Carolina Smith Sábado de manhã em Paris. Acordei com o sol já brilhando forte lá fora, iluminando o quarto de um jeito que só um dia quente prometia fazer. Depois do evento de ontem, com toda aquela correria e tensão, hoje eu só queria um tempo para mim, passear pela cidade e me sentir realmente aqui, de verdade, como se Paris fosse minha.Levantei-me e fui direto para o banho, sentindo a água morna relaxar meus músculos cansados. Lavei o cabelo com calma, aproveitando o momento de paz e tentando afastar as lembranças da noite passada, principalmente, de certo sorriso cafajeste que insistia em aparecer na minha mente. Saí do banho e me sequei devagar, escolhendo um vestido leve e fresco que combinava perfeitamente com o clima quente lá fora. Era uma peça confortável, solta, com um tom de azul suave que me deixava ainda mais animada para o dia.Coloquei alguns acessórios delicados e deixei o cabelo solto, ainda com aquele aroma refrescante de shampoo. Olhei no espelho e sorri, gostand
Carolina Smith Depois de uma manhã cheia de compras e passeios, caminhamos pelas ruas, aproveitando o charme de Paris e rindo das nossas próprias piadas. O calor estava leve, e o clima perfeito para um almoço em um dos muitos bistrôs da cidade. Jenifer me levou a um restaurante bem famoso, daqueles que tem sempre uma fila de espera e onde as pessoas fazem questão de ser vistas, mas com um toque despretensioso que a tornava ainda mais especial.Quando entramos, o lugar estava elegante e cheio de energia. Jenifer falou animadamente sobre o menu, enquanto eu olhava ao redor, maravilhada. O ambiente era moderno, mas com aquele charme parisiense clássico, e as mesas de fora eram perfeitas para o tipo de dia que estávamos tendo. Foi então que, ao passar pelo salão principal, eu reconheci uma silhueta familiar — Louis.Ele estava em uma mesa no canto, bem no centro do restaurante, com um homem ao seu lado, e um sorriso genuíno no rosto, parecia bem próximo do homem que estava com ele, e ele
Carolina SmithA animação estava estampada no rosto de Jenifer enquanto ela vasculhava o guarda-roupa, tentando escolher um vestido que combinasse com o tema do luau. Já eu, sentada na cama dela com uma toalha enrolada nos cabelos ainda molhados do banho, não conseguia evitar um sorriso. Era bom sentir isso de novo. Amizade, cumplicidade. Fazia tempo que eu não tinha uma amiga tão próxima, e Jenifer parecia determinada a compensar os anos de distância.— O que acha desse? — perguntou ela, segurando um vestido leve, branco, com detalhes em renda.— Perfeito para você — respondi. — É fresco e combina com o tema da festa.Jenifer sorriu satisfeita e o colocou sobre a cama antes de voltar para a busca, agora em uma pilha de acessórios. Enquanto ela se concentrava, eu me levantei para abrir a bolsa que havia trazido e tirei meu vestido. Era simples, mas bonito: em um tom de azul-claro, com alças finas e o comprimento ideal para uma festa descontraída. Ao prová-lo, percebi que havia feito a
Carolina Smith Depois de dançar por um bom tempo e terminar minha bebida, percebi que precisava ir ao banheiro. Avisei Jenifer, que acenou distraída, entretida demais conversando com alguém que havia acabado de conhecer.O caminho até o banheiro era um pouco afastado, e as luzes mais baixas da área davam um ar mais reservado ao ambiente. Estava quase alcançando a porta quando senti uma presença atrás de mim. Antes que eu pudesse me virar completamente, ouvi uma voz baixa e rouca que já reconhecia:— Fugindo da festa ou só precisando de um momento longe de toda aquela agitação?Eu me virei, e lá estava ele. Louis Beaumont, com aquele sorriso meio inclinado que fazia meu estômago dar voltas. Ele estava próximo, talvez mais perto do que o necessário, e seu olhar, como sempre, parecia me ler completamente.— Acho que não devo explicações para você, devo? — retruquei, tentando soar confiante, mas sentindo minha voz trair a leve ansiedade que a proximidade dele causava.Ele arqueou uma sob
