Depois do telefonema, com voz a urgente de Anthony, Kathryn correu para ver como Anne estava. Mas, embora tivesse perdido a consciência, ela não sofreu nenhum dano físico com a queda.— Ela está com a pressão instável porque está grávida. Você precisa deixá-la mais livre se quiser que ela melhore — disse Kathryn.— O que você quer dizer com isso? Ela quer se livrar do bebê! Ela quer ir embora! — o magnata rugiu com uma expressão sombria.Afinal, o guarda-costas contou que ela tinha fugido assim que recebeu a visita dos trigêmeos.Kathryn respirou fundo e orientou:— Bem, então você deve deixar que ela faça o que quiser, menos abortar e fugir. Você precisa ter paciência. —O magnata ficou tenso, porque tinha sido paciente e controlado o temperamento, mas parecia não ser o suficiente. Por isso, exasperado, Anthony se despediu, pedindo que a médica fosse embora.A sós, o magnata olhou para o rosto magro de Anne e decidiu que, embora não pudesse aceitar que ela fosse embora ou se li
Anne sabia que para se recuperar teria que deixar Anthony. Ela não podia, de maneira alguma, continuar ao lado daquele demônio e, muito menos, continuar com aquela gravidez indesejada. Ela não era incapaz de cuidar de si mesma e tinha direitos humanos. Toda a dor que Anthony lhe causara continuava a crescer, dando a impressão de que, a qualquer momento, seu coração poderia explodir.Quando o casal saiu do restaurante, Anne achou que a luz do sol era extremamente penetrante e se sentiu muito desconfortável, como se quisesse rasgar seus olhos.— Eu quero voltar para casa... — Anne entrou no carro, cobrindo os olhos.Anthony tinha medo de que ela estivesse de mau humor, então se comprometeu e a levou de volta para a mansão, sem argumentar.Assim que chegaram em casa, Anne desceu do carro antes de Anthony e começou a caminhar decidida. Quando começou a subir a escada, sentiu tontura e teve certeza de que cairia, porém, sentiu o peso do seu corpo aliviar e foi carregada escada acima. No
— Você anda muito fraca e suscetível a desmaios. Acredito que o melhor seja ficar em casa e cuidar de sua saúde, pelo menos por uns dois dias — disse Anthony. — Nada de ruim acontecerá com a empresa. —— Você não entende. Eu preciso encontrar algo para ocupar a cabeça, senão meus pensamentos me deixarão louca. — Anne não precisou mentir.— Vamos fazer isso funcionar, então. Que tal se você trabalhar meio período? Apenas durante a manhã? — Anthony sugeriu.— Parece bom o suficiente — Anne concordou.Afinal, contanto que ela pudesse sair e ter um pouco de espaço para si, teria tempo para pensar em uma maneira de escapar. Com os pais mortos, não havia mais nada capaz de segurá-la em Luton. Pois, chegara à conclusão de que os trigêmeos ficariam melhor com Anthony. Depois de escapar, ela abortaria o bebê para cortar os últimos laços com aquele demônio controlador.Com um plano em mente, Anne conseguiu dormir tranquilamente, pois tinha conseguido, até mesmo, se livrar dos pesadelos.An
As portas do elevador se abriram no térreo e, sem pensar duas vezes, Anne tirou os sapatos de salto alto e, carregando-os na mão, atravessou o lobby e conquistou a rua, correndo o mais rápido que podia.Sem ao menos olhar para os lados, a jovem atravessou a larga avenida, enquanto carros freavam, derrapavam e buzinavam, quase causando um grande acidente e, até mesmo, morrendo atropelada. Mas, escapou ilesa. Entretanto, enquanto corria pela praça, virou o rosto para trás e viu os dois brutamontes saindo do prédio. O olhar dela cruzou com o de um deles que apontou em sua direção e começou a tentar atravessar a perigosa avenida.Acelerando até sentir uma dor insuportável na lateral do corpo, Anne terminou de atravessar a praça e começou a correr na calçada de outra avenida, esperando a oportunidade de entrar em um táxi, mas, isso a estava atrasando e nenhum táxi disponível passava. Por isso, desistiu e atravessou a segunda avenida, mais uma vez, quase sendo atropelada. Quando Anthony
