Na direção em que seguia, Anne acabaria em um beco sem saída, portanto, a jovem se virou e correu em direção à rua movimentada. Assim que chegasse à avenida, ela poderia pegar um táxi e fugir.No entanto, apesar de o plano ter parecido perfeito, quando chegou onde desejava, percebeu que não seria tão fácil pegar um táxi, afinal, os brutamontes ainda a perseguiam. Por isso, Anne procurava desesperadamente um lugar para se esconder.Por acaso, a jovem viu um Rolls Royce estacionado do outro lado da estrada e correu em direção a ele. Sem hesitar, se escondeu do outro lado do carro.Agachada atrás do veículo, Anne engasgava, tentando recuperar o fôlego. As janelas eram opacas e ela não conseguia ver nada lá dentro. Quando olhava para o vidro, o que via era apenas seu reflexo de pânico.O aparelho em sua bolsa tocou e a jovem atendeu, em estado de choque. Com cautela, Anne espiou e viu que os seguranças ainda procuravam por ela. Por isso, se escondeu atrás do carro, mais uma vez.Do outro l
Anthony jogou o terno preto no sofá, ficando apenas com a camisa preta, que delineava seu torso forte e bem construído, prendendo a atenção de Anne, por alguns segundos, embora o homem mantivesse uma postura agressiva.Recobrando a concentração, Anne abaixou o olhar. Ela não havia se esquecido completamente daquela noite e sabia como Anthony tinha o corpo musculoso e sensual.― Por que você me trouxe aqui? ― A jovem perguntou, mesmo com medo. Ela se sentia insegura em falar qualquer coisa, na frente do homem poderoso e cruel, no entanto, assim que superou o medo e falou, ouviu um som estrondoso vindo de sua barriga faminta.Anne se sentiu envergonhada. Desde que descera do avião, ainda não tinha comido nada. Além da fome, a exaustão da viagem e do voo finalmente a estavam afetando.Então, Anthony disse, friamente:― Você deve estar com fome ― e, virando-se para trás, ordenou com a voz potente ― sirvam a comida! ―Um homem de meia-idade, com uniforme de trabalho, trouxe uma tigela de so
Anne ainda conversava com Sarah, ao telefone, quando a tia disse: ― Eu sei que você ainda está em Luton. Seu passaporte está comigo. ―Surpresa, a jovem perguntou:― Como? Meu passaporte está com você? ―― Sim, não consegui falar com você, então fui para o seu hotel. Como você pôde deixar seus documentos num hotel barato? Não é seguro. Então, fiz o check-out para você. Assim que puder, venha ficar comigo. ―Mesmo que quisesse, Anne não poderia voltar para o hotel. Afinal, ela não conseguia escapar do aprisionamento de Anthony.― Tia, eu ainda não vou. Vou ficar na casa de um amigo, por alguns dias. Mas, vou pegar meu passaporte, antes de ir embora ― respondeu Anne.― Você não vem nos ver, há tantos anos, e agora não quer ficar em nossa casa. Quem é esse seu amigo? ― Sarah perguntou.― Alguém do ensino médio... ― Anne tentou parecer convincente.― Eu sei que você teve problemas com Anthony. No entanto, já se passaram muitos anos e você não tem mais nada a ver com ele. Não leve isso mui
Com força, Anthony agarrou os ombros de Anne e a empurrou. A jovem gritou de dor quando se chocou contra a mesa, fazendo com que dois copos caíssem sobre ela. O líquido espirrou em seu rosto e umedeceu seu cabelo.Anthony se sentou, preguiçosamente, no sofá, com as pernas cruzadas, enquanto observava Anne, com um olhar frio e sombrio.Pat tentou agradar a Anthony, oferecendo uma bebida. Mas, ao invés de receber o copo, o homem continuou olhando para Anne, dizendo apenas: ― Não quero ser servido por você! ―As mãos de Pat estremeceram antes que ele entendesse, mas, finalmente, surgiu uma expressão de entendimento em seu rosto e ele entregou a garrafa de vinho para Anne.A jovem tremia tanto, de pavor, que mais parecia que estava encharcada em água gelada. Ela sabia que Anthony pretendia humilhá-la e, se ela desobedecesse, nunca seria capaz de sair daquela sala. Por isso, pensando nos três filhos inocentes e adoráveis que tinha deixado em casa, Anne engoliu o orgulho e estendeu a mão tr
