Pablo RodriguézEu não sabia ter outra reação a não ser correspondê-la, tomando os seus lábios adocicados. Gemo suavemente enquanto minha língua invade sua boca possessivamente, minhas mãos contornam seu corpo curvilíneo, o que me deixa ainda mais sedento por ela.Meu pau pulsa querendo alívio, querendo a boceta dela, praticamente rosno ao sentir minha língua sendo sugada, fazendo com que meu autocontrole vá para o espaço, minha imaginação criando uma imagem erótica dela engolindo meu pau.Meus pensamentos estão completamente entregues ao desejo que sinto, me impedindo de considerar as consequências do que está acontecendo.Suas unhas arranham a minha nuca, arrepiando todo meu corpo, mordo seu lábio inferior levemente antes de ela se afastar, me olhando de uma forma que eu não consigo interpretar. Tento encontrar explicações para sua atitude, alguma que não tenha relação com atração, porque se essa mulher estiver tão atraída por mim quanto eu estou por ela, será o meu fim.Preciso ac
Alicia PamukDesço do carro assim que Pablo estaciona, não vou esperar que ele abra a porta para mim. Evitá-lo é a melhor solução para esquecer o que aconteceu entre nós dois.Ele só precisa dirigir e me levar para onde eu precisar e, se ele cometer qualquer deslize, eu o demito sem pensar duas vezes.Passo pela portaria vazia, indo para o elevador na expectativa que ele esteja tão vazio quanto o hall. Vi que estava com sorte assim que a porta se abriu.Não é nem duas da tarde e eu me sinto exausta. O elevador pareceu estar mais lento, ou a minha ânsia de estar em casa me fazia acreditar nisso.Saí do elevador correndo praticamente, quase dei pulinhos de alegria ao colocar os pés sobre o carpete da minha sala, joguei a bolsa em um dos sofás, tirando minhas sandálias em seguida e indo em direção à adega.Preciso de álcool para digerir tudo que vem acontecendo na minha vida. Minha cabeça estava começando a doer, beber uma garrafa de vinho seco em menos de uma hora não tinha sido uma b
Pablo RodriguézPassar a tarde jogando dominó com meu avô fazia eu me sentir como o Pablo adolescente, aquele que tinha sonhos, que não conhecia os horrores da guerra, que não tinha o coração destruído em mil pedaços.Me pergunto se tudo teria sido diferente se eu não me alistasse, se tivesse escolhido um rumo diferente para minha vida. Quem sabe uma bolsa em alguma faculdade por ter sido um jogador razoável no time de basquete?Minha vida poderia ter sido outra se eu não tivesse escolhido o exército?Estar ali, sentado no quintal junto ao meu avô, jogando dominó na velha mesa de madeira, me trazia lembranças e questionamentos que eu nunca saberia responder.— Trouxe um lanchinho para vocês — minha vó fala, se aproximando da gente e colocando uma bandeja sobre a mesa com algumas fatias de bolo de carne e dois copos de suco.— Obrigado, mi amor. — Meu avô segura a mão dela e a beija com carinho.— Você ainda está importunando o menino com esse seu jogo, Miguel? — Minha vó torce o nari
Alicia PamukSaio do meu escritório pronta para seguir na direção da sala de reuniões, estou aliviada por meu pai não ter aparecido. Terminaria essa reunião e iria para casa ficar de molho por uma hora na minha banheira, mas assim que abro a porta a tensão invade meu corpo, já que meu pai está apertando a mão de Pablo com um enorme sorriso no rosto.Não sei explicar o que é pior, o fato do meu pai estar superconfortável com Pablo, ou o fato do meu pai estar ali.Sabia da possibilidade de o meu pai participar da reunião, mas como ele não havia chegado, imaginei que não viria, dado o fato de ele nunca se atrasar, só espero que ele não perceba o meu estado de ressaca. Pigarreio. — Olá, papai — falo, me aproximando e tentando ignorar a presença de Pablo.— Minha garota! — Me abraça brevemente, com um beijo do rosto. Espero que a sua presença seja somente pela reunião e não para justificar as atitudes da minha mãe. — Cheguei a tempo para a reunião? — pergunta.— Sim, começaremos em meia
