— Muito melhor, Kathryn disse que eu poderia sair da cama em dois dias. Mas isso é só para sair da cama... Eu queria ter alta, é chato ficar aqui. — Disse Bianca, impotente.— Se anime, filha! — Dorothy interveio. — Anthony está aqui para ver você, afinal! Isso não é maravilhoso? Um noivo que cuida bem de você! — — Sim. — Os olhos de Bianca fingiam gentileza.Dorothy viu que Anthony havia se sentado e mal podia esperar para expressar o que estava pensando, então perguntou: — Chloe está melhor? Eu estava conversando com Bianca sobre visitar as crianças. Não importa o que aconteça, as crianças também serão meus netos, quando Bianca for casada com você. — — Ela está bem. — Disse Anthony, seco.— É ótimo ouvir isso! Quero passar um tempo com eles, sabe? Para que, quando vocês dois tiverem seus próprios filhos, eu tenha mais experiência em ser vovó! O que acham? — Dorothy fez seu movimento no tabuleiro.Bianca espiou Anthony e depois fingiu repreender a mãe. — Nossos filhos? Cal
Nigel observou o Rolls-Royce sair do hospital e se perguntou: 'Será que isso realmente não tem relação com Anthony?'. Se fosse o caso, onde elas poderiam estar? As duas não poderiam apenas estar fora de alcance de repente, poderiam? O homem vinha se sentindo inseguro nos últimos dois dias, como se algo fosse acontecer.Além disso, ele estava se sentindo culpado por Anne ter sido forçada a se desculpar. Resignado, tentou ligar outra vez, mas o telefone continuava informando que a filha estava fora da área de cobertura. Nigel respirou fundo, mas já se sentia alarmado. Se aquilo não estivesse relacionado a Anthony, elas não teriam se envolvido em nenhum acidente, não é? Nigel não queria pensar isso, mas o fato de as duas estarem sumidas o deixava ainda mais preocupado. ***Anthony saía do elevador, quando Oliver se aproximou. — Senhor Marwood. —— Você descobriu algo? — O magnata foi direto.— Sim. — Oliver não ousaria aparecer se não tivesse encontrado nada. Ele seguiu Anthony de
Anne poderia agir sem preocupação por um tempo. A sensação sufocante que sempre sentia em Luton não a acompanhava naquele lugar. A moça se deitou na praia, sentiu o cheiro do mar e olhou para o céu azul claro. Sentiu como se seu coração estivesse limpo. Sarah, deitada ao lado dela, também se permitiu aproveitar. — Um lugar tão incrível, mas eu nunca estive aqui antes. Acho que não aproveitei o suficiente dos luxos com Ron Marwood quando me casei com ele. — — Imagino. — Anne riu.— Estou muito feliz por ter dado à luz uma filha, olha como ela é fofa. Você disse que é melhor dar à luz um filho. Um filho não me acompanharia em uma viagem dessas, tenho certeza! — Sarah disse com orgulho.— Não é para tanto! Que pensamento antiquado! — Anne pensou em seus trigêmeos, como os três eram igualmente maravilhosos com ela.Sarah virou-se e perguntou: — Você está se sentindo melhor, filha? — — Sim, foi uma boa ideia sair de Luton. — Confirmou Anne.Ficar naquele lugar era como estar em
Quando Kathryn apareceu para trocar o curativo, Bianca perguntou: — Já posso receber alta, não posso? Já posso andar. —Kathryn terminou de examinar a ferida, que já havia fechado. — Você pode ter alta hoje. Mas terá que trocar o curativo na hora certa. — — É melhor descansar e se recuperar em casa. Por melhor que seja o hospital, nunca é melhor do que a sua própria casa. — Dorothy se intrometeu.Kathryn foi simpática e concordou: — É verdade. Bom, eu cuidarei do processo de alta para você. — A doutora disse, então saiu do quarto.Bianca pegou o telefone e ligou para Anthony: — Anthony, a doutora Brown disse que terei alta hoje. Você me busca? — — Vou pedir a alguém para fazer isso. — Disse Anthony.Se ela estivesse só procurando alguém aleatório para levá-la, também tinha um motorista. Era óbvio que Bianca só queria que o noivo a buscasse, mas ele não quis.— Você está ocupado? — A moça se esforçou para suprimir a frustração.— As crianças estão comigo. Não posso sai
