Carolina SmithChegar à casa de Louis foi como entrar em um universo completamente diferente do meu. Quando ele virou o carro para a entrada principal, fiquei boquiaberta. Não era uma casa — era uma mansão monumental, digna de filmes. O portão enorme abriu lentamente, e homens de terno e postura rígida estavam de guarda, como soldados protegendo um castelo. Instintivamente, me mexi no banco, ajeitando meu cabelo, como se aquilo fosse fazer alguma diferença.Conforme passávamos pelo longo caminho até a entrada, fiquei ainda mais impressionada. O jardim parecia algo saído de uma revista de arquitetura e paisagismo. Flores impecavelmente cuidadas, grama perfeitamente cortada e luzes amareladas embutidas no chão que iluminavam o trajeto, criando um clima acolhedor e elegante ao mesmo tempo. Era impossível não olhar para aquilo tudo com admiração.Quando Louis entrou na garagem, minha surpresa aumentou. Ele estacionou o carro em um espaço amplo, cercado por outros veículos luxuosos. Havia
Louis BeaumontA semana foi um inferno. Eu não via Carolina desde a última vez que ela esteve na minha casa, e por mais que eu quisesse um momento de tranquilidade com ela, não havia espaço para isso. O trabalho da máfia havia consumido todos os meus dias e noites, especialmente após a confirmação do que Ryan havia insinuado: a carga roubada foi um ato de traição.Descobrir que era um aliado meu que havia orquestrado aquilo não me surpreendeu tanto quanto deveria. No meu mundo, confiança era algo raro e, muitas vezes, ilusório. No entanto, o que me incomodava era a audácia de quem ousou desafiar minha autoridade tão cedo no meu comando.Naquela noite, eu e meus homens nos reunimos em um bunker escondido nos arredores de Paris. O ar pesado e úmido do local era sufocante, mas nada se comparava à tensão que preenchia o ambiente. Três homens estavam ajoelhados no chão, com as mãos amarradas atrás das costas. Eles tinham olhares desesperados, mas permaneciam em silêncio.Caminhei até o cen
Carolina SmithO dia parecia mais longo que o normal. Era sábado, e eu passei quase todo o tempo arrumando meu dormitório, lavando roupas e colocando as coisas em ordem. Minha mente, no entanto, não parava de vagar para Louis. Fazia uma semana desde que nos vimos pela última vez, e, embora trocássemos algumas mensagens, era evidente que ele estava atolado com os compromissos dele.Eu não podia reclamar. Desde o início, Louis nunca escondeu que sua vida era cheia de responsabilidades, e, de certa forma, eu admirava isso. Mas não posso negar que sentia falta dele. Sentia falta de estar em seus braços, do som de sua voz, do jeito que ele me olhava como se eu fosse a única pessoa no mundo que importava.Já eram quase cinco da tarde quando meu telefone tocou. Era Jenifer.— Amiga! Hoje é noite de festa, não aceito não como resposta! — ela exclamou, a animação evidente na voz.— Festa? Não sei se estou no clima...— Sem desculpas. Você vai sim! Preciso da minha parceira de crime comigo. Vam
Louis BeaumontO silêncio no carro era quase tão opressor quanto a raiva que fervilhava dentro de mim. Carolina estava encolhida no meu colo, ainda soluçando baixinho. Meu braço estava ao redor dela, oferecendo o conforto que eu podia, enquanto meu soldado, Thomas, dirigia para minha casa em um ritmo constante e firme.Minha mente, no entanto, não estava nada calma. O rosto daquele homem, aquele maldito verme, ainda estava gravado nos meus pensamentos. Alain Morel. Um traficante da área, alguém que já havia cruzado meu caminho antes. Ele pegava drogas com a máfia, mas tinha o péssimo hábito de agir como se fosse intocável, como se pudesse fazer o que quisesse. Bem, agora ele havia cruzado o limite. Mexer com Carolina... Ele não fazia ideia de com quem estava lidando.Minhas mãos estavam cerradas em punhos, o maxilar travado. Eu queria fazer justiça naquele momento, mas sabia que precisava estar aqui, com ela. Haveria tempo para lidar com Alain mais tarde, e quando eu o fizesse, ele de
