passasse algumas horas com você, como passo com as demais clientes, seria estritamente profission
— Vem cá, Jojo, hoje a boate inteira vai olhar só pra você! — A loira deu uma sacola nas mãos de Joanne, onde havia a muda de roupa que ela mesma havia escolhido para aquela noite. Uma escolha minuciosa para que a estrela da noite fosse a primeira, e única, a brilhar. Não demorou muito para que a jovem de olhos perolados saísse do banheiro parecendo uma verdadeira fada. Poderia cair se não estivesse acostumada com saltos tão altos. Embora concordasse que sim, sua roupa era de fato linda, ela se sentia estranha. Fazia muito tempo que não se vestia de tal forma. As roupas formais de trabalho acabaram virando praticamente sua segunda pele, de tanto tempo que passava com elas coladas ao corpo. — Dá pena de vestir isso. — Ela murmurou ajeitando-se na própria roupa. — Do jeito que eu sou desastrada, vou me sujar antes de chegarmos lá. — Jojo, se E
Jamais imaginou que Joanne poderia ficar ainda mais linda do que era, e os olhares dos outros homens que a cada passo a acompanhavam de forma graciosa diziam a mesma coisa. Ela veio em sua direção e quanto mais perto ela chegava, mais linda ela conseguia ficar. — Uau — exclamou. Ela sorriu, no fundo já sabia a resposta, mas gostaria de ouvir de sua boca. Não precisava ser nenhuma especialista para perceber que ele havia ficado desconcertado. — O que foi? Ele engoliu a própria saliva com uma tremenda dificuldade. — Vou no outro bar pegar um suco, aqui só tem batida. Ele saiu dali e olhou bem em seus olhos, sabia que ela de certa forma estava o desafiando, justamente para saber até onde seu controle iria. Beatrice e Alexis cumprimentaram todos, seguindo para próximo de uma mesa ao lado do bar e da pista de dança. A jovem de cabelos rosados nunca perdia tempo, seu