Anne hesitou um pouco. Assim que saiu do prédio da empresa, já tinha visto um veículo familiar esperando à distância. Agora uma pessoa saia do carro e a jovem percebeu que era Lucas. Ele parou ao lado do carro, olhou para ela e sorriu.A jovem se aproximou um pouco e disse:— Por que você está aqui? — — Eu estava apenas passando. — Anne sorriu. Duvidava da coincidência, mas não disse nada. Então, o diretor abriu a porta do carro insinuando que ela entrasse, num gesto formal. A jovem sentou-se no assento do copiloto e afivelou o cinto de segurança. Assim que os dois se acomodaram, ele entregou a ela uma caixa: — Fiz uma viagem de negócios há dois dias e comprei porque achei que parecia bom. — Disse enquanto ligava o carro. A mãe dos trigêmeos não estava acostumada a receber presentes, então se sentiu desconfortável por um tempo e disse: — Não me dê presentes, por favor. Não consigo retribuir sua ajuda... — — Na verdade, você já está me pagando de volta indo comer junto co
Lucas assentiu:— Eu saí com ela, sim. — — E daí? O que aconteceu? — — Eu disse que tinha alguém de quem gostava mais. E depois, disse a minha mãe que gostava de homens. Isso a assustou pra caramba. — — Você não se preocupa com sua reputação? Além disso, você é um diretor, se acharem você gay não vai afetar sua carreira? Eu não sou homofóbica, só acho assustadoras as possíveis consequências disso. — Anne estava surpresa. — Nah, isso não vai acontecer. — Debochou. — Eu sabia o que estava fazendo.— Sei. — Anne não podia deixar de rir enquanto imaginava o quanto Joanne devia ter ficado chocada naquele momento. Quando estavam em frente ao prédio de Anne, Lucas parou o carro e os dois saíram. Antes que entrasse, a jovem perguntou curiosa: — Por que você estacionou aqui? — — Quero entrar com você — Disse Lucas, sorrindo. — Você é bem romântico, sabia? — Ela sorriu de volta. — Se você acha que sim. — Lucas virou o rosto e viu o doce sorriso de Anne. Ele não aguentou e a
Anne pensou que quando pudesse levar as crianças para o ônibus isso poderia ajudar a diminuir a carga de trabalho da babá, que andava sobrecarregada ultimamente. — Anne! — Ouviu alguém chamar atrás de si, ao mesmo tempo que caminhava de volta para o apartamento. Os passos da jovem congelaram de repente e, quando se virou, viu Joanne se aproximando. A mente ficou em branco por um momento. O que a mãe de Lucas fazia ali? — Não é uma surpresa? Também estou chocada que você realmente persuadiu meu filho a se casar com você. Estava pensando... o que devo fazer como mãe? Concordar ou discordar de ver vocês dois juntos? — Ontem à noite, Joanne esperou até que Lucas voltasse e perguntou como foi o encontro. Ela não ficou muito feliz com a resposta que obteve. A mãe dos trigêmeos estava sem palavras. — Anne, você tem filhos. No futuro, se algum dos seus filhos encontrarem uma mulher como você, você aceitaria? — Perguntou. Anne de repente reuniu sentiu sua coragem subir e disse: —
Depois de desligar o telefone, Anne se deu conta de que só tinha seus pais como família. Sarah estava em Santa Nila e Nigel tinha seus próprios parentes. Como fariam nesse jantar? Sarah viria sozinha e Nigel traria seus familiares com ele? Traria Anthony? Era provável... mas ela não gostava dessa ideia. Depois de pensar nisso, Anne só pôde suspirar. Bem, se toda a família de Nigel viesse, que assim fosse. Ela mandou uma mensagem para ele pelo celular, avisando-o do jantar. Depois de um tempo ligou para o pai:— Oi, pai, como está?— Oi, filha! Estou bem e você?— Eu também... — — Então, quem você quer que vá comigo? — Nigel perguntou a ela ao telefone. — Quem quer que você queira trazer com você. — — Você se importa se eu levar Bianca e Dorothy? Não se preocupe, elas não vão causar problemas. Aliás, quando você ficar noiva e se casar, encontraremos uma maneira de sua mãe voltar. — — Tudo bem. — Anne hesitou por um momento, então perguntou: —Anthony... ele irá também? — —