Na viela estreita, os edifícios altos de ambos os lados bloqueavam o sol e tornavam o ambiente escuro. Mas, havia uma luz à frente, como se orientasse Anne de que ela seria salva se conseguisse chegar ali.Fechando os olhos de felicidade, Anne sorriu, esticou um braço e aumentou o ritmo até sair da viela e invadir a avenida, como se fosse uma desvairada que nunca havia visto trânsito em sua vida.Ouvindo o súbito rugido de motores e sons de buzina, Anne voltou para a realidade e abriu os olhos, finalmente percebendo que estava no meio da rua e que um carro vinha em sua direção.Ela olhou fixamente para o carro, mas era tarde demais para mostrar qualquer expressão, mesmo que tudo acontecesse em câmera lenta.— Anne! — Anthony correu o mais rápido que pôde, entrando no trânsito e avançando na direção da jovem, independentemente do perigo que corria.No entanto, um segundo antes que pudesse agarrar Anne, ela foi atropelada pelo carro. O magnata ficou estático e com os olhos arregalad
Atencioso, Ivan entrou entre Anthony e a enfermeira, contendo a fúria de seu chefe, ao mesmo tempo que afastava a mulher que só queria fazer seu trabalho.— Você acha que ninguém reparou que ele está todo sujo de sangue? Se ninguém se aproximou ainda é porque ele quer ser deixado só. — Ivan murmurou para a mulher.Enquanto Anne era operada, Anthony ficou do lado de fora, esperando. Horas se passaram, mas Anthony ainda estava ali, imóvel, sem ao menos se sentar, até que, finalmente a porta da sala de cirurgia se abriu.O corpo de Anthony tremeu violentamente e sua voz estava tão reprimida que ficou rouca.— Como ela está? —A enfermeira que saía ficou nervosa. Afinal, ela só tinha deixado a sala para ser substituída por uma colega descansada. Mesmo assim, respondeu:— A doutora Brown e os outros médicos ainda estão fazendo o possível para tirá-la do perigo. — — Me diga como ela está! — Anthony gritou, cerrando os punhos e avançando de forma ameaçadora.Mais uma vez, Ivan interv
Sentindo uma dor aguda em seu corpo, Anne Vallois gradualmente ganhou consciência. Quando abriu os olhos, viu um homem de cabelos pretos e grossos, ao lado da cama. A jovem tomou um susto tão grande que quase gritou, mas rapidamente cobriu a boca. Conforme ganhava consciência, sua memória recuperava os acontecimentos da noite anterior, mas, quando se lembrou dos detalhes, teve vontade de bater em si mesma.Depois de descobrir que seu namorado a traíra, ela foi para um bar, querendo afogar as mágoas, bebeu demais e acabou naquela situação.A jovem não se atreveu a lembrar muito, nem teve coragem de olhar para o rosto do homem. Apenas saiu da cama, desajeitadamente, e pegou as roupas do chão, com vergonha, antes de sair correndo, sem olhar para trás.Três anos depois, em um voo de volta para casa, Anne passava o tempo vendo alguns vídeos salvos em seu celular. As imagens, guardadas com segurança em seu telefone, retratavam crianças, desde o nascimento até os dois anos de idade.― Mamãe!
Na direção em que seguia, Anne acabaria em um beco sem saída, portanto, a jovem se virou e correu em direção à rua movimentada. Assim que chegasse à avenida, ela poderia pegar um táxi e fugir.No entanto, apesar de o plano ter parecido perfeito, quando chegou onde desejava, percebeu que não seria tão fácil pegar um táxi, afinal, os brutamontes ainda a perseguiam. Por isso, Anne procurava desesperadamente um lugar para se esconder.Por acaso, a jovem viu um Rolls Royce estacionado do outro lado da estrada e correu em direção a ele. Sem hesitar, se escondeu do outro lado do carro.Agachada atrás do veículo, Anne engasgava, tentando recuperar o fôlego. As janelas eram opacas e ela não conseguia ver nada lá dentro. Quando olhava para o vidro, o que via era apenas seu reflexo de pânico.O aparelho em sua bolsa tocou e a jovem atendeu, em estado de choque. Com cautela, Anne espiou e viu que os seguranças ainda procuravam por ela. Por isso, se escondeu atrás do carro, mais uma vez.Do outro l