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V - Desejos à flor da pele

—Não sou casada – respondera a garota – Na verdade, comprei a casa tem pouco tempo e moro sozinha. Gosto de espaço, solidão, privacidade. E todos os ambientes têm câmeras que registram tudo vinte e quatro horas por dia a fim de garantir minha segurança no caso de assalto ou coisas assim.

—Câmeras escondidas? – comentara o advogado varrendo cada canto da cozinha com o olhar – Devo dizer que a ideia é genial, mas acho um desperdício uma mulher tão linda gostar tanto de solidão como diz.

E lá estava o sujeito lançando seu charme irresistível novamente. Era como um predador que caçava por prazer e não escondia as presas. Sky sabia para onde aquele jogo de flertes seguiria e era exatamente o que desejava. Contudo, não havia mais um coração indefeso para ser partido em seu peito.

—Quer um pouco? – indagara a ruiva apontando para a garrafa de suco ao lado do copo sobre a mesa – Me diga, mora por aqui mesmo?

Aceitando o suco, Ricardo apanhara o copo enquanto a moça o servia. O advogado usava camisa branca com gravata vermelha e calças negras como o paletó que retirara tão logo entrara na casa. A barba por fazer indicava que não estava trabalhando naqueles dias.

—Apenas tenho uma locação no porto. Venho para cá quando preciso sair das atribulações da cidade grande. Aqui é um lugar perfeito para se ter paz, mas grande parte do ano estou em Nova York, atendendo clientes – respondera.

Aquele maravilhoso galã latino era de Nova York? Mais uma informação que Sky não sabia. E uma coincidência que tivessem vindo do mesmo lugar.

Observando o sujeito beber o suco, Sky imaginara uma cena. O copo virava, o suco caíra em sua camisa, ela se oferecia para lavar, ela a tirava…

—Que carro você tem? – indagara a garota de olhos verdes, quebrando seus próprios sonhos molhados. Precisava ter calma.

—Um Porsche Cayman S – respondera Ricardo com um sorriso – É um carro pequeno e veloz. Ótimo para percorrer longas distâncias em pouco tempo sem abrir mão de conforto – explicara.

Definitivamente, não era em carros que Sky pensava.

—Eu já tive um Lamborghini. Mas era muito chamativo…

—Serenity – comentara Ricardo – Qualquer carro com você seria chamativo. Mas não pelo carro e sim pela motorista encantadora.

Ah, era bom ser bajulada…

—O que acha que esperarmos na sala? O sofá é bem mais confortável que essas cadeiras, quais nem se sentou – propusera a ruiva – Quando a chuva nos der uma trégua, me troco e o levo até seu carro.

—Realmente não sei como agradecer por tudo que está fazendo – dissera o advogado terminando de beber o suco.

Ah, eu tenho certeza de que sabe – pensara a escritora em silêncio.

—Não precisa se preocupar com isso. Já descia para tomar um suco quando bateu à porta. Estava mesmo sem sono – mentira a ruiva – É bom ter companhia às vezes para conversar. E outras coisas, claro – acrescentara.

Sky se levantara e voltara para o salão de entrada, sendo acompanhada por Ricardo, que não desviava o olhar de seu bumbum rebolando. O salão tinha uma grande escadaria com tapete vermelho que se dividia em duas outras no final, levando para os aposentos superiores.

A escritora conduzira o sujeito por uma entrada à direita, onde o mesmo vira dois grandes sofás para três pessoas com uma mesinha de centro entre eles. O lugar, assim como toda a casa àquela hora, estava quase imerso na escuridão, a não ser por duas grandes luminárias beges que Sky acendera, uma ao lado de um dos sofás e a outra em um canto do aposento.

A pedido da moça, Ricardo se sentara em um dos sofás e ela viera ter-se ao lado dele. Havia duas grandes janelas por onde ambos viam os relâmpagos da chuva que ainda caía do lado de fora. O advogado percebera também que estava em uma sala cheia de estantes com livros. Uma pequena biblioteca.

—O antigo dono da casa era um escritor – explicara a ruiva – Grande parte das coisas por aqui pertenciam a ele. Ainda nem sei o que há nesses livros, mas pretendo os conferir, cada um. Livros são uma ótima companhia para pessoas solitárias. Podem nos levar para lugares incríveis apenas com o pensamento.

—Então prefere imaginar as coisas a fazê-las? – indagara o homem.

Sky estreitara o olhar, como uma caçadora prestes a atacar.