Alicia PamukA reunião termina e eu não consigo esconder a satisfação por ter conseguido colocar em prática tudo que eu havia planejado, e o melhor de tudo foi meu pai não ter feito nenhuma objeção as minhas ideias.Em alguns momentos, pude notar que ele parecia orgulhoso. Sabia que ele confiava em mim, também lembro da guerra que ele travou com minha mãe quando decidiu se aposentar por causa da sua saúde e me deixar à frente da empresa. A presidência da Pamuk quase causou um divórcio e eu não sou hipócrita de dizer que não acho isso uma boa ideia. Minha mãe suga o meu pai ao extremo, usa o amor que ele sente por ela como uma arma, para conseguir o quer. Ela consegue moldar Otto a sua maneira, fazendo o pior dele.Por mais errado que isso possa ser, eu adoraria ver meus pais divorciados, queria vê-lo longe da mediocridade da minha mãe, queria vê-lo tomar suas próprias decisões sem precisar travar uma guerra antes. — Alicia , seu pai já foi, acho que irá passar nos outros setores —
Alicia PamukHavia um bom tempo que não tinha um sábado livre de compromissos durante todo o dia.Espreguiço, esticando meu corpo pelo sofá, sentindo uma leve pontada nas costas.A solidão do meu apartamento é mais do que satisfatória, me acostumei com minha companhia e aprendi que não preciso dividi-la com quem não mereça.Estava precisando de um tempo sem fazer nada, não que eu não tivesse nada para fazer, deveria estar focada em encontrar uma nova agência de modelos para o lançamento da próxima coleção e em desenvolver a minha ideia para a publicidade, mas ao invés disso, estou jogada no sofá da sala, me empanturrando de pipoca e vendo televisão, ao menos pipoca é antioxidante.Comecei a assistir uma série coreana na Netflix, o famoso dorama Pousando no Amor que Donna tinha me indicado em uma das nossas trocas de mensagens e, por incrível que pareça, estou gostando muito da história, passei boa parte da tarde suspirando por um romance impossível de acontecer no mundo real.Percebo
Pablo RodriguézAlicia não parece bem e, por mais que eu queira deixar para lá sabendo que não é da minha conta, me sinto incomodado. Vejo pelo espelho do retrovisor seu corpo tenso, enquanto respira pausadamente com os olhos fechados. Penso que ela pode estar perto de ter uma crise de pânico e me sinto tentado a perguntar se ela está bem. Era para ela estar, no mínimo, animada, aparentemente eu estou a levando para uma festa ou algo parecido e, até aonde eu entendo, ela parece estar vestida para uma. Sim, eu fui idiota o suficiente para reparar em cada detalhe do seu vestido preto curto, mostrando suas pernas torneadas em cima de um salto dourado. Não tenho como negar sua beleza, ela é um maldito imã, por mais que eu tente desviar o olhar, seu corpo me chama.Aperto o volante, sentindo uma gota de suor rolar pela minha testa.A última coisa que eu deveria estar pensando nesse momento era em Alicia em quaisquer circunstâncias eróticas. Que tipo de canalha eu pareço ser?Volto a
Pablo RodriguézMinhas pálpebras parecem pesar toneladas, manter os olhos abertos está sendo uma luta.Merda de antialérgico!Seguro o volante, batendo a cabeça ali algumas vezes. Se já não bastasse a droga do sono, ainda tenho que lidar com a vontade de beber, estar em um lugar como esse incitava ainda mais o meu desejo de ficar chapado.— Porra! — grito a plenos pulmões, sabendo que ninguém escutará já que estou trancado dentro do carro.Vejo que já passa de uma e meia da manhã. Que horas aquela mulher vai resolver ir para casa? Nunca fui uma pessoa de festas, nem quando era mais jovem, depois que deixei de servir até fui em alguns lugares com música e que era lotado, mas não estava sóbrio o suficiente para me lembrar de como era estar lá, então posso dizer que sigo odiando lugares fechados com música alta. Abro um Sneaker que eu tinha guardado no porta luvas e dou uma mordida, não estou com fome, mas o açúcar tem sido um forte aliado na minha abstinência.Me recosto no banco, fe