Tremendo de pavor, Anne lutou para escapar da banheira, mas assim que, entre tropeços e escorregões, conseguiu sair, Anthony a agarrou pela nuca e a puxou.― Ugh! Não... ― Ela gritou chorosa.O demônio a pressionou contra a pia do banheiro, forçando-a a encarar o reflexo no espelho, enquanto sussurrava em seu ouvido, diabolicamente:― Apenas olhe para si mesma. Pare de se fazer de difícil. ― ― Não é isso... Deixe-me ir! Já chega... ― A jovem fechou os olhos, não suportando a humilhação de ver seu corpo abusado e torturado.― Você sabe que isso está longe de ser suficiente... ― Ele continuou, em uma voz baixa e sem emoção, que causou arrepios na espinha dela. A jovem se lembrava da outra noite quase três anos atrás, quando tinha bebido demais e encontrado um homem no bar... então sabia o quão insaciável aquele homem era.Lágrimas grossas rolaram por suas bochechas e caíram no chão. Então, o homem a puxou pelo braço, para fora do banheiro e a jogou na cama. A jovem ficou prostrad
― Você não ficou sabendo? Anne tentou fugir, ontem à noite, e foi pega por Anthony. Ela foi punida imediatamente, assim que ele a trouxe de volta. Talvez, você tenha que ir buscar o cadáver dela, em breve! ― Sarah congelou e pensou, consigo mesma: "Anne tentou escapar? E ela foi pega? Por que não fiquei sabendo disso? Anne não me contou nada!” No reflexo desse pensamento, a mulher puxou o celular, e ligou para a sobrinha, mas ninguém atendeu.Michelle ficou muito feliz ao ver como Sarah estava preocupada e, satisfeita, deixou o quarto.Sarah correu para a Clínica Estética, antes mesmo de tomar café da manhã, mas a recepcionista disse que Anne havia telefonado, dizendo que estava doente. A tia da jovem, então, foi ao apartamento de Anne e descobriu que o celular da jovem estava na mesa da sala, o que significava que ela ainda estava na Mansão Real.O telefone na mesinha de centro de repente começou a tocar e quando Sarah foi ver quem ligava, viu a palavra 'Mãe' na tela.Atordoada
Mesmo sendo uma caminhada de apenas alguns passos, Anne se sentiu exausta. Propositalmente de costas para o espelho, soltou a coberta que escondia seu corpo e, enquanto se vestia, o reflexo reproduzia, cruelmente, cada uma das marcas no corpo esguio e gracioso. Anthony só poderia ser um homem louco por causar aquela degradação em uma mulher. Depois que Anne se vestiu e recuperou, mesmo que minimante, a presença de espírito, deixou a Mansão Real levada por um dos seguranças de seu algoz. Aquela pequena humilhação ainda era melhor do que caminhar até a beira da estrada e chamar um táxi, no estado em que a jovem se encontrava. Assim que desceu do carro e chegou ao portão do prédio, Anne ouviu um grito: ― Anne! ― A jovem se virou e viu Sarah, saindo de um veículo e andando rápido, quase correndo, em sua direção. ― Sarah... ― Anne disse, com a voz fraca ― O que Anthony fez com você? ― Sarah olhou a jovem, de cima a baixo ― O que há de errado com sua garganta? Você está
Respirando fundo, para criar coragem, Anne desceu as escadas, ainda se sentindo mal, física e psicologicamente e saiu pela porta dos fundos, de onde chamou um táxi, sem saber que, alguns metros atrás, Sarah aguardava, para segui-la.“Ela deve ter ido ver a mãe!” Sarah pensou, bolando um plano. Ela não conseguiu persuadir Anne, mas poderia afastar Cheyenne. Anne desceu do carro, olhou para os lados, inconscientemente procurando o Rolls Royce do demônio e, aliviada, subiu as escadas. Quando chegou à porta, usou suas chaves para entrar. Imediatamente, ao ouvir a porta, Cheyenne apareceu na sala, dizendo:― Anne? ― Anne deu um suspiro de alívio e fechou a porta.― Mãe, você está bem? ― ― Está tudo bem. As crianças acabaram de dormir. O que aconteceu? Não consegui falar com você! Fiquei tão aflita! ― Ignorando, momentaneamente, a pergunta da mãe, a jovem correu para o quarto para ver as crianças, que dormiam tranquilas. Anne as abraçou e beijou, sendo invadida, pela pr
