Quando mãe e filha voltaram para o hotel, avistaram Lucas conversando com o recepcionista.— Lucas! — Sarah gritou de empolgação. O rapaz se virou e ficou surpreso, antes de sorrir para as duas. — Vocês estão aqui também? — — Sim! Que coincidência! Nós vamos sair para jantar. Você já comeu? — A mulher disse com um sorriso.— Ainda não. — Lucas sorriu. — Acabei de terminar o trabalho. — — Vamos juntos então! Encontramos um restaurante que parece ser excelente! — Sarah sugeriu.Lucas olhou para Anne, hesitante. Vendo que Lucas não pretendia recusar, a moça resolveu participar do convite também: — … ou você está sem tempo? — Lucas se virou para o funcionário da recepção do hotel e disse: — Vocês me ajudam, levando meus pertences para o quarto? — — Sim, senhor. — O homem respondeu.Assim, Anne, Sarah e Lucas saíram juntos. O homem havia alugado um carro, porque seria mais conveniente para se locomover pela região. Ele dirigiu enquanto as duas se sentaram no banco de trás.
Não importa o quanto Anne tentasse, não conseguiria escapar do braço de Anthony, se ele avançasse mesmo.— Anthony, deixe Anne em paz! — Sarah gritou em fúria.— Senhor Marwood, você não pode agir assim. — Lucas sabia que ele não era páreo para Anthony quando se tratava de força bruta, ainda mais quando Anthony aparecia com seus guarda-costas também.O magnata se virou para encarar Lucas. — Parece que você está pronto para abandonar os negócios de sua família, não é? Como ousa tentar roubar minha mulher? —— Quem você está chamando de ‘sua mulher’? — Anne retrucou, ainda tentando afastar Anthony.O magnata era orgulhoso e isso o fez se aproximar para colocar o braço ao redor dela.— Se você não é minha, então de quem é? — Cada respiração que Anthony exalava era fria em sua pele e seus olhos penetravam em sua alma.— Ninguém! — Anne o encarou. — Me solta! —— Venha comigo para Luton! — Anthony queria levar a moça embora à força.A jovem entrou em pânico e gritou: — Não! Não
Uma escuridão pairava sobre Anne como se o inferno tivesse sido desencadeado. A jovem tremia de maneira quase imperceptível, mas insistia em manter contato visual com Anthony. O homem suprimiu seu desejo de ofender a moça. — Um cara que foi impotente para me impedir de trazer você vale o seu amor? — Anne não queria discutir com ele sobre aquilo. O homem não era ninguém para a jovem, e tudo o que ela queria era ficar longe daquele canalha. — Me deixe em paz, só isso. — — Ele tocou em você? — O homem baixou a voz. Antes que Anne pudesse responder, percebeu que o homem a analisava, quase como se procurasse por algum sinal em sua pele. — Onde ele tocou em você? — A moça ficou sem palavras, diante do desequilíbrio evidente de Anthony. O homem se aproximou um tanto e perguntou outra vez:— Você não entendeu minha pergunta? Ele tocou em você?! — Ela sentiu como se o homem estivesse prestes a explodir de inquietação, então se recusou a falar. A mão de Anthony começou a tremer de r
A cena do vídeo a abalou. Um caminhão bateu no carro preto do vídeo, os vidros estilhaçaram e o carro foi lançado voando, rolando pelas ruas algumas vezes antes de parar. Por fim, o veículo ficou muito deformado e não dava para ver a pessoa que o dirigia, mas a jovem reconheceu a placa. Anthony interrompeu o vídeo e pegou o telefone, antes de olhar para Anne com seus olhos escuros e taciturnos. A moça prendeu a respiração e empalideceu. — Meu pai estava dentro do carro? Ele está bem? — — Ele foi levado às pressas para o hospital. Estão operando ele agora. — Saindo do choque inicial, Anne agarrou o braço dele, antes de dizer com uma voz trêmula: — Vou voltar... me leve de volta! — O psicopata ergueu o braço e acariciou a bochecha da jovem, possessivo. — Se acalme. O senhor Faye ficará bem e eu vou aceitar você de volta. — — Eu vou voltar! Não é isso que quer? — Ela não queria pensar naquela possessividade distorcida em sua voz, porque daria um jeito de se adaptar aos capri