—Permiti que entrasse em minha casa no meio da madrugada e cá estamos. Certamente poderia estar em minha cama imaginando coisas – respondera.

—Você é ótima com as palavras. É uma escritora como o antigo proprietário? – perguntara o sujeito, a encarando bem dentro dos olhos.

Advogados e psicólogos com habilidades de dedução apuradas. Sky odiava os dois tipos. Conhecera dezenas deles em Nova York, a maioria casados com diversas amantes em suas folhas de pagamentos. Mas o que mais detestava era aquele dom para ler as pessoas.

—Já me arrisquei algumas vezes – respondera de forma evasiva.

—Algum livro que talvez eu conheça? – persistira o advogado.

Talvez ele não conhecesse os livros – pensara a ruiva – mas se morasse em Nova York há alguns anos e lesse jornais ou blogs de fofocas, certamente já teria ouvido falar sobre ela e seu conturbado romance com Robert. Era melhor manter o anonimato saudável que vinha cultivando nos últimos anos.

—Nenhum livro realmente famoso – respondera sem excitação na voz.

Ricardo esboçara um sorriso no canto esquerdo dos lábios enquanto lançava um olhar nada convencido para a ruiva. Torcendo para que o garanhão ao seu lado não percebesse, Sky virara a face e suspirara.

Já tinha imaginado aquela cena horas antes e outra vez ao vê-lo pela câmera de segurança em sua porta, mas agora, ao vivo, a coisa era bem mais séria. Era difícil descrever a intensidade do tesão que sentia junto daquele homem.

—Para uma escritora sem livros famosos, é uma moça jovem com uma casa enorme em uma região de altíssimo nível – comentara – Não que seja da minha conta, mas parece uma mulher muito bem sucedida para sua idade.

Realmente não é da sua conta – pensara Sky, formulando uma resposta.

—Já fui noiva… – dissera, estimando ser aquela a melhor definição para sua complicada e fatídica relação com Robert – E também já vendi alguns livros. Sou boa em economizar e aplicar minhas economias. Agora, se me permite dizer algo realmente importante, estamos perdendo tempo aqui.

—Perdendo tempo? – indagara o advogado, agora curioso.

—A chuva está passando, logo vou levá-lo ao seu carro – dissera Sky – Já estamos nos falando há mais de meia hora. Vai me beijar ou não?

O homem erguera uma sobrancelha, surpreso.

—Uma mulher linda, inteligente e direta – elogiara.

Aparentemente não direta o suficiente – pensara Sky, se aproximando para romper os poucos centímetros que os afastavam e tomar aquele homem pela face, o beijando demoradamente nos lábios.

Quando suas bocas se descolaram, a ruiva abrira os olhos lentamente. Sua respiração ainda se misturava com a dele enquanto recuperava o fôlego e sentia a saliva do mesmo em sua boca. Sabia o quanto aquele homem a desejava. Ela era como aquela flor mais bela do jardim que todos querem colher.

—Poderíamos ter feito isso há mais tempo – sussurrara ela.

Ricardo não dissera nada, apenas a tomara pela cintura e a puxara para seu colo, a colocando sentada de pernas abertas sobre si. As mãos firmes e hábeis logo tomaram outro caminho, subindo e lhe acariciando por cima da fina camisola que a garota usava. Sky apenas suspirava.

A mão direita assumira um novo curso, subindo ainda mais até alcançar a face da jovem. Enquanto sentia a tez quente e aveludada da garota, o polegar escorregara, buscando os lábios molhados daquela boca grande e provocante.

Sky não se fizera de difícil. Beijara o dedo, então o chupara sugestivamente e, por fim, o mordera de leve. Não precisava ser um gênio para saber onde ela desejava estar com a boca naquele momento.

A escritora sabia que seu tempo com aquele amante latino seria inesquecível e sabia também que acabaria antes do sol nascer. Isso se o sol nascesse com aquele clima terrível que se fizera de repente. A ruiva estava de olhos fechados quando o companheiro correra a mão até sua nuca para lhe afagar os cabelos e a puxar para um novo beijo naqueles lábios que pareciam embebidos em mel.

Sky esperara uma brecha e então retirara a camisola pela cabeça. Logo em seguida desabotoara o soutien, jogando a peça para o lado no sofá, junto da primeira. Em outra ocasião, esperaria pacientemente que o parceiro a despisse, mas não queria perder a oportunidade que tinha de satisfazer sua libido.

Embora impressionado com a ousadia da mