Chris e Charlie tinham sido tão convencidos pelo argumento da irmã, que nem esperaram a resposta da mãe. O quinteto foi caminhando até o parque de diversões de um shopping, nas proximidades, onde havia um carrossel, entre vários outros brinquedos. Montados em cavalos, polvos e dragões, os bebês se divertiram muito até pedir para ir em outro brinquedo.Anne tirou todos do carrossel, deu alguns passos e se virou, para descobrir que as crianças atrás dela haviam sumido. Mas, seu susto não durou nem um segundo, pois, logo avistou as três crianças segurando casquinhas de sorvete em suas mãos e seus rostinhos olhando para o céu, com expressões impressionadas. Anne olhou e viu que se tratava de um chapéu mexicano que, veloz, fazia com que as pessoas girassem cada vez mais alto, gritando de excitação. A jovem também ficou olhando, estupefata, até escutar a gargalhada de sua mãe. Que viu Anne com a mesma expressão de admiração das crianças, e não conseguiu se conter.― Mamãe, quero ir
A porta do elevador se fechou e tanto Charlie quanto Anthony ainda estavam parados, observando um ao outro, com curiosidade, até que o olhar do homem adulto estremeceu ligeiramente. Anthony não estava habituado que alguém sustentasse seu olhar por tanto tempo e pensou que aquela criança era bastante corajosa. Mas, para um bebê, aquilo não era nada demais.Também no elevador, mas um pouco afastado. Oliver observava a cena, se perguntando o que diabos seu chefe estava fazendo.― O que você está olhando? ― Anthony disse, calma e arrogantemente. Charlie se assustou com a voz indiferente, mas seu rostinho estava imperturbável quando respondeu, com uma voz fofa:― Nada! ― Ficando de lado, sentindo-se muito corajoso e malvado, por ter sido mal educado. A reação da criança desconsertava Anthony, atiçando uma boa vontade em relação à criança, por isso, disse, em uma voz, ainda tranquila:― Você não sabia que precisa de um adulto para acompanhá-lo no elevador? ― Entretanto, logo após f
Por um momento, o coração de Anne falhou e ela levou a mão à boca. “Será Anthony? O que ele fazia em um shopping?”. Entretanto, sua atenção foi atraída pelas crianças, que se alvoroçavam: ― Era o papai? ― Chris perguntou. ― Não! Papai tá no céu! ― Chloe lembrou. Então, Charlie perguntou:― Mamãe, tem foto do papai? ― ― Claro! Mamãe tem sim! Mas, antes, prestem bem atenção! ― Anne fez uma pausa esperando que os seis olhinhos preocupados focassem nela ― O homem que Charlie viu não é o pai de vocês e pode ser um cara mau. Se vocês o virem, devem evitá-lo, entendeu? ― ― Sim, mamãe! ― Os três responderam confusos, mas sabendo que deveria ser um conselho muito importante. Finalmente no apartamento, Anne juntou as três crianças ao redor da mesa e mostrou o retrato que tinha pego no mostruário da loja de fotografias. As três cabecinhas se juntaram e olharam para o homem, com olhos grandes. Depois disso, Cheyenne puxou Anne de lado e perguntou:― Quem é? ― ― Não sei. Peguei um
― Claro que você não vai contar para ninguém. Você é uma assassina! ― Sarah não aguentou a pressão ― Não importa o que você diz, não fui eu que errei! Foi você! ― De qualquer maneira Cheyenne já tinha sido presa e libertada. Ela não tinha mais motivos para ter medo, então se virou e saiu. Mas, Sarah ficou com tanta raiva que quebrou a bolsa, jogando-a no chão. Ela tinha certeza que Cheyenne apodreceria na prisão. Isso se não fosse condenada à morte. E vê-la livre, caminhando pelas ruas, a deixou perplexa e confusa. Como ela tinha saído em tão pouco tempo? Algo tinha acontecido. “Certamente Anne pediu ajuda a Anthony. De que outra forma ela poderia ter feito isso? Mas, por que Anthony faria um favor desses para Anne?” Sarah estava cansada de ver as coisas sempre acontecendo do jeito que Anthony queria. Ela estava farta de viver com medo dele.Dois dias depois Anne estava no trabalho quando recebeu um telefonema de Sarah:― Quer sair e comer alguma coisa? ― ― Só você e eu. Já
