Pela honra de Anthony, ele jamais poderia deixar que alguém o desafiasse e ficasse impune. Por isso, Anne tentava sumir no assento do banco do carro, enquanto se preparava mentalmente para o castigo que enfrentaria, quando voltasse. A única coisa que a fazia respirar aliviada é que sua mãe e os trigêmeos estavam em segurança, esperando no aeroporto.Em uma franquia que servia baldes de frango frito, Cheyenne ajudava seus netos a comer, sem que sujassem toda a roupa. Mas, com as bochechas completamente lambuzadas de gordura, as crianças começavam a ficar inquietas.― Vovó, mamãe tá chegando? ― Charlie perguntou.― Cadê a mamãe? ― disse Chris.― Vovó, a mamãe não vem? ― Chloe perguntou, preocupada.― Claro que vem! Ela chega daqui a um pouquinho. Vamos, comam mais, que a viagem será longa! ― Cheyenne estava um pouco preocupada com a demora, mas não se atreveu a ligar para Anne porque a filha pediu, especificamente, que ela esperasse sua ligação.No entanto, a situação não deixava
Anne não tinha interesse nenhum no que Anthony ou Michelle fizessem, desde que não a machucassem, ou atingissem às pessoas que ela amava. Por isso, apenas abaixou à cabeça, enquanto a dupla sumia no interior da Mansão Real.Mais cedo, ela havia escondido o telefone sob o banco do passageiro, dentro do carro de Anthony. Anne não pôde deixar de se perguntar se sua mãe continuaria esperando por ela no aeroporto. Então lançou um olhar na direção do carro, mas não podia se mover, pois viu que, perto de onde estava, havia um segurança.No entanto, quando a jovem e a mãe elaboraram o plano, sabendo da onipresença de Anthony, Anne tinha pensado na possibilidade de não conseguir chegar ao aeroporto e orientou Cheyenne a ir para casa se ela não aparecesse em três horas.Entretanto, de todas as possibilidades, Anne nunca imaginou que seu plano de fuga seria arruinado pelas mãos de Tommy. Seu coração doía de pensar na preocupação que ele sentia por ela, na vez em que ele invadiu a Mansão Real,
Tremendo de pavor, Anne lutou para escapar da banheira, mas assim que, entre tropeços e escorregões, conseguiu sair, Anthony a agarrou pela nuca e a puxou.― Ugh! Não... ― Ela gritou chorosa.O demônio a pressionou contra a pia do banheiro, forçando-a a encarar o reflexo no espelho, enquanto sussurrava em seu ouvido, diabolicamente:― Apenas olhe para si mesma. Pare de se fazer de difícil. ― ― Não é isso... Deixe-me ir! Já chega... ― A jovem fechou os olhos, não suportando a humilhação de ver seu corpo abusado e torturado.― Você sabe que isso está longe de ser suficiente... ― Ele continuou, em uma voz baixa e sem emoção, que causou arrepios na espinha dela. A jovem se lembrava da outra noite quase três anos atrás, quando tinha bebido demais e encontrado um homem no bar... então sabia o quão insaciável aquele homem era.Lágrimas grossas rolaram por suas bochechas e caíram no chão. Então, o homem a puxou pelo braço, para fora do banheiro e a jogou na cama. A jovem ficou prostrad
― Você não ficou sabendo? Anne tentou fugir, ontem à noite, e foi pega por Anthony. Ela foi punida imediatamente, assim que ele a trouxe de volta. Talvez, você tenha que ir buscar o cadáver dela, em breve! ― Sarah congelou e pensou, consigo mesma: "Anne tentou escapar? E ela foi pega? Por que não fiquei sabendo disso? Anne não me contou nada!” No reflexo desse pensamento, a mulher puxou o celular, e ligou para a sobrinha, mas ninguém atendeu.Michelle ficou muito feliz ao ver como Sarah estava preocupada e, satisfeita, deixou o quarto.Sarah correu para a Clínica Estética, antes mesmo de tomar café da manhã, mas a recepcionista disse que Anne havia telefonado, dizendo que estava doente. A tia da jovem, então, foi ao apartamento de Anne e descobriu que o celular da jovem estava na mesa da sala, o que significava que ela ainda estava na Mansão Real.O telefone na mesinha de centro de repente começou a tocar e quando Sarah foi ver quem ligava, viu a palavra 'Mãe' na tela.Atordoada