― Você tem medo de que eu exponha seu segredo? ― Cheyenne perguntou, com um brilho estranho no olhar. Sarah se segurou ao máximo para conter sua vontade de bater nela. “Meu segredo? Esta mulher a estava ameaçando?” ― Sarah, não tenho segundas intenções com minha filha e conheço, muito bem, o meu lugar. Não tente me afastar dela, ou qualquer coisa do tipo. ― Cheyenne concluiu, com uma voz cansada. ― Impossível! Você tem que desaparecer da vida de Anne! ― Sarah discordou. ― Então não tenho mais nada para dizer. ― Cheyenne se virou, sem olhar para trás, e entrou no prédio. Sarah ficou com tanta raiva que chutou a lata de lixo. Um cheiro ruim pairou no ar, deixando-a enjoada, e ela voltou para o carro, praguejando e soltando impropérios até chegar na Mansão dos Marwood. Mas, ainda assim, quando chegou, continuava furiosa. “Como Cheyenne pôde reencontrar Anne? Eu preciso afastá-las.”Entretanto, Sarah não podia fazer nada e, tarde da noite, Anne retornou para a casa de su
Oliver entrou no escritório do presidente do Grupo Arquiduque, entregando um telefone celular:― Senhor Marwood, encontrei isso no banco traseiro do seu carro. ― Anthony mexeu no celular, e seus olhos estavam sombrios, mas o homem não parecia surpreso. ― Como o Senhor Marwood sabia que a Senhorita Vallois tinha um segundo celular? ― Oliver perguntou, depois de observar a reação de seu chefe. ― Se ela deixava algo importante, como um telefone celular, em casa, duas vezes, isso significava que ela tinha descoberto o localizador. ― Os olhos de Anthony eram como os de uma águia. Ele sabia de tudo e nunca subestimava ninguém. Por outro lado, Oliver não esperava que Anne fosse tão inteligente e ficou surpreso. Percebendo isso, Anthony olhou para Oliver e disse:― Não a subestime, ou será enganado. ― ― Então... você quer levá-la de volta para a Mansão Real para controlá-la de perto, mais uma vez? ― Oliver perguntou. Anthony estreitou os olhos negros e brilhantes, enquan
Vendo que Anne tinha sido convocada para o andar administrativo, as outras enfermeiras começaram a sussurrar. ― Para que a chamaram? ― ― Não sei. ― ― O que mais pode ser? Ela vai ser demitida! Do jeito que ela sempre falta por estar doente! ― Zelda entrou na conversa. No segundo andar, Anne foi levada até a porta de um escritório e ela nem precisava perguntar para saber quem estava lá dentro. Então, respirando fundo, bateu na porta e aguardou, até ouvir a voz baixa e profunda responder:― Entre. ― O homem sentado na poltrona vestia um terno preto. Ele tinha uma expressão insondável, enquanto encarava Anne com firmeza. ― O que você quer comigo? ― A jovem perguntou, sentindo as pernas estremeceram quando seus olhos encontraram os dele. ― Seu corpo está se recuperando bem... ― O homem comentou, com a voz sem emoção e Anne abaixou a cabeça. Memórias terríveis ressurgiram e seu corpo encolheu ainda mais. “Ele não veio até aqui só para perguntar isso, não é?”
― Senhor Marwood, vim trazer um café. ― A voz de Zelda anunciou, do outro lado da porta, pedindo permissão para entrar e Anne ficou surpresa: “Zelda? Por que Zelda veio trazer café?" Então, olhou para Anthony, que encarava o lado oposto do escritório com uma expressão sombria.O olhar duro de Anthony voltou para o rosto atordoado de Anne e, ao mesmo tempo que soltava o punho da jovem, o homem ordenava: ― Entre! ― Anne se assustou, olhando para Anthony, incrédula, e sem tempo para se recompor, preferiu se jogar ao chão, se escondendo atrás da mesa. Afinal, se alguma colega de trabalho a visse naquela situação, resultaria em uma bola de neve de fofocas. Zelda entrou e seu coração disparou, assim que viu o homem poderoso. Encostando a porta, atrás de si, a mulher levou a xícara até a mesa e falou, com uma voz coquete:― Fui eu mesma quem preparou. Espero que goste! ― Ela tinha a maquiagem retocada e os cabelos soltos jogados de lado, deixando claro que tinha outra intenção, a