— Isso está bem estranho... — Sarah sussurrou.Anne não se incomodou em perguntar sobre Lucas porque Anthony poderia escutar, mas com ela e Sarah fora da cidade, era natural presumir que o rapaz havia retornado ao que quer que estivesse fazendo antes da aparição das duas. De repente, o avião decolou e disparou para o céu. Por um momento, Anne se assustou, mas não porque a decolagem tenha sido difícil, já que o jato particular era bem estável, mas porque o acidente de helicóptero em que ela sofrera havia lhe deixado resquícios de um trauma. A jovem ficou tensa e agarrou os braços com força.— Não tenha medo, filha! Vai ficar tudo bem! Isto não é como um helicóptero. — Sarah agarrou a mão dela, que assentiu, mas ainda lutou para relaxar.Anthony se virou para olhar para Anne enquanto a moça tentava respirar fundo e se acalmar do nervosismo. Revirando os olhos, o magnata aconselhou: — Não se sente perto da janela. — Anne congelou, sentindo que passava vergonha na frente de Anthon
— Europa. — — Mas onde na Europa? — Bianca disse, pensando: 'Não quero suspeitar, mas Anthony não me disse que iria fazer uma viagem de negócios. Anne também está fora do país. E se eles foram se encontrar? E se eles planejaram algo assim?'— Não se preocupe, senhorita Faye, o seu pai ficará bem. — Oliver a consolou, mudando de assunto.— Claro, eu sei que meu pai vai ficar bem. Só não sei onde Anne está. Se ela soubesse que meu pai sofreu um acidente, provavelmente voltaria correndo. Por que você não tenta contatá-la? — Bianca perguntou. Como era uma questão de vida ou morte, se Oliver soubesse o número de telefone de Anne, de certo concordaria em ligar para a moça.— Sinto muito, senhorita Faye, mas não sei o número dela. — — Anthony sabe? — — Eu não interfiro nos assuntos privados do senhor Marwood. — Dorothy ouviu a conversa e se aproximou. — Oliver, você sabe que minha filha vai ser esposa de Anthony em breve, certo? Se você mentir para ela, não vai adiantar nada. Não
'E daí que você descobriu a verdade? Estamos casados há mais de vinte anos! Há quanto tempo nossa filha chama você de pai? Você não podia ser tão impiedoso conosco só porque ela não é sua filha de sangue. Ainda sinto raiva de você por isso!', pensou Dorothy.-Quando Anne chegou a Luton, já era de manhã cedo. Após o pouso, encontravam-se prestes a entrar no carro, até que a jovem disse a Anthony: — Você deveria ir na frente. Minha mãe e eu iremos mais tarde. — Ela tinha certeza de que Dorothy e Bianca estariam no hospital e, se ela aparecesse com Anthony, de certo haveria conflitos. Com o pai ainda na sala de operação, a moça gostaria muito de evitar se meter em uma cena.Anthony apenas deixou um olhar antes de entrar no carro e partir. O guarda-costas ficou ao lado e esperou que Anne e Sarah entrassem em um outro carro, que ficou disponível para as duas. As mulheres entraram, então a mãe perguntou: — Para onde vamos? — — Vamos para casa. — Disse Anne.Sarah notou a express
Vendo que Anthony não parecia incomodado, Bianca reprimiu seu temperamento e olhou para Anne, em fúria. Nesse momento, a luz acima da porta da sala de operação se apagou e a moça estremeceu ao ver a porta se abrir e Kathryn sair. Ao mesmo tempo, Dorothy e Bianca correram e perguntaram: — Como foi? A cirurgia correu bem? — — A cirurgia correu bem, mas o cérebro foi gravemente danificado e ele se encontra em estado vegetativo. — Kathryn nunca foi boa em suavizar os resultados.Tanto Dorothy quanto Bianca ficaram em silêncio. Sarah perdeu as forças e caiu no chão, enquanto Anne ficou atordoada, encarando a porta. A jovem caminhou até Kathryn e perguntou: — Doutora Brown, meu pai vai acordar quando? Pessoas em estado vegetativo também acordam em algum momento, certo? — Kathryn se virou para olhar para Anthony, sua expressão sombria e olhos escuros e penetrantes pressionando-a. — Sinto muito, mas a lesão cerebral que ele sofreu foi muito grave. Acordar disso... É quase impossível