Mesmo sendo uma caminhada de apenas alguns passos, Anne se sentiu exausta. Propositalmente de costas para o espelho, soltou a coberta que escondia seu corpo e, enquanto se vestia, o reflexo reproduzia, cruelmente, cada uma das marcas no corpo esguio e gracioso. Anthony só poderia ser um homem louco por causar aquela degradação em uma mulher. Depois que Anne se vestiu e recuperou, mesmo que minimante, a presença de espírito, deixou a Mansão Real levada por um dos seguranças de seu algoz. Aquela pequena humilhação ainda era melhor do que caminhar até a beira da estrada e chamar um táxi, no estado em que a jovem se encontrava. Assim que desceu do carro e chegou ao portão do prédio, Anne ouviu um grito: ― Anne! ― A jovem se virou e viu Sarah, saindo de um veículo e andando rápido, quase correndo, em sua direção. ― Sarah... ― Anne disse, com a voz fraca ― O que Anthony fez com você? ― Sarah olhou a jovem, de cima a baixo ― O que há de errado com sua garganta? Você está
Respirando fundo, para criar coragem, Anne desceu as escadas, ainda se sentindo mal, física e psicologicamente e saiu pela porta dos fundos, de onde chamou um táxi, sem saber que, alguns metros atrás, Sarah aguardava, para segui-la.“Ela deve ter ido ver a mãe!” Sarah pensou, bolando um plano. Ela não conseguiu persuadir Anne, mas poderia afastar Cheyenne. Anne desceu do carro, olhou para os lados, inconscientemente procurando o Rolls Royce do demônio e, aliviada, subiu as escadas. Quando chegou à porta, usou suas chaves para entrar. Imediatamente, ao ouvir a porta, Cheyenne apareceu na sala, dizendo:― Anne? ― Anne deu um suspiro de alívio e fechou a porta.― Mãe, você está bem? ― ― Está tudo bem. As crianças acabaram de dormir. O que aconteceu? Não consegui falar com você! Fiquei tão aflita! ― Ignorando, momentaneamente, a pergunta da mãe, a jovem correu para o quarto para ver as crianças, que dormiam tranquilas. Anne as abraçou e beijou, sendo invadida, pela pr
― Você tem medo de que eu exponha seu segredo? ― Cheyenne perguntou, com um brilho estranho no olhar. Sarah se segurou ao máximo para conter sua vontade de bater nela. “Meu segredo? Esta mulher a estava ameaçando?” ― Sarah, não tenho segundas intenções com minha filha e conheço, muito bem, o meu lugar. Não tente me afastar dela, ou qualquer coisa do tipo. ― Cheyenne concluiu, com uma voz cansada. ― Impossível! Você tem que desaparecer da vida de Anne! ― Sarah discordou. ― Então não tenho mais nada para dizer. ― Cheyenne se virou, sem olhar para trás, e entrou no prédio. Sarah ficou com tanta raiva que chutou a lata de lixo. Um cheiro ruim pairou no ar, deixando-a enjoada, e ela voltou para o carro, praguejando e soltando impropérios até chegar na Mansão dos Marwood. Mas, ainda assim, quando chegou, continuava furiosa. “Como Cheyenne pôde reencontrar Anne? Eu preciso afastá-las.”Entretanto, Sarah não podia fazer nada e, tarde da noite, Anne retornou para a casa de su
Oliver entrou no escritório do presidente do Grupo Arquiduque, entregando um telefone celular:― Senhor Marwood, encontrei isso no banco traseiro do seu carro. ― Anthony mexeu no celular, e seus olhos estavam sombrios, mas o homem não parecia surpreso. ― Como o Senhor Marwood sabia que a Senhorita Vallois tinha um segundo celular? ― Oliver perguntou, depois de observar a reação de seu chefe. ― Se ela deixava algo importante, como um telefone celular, em casa, duas vezes, isso significava que ela tinha descoberto o localizador. ― Os olhos de Anthony eram como os de uma águia. Ele sabia de tudo e nunca subestimava ninguém. Por outro lado, Oliver não esperava que Anne fosse tão inteligente e ficou surpreso. Percebendo isso, Anthony olhou para Oliver e disse:― Não a subestime, ou será enganado. ― ― Então... você quer levá-la de volta para a Mansão Real para controlá-la de perto, mais uma vez? ― Oliver perguntou. Anthony estreitou os olhos negros e brilhantes, enquan