― Mãe, mesmo que você não tenha pensado em mim, se você for embora, ninguém vai me ajudar a cuidar das crianças, pense nelas... ― Implorou Anne. ― A escola vai cuidar bem das crianças, Anne. Não se preocupe com isso. ― Anne encostou-se na parede, como se procurasse alguém para apoiá-la:― Você realmente não quer ver seus netos crescendo? ― ― Anne, me desculpe... Eu sinto muito... ― Cheyenne desligou, entre lágrimas. Anne não podia aceitar aquilo. “Por que ela vai embora, de novo?” Então, pensou no cartão que sua mãe lhe deu na noite anterior e imaginou que ela já tinha planejado partir.“Não, nada disso está certo. Minha mãe ama as crianças, não tem como ter sido fingimento. Como ela pode ter decidido ir embora? Alguma coisa aconteceu.” Com isso em mente, Anne pediu licença ao supervisor e foi para a casa de Cheyenne. Mas, quando chegou, não encontrou ninguém. Entretanto, as roupas ainda estavam no armário. A jovem ligou, mas ninguém atendeu. "O que aconteceu!? Por que ela
― Ah! ― O corpo de Anne se chocou contra o banco de couro e a jovem se sentiu desorientada. ― Sempre que eu chamar, você vem. Não quero ouvir desculpas. Seus problemas pessoais não me importam. Está claro? ― A sombra apertava seu pulso. Anne sentiu o leve odor de álcool misturado com os hormônios acentuados do corpo de Anthony, que disparavam em sua cabeça todos os alarmes de perigo.― O que você está fazendo? ― ― Por que você pergunta, se já sabe a resposta? ― ― Por favor, não... ― Anne sabia que poucas vezes o demônio dirigia e não podia acreditar que Anthony abusaria dela na frente do motorista. Entretanto, parecendo ter lido sua mente, o magnata disse:― Cleve, nos deixe a sós. ― Sem dizer nada, o motorista, saiu do carro, fechou a porta e atravessou a rua. Anne mordeu os lábios e fechou os olhos, sentindo-se humilhada. Ela sabia muito bem o que Anthony faria com o corpo dela, mas não imaginava o quanto tempo duraria e essa era uma de suas preocupações: “As crianças e
― Fale mais sobre essa sua tia. ― Anne não esperava ser questionada tão minuciosamente, mas queria colaborar com tudo o que sabia:― Minha tia, Sarah, tentou cortar laços com meu pai, depois de se casar com Ron Marwood. Senhor, pode ter havido algum engano? Como minha mãe poderia ter matado alguém? Deve haver um engano! ― O policial deu de ombros:― Foi Cheyenne quem se entregou e confirmou a localização do corpo. Como ela saberia essas informações se não estivesse envolvida? Que Ron Marwood? ― ― Do ramo principal da família Marwood, da elite aqui de Luton... ― Disse Anne. O policial pensou um pouco, e então sua expressão ficou perturbada. Se existisse envolvimento da família Marwood seus superiores deveriam ser informados imediatamente. Com isso em mente. O homem anotou as informações de Anne e a liberou, permitindo que visse a mãe. Cheyenne já havia colocado o uniforme da prisão e, quando a viu a filha, abaixou a cabeça. Anne gritou:― O que está acontecendo? Mãe, como
Se ela soubesse que Anthony iria voltar para a Mansão Real, poderia ficar ali e aguardar seu retorno, assim ele não teria mais como se esconder dela. Mas, e as crianças? Ela não poderia ficar o tempo que desejava, por isso, às sete da noite, ficou inquieta, pensando que teria de ir embora para buscar os filhos.Entretanto, pegou o celular e ligou para a creche. Foi a primeira vez, naquele dia, que recebeu uma notícia positiva. A escolinha tinha estrutura para acolher as crianças, mesmo que tivessem que ficar ali a noite toda. Aliviada, Anne continuou esperando.Nove horas, dez horas, onze horas... A jovem aguardava de braços cruzados, sentada no sofá da sala de estar. Mas, sua esperança de que Anthony fosse aparecer diminuía a cada segundo.Então, seu celular apitou e ela olhou, percebendo que se tratava de uma mensagem de texto de Anthony. Com o coração cheio de esperança renovada, a jovem abriu a mensagem e viu que se tratava de um endereço. Ela copiou as informações e colou no na
