Nigel colocou Chloe entre seus dois irmãos e colocou um cobertor sobre ela, esperando silenciosamente que seus sonhos se tornassem realidade. Depois de sair da sala, Nigel perguntou: — Você realmente vai manter as crianças longe da mãe? Se você realmente se importa com elas, não deveria fazer uma coisa dessas. Não é bom para elas. — — Se fosse você quem descobrisse as crianças, diria a mesma coisa para Anne? — — Não posso falar sobre coisas que não aconteceram. — Nigel se virou e olhou para a escada.— Você não iria. — Anthony disse com certeza.Nigel suspirou, toda a sua tristeza e desespero se acumulando como uma tempestade em seus olhos. — Essa é a minha vida. Dei um passo errado e tudo deu errado a partir daí. Destruí minha vida e outras pessoas junto com ela. Anthony, tratei você com gentileza e só tenho um pedido: que você não magoe mais Anne. Eu estou te avisando. — Anthony franziu a testa. O que Nigel disse parecia excessivamente sombrio para uma noite como aquela.
— Lucas! — Sarah berrou, e Anne enrijeceu com a maneira como sua mãe se dirigiu a Lucas.O homem se aproximou com alegria enchendo seus olhos. — Anne e sua doce mãe! Achei que estivesse enganado. Vocês estão aqui como turistas? — Anne sorriu com timidez. — Resolvi trazer minha mãe para uma viagem. — — Isso é legal! — Disse Lucas.— Por que você está aqui, Lucas? Trabalha na instituição? — — Estou aqui para fazer algumas pesquisas. Um amigo é professor aqui, então resolvi pedir ajuda a ele com uma questão. — Disse o homem.— Uau! Que impressionante! Um professor tão jovem em Cambrick! Como esperado de alguém que seria seu amigo! — Disse Sarah.— Você é muito gentil, madame Vallois. — Sarah lançou um olhar para Anne e, antes que a jovem tivesse tempo de descobrir o que isso significava, a mulher prosseguiu e disse: — Nossa, estou exausta de toda essa caminhada. Lucas, por que você não leva Anne para passear? Eu irei passar um tempinho aqui, admirando o lugar. Lembro-me
Lucas estudou o rosto dela e pensou consigo mesmo: 'Mas eu farei parte do seu futuro?'. Ele sabia que não deveria expressar isso, pois apenas pressionaria Anne. Longe dali, Sarah se sentou no café e olhou pela janela enquanto tomava um gole de chocolate quente. Ela viu Anne se aproximando, mas Lucas não a acompanhava. Antes que a filha pudesse se sentar, a mulher perguntou apressada: — Então? Sobre o que vocês dois conversaram? — — Por que você é tão intrometida? — Anne apoiou o queixo na palma da mão.— Ele veio até aqui porque sabia que você estava aqui? — — O que você acha? Nem seria possível! — A jovem disse, impressionada com a imaginação fértil de sua mãe. — Ele já disse que está aqui para trabalhar. — — Quanto tempo ele vai ficar? — — Mais dois dias. — — Isso é ótimo. Não vamos voltar tão cedo. Chame-o hoje à noite ou amanhã para um jantar, sei lá. — — Isso não é necessário, é? — Anne não queria ficar muito perto de Lucas.— Não seja rude! Pense em como ele tem s
Quando mãe e filha voltaram para o hotel, avistaram Lucas conversando com o recepcionista.— Lucas! — Sarah gritou de empolgação. O rapaz se virou e ficou surpreso, antes de sorrir para as duas. — Vocês estão aqui também? — — Sim! Que coincidência! Nós vamos sair para jantar. Você já comeu? — A mulher disse com um sorriso.— Ainda não. — Lucas sorriu. — Acabei de terminar o trabalho. — — Vamos juntos então! Encontramos um restaurante que parece ser excelente! — Sarah sugeriu.Lucas olhou para Anne, hesitante. Vendo que Lucas não pretendia recusar, a moça resolveu participar do convite também: — … ou você está sem tempo? — Lucas se virou para o funcionário da recepção do hotel e disse: — Vocês me ajudam, levando meus pertences para o quarto? — — Sim, senhor. — O homem respondeu.Assim, Anne, Sarah e Lucas saíram juntos. O homem havia alugado um carro, porque seria mais conveniente para se locomover pela região. Ele dirigiu enquanto as duas se sentaram no banco de trás.