Depois de entrar na sala, Dorothy perguntou: — Por que demorou tanto? —Nigel olhou para Dorothy sem dizer nada, os olhos frios e penetrantes, como se estivesse tentando olhar através de sua alma.— O que é? — Sentindo-se desconfortável, a mulher perguntou.Nigel se virou para olhar para Bianca, que havia mudado de roupa e se sentava ao lado da cama. Ele tentou ao máximo procurar alguma semelhança entre sua filha e ele, mas ficou cada vez mais confuso. Foi muito rápido, mas a filha de quem ele cuidou parecia mais uma estranha. Quando a pianista encontrou seus olhos, Nigel suprimiu o sentimento de repulsa que transbordava em seu coração e disse: — Tudo pronto? — — Sim. — Bianca se levantou.— Cuidado. Devagar. — Dorothy foi ajudá-la a se levantar, enquanto Nigel pegou as malas antes de segui-las.***Dias depois, a dúvida cresceu como uma erva daninha que não podia ser erradicada e, é claro, o homem decidiu fazer um teste de paternidade. Foi fácil encontrar conseguir um fio
Bianca foi dormir cedo naquela noite, enquanto Dorothy assistia à televisão em seu quarto, sem prestar muita atenção ao conteúdo da programação. A mulher viu que já passava das dez da noite, e, embora Nigel sempre estivesse ocupado com o trabalho, o homem costumava chegar um tanto antes daquele horário.O trabalho de Nigel era o único consolo de Dorothy, porque, ainda que o casamento deles fosse apenas de fachada, pelo menos ainda era esposa de um homem rico e invejado por muitos. No fim, não importava o que o casamento era de verdade.Pouco depois, ela ouviu o barulho do motor de um carro lá embaixo.A mulher pulou da cama e foi até a janela para confirmar que era o carro de Nigel. Depois disso, virou-se em direção ao quarto do marido, para lhe preparar um banho quente. Não custava nada tentar seduzi-lo como podia, para reduzir os riscos de perdê-lo. Assim que o banho ficou pronto, Dorothy ouviu passos do lado de fora do quarto e saiu sorrindo. — Bem-vindo de volta. Por que você
Dorothy não imaginava que seu segredo, guardado por mais de duas décadas, pudesse ser desenterrado. Apesar de sua negligência anterior, jamais consideraria um divórcio. Antes disso, Nigel teria abdicado até mesmo de sua fortuna a pedido dela, mas isso parecia impossível após a trágica revelação. Entretanto, a mulher se determinava a não deixar que aquilo afetasse o noivado de sua filha com Anthony.Enquanto descia as escadas, Hayden avistou Nigel adentrando o saguão.— Senhor Faye... Aqui tão tarde da noite? Aconteceu algo de errado? —— Não, estou apenas passando para ver as crianças. Não tive oportunidade antes. Elas estão dormindo? — Questionou Nigel.— Sim, todas estão dormindo. — Hayden respondeu com um sorriso caloroso.— Está tudo bem. Apenas quero dar uma olhada nelas. — Afirmou Nigel.— Claro, permita-me acompanhá-lo — Disse Hayden, liderando o caminho. Apesar de Nigel estar familiarizado com a Mansão Real, Hayden agiu como o mordomo-chefe que era. — O senhor Faye sempre
Nigel colocou Chloe entre seus dois irmãos e colocou um cobertor sobre ela, esperando silenciosamente que seus sonhos se tornassem realidade. Depois de sair da sala, Nigel perguntou: — Você realmente vai manter as crianças longe da mãe? Se você realmente se importa com elas, não deveria fazer uma coisa dessas. Não é bom para elas. — — Se fosse você quem descobrisse as crianças, diria a mesma coisa para Anne? — — Não posso falar sobre coisas que não aconteceram. — Nigel se virou e olhou para a escada.— Você não iria. — Anthony disse com certeza.Nigel suspirou, toda a sua tristeza e desespero se acumulando como uma tempestade em seus olhos. — Essa é a minha vida. Dei um passo errado e tudo deu errado a partir daí. Destruí minha vida e outras pessoas junto com ela. Anthony, tratei você com gentileza e só tenho um pedido: que você não magoe mais Anne. Eu estou te avisando. — Anthony franziu a testa. O que Nigel disse parecia excessivamente sombrio para uma noite como aquela.