― Você acha que tem outra opção? ― Anthony olhou para ela, com uma expressão sombria. Não havia traço de luz, em seus olhos escuros ― Anne, Anne... você não é muito obediente. ― Anne percebeu que havia dito algo errado, mas não sabia exatamente o quê:― Não... eu não quis desobedecer... ― Então, o homem sorriu e, sem sequer olhar para ela, disse:― Suba para o quarto, limpe-se e espere por mim! ― Anne entendeu o que ele quis dizer e, concordando com a cabeça, sentiu-se tão humilhada que não conseguiu responder verbalmente. Um funcionário a levou para o primeiro pavimento.Anne foi deixada em uma suíte presidencial, com design sofisticado e luxuoso. Enquanto conhecia o quarto imenso, praticamente um apartamento, abriu um dos guarda-roupas e reconheceu diversos ternos de Anthony. Ou seja, o lugar não era um quarto alugado casualmente, mas pertencia ao magnata.Os objetos do local deixavam claro que era um lugar utilizado para realização das mais diversas práticas sexuais e Anne
― A comida está pronta, filha. Vamos comer. ― Cheyenne disse, com uma voz surpreendentemente controlada, enquanto enxugava as lágrimas. As duas estavam comendo, à mesa, quando Anne disse:― Deixa que eu vou buscar as crianças na creche. Você não precisa ir, mãe. ― ― Estou de volta e estou bem! Posso me concentrar em cuidar das crianças. Deixe-me buscá-las. ― ― Mas, é bom para as crianças terem mais contato com outras crianças de idades próximas, no final da tarde irei. ― Disse Anne com um sorriso gentil. Ela queria que eles tivessem uma educação de alta qualidade, embora não tivesse muitos recursos financeiros. Como o combinado, no final da tarde, Anne foi ao berçário e viu seus trigêmeos pela janela. Chris estava ajoelhado no chão, amarrando o cabelo de Chloe, enquanto Charlie estava brincando em grandes dinossauros de borracha, com outros amiguinhos, montado nas costas de um triceratops e acenando com a faca na mão. Anne riu, cobrindo a boca e sentindo lágrimas brotando em
Chris e Charlie tinham sido tão convencidos pelo argumento da irmã, que nem esperaram a resposta da mãe. O quinteto foi caminhando até o parque de diversões de um shopping, nas proximidades, onde havia um carrossel, entre vários outros brinquedos. Montados em cavalos, polvos e dragões, os bebês se divertiram muito até pedir para ir em outro brinquedo.Anne tirou todos do carrossel, deu alguns passos e se virou, para descobrir que as crianças atrás dela haviam sumido. Mas, seu susto não durou nem um segundo, pois, logo avistou as três crianças segurando casquinhas de sorvete em suas mãos e seus rostinhos olhando para o céu, com expressões impressionadas. Anne olhou e viu que se tratava de um chapéu mexicano que, veloz, fazia com que as pessoas girassem cada vez mais alto, gritando de excitação. A jovem também ficou olhando, estupefata, até escutar a gargalhada de sua mãe. Que viu Anne com a mesma expressão de admiração das crianças, e não conseguiu se conter.― Mamãe, quero ir
A porta do elevador se fechou e tanto Charlie quanto Anthony ainda estavam parados, observando um ao outro, com curiosidade, até que o olhar do homem adulto estremeceu ligeiramente. Anthony não estava habituado que alguém sustentasse seu olhar por tanto tempo e pensou que aquela criança era bastante corajosa. Mas, para um bebê, aquilo não era nada demais.Também no elevador, mas um pouco afastado. Oliver observava a cena, se perguntando o que diabos seu chefe estava fazendo.― O que você está olhando? ― Anthony disse, calma e arrogantemente. Charlie se assustou com a voz indiferente, mas seu rostinho estava imperturbável quando respondeu, com uma voz fofa:― Nada! ― Ficando de lado, sentindo-se muito corajoso e malvado, por ter sido mal educado. A reação da criança desconsertava Anthony, atiçando uma boa vontade em relação à criança, por isso, disse, em uma voz, ainda tranquila:― Você não sabia que precisa de um adulto para acompanhá-lo no elevador? ― Entretanto, logo após f