'E daí que você descobriu a verdade? Estamos casados há mais de vinte anos! Há quanto tempo nossa filha chama você de pai? Você não podia ser tão impiedoso conosco só porque ela não é sua filha de sangue. Ainda sinto raiva de você por isso!', pensou Dorothy.-Quando Anne chegou a Luton, já era de manhã cedo. Após o pouso, encontravam-se prestes a entrar no carro, até que a jovem disse a Anthony: — Você deveria ir na frente. Minha mãe e eu iremos mais tarde. — Ela tinha certeza de que Dorothy e Bianca estariam no hospital e, se ela aparecesse com Anthony, de certo haveria conflitos. Com o pai ainda na sala de operação, a moça gostaria muito de evitar se meter em uma cena.Anthony apenas deixou um olhar antes de entrar no carro e partir. O guarda-costas ficou ao lado e esperou que Anne e Sarah entrassem em um outro carro, que ficou disponível para as duas. As mulheres entraram, então a mãe perguntou: — Para onde vamos? — — Vamos para casa. — Disse Anne.Sarah notou a express
Vendo que Anthony não parecia incomodado, Bianca reprimiu seu temperamento e olhou para Anne, em fúria. Nesse momento, a luz acima da porta da sala de operação se apagou e a moça estremeceu ao ver a porta se abrir e Kathryn sair. Ao mesmo tempo, Dorothy e Bianca correram e perguntaram: — Como foi? A cirurgia correu bem? — — A cirurgia correu bem, mas o cérebro foi gravemente danificado e ele se encontra em estado vegetativo. — Kathryn nunca foi boa em suavizar os resultados.Tanto Dorothy quanto Bianca ficaram em silêncio. Sarah perdeu as forças e caiu no chão, enquanto Anne ficou atordoada, encarando a porta. A jovem caminhou até Kathryn e perguntou: — Doutora Brown, meu pai vai acordar quando? Pessoas em estado vegetativo também acordam em algum momento, certo? — Kathryn se virou para olhar para Anthony, sua expressão sombria e olhos escuros e penetrantes pressionando-a. — Sinto muito, mas a lesão cerebral que ele sofreu foi muito grave. Acordar disso... É quase impossível
Anne ficou tensa quando viu o guarda-costas parado na frente da porta e reuniu coragem para se aproximar, mas o homem as deteve assim que se aproximaram.— Não há ninguém lá agora, não pode nos deixar entrar? Sairemos bem rápido! — Implorou Anne.— Não. — O guarda-costas não se mexeu.Sarah começou a entrar em pânico, não esperando ser parada pelo guarda-costas mesmo depois que Dorothy e Bianca foram embora. — Anne, o que devemos fazer?! — — Não entrar em pânico. — Anne pegou o telefone e procurou um canto para ligar para Anthony, que atendeu após três segundos. — Você pode deixar eu e minha mãe entrarmos no quarto para ver meu pai? Não iremos demorar nada! Quero ver como ele está... — Quando Anthony não respondeu, a moça, exausta do comportamento do homem, sentiu as lágrimas brotarem de seus olhos. — Por favor, me deixa ver meu pai! — — Anne... — Sarah puxou o braço de Anne.Anne se virou e viu Anthony saindo do consultório médico com o telefone na mão, sem desligar. A moça
Anne olhou para Anthony, com olhos de uma presa, e fez uma pausa, antes de se aproximar. — Anthony, meu pai tratou você com gentileza, certo? Ele sempre foi bom com você! Você pode encontrar uma maneira de trazer os melhores especialistas aqui para curar ele? Dessa forma, ele pode acordar! Você pode me pedir para fazer o que quiser, contanto que ele acorde! — — Então você está disposta a ficar ao meu lado? — O magnata não vacilou e estreitou os olhos com frieza.— Sim... — A moça baixou o olhar.Anthony poderia perceber sua relutância, mas Anne nunca teve, de fato, qualquer vantagem para negociar, para começar. Sem dizer outra palavra, o homem se virou para sair.— Anthony! — Anne correu atrás dele e o agarrou pelo braço, aos prantos. — Por favor, não seja tão cruel! Se algo acontecer com meu pai, depois de tanto tempo sem ele, como acha que poderá me convencer de algo? Ele significa muito para mim! Ele... ele também é o avô dos seus filhos, que gostam muito dele! Apenas faça is
