No instante seguinte, Enry e Henrico se apressaram até Markus que ao ouvir a proposta de Henrico, sua expressão ficou tensa, o ar em torno deles se carregando de preocupação. “Isso pode dar muito errado, Henrico,” Markus começou, a voz firme, mas marcada pela indignação. “Claro que um vínculo com um macho a deixaria mais forte, mas um que não é seu companheiro predestinado? Você está brincando com forças que não entende completamente.” Henrico, com os punhos cerrados, manteve-se firme. “Eu sei que é arriscado, Markus. Mas você não vê? Não temos outra escolha. Se não fizermos nada, Laelia vai morrer. Preciso da sua ajuda caso algo dê errado, precisamos estar preparados para qualquer coisa.” Markus suspirou profundamente, passando a mão pelos cabelos grisalhos, um gesto carregado de frustração. “Essa ideia é insana, Henrico. Mas se você está decidido...” Enquanto isso, Danika estava diante da porta dos aposentos de Laelia. Por dias, ela não teve coragem de visitá-la, o peso da culpa
Cinco meses depois…O castelo respirava tranquilidade. A rotina havia encontrado seu ritmo natural, e Danika governava com graça e poder ao lado de Enry. Seu ventre já estava bem visível, carregando o herdeiro que crescia forte. O que Danika não imaginava era que a gestação de um filhote de Lycan não seguiria o mesmo ritmo de uma humana.A manhã estava calma quando Markus entrou nos aposentos da Luna para a avaliação de rotina. Hilda, a criada mais antiga e confiável, acompanhava o processo, emocionada com a proximidade do nascimento.— Ah, é tão gratificante saber que, em breve, o herdeiro estará entre nós — Hilda suspirou, o sorriso sincero nos lábios enquanto observava Markus realizar os exames.Danika, relaxada na cadeira, mordia um cacho de uvas, seu novo vício durante a gestação, e riu levemente.— Não sejam tão ansiosos. Ainda temos mais quatro meses pela frente — ela brincou, certa de que a data do parto estava distante.Markus parou o exame, seu olhar sério encontrou o dela.
Enry estava em seu escritório, o som da pena deslizando sobre o papel preenchendo o silêncio pesado. Ele estava imerso nos assuntos da alcateia, planejando as estratégias de logística para os próximos meses. A sua mente estava focada em garantir que tudo estivesse sob controle com o nascimento de seu filho.A porta se abriu sem cerimônia, como sempre acontecia quando Henrico entrava. Sem bater, seu irmão mais novo atravessava o ambiente com o rosto tenso, os olhos carregados de pensamentos. Ele se jogou na cadeira em frente à mesa de Enry, cruzando os braços como se estivesse prestes a desabafar algo que estava segurando há muito tempo.Enry levantou os olhos da pilha de papéis, impaciente.— Desembucha, Henrico — disse com uma voz claramente sem disposição para rodeios.Henrico hesitou por um momento, mas então soltou a notícia de uma só vez.— Laelia está grávida.Enry parou, as palavras ecoando na sala antes de realmente afundarem em sua mente.— O quê? — Ele repetiu, como se prec
Mais tarde naquela noite, Enry entrou silenciosamente nos aposentos que dividia com Danika. Ela estava sentada na cama, folheando uma revista de decoração infantil. O brilho suave do abajur iluminava seu rosto, e ele sentiu seu coração aquecer ao vê-la concentrada nas imagens. — Sabe que posso contratar o melhor designer de interiores do país — disse ele, se gabando—, você não precisa se preocupar com isso. Danika levantou o olhar, revirou os olhos e sorriu com uma determinação. — Mas eu quero, Enry. Quero participar de tudo! — Ela respondeu com convicção. Enry riu baixinho, aproximando-se e sentando ao lado dela. Ele a beijou suavemente, o gosto de seus lábios o lembrando de como a amava. Enquanto a observava, sentiu a familiar onda de desejo e amor misturados com a força do vínculo, seu lobo inquieto por sua companheira. — O que foi? — Danika perguntou, notando a intensidade com que ele a admirava. — Você é perfeita. Como não vi isso desde o início? Danika riu, puxando-o para