Resignada, Anne achou mais simples aceitar a situação do que ser rude com o homem que a tratava com simpatia e cortesia.Lucas estendeu o cardápio, mas Anne recusou:― Você pede, eu gosto de praticamente qualquer coisa! ― ― Existe alguma coisa que você não pode comer? ― ― Ah! Sim! Eu sou alérgica a frutos do mar, mas não se preocupe, você pode pedir o que quiser. Basta pedir um prato vegetariano para mim... ― Anne se sentiu desconfortável. Lucas sorriu e não disse nada, enterrando a cabeça no cardápio e, sem comentar nada com ela, chamou o garçom e, discretamente, apontou suas escolhas no cardápio. Quando os pratos chegaram, Anne descobriu que não havia frutos do mar e ela poderia comer um pouco de tudo. Com um sorriso gentil, Lucas disse:― Eu não faço questão de comer frutos do mar. ― Anne não sabia se o que ele dizia era verdade ou mentira, mas ele parecia muito à vontade. No entanto, Anne ainda estava um pouco nervosa. Provavelmente, porque ele era o diretor da escola
Anne não se atreveu a olhar para o rosto de Anthony. Mas, mesmo que não o fizesse, a pressão no ar a deixava sem fôlego. Então, de cabeça baixa e com a voz fraca, a jovem disse, cheia de medo:― Não é o que você pensa... ― ― Então, o que é? ― Michelle falou, em tom de zombaria. Anthony entrou na frente da modelo, se aproximando de Anne e olhando fixamente para Lucas, como se escaneasse a alma do diretor que, mesmo sem sentir medo, franziu ligeiramente a testa, pensando que o magnata era, realmente um homem muito sinistro. Mas, sem dizer nada, Anthony ajeitou a gravata, saiu do restaurante e foi embora.Então, como se o tempo voltasse a fluir na velocidade normal, Lucas se virou e viu Anne, tensa e com o rosto pálido. Preocupado, o diretor perguntou:― Você está bem? ― Anne voltou a si, mas seus lábios ainda tremiam quando disse:― Está tudo bem, vamos... ― Anne ficou observando a mudança constante da paisagem, pela janela do carro, mas sem enxergar nada do que via. Suas pup
Como uma coisa daquelas tinha acontecido sem que ele soubesse? Em toda Luton, ninguém tinha autoridade e poder suficientes para realizar uma trama com aquelas, exceto Anthony. No entanto, o tempo todo ele acreditou que seu filho estava apenas fazendo ameaças vãs, sem nunca ter a intenção de cumprir. Entretanto... Eles iriam à falência? Ron não tinha outra escolha, a não ser tentar se encontrar com Anthony, mas os seguranças o expulsaram, antes mesmo que ele entrasse no prédio do Grupo Arquiduque e, se ele tivesse sido um pouco mais lento, provavelmente, teria parado no hospital.Até Anne, que nunca lia notícias sobre economia, sabia que algo estava acontecendo, pois tinha ouvido uma fofoca entre seus colegas, mencionando que o Grupo Marwood iria à falência e, em Luton, esse sobrenome estava sempre entre os mais poderosos e influentes da cidade e ninguém esperava que um grande grupo como esse pudesse ir à falência, sem um grande aviso. Contudo, era isso que estava acontecendo.Ann
O coração de Anne apertou, ficando pequenininho em seu peito. Ela conhecia aquele homem e sabia que era um dos seguranças de Anthony. Por isso, a jovem simplesmente abriu a porta e sentou-se sozinha no banco de trás, desejando, em seu íntimo, simplesmente morrer.Ela não esperava que o demônio mandasse um carro para buscá-la, entretanto, a jovem respirou fundo e se acalmou. Não importa o que poderia acontecer a ela, desde que conseguisse ajudar sua tia. Afinal, quando achou que a mãe estava morta, foi Sarah quem a acolheu. Ou seja, ajudar aquela mulher, também era como ajudar a mãe.Mesmo pensando assim, Anne ainda tinha muito medo de perigos desconhecidos, por isso, quando saiu do carro, seus pés estavam fracos. Olhando para cima, tentando restabelecer a força, a jovem viu os arranha-céus que se elevavam no céu, florescendo com luxo e majestade. Eram os símbolos de poder de Luton. Seguindo o segurança, Anne entrou no Grupo Arquiduque e o homem a colocou em um elevador que foi dire