Carolina Smith O sol já iluminava o apartamento de Jenifer quando acordei, a cabeça ainda um pouco pesada da noite anterior, mas nada que uma xícara de café não resolvesse. Espreguicei-me e me levantei, indo até a cozinha. O cheiro de café recém-passado tomou conta do ambiente, e Jenifer estava lá, com o cabelo bagunçado e uma camiseta longa, mexendo distraidamente em uma panela. — Bom dia, festeira! — ela brincou, virando-se para mim com um sorriso. — Bom dia — respondi, sentando-me em uma das cadeiras ao redor da mesa. — Parece que você acordou animada. Ela deu uma risadinha enquanto colocava uma xícara de café na minha frente. — Eu diria o mesmo de você, depois da noite que teve. Senti minhas bochechas ficarem quentes e peguei a xícara para disfarçar. Jenifer sentou-se à minha frente, claramente esperando que eu contasse tudo. — Tá, tá bom — comecei, suspirando. — Eu meio que beijei Louis de novo. Os olhos dela se arregalaram, mas não parecia surpresa, apenas curiosa. — De
Carolina Smith Depois de três horas intensas de aula de confeitaria, saí da escola com as mãos ainda cheirando a baunilha e açúcar. Peguei o metrô em direção ao bistrô onde trabalho, na esperança de que o ritmo acelerado do restaurante me ajudasse a desligar um pouco a mente. As últimas noites tinham sido um turbilhão de emoções e dúvidas, mas eu estava decidida a focar no que realmente importava: meu curso, meu trabalho e meu sonho de me tornar chef. Cheguei ao bistrô com tempo suficiente para um rápido almoço antes de começar o turno. Enquanto mordiscava um pedaço de quiche, me forcei a não pensar nele. Louis. A lembrança dos beijos na festa ainda queimava minha pele, mas as palavras de Jenifer ecoavam como um alerta. Ele era o tipo de homem que eu sempre prometi evitar, e estava disposta a manter minha promessa. Coloquei o avental, amarrei o cabelo e comecei meu turno. O restaurante estava movimentado como sempre, cheio de turistas, estudantes e locais. Entre pedidos apressados
Carolina SmithDepois de uma semana evitando qualquer pensamento sobre Louis, comecei a acreditar que, talvez, o universo tivesse finalmente decidido me dar um pouco de paz. Minha rotina estava cada vez mais focada no curso e nos pequenos momentos de distração que eu conseguia encontrar, como andar pelas ruas de Paris ou explorar as lojas próximas ao meu alojamento.Naquela tarde, decidi entrar em uma pequena loja de antiguidades. As vitrines exibiam peças únicas, e eu não resisti ao charme do lugar. O sino da porta tocou suavemente quando entrei, e um cheiro leve de madeira antiga e livros velhos tomou conta do ambiente.Passei pelas prateleiras, admirando os detalhes de cada item exposto. Estava tão absorta no ambiente que quase não notei a figura alta entrando na loja.— Não sabia que você gostava de lugares assim, Carolina.Meu corpo travou antes mesmo de me virar. Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Lentamente, virei-me e lá estava ele: Louis, de terno impecável, parado
Louis BeaumontA pontualidade sempre foi uma das minhas qualidades — quando eu queria, é claro. Estacionei meu carro em frente ao campus às 19h55, o céu já escuro dando um tom ainda mais charmoso à cidade. Liguei o rádio baixo e me recostei no banco, esperando por ela.Confesso que ainda não tinha entendido muito bem por que essa mulher mexia tanto comigo. Carolina era diferente. Não era do tipo que caía na minha conversa, e isso me deixava... inquieto. Eu estava acostumado a ter o controle, a ser o caçador, mas com ela parecia que o jogo era outro.E então eu a vi.Ela saiu pelo portão do campus como um furacão disfarçado de mulher. Os cabelos loiros estavam soltos, caindo em ondas suaves sobre os ombros. A maquiagem era sutil, mas o suficiente para destacar cada traço daquele rosto que já tinha invadido meus pensamentos mais vezes do que eu queria admitir. E aquele batom vermelho...Ah, aquele maldito batom.Meu olhar desceu, e foi aí que perdi completamente o fio da racionalidade.