Diria que Chaos estaria pigarreando se alguém não tivesse atraído tanto seus profundos olhos azuis. Viu Joanne parada na varanda da enorme casa, com os cotovelos apoiados sobre a mesa de madeira envernizada. Trajava um vestido preto com rosas vermelhas bordadas, havia uma fenda sensual na perna esquerda, um decote tomara que caia, que valorizava o busto cheio da advogada e mangas folgadas que caíam gentilmente sobre os ombros. Seus cabelos, soltos e livres, desciam quase explicitamente entre o busto e os ombros, seu rosto era tão perfeito que sequer precisava de maquiagem, afinal, já era dona de uma beleza sem igual. Não queria disfarçar seu olhar para ela, muito pelo contrário, queria que ela soubesse como ele admirava cada pedaço, até mesmo a boca, que ele nem sabia o sabor.
Ela sentou-se graciosamente ao lado direito dele, calada. A família toda se acomodava nos banquinhos, pois o patriarca dA situação em que se encontrava era tão delicada quanto o próprio bebê que ela carregava. Sua cabeça tentava ao máximo tentar encontrar uma solução para aquilo, e aquele turbilhão de pensamentos estava lhe tirando a atenção de absolutamente tudo. Ter uma resposta era difícil, mas não impossível. Um fio de esperança pareceu brotar quando a secretária dele a retornou, informando que conseguira um horário em sua agenda escassa. Saiu da fazenda de sua família ainda cedo com o taxista, o caminho do interior até o centro da cidade era longe. Os efeitos da gestação já a afetavam, mais do que ela imaginava. Seus seios já se encontravam doloridos e inchados, e sua digestão, por conta dos hormônios gestacionais, estava péssima, o que lhe causava enjoos. Foram incontáveis as vezes em que precisou
— Sim, eu estou — ela respondeu. — Não paguei para que me beijasse, eu paguei para que fosse meu noivo, e por isso eu quero que me desculpe. — Considere o beijo um brinde — respondeu fazendo aspas com os dedos. — Eu sei que foi errado, e que você não queria. — E como não querer? — Você se joga tão fácil assim para todas as mulheres? — Ela riu sozinha, como se tivesse contado a mais engraçada das piadas. — Eu estou te passando a impressão de ser um galinha? — Com toda certeza — garantiu. — Joanne, você é uma mulher linda e atraente, como eu poderia não querer corresponder a um beijo seu? — Ele a fitou nos olhos para que ela enxergasse que aquilo era livre de mentiras. — Se passasse algumas horas com você, como passo com as demais clientes, seria estritamente profission
— Vem cá, Jojo, hoje a boate inteira vai olhar só pra você! — A loira deu uma sacola nas mãos de Joanne, onde havia a muda de roupa que ela mesma havia escolhido para aquela noite. Uma escolha minuciosa para que a estrela da noite fosse a primeira, e única, a brilhar. Não demorou muito para que a jovem de olhos perolados saísse do banheiro parecendo uma verdadeira fada. Poderia cair se não estivesse acostumada com saltos tão altos. Embora concordasse que sim, sua roupa era de fato linda, ela se sentia estranha. Fazia muito tempo que não se vestia de tal forma. As roupas formais de trabalho acabaram virando praticamente sua segunda pele, de tanto tempo que passava com elas coladas ao corpo. — Dá pena de vestir isso. — Ela murmurou ajeitando-se na própria roupa. — Do jeito que eu sou desastrada, vou me sujar antes de chegarmos lá. — Jojo, se E
