Se ela soubesse que Anthony iria voltar para a Mansão Real, poderia ficar ali e aguardar seu retorno, assim ele não teria mais como se esconder dela. Mas, e as crianças? Ela não poderia ficar o tempo que desejava, por isso, às sete da noite, ficou inquieta, pensando que teria de ir embora para buscar os filhos.Entretanto, pegou o celular e ligou para a creche. Foi a primeira vez, naquele dia, que recebeu uma notícia positiva. A escolinha tinha estrutura para acolher as crianças, mesmo que tivessem que ficar ali a noite toda. Aliviada, Anne continuou esperando.Nove horas, dez horas, onze horas... A jovem aguardava de braços cruzados, sentada no sofá da sala de estar. Mas, sua esperança de que Anthony fosse aparecer diminuía a cada segundo.Então, seu celular apitou e ela olhou, percebendo que se tratava de uma mensagem de texto de Anthony. Com o coração cheio de esperança renovada, a jovem abriu a mensagem e viu que se tratava de um endereço. Ela copiou as informações e colou no na
― Você acha que tem outra opção? ― Anthony olhou para ela, com uma expressão sombria. Não havia traço de luz, em seus olhos escuros ― Anne, Anne... você não é muito obediente. ― Anne percebeu que havia dito algo errado, mas não sabia exatamente o quê:― Não... eu não quis desobedecer... ― Então, o homem sorriu e, sem sequer olhar para ela, disse:― Suba para o quarto, limpe-se e espere por mim! ― Anne entendeu o que ele quis dizer e, concordando com a cabeça, sentiu-se tão humilhada que não conseguiu responder verbalmente. Um funcionário a levou para o primeiro pavimento.Anne foi deixada em uma suíte presidencial, com design sofisticado e luxuoso. Enquanto conhecia o quarto imenso, praticamente um apartamento, abriu um dos guarda-roupas e reconheceu diversos ternos de Anthony. Ou seja, o lugar não era um quarto alugado casualmente, mas pertencia ao magnata.Os objetos do local deixavam claro que era um lugar utilizado para realização das mais diversas práticas sexuais e Anne
― A comida está pronta, filha. Vamos comer. ― Cheyenne disse, com uma voz surpreendentemente controlada, enquanto enxugava as lágrimas. As duas estavam comendo, à mesa, quando Anne disse:― Deixa que eu vou buscar as crianças na creche. Você não precisa ir, mãe. ― ― Estou de volta e estou bem! Posso me concentrar em cuidar das crianças. Deixe-me buscá-las. ― ― Mas, é bom para as crianças terem mais contato com outras crianças de idades próximas, no final da tarde irei. ― Disse Anne com um sorriso gentil. Ela queria que eles tivessem uma educação de alta qualidade, embora não tivesse muitos recursos financeiros. Como o combinado, no final da tarde, Anne foi ao berçário e viu seus trigêmeos pela janela. Chris estava ajoelhado no chão, amarrando o cabelo de Chloe, enquanto Charlie estava brincando em grandes dinossauros de borracha, com outros amiguinhos, montado nas costas de um triceratops e acenando com a faca na mão. Anne riu, cobrindo a boca e sentindo lágrimas brotando em
Chris e Charlie tinham sido tão convencidos pelo argumento da irmã, que nem esperaram a resposta da mãe. O quinteto foi caminhando até o parque de diversões de um shopping, nas proximidades, onde havia um carrossel, entre vários outros brinquedos. Montados em cavalos, polvos e dragões, os bebês se divertiram muito até pedir para ir em outro brinquedo.Anne tirou todos do carrossel, deu alguns passos e se virou, para descobrir que as crianças atrás dela haviam sumido. Mas, seu susto não durou nem um segundo, pois, logo avistou as três crianças segurando casquinhas de sorvete em suas mãos e seus rostinhos olhando para o céu, com expressões impressionadas. Anne olhou e viu que se tratava de um chapéu mexicano que, veloz, fazia com que as pessoas girassem cada vez mais alto, gritando de excitação. A jovem também ficou olhando, estupefata, até escutar a gargalhada de sua mãe. Que viu Anne com a mesma expressão de admiração das crianças, e não conseguiu se conter.― Mamãe, quero ir
