Oliver entrou no escritório do presidente do Grupo Arquiduque, entregando um telefone celular:― Senhor Marwood, encontrei isso no banco traseiro do seu carro. ― Anthony mexeu no celular, e seus olhos estavam sombrios, mas o homem não parecia surpreso. ― Como o Senhor Marwood sabia que a Senhorita Vallois tinha um segundo celular? ― Oliver perguntou, depois de observar a reação de seu chefe. ― Se ela deixava algo importante, como um telefone celular, em casa, duas vezes, isso significava que ela tinha descoberto o localizador. ― Os olhos de Anthony eram como os de uma águia. Ele sabia de tudo e nunca subestimava ninguém. Por outro lado, Oliver não esperava que Anne fosse tão inteligente e ficou surpreso. Percebendo isso, Anthony olhou para Oliver e disse:― Não a subestime, ou será enganado. ― ― Então... você quer levá-la de volta para a Mansão Real para controlá-la de perto, mais uma vez? ― Oliver perguntou. Anthony estreitou os olhos negros e brilhantes, enquan
Vendo que Anne tinha sido convocada para o andar administrativo, as outras enfermeiras começaram a sussurrar. ― Para que a chamaram? ― ― Não sei. ― ― O que mais pode ser? Ela vai ser demitida! Do jeito que ela sempre falta por estar doente! ― Zelda entrou na conversa. No segundo andar, Anne foi levada até a porta de um escritório e ela nem precisava perguntar para saber quem estava lá dentro. Então, respirando fundo, bateu na porta e aguardou, até ouvir a voz baixa e profunda responder:― Entre. ― O homem sentado na poltrona vestia um terno preto. Ele tinha uma expressão insondável, enquanto encarava Anne com firmeza. ― O que você quer comigo? ― A jovem perguntou, sentindo as pernas estremeceram quando seus olhos encontraram os dele. ― Seu corpo está se recuperando bem... ― O homem comentou, com a voz sem emoção e Anne abaixou a cabeça. Memórias terríveis ressurgiram e seu corpo encolheu ainda mais. “Ele não veio até aqui só para perguntar isso, não é?”
― Senhor Marwood, vim trazer um café. ― A voz de Zelda anunciou, do outro lado da porta, pedindo permissão para entrar e Anne ficou surpresa: “Zelda? Por que Zelda veio trazer café?" Então, olhou para Anthony, que encarava o lado oposto do escritório com uma expressão sombria.O olhar duro de Anthony voltou para o rosto atordoado de Anne e, ao mesmo tempo que soltava o punho da jovem, o homem ordenava: ― Entre! ― Anne se assustou, olhando para Anthony, incrédula, e sem tempo para se recompor, preferiu se jogar ao chão, se escondendo atrás da mesa. Afinal, se alguma colega de trabalho a visse naquela situação, resultaria em uma bola de neve de fofocas. Zelda entrou e seu coração disparou, assim que viu o homem poderoso. Encostando a porta, atrás de si, a mulher levou a xícara até a mesa e falou, com uma voz coquete:― Fui eu mesma quem preparou. Espero que goste! ― Ela tinha a maquiagem retocada e os cabelos soltos jogados de lado, deixando claro que tinha outra intenção, a
No escritório da diretoria da clínica, apenas Anthony tinha uma expressão serena no rosto, como se nada do que acontecia naquele lugar tivesse a mínima relação com ele. Então, subitamente, sua mão envolveu o pulso de Anne e a puxou. Com um gritinho de surpresa, a jovem se desequilibrou e caiu sobre o homem, incapaz de se levantar. A mão que envolveu a cintura da jovem, impedindo que ela levantasse, era forte como uma corrente de ferro. ― Você já terminou o show? ― Anthony perguntou para Zelda e, então, ignorou a mulher, dando uma mordida suave na orelha de Anne. Que estremeceu e controlou seu corpo para não resistir e criar ainda mais problemas.Pasma, Zelda olhou para o magnata. “Então, essa maldita foi mais rápida do que eu? Como eu odeio essa mulher”― O que ainda faz aqui? Pegue seu café e saia! ― A voz de Anthony era fria como gelo. Zelda estava tão assustada que seu rosto empalideceu e ela foi tão acometida pela surpresa que apenas pegou a xícara de café, abriu a port