Jamais imaginou que Joanne poderia ficar ainda mais linda do que era, e os olhares dos outros homens que a cada passo a acompanhavam de forma graciosa diziam a mesma coisa. Ela veio em sua direção e quanto mais perto ela chegava, mais linda ela conseguia ficar. — Uau — exclamou. Ela sorriu, no fundo já sabia a resposta, mas gostaria de ouvir de sua boca. Não precisava ser nenhuma especialista para perceber que ele havia ficado desconcertado. — O que foi? Ele engoliu a própria saliva com uma tremenda dificuldade. — Vou no outro bar pegar um suco, aqui só tem batida. Ele saiu dali e olhou bem em seus olhos, sabia que ela de certa forma estava o desafiando, justamente para saber até onde seu controle iria. Beatrice e Alexis cumprimentaram todos, seguindo para próximo de uma mesa ao lado do bar e da pista de dança. A jovem de cabelos rosados nunca perdia tempo, seu
Ela passou o olhar para o amontoado de pessoas à sua volta.— Mas é claro que entendeu. — Digo, em que contexto está sua pergunta? — No contexto geral — completou. — Bobo é uma coisa que com certeza não é.— Bem... — Ethan começou. A música começou a ficar um pouco mais lenta e melancólica. Ele apertou as costas de Joanne contra si, e um hálito quente chegou em seu ouvido. — Quero o que estiver disposta a me dar. A saliva em sua garganta nunca descera com tanta dificuldade antes. O hálito mentolado invadiu seu olfato, misturado com o perfume amadeirado que emanava dele de forma forte. — V-você não pode fazer isso! — Ela se desconcertou. — Eu te paguei para estar aqui. — Eu acho você uma mulher muito inteligente, mas acha mesmo que eu vim pelo dinheiro, Joanne? — Ele
— Como assim bebeu além da conta, ela não bebe nem energético — falou ríspida. — O que você fez com ela? E por que ela não me ligou para perguntar que roupa usar? — Perguntas demais. Olha, eu estou no volante, pergunte tudo isso para ela quando ela acordar amanhã, sim? — Desligou e jogou o aparelho no banco de trás. O loiro sabia muito bem porque ela havia bebido daquele jeito, mas o melhor mesmo era ficar em silêncio, fingindo que nada havia acontecido e tudo seguiria como antes. Ele a tinha magoado quando a insultou daquela maneira machista, mas fizera aquilo por ver o brilho em seus olhos ao vê-lo. Pensou que aquilo significasse que ela estava sentindo algo por ele, começando a alimentar algo que não estava em seus planos. Isso, de certa forma, o deixava ansioso, porque gostava de mexer com ela, de estar por perto, sentir seu cheiro, abraçá-la.
— Coloque tudo para fora — advertiu seu noivo fictício ao entrar no banheiro com um copo e um pedaço de pão caseiro nas mãos. — Novatos até bebem, mas não aguentam nada no estômago.— Você nem sempre é um grande idiota, sab- — Foi interrompida por mais uma ânsia de vômito. — Que nojo, como você tem estômago para comer enquanto me vê vomitar? A advogada levantara àquela manhã correndo direto para o banheiro, obviamente por ainda sentir os efeitos da noitada anterior. No entanto, para ela o mais constrangedor não foi ter acordado com ânsia de vômito ou ele a olhando enquanto passava mal, e sim estar aninhada nos braços de Ethan, com a camiseta acima da cintura mostrando sua calcinha, que tratou de esconder assim que percebeu. — Se você tivesse visto e tocado em tudo o que passo na minha profi
Beatrice Jones era muito decifrável, parecida com Cassie. Tudo sempre queria dizer alguma coisa, cada cara que fazia, cada olhar pidão e o jeito de coçar a nuca, sempre significavam que ela certamente queria alguma coisa. — Em primeiro lugar: tenho que por algo na revista. Eu publiquei uma foto nossa no meu Instagram e todos ficaram loucos por você, Jojo. Podemos agendar um ensaio para a revista. Eu sei que você não quer parecer vulgar, não se preocupe, eu mesma te ajudo a escolher seu figurino. — Bateu palmas eufórica. — E eu ganhei um aumento! — Revelou. — Se topar, eu serei promovida! — Nossa! Assim, quer dizer, eu não sabia que tinha tanta gente assim querendo saber de mim. — Ela riu envergonhada. — Não tenho jeito para isso. — Como não? É claro que tem, você é maravilhosa! — Ela a vislumbrava. — &ldquo