Anne sentiu calafrios por todo o corpo e ficou, por alguns segundos, sem saber o que dizer para a tia, que acabou desconfiando do assunto:― Querida... Por que você está perguntando sobre isso? ―Anne tentou controlar a voz, ao máximo, tentando impedir que soasse trêmula, quando respondeu:― Não tem nenhum motivo. Só curiosidade... ―― Ah, tudo bem. E você já sabe quando vem? Eu quero cozinhar para você! ―― Infelizmente, não tão cedo. Descobri que temos bastante coisa para fazer por aqui, mas eu ligo para você quando sair daqui. ―― Tudo bem, estou esperando por você. ―Depois de desligar, Anne empalideceu ao sentar-se apática, no assento do vaso sanitário.Ela sabia que Anthony era rico, mas não esperava que ele tivesse tanto poder em Luton. Entretanto, mesmo assim, ela ainda teria que fugir, por mais difícil que parecesse e, uma vez que escapasse de Luton, Anthony nunca a encontraria.Ela poderia pedir a sua tia que levasse seu passaporte para o aeroporto, assim que fugisse da Mansã
Sarah aguardava a sobrinha, não muito longe da verificação de segurança. Ela não tinha ideia do motivo de Anne ter tanta pressa, como se alguém a estivesse perseguindo. Mas, meia hora depois, viu que ela corria em sua direção.Anne acalmou a respiração e disse:― Tia, me dê a passagem! ― Ainda ofegante, a jovem pegou o passaporte e a passagem com a tia.Sentindo-se, ao mesmo tempo, aliviada por ver que a sobrinha estava bem e preocupada, por não entender o que se passava na vida da jovem, Sarah perguntou:― O que aconteceu? Você está bem? ― Se Anne dissesse que não havia nada de errado, estaria mentindo descaradamente e a tia perceberia, por isso, inventou uma desculpa:― Meu professor me quer de volta imediatamente. Não sei o que houve de errado, mas parece que é bastante urgente. ― Anne usou a desculpa que já tinha deixado pronta.Com a idade que tinha, ainda estaria na faculdade se não tivesse largado os estudos, devido à gravidez.Mesmo o motivo sendo lógico, Sarah não queria que
― Dessa forma, você nunca mais vai escapar de mim ― Anthony disse, inclinando o corpo e encostando a testa na porta de vidro. Seus olhos eram misteriosos, como os de um demônio.― Não! Eu não posso morrer... ― Anne caiu no chão, apática. A alta temperatura a forçou a se encostar na porta de vidro, para tentar aproveitar o mínimo ar fresco que vinha de fora, enquanto, com a voz fraca, continuava implorando ― deixe-me ir... eu não posso morrer... eu nunca mais ia te incomodar. Por que você me trouxe de volta? ―Mas, suas palavras não surtiam nenhum efeito e, quando olhou para cima, o que viu foram os olhos escuros e demoníacos de Anthony olhando para ela com uma expressão assassina de prazer.Anne abraçou o próprio corpo, sem suportar a dor que sentia:― Eu prometo nunca mais fugir. Eu não vou fugir. Deixe-me sair... eu não quero morrer, não vou tentar fugir de novo... ―Logo em seguida, Anne caiu no chão, com falta de ar. Sua visão ficava embaçada, mas a figura alta e sombria, do lado d
A porta do banheiro foi aberta, sem aviso e Anne, que estava lá dentro, congelou, observando nervosamente o homem intimidador, que apareceu de repente.Anthony olhou para ela e disse:― Você trancou as portas da minha casa? Quem lhe deu permissão? ―Apesar de ser uma questão absurda, Anne foi incapaz de refutar. Afinal, aquele não, era de fato, o quarto dela.Tudo na Curva, incluindo Anne, aparentemente, pertencia a Anthony.No entanto, ela podia contar para ele o verdadeiro motivo de ter trancado a porta, por isso, improvisou:― Eu estou... com medo... ― Anne disse, com a voz fraca.Anthony fixou o olhar afiado no celular, nas mãos da jovem, e ordenou:― Me dá essa porcaria. ―Anne percebeu o que ele pedia e apertou o aparelho, com mais força. Ela não esperava que Anthony chegasse àquela hora e tinha sido pega despreparada.― Não me faça repetir! ― A voz agressiva de Anthony ecoou pelo banheiro.O coração de Anne deu um salto. Ela não ousou esperar mais e não teve escolha, a não ser