A porta do elevador se fechou e tanto Charlie quanto Anthony ainda estavam parados, observando um ao outro, com curiosidade, até que o olhar do homem adulto estremeceu ligeiramente. Anthony não estava habituado que alguém sustentasse seu olhar por tanto tempo e pensou que aquela criança era bastante corajosa. Mas, para um bebê, aquilo não era nada demais.Também no elevador, mas um pouco afastado. Oliver observava a cena, se perguntando o que diabos seu chefe estava fazendo.― O que você está olhando? ― Anthony disse, calma e arrogantemente. Charlie se assustou com a voz indiferente, mas seu rostinho estava imperturbável quando respondeu, com uma voz fofa:― Nada! ― Ficando de lado, sentindo-se muito corajoso e malvado, por ter sido mal educado. A reação da criança desconsertava Anthony, atiçando uma boa vontade em relação à criança, por isso, disse, em uma voz, ainda tranquila:― Você não sabia que precisa de um adulto para acompanhá-lo no elevador? ― Entretanto, logo após f
Por um momento, o coração de Anne falhou e ela levou a mão à boca. “Será Anthony? O que ele fazia em um shopping?”. Entretanto, sua atenção foi atraída pelas crianças, que se alvoroçavam: ― Era o papai? ― Chris perguntou. ― Não! Papai tá no céu! ― Chloe lembrou. Então, Charlie perguntou:― Mamãe, tem foto do papai? ― ― Claro! Mamãe tem sim! Mas, antes, prestem bem atenção! ― Anne fez uma pausa esperando que os seis olhinhos preocupados focassem nela ― O homem que Charlie viu não é o pai de vocês e pode ser um cara mau. Se vocês o virem, devem evitá-lo, entendeu? ― ― Sim, mamãe! ― Os três responderam confusos, mas sabendo que deveria ser um conselho muito importante. Finalmente no apartamento, Anne juntou as três crianças ao redor da mesa e mostrou o retrato que tinha pego no mostruário da loja de fotografias. As três cabecinhas se juntaram e olharam para o homem, com olhos grandes. Depois disso, Cheyenne puxou Anne de lado e perguntou:― Quem é? ― ― Não sei. Peguei um
― Claro que você não vai contar para ninguém. Você é uma assassina! ― Sarah não aguentou a pressão ― Não importa o que você diz, não fui eu que errei! Foi você! ― De qualquer maneira Cheyenne já tinha sido presa e libertada. Ela não tinha mais motivos para ter medo, então se virou e saiu. Mas, Sarah ficou com tanta raiva que quebrou a bolsa, jogando-a no chão. Ela tinha certeza que Cheyenne apodreceria na prisão. Isso se não fosse condenada à morte. E vê-la livre, caminhando pelas ruas, a deixou perplexa e confusa. Como ela tinha saído em tão pouco tempo? Algo tinha acontecido. “Certamente Anne pediu ajuda a Anthony. De que outra forma ela poderia ter feito isso? Mas, por que Anthony faria um favor desses para Anne?” Sarah estava cansada de ver as coisas sempre acontecendo do jeito que Anthony queria. Ela estava farta de viver com medo dele.Dois dias depois Anne estava no trabalho quando recebeu um telefonema de Sarah:― Quer sair e comer alguma coisa? ― ― Só você e eu. Já
Resignada, Anne achou mais simples aceitar a situação do que ser rude com o homem que a tratava com simpatia e cortesia.Lucas estendeu o cardápio, mas Anne recusou:― Você pede, eu gosto de praticamente qualquer coisa! ― ― Existe alguma coisa que você não pode comer? ― ― Ah! Sim! Eu sou alérgica a frutos do mar, mas não se preocupe, você pode pedir o que quiser. Basta pedir um prato vegetariano para mim... ― Anne se sentiu desconfortável. Lucas sorriu e não disse nada, enterrando a cabeça no cardápio e, sem comentar nada com ela, chamou o garçom e, discretamente, apontou suas escolhas no cardápio. Quando os pratos chegaram, Anne descobriu que não havia frutos do mar e ela poderia comer um pouco de tudo. Com um sorriso gentil, Lucas disse:― Eu não faço questão de comer frutos do mar. ― Anne não sabia se o que ele dizia era verdade ou mentira, mas ele parecia muito à vontade. No entanto, Anne ainda estava um pouco nervosa. Provavelmente, porque ele era o diretor da escola