― O que você está fazendo? ― Anne inclinou a cabeça e viu sua mãe fritando ovos em forma de cabeças de pequenos animais. Era muito fofo e ela não pôde deixar de rir ― Não se dê tanto trabalho, mãe. Eles são tão pequenos ainda, fazem uma bagunça enorme enquanto comem! ― ― Eu sei que eles não são comedores exigentes, mas quero vê-los felizes! ― Anne sentiu um calor no coração. Ela estava feliz por ter perdoado sua mãe. Afinal, era natural que as mães amassem seus filhos e ela imaginava que Cheyenne deveria ter passado por circunstâncias difíceis, para ser forçada a deixá-la. Além disso, ela sabia como era sua família. Seu pai era péssimo. Agressivo com Cheyenne, ignorante com Anne, e incapaz de fornecer sustento. Gastando todo o salário em apostas.Ela se lembrava de uma das vezes em que sua mãe tentou controlar o vício do pai e, como consequência, foi espancada com tanta violência que foi parar no hospital, quase perdendo a visão de um dos olhos.Mesmo que ainda fosse uma criança,
― Se você não tem nada para falar, vou desligar... ― Cheyenne falou, após alguns segundos de silêncio desconfortável. ― Você ainda se lembra de como Francis morreu? ― Sarah perguntou, finalmente.Em pânico, Cheyenne olhou para as crianças e agarrou a ponta da mesa, tentando se acalmar.― E-Eu, eu... não sei. ―― Estava escuro e ventoso, naquela noite, no topo da Montanha Antipodal. Você realmente não se lembra? ― O rosto de Cheyenne ficou pálido:― E-Ele não está morto? Como...? Sua... ―― Infelizmente, para você, eu vi tudo. ― ― E o que você quer!? ― ― Já não fui clara? Deixe Anne em paz! Quanto mais longe você for, melhor. E nunca mais volte para a vida dela! Dou-lhe três dias. Fugir ou ir para a cadeia, a escolha é simples e só depende de você. ― Depois de desligar o telefone, Cheyenne andou pela casa toda, parando na cozinha para beber água, ou começando tarefas que não terminava, tentando recuperar a presença de espírito, mas em vão. A ligação tinha trazido à tona c
Como o diretor não se moveu para pegar o embrulho, a secretária Lily, para evitar uma situação constrangedora, pegou o presente e colocou sobre a mesa. Entretanto, o diretor, chamado Lucas, falou, com voz firme, ajeitando os óculos:― Não aceito suborno. ― ― O que é sumono? ― Charlie perguntou. Anne ignorou a pergunta do filho e sussurrou:― Digam ‘olá’ ao Diretor. ― ― Olá, diretor! ― As três crianças disseram, em uníssono. ― Ser legal também não vai te dar nenhuma vantagem. ― Lucas apoiou a mão no queixo, segurou uma caneta entre os dedos e a girou ― Qual é o seu nível de escolaridade, que trabalho você tem e qual é a renda familiar? ― ― Eu tenho o superior incompleto, e trabalho em uma clínica de procedimentos estéticos. Sou mãe solteira e minha renda não chega a três salários, mas eu posso pagar a mensalidade. ― Anne sabia que não era muito qualificada, mas tinha que mostrar segurança, agora que descobria que a entrevista era sobre ela e não sobre os trigêmeos. Lucas f
― Mãe, mesmo que você não tenha pensado em mim, se você for embora, ninguém vai me ajudar a cuidar das crianças, pense nelas... ― Implorou Anne. ― A escola vai cuidar bem das crianças, Anne. Não se preocupe com isso. ― Anne encostou-se na parede, como se procurasse alguém para apoiá-la:― Você realmente não quer ver seus netos crescendo? ― ― Anne, me desculpe... Eu sinto muito... ― Cheyenne desligou, entre lágrimas. Anne não podia aceitar aquilo. “Por que ela vai embora, de novo?” Então, pensou no cartão que sua mãe lhe deu na noite anterior e imaginou que ela já tinha planejado partir.“Não, nada disso está certo. Minha mãe ama as crianças, não tem como ter sido fingimento. Como ela pode ter decidido ir embora? Alguma coisa aconteceu.” Com isso em mente, Anne pediu licença ao supervisor e foi para a casa de Cheyenne. Mas, quando chegou, não encontrou ninguém. Entretanto, as roupas ainda estavam no armário. A jovem ligou, mas ninguém atendeu. "O que aconteceu!? Por que ela