— Mãe, Anthony chamou os maiores especialistas do mundo, eles estarão aqui amanhã. Vamos para casa agora e voltaremos para ver o resultado. — — Você pode ir, mas eu vou ficar aqui. Alguém tem que ficar com ele. — Sarah não queria deixar Nigel sozinho.— Tem enfermeiras aqui com papai que podem cuidar bem dele. Tem até guarda-costas do lado de fora da porta! Ele vai ficar bem! Além disso, se encontrarmos Dorothy e Bianca de novo, vamos acabar discutindo, e isso não vai ajudar na recuperação do papai. — Disse Anne, sendo razoável.Sarah hesitou e Anne a puxou com cuidado pelo braço, para fora da sala. As duas se sentaram em silêncio no carro. Nenhuma delas pensava que algo assim aconteceria durante a viagem. A jovem não apenas se preocupava com Nigel, mas também com Sarah, pois nunca testemunhara sua mãe tão arrasada antes.Depois de chegar em casa, cada uma foi em direção a seu respectivo quarto. Em vez de tomar banho, Anne se sentou na beira da cama, atordoada. A moça não consegui
Se Sarah também estivesse no hospital, Dorothy e Bianca com certeza tentariam provocá-la ou até machucá-la. Anne se sentia preocupada porque não queria que sua mãe se machucasse enquanto seu pai ainda estivesse inconsciente. A porta da sala de reuniões se abriu e havia homens e mulheres sentados ao longo da mesa. Anne presumiu serem os especialistas que Anthony havia chamado. O magnata se sentou na outra ponta com Kathryn de um lado e Dorothy e Bianca do outro. Essas duas últimas olharam com frieza para Anne, que se sentou ao lado de Kathryn. Anthony olhou para o relógio e a doutora interpretou isso como uma dica para iniciar a reunião. — Todos devem ter uma cópia do relatório médico, então vocês sabem que o paciente está em coma. Qualquer um aqui que conseguir melhorar sua condição, mesmo que seja um mínimo avanço, será bem recompensado. — Todos sabiam o que ela queria dizer com isso: qualquer valor de pagamento não seria um problema, se eles merecessem. Um dos homens leu o rela
— De maneira nenhuma, senhora. O pior resultado seria simplesmente nenhum resultado. — Disse o especialista.— Está resolvido, então. Kathryn, relate-me o progresso diário. — Ordenou Anthony.— Sim, senhor Marwood. — Anne ficou aliviada e muito feliz por haver alguma esperança, por menor que fosse. Enquanto isso, Anthony se levantou para sair e Dorothy e Bianca o seguiram. Anne caminhou atrás deles e pegou o telefone para ligar para Sarah, que atendeu de imediato, já perguntando:— Anne, como foi? Eles podem curá-lo? — — Apenas três dos especialistas ficaram e disseram que podem tentar, mas não há garantia. — Disse Anne com sinceridade.Sentindo-se como se uma pedra tivesse sido retirada de seu peito, Sarah disse: — Os médicos nunca fariam promessas, mesmo para cirurgias simples. Isso significa que seu pai definitivamente vai acordar! — Anne não se atreveu a concordar, considerando a gravidade da lesão cerebral de seu pai. No entanto, ela também não podia negar a esperança
— Mesmo que você precise ler o testamento, não precisamos de estranhos aqui. Nigel não tem nada a ver com Sarah. A não ser que seja para pagar por cada vez que ela dormiu com ele. — O insulto foi de extrema indelicadeza e Robert se sentiu muito constrangido por ser colocado em uma situação difícil. Bianca ficou satisfeita ao ver a raiva reprimida no rosto de Anne e disse: — Mãe, todos nós sabemos disso, então por que se preocupar em dizer em voz alta? — A moça, sarcástica, insinuava que era constrangedor para Anne.— Sarah e Anne são mencionadas no testamento. — Disse Robert.— O quê?! — Dorothy perdeu os sentidos. — Sarah também?! — — Sim. — Tanto Dorothy quanto Bianca olharam ferozmente para Anne, que também ficou surpresa. Fazia sentido que ela herdasse uma parte das propriedades do pai porque era filha dele, mas sua mãe não tinha qualquer vínculo oficial com Nigel.— Papai é um homem responsável. De certo se sente culpado por ter passado pela vida dela, então é normal qu