Danika respirou fundo antes de se dar por vencida. O orgulho e a frustração ainda fervilhavam dentro dela, mas sabia que a situação com Enry exigia mais do que confrontos. Precisava voltar aos seus aposentos. Caminhou até lá, o peso de suas emoções ainda pulsando no fundo, mas, ao entrar, seu olhar encontrou Enry na sacada, sentado relaxadamente, vestindo apenas uma cueca box preta. A visão fez algo acender dentro dela, uma chama ardente que fazia sua marca queimar com desejo. Ele já havia notado sua presença, assim como o desejo que crescia dentro dela.Enry não moveu um músculo, apenas observou enquanto ela se aproximava lentamente, o ar ao redor deles carregado de tensão. Danika não hesitou, subiu em seu colo, ficando de frente para ele, o corpo dela tocando o dele, seu coração batendo mais rápido à medida que suas peles se encontravam.— Está mais calma? — Ele perguntou, a voz grave e profunda.Ela não respondeu, pelo menos não com palavras. Em vez disso, encarou-o, inclinando-se
Enry seguia com passos firmes ao lado de Henrico pelos corredores da masmorra. A voz de Danika ecoava em sua mente, um sussurro insistente que pedia para que ele tomasse cuidado através do elo mental que compartilhavam, ela pode sentir a inquietação e a determinação que fervilhavam dentro dele.Ao chegar em frente à cela onde Vaiolet estava presa, suspirou e fez um sinal para que o guarda abrisse a porta de ferro. A porta rangeu ao ser aberta, revelando a figura de Vaiolet, que parecia mais destruída do que da última vez que a viu. Seu cabelo estava desgrenhado e suas roupas, sujas e rasgadas, mal cobriam seu corpo. Ele se perguntava se ainda havia alguma humanidade naquela criatura.“Sentiu saudades?” Vaiolet falou debochando, com a cabeça baixa, os olhos escuros fixos no chão.“Vou ser bem breve, não vim aqui para rodeios.” Henrico interveio, tentando manter a situação sob controle, mas Vaiolet permaneceu em silêncio, o sarcasmo emanando dela como uma aura.“Vaiolet, a notícia que t
Alguns dias depois, Enry seguia em direção à alcateia Lunares, decidido a encerrar de uma vez por todas o que restava do legado de Vaiolet. Ela estava no carro logo atrás, vigiada de perto pelos guardas, e tudo parecia finalmente entrar nos eixos. Os anciões o aguardavam para assinar os papéis, e ele sabia que, depois disso, assumiria de vez o controle da alcateia. No entanto, algo perturbava profundamente seu coração.Desde que deixara o castelo, uma inquietação não parava de latejar em sua mente. Embora Markus e Hilda tivessem calculado que ainda restavam 15 dias até o nascimento do bebê, seu lobo interior estava em alerta. Era como se algo estivesse prestes a sair do controle.Já no castelo, Danika tentava concentrar-se nas últimas preparações para a chegada do bebê. O sexo ainda era um mistério, eles descobririam na hora do nascimento, uma escolha que ela e Enry tinham feito juntos, mas o que deveria ser um momento de expectativa serena virou um pesadelo em segundos. Uma dor cort
O tempo parecia infinito para Danika. Cada segundo arrastava-se em um redemoinho de dor e desespero. Seu corpo tremia, encharcado de suor, e cada contração a fazia acreditar que estava à beira de ser despedaçada. As compressas frias que Hilda colocava em sua testa pareciam inúteis diante da dor implacável. Sua respiração vinha em ofegos curtos e descontrolados, e, mesmo assim, tudo o que ela podia pensar era em Enry. Onde ele estava?A voz de Hilda tentava acalmá-la, mas as palavras eram apenas um borrão distante, engolidas pelo turbilhão de dor e medo. Markus, ao lado da cama, mantinha a compostura enquanto verificava seus instrumentos e o estado de Danika, mas o olhar furtivo que trocava com Henrico dizia tudo. Eles estavam correndo contra o tempo.“Aahhh… Markus, faça alguma coisa! Está doendo demais! Eu não aguento mais!” Danika gritou, sua voz partindo-se em desespero.“Essas dores, alteza, são o que trará seu bebê ao mundo. Precisamos de sua força agora. Apenas mais um pouco…” d