Anne foi ao hotel experimentar a identidade temporária que tinha guardada e funcionou. Então, Anthony falara a verdade quando disse que a deixaria em paz. Estava livre finalmente. Isso a lembrava que não havia contado a Sarah sobre Lucas ainda. Se colocou no lugar da mãe e pensou como deveria ser ruim sentir que não poderia voltar para Luton. Talvez devesse ligar para ela. Na verdade, iria ligar logo mais. Depois de sair do trabalho, Anne pegou o metrô para casa. Quando desceu dele, sentiu o celular vibrar no seu bolso. Quem seria? Esperou a movimentação de pessoas passar, subiu a escada da estação e viu que era Lucas ligando. — Estou chegando em casa. — Disse Anne. — Quando o seu trabalho vai acabar? Está tudo bem? — — Estou jantando com o pessoal da Secretaria de Educação, saí aqui fora um pouco para poder ligar e ver como você está. — — Que trabalhador você é. — Anne sorriu. — Vejo você quando acabar aqui? — — Não, vá para casa. Não se sobrecarregue, Lucas. — Anne s
Anthony pressionou a mão no ombro de Anne com força, e seus olhos negros a encararam, afiados e ferozes. Estava tão assustada que ofegou e seu corpo tremeu por inteiro. Ela esperava que Anthony a machucasse. Muito. Estava com medo, mas mordeu a língua por estar preocupada de dizer algo e acabar implorando por misericórdia... Quando estava prestes a desmaiar, a mão em seu ombro foi liberada e a pressão no corpo desapareceu. Então, Anthony saiu de cima dela e foi embora do apartamento num rompante estrondoso, bufando e batendo a porta com tudo. Anne ficou deitada no sofá e se sentia num estado de consciência instável. Havia suor frio em sua testa. Mas, tinha ganhado, era isso que importava. O demônio tinha a deixado ir. Quando ela voltou a si, rapidamente encontrou seu celular e verificou a localização de Anthony, vendo que ele já estava fora do edifício. Anne sentou-se no chão, ainda com tremores persistentes. Encostou-se no sofá e chorou. Tinha lutado contra Anthony desta vez,
Lucas encarou Anne levemente com olhos amorosos e então se virou para entrar no carro, deixando o rosto de Anne queimando de timidez. Assim que saiu, ela ficou observando o carro ir embora com um sorriso no rosto. Não contaria a Lucas o que aconteceu na noite anterior, pensou. De qualquer forma, não foi nada, então por que tinha que falar sobre isso? Se sentia bem-humorada e não precisava se preocupar com coisa alguma por enquanto. Sua vida parecia perfeitamente feliz. Quando voltou para dentro, pegou a bolsa, o celular e foi trabalhar. A sexta-feira estava chegando. Em determinado momento do dia, Anne estava numa ligação com Nigel, que dizia: — Seja você mesma, não precisa ficar nervosa. — — Pai, não estou nervosa. É só uma refeição. — Anne riu. Ele ficou um pouco envergonhado por ter entendido errado. — Ah, certo. Me desculpe... — Só se sentia hesitante por sua filha estar se casando de forma tão rápida. Afinal, eles se conheciam há tão pouco tempo! Era tão difícil aceit
— Que cheiro é esse? — perguntou Anne. O motorista não respondeu. Notando pelo espelho retrovisor, ela podia ver que os olhos dele pareciam muito indelicados e maliciosos. A jovem rapidamente cobriu a boca e o nariz, mas era tarde demais e sua visão começou a embaçar. Então, seu corpo caiu mole no assento. O celular deslizou da sua mão e desceu até o carpete do carro, com a mensagem de texto não enviada ainda na tela. — Sinto muito, tenho um jantar muito importante hoje. Serei o anfitrião da próxima vez. — Lucas saiu apressado após cumprimentar o líder da Secretaria de Educação. Enquanto dirigia, ele tentou ligar para Anne. Para sua surpresa, ela não respondeu. Tentou mais algumas, mas só caia na caixa postal, sem sucesso. “Ela já chegou ao restaurante”, pensava. Tentou ligar para o motorista, por precaução, mas ele também não atendia o celular. Bom, tudo que podia fazer era ir direto ao jantar. Quando chegou ao restaurante, as duas famílias já estavam sentadas nas mesas e