Carolina SmithQuando meus olhos se abriram, a luz do sol já invadia o quarto, iluminando tudo com suavidade. Por um momento, esqueci onde estava. O aroma sutil de lençóis limpos e um ambiente aconchegante não era algo com que eu estava acostumada. Pisquei, tentando lembrar os eventos da noite anterior. Então tudo voltou como um turbilhão.O homem, o susto, a fuga... e Louis.Olhei para o lado, mas a cama estava vazia. Os lençóis amassados indicavam que ele havia dormido ali, mas agora não havia sinal dele. Sentei-me, ajustando a camisa larga que ele havia me dado para vestir. Ela tinha o cheiro dele, um misto de colônia amadeirada e algo puramente masculino, que me trazia uma estranha sensação de conforto.Levei alguns segundos para criar coragem de sair do quarto. Afinal, era a casa dele, um lugar imponente e completamente desconhecido para mim. Mas a curiosidade e a vontade de vê-lo me fizeram levantar.Descalça, desci as escadas devagar, meus pés tocando o piso frio enquanto tenta
Carolina SmithO som das teclas do meu notebook ecoava pelo quarto pequeno e silencioso do dormitório. Eu estava imersa em um trabalho sobre comportamento organizacional para minha aula de administração. A concentração era minha única companhia naquele momento, e, por mais que eu estivesse progredindo, o cansaço começava a pesar. Decidi fazer uma pausa. Levantei, peguei uma garrafa de água e, quando voltei para a cama, me permiti abrir o navegador e olhar as notícias. Era algo que eu raramente fazia, mas, de vez em quando, gostava de me atualizar. Rolei a página inicial do site, passando os olhos por manchetes sobre política, celebridades e esportes. Nada muito interessante. Até que uma manchete específica chamou minha atenção: "Traficante local é encontrado morto de forma brutal em lixeira."A manchete, por si só, já era perturbadora, mas o que realmente me congelou foi a foto ao lado do texto. Meu coração disparou, e senti o sangue gelar nas minhas veias. Era ele. O homem que
Louis BeaumontEstava sentado à mesa da minha sala, a vista panorâmica de Paris à minha frente. Mas, naquele momento, nem as luzes da cidade podiam acalmar o turbilhão dentro de mim. A ligação de Carolina ainda ecoava na minha mente. Eu sabia que o dia em que ela descobriria a verdade poderia chegar, mas nunca imaginei que seria tão cedo. E agora, ela estava desconfiada. Talvez até com medo. Não deveria ter sido tão impulsivo. Sempre fui calculista, cada passo meticulosamente planejado. Mas quando se tratava de Carolina, algo em mim mudava. Ela mexia com minhas certezas, quebrava a armadura que construí ao longo dos anos. Quando soube do que aquele miserável havia feito, algo dentro de mim explodiu. Eu o matei com minhas próprias mãos. E, sim, tive prazer em fazer isso. Tive prazer em arrancar cada grito dele, em mostrar que ninguém tocava o que era meu. Mas ao agir assim, deixei rastros. Rastejei até o meu pior erro: subestimar o impacto disso sobre Carolina. Ela havia ligado os
Louis BeaumontO campus estava quieto, com poucas pessoas circulando sob a luz fraca dos postes. Carolina estava do lado de fora, braços cruzados, o semblante carregado de uma seriedade que eu nunca havia visto nela antes. Assim que me viu, caminhou até o carro sem hesitar e entrou, batendo a porta com força. A tensão no ar era insuportável, cortante, como se algo prestes a explodir estivesse sendo contido à força. Antes que eu pudesse falar, ela ergueu a mão, me interrompendo. — Não. Antes que você diga qualquer coisa, eu vou falar. — A voz dela era firme, quase fria. — Até quando você achou que poderia manter sua maldita mentira, Louis? Meus olhos se estreitaram. Meu coração deu um salto no peito. — Do que você está falando? Ela riu, mas a risada era amarga, cheia de mágoa e ironia. — Do que eu estou falando? — Seus olhos brilharam com lágrimas acumuladas, mas sua expressão era de puro desgosto. — Não se faça de idiota, Louis. Eu descobri. Tudo. Você é um patético! Um mentir