Não importa o quanto Anne tentasse, não conseguiria escapar do braço de Anthony, se ele avançasse mesmo.— Anthony, deixe Anne em paz! — Sarah gritou em fúria.— Senhor Marwood, você não pode agir assim. — Lucas sabia que ele não era páreo para Anthony quando se tratava de força bruta, ainda mais quando Anthony aparecia com seus guarda-costas também.O magnata se virou para encarar Lucas. — Parece que você está pronto para abandonar os negócios de sua família, não é? Como ousa tentar roubar minha mulher? —— Quem você está chamando de ‘sua mulher’? — Anne retrucou, ainda tentando afastar Anthony.O magnata era orgulhoso e isso o fez se aproximar para colocar o braço ao redor dela.— Se você não é minha, então de quem é? — Cada respiração que Anthony exalava era fria em sua pele e seus olhos penetravam em sua alma.— Ninguém! — Anne o encarou. — Me solta! —— Venha comigo para Luton! — Anthony queria levar a moça embora à força.A jovem entrou em pânico e gritou: — Não! Não
Uma escuridão pairava sobre Anne como se o inferno tivesse sido desencadeado. A jovem tremia de maneira quase imperceptível, mas insistia em manter contato visual com Anthony. O homem suprimiu seu desejo de ofender a moça. — Um cara que foi impotente para me impedir de trazer você vale o seu amor? — Anne não queria discutir com ele sobre aquilo. O homem não era ninguém para a jovem, e tudo o que ela queria era ficar longe daquele canalha. — Me deixe em paz, só isso. — — Ele tocou em você? — O homem baixou a voz. Antes que Anne pudesse responder, percebeu que o homem a analisava, quase como se procurasse por algum sinal em sua pele. — Onde ele tocou em você? — A moça ficou sem palavras, diante do desequilíbrio evidente de Anthony. O homem se aproximou um tanto e perguntou outra vez:— Você não entendeu minha pergunta? Ele tocou em você?! — Ela sentiu como se o homem estivesse prestes a explodir de inquietação, então se recusou a falar. A mão de Anthony começou a tremer de r
A cena do vídeo a abalou. Um caminhão bateu no carro preto do vídeo, os vidros estilhaçaram e o carro foi lançado voando, rolando pelas ruas algumas vezes antes de parar. Por fim, o veículo ficou muito deformado e não dava para ver a pessoa que o dirigia, mas a jovem reconheceu a placa. Anthony interrompeu o vídeo e pegou o telefone, antes de olhar para Anne com seus olhos escuros e taciturnos. A moça prendeu a respiração e empalideceu. — Meu pai estava dentro do carro? Ele está bem? — — Ele foi levado às pressas para o hospital. Estão operando ele agora. — Saindo do choque inicial, Anne agarrou o braço dele, antes de dizer com uma voz trêmula: — Vou voltar... me leve de volta! — O psicopata ergueu o braço e acariciou a bochecha da jovem, possessivo. — Se acalme. O senhor Faye ficará bem e eu vou aceitar você de volta. — — Eu vou voltar! Não é isso que quer? — Ela não queria pensar naquela possessividade distorcida em sua voz, porque daria um jeito de se adaptar aos capri
— Isso está bem estranho... — Sarah sussurrou.Anne não se incomodou em perguntar sobre Lucas porque Anthony poderia escutar, mas com ela e Sarah fora da cidade, era natural presumir que o rapaz havia retornado ao que quer que estivesse fazendo antes da aparição das duas. De repente, o avião decolou e disparou para o céu. Por um momento, Anne se assustou, mas não porque a decolagem tenha sido difícil, já que o jato particular era bem estável, mas porque o acidente de helicóptero em que ela sofrera havia lhe deixado resquícios de um trauma. A jovem ficou tensa e agarrou os braços com força.— Não tenha medo, filha! Vai ficar tudo bem! Isto não é como um helicóptero. — Sarah agarrou a mão dela, que assentiu, mas ainda lutou para relaxar.Anthony se virou para olhar para Anne enquanto a moça tentava respirar fundo e se acalmar do nervosismo. Revirando os olhos, o magnata aconselhou: — Não se sente perto da janela. — Anne congelou, sentindo que passava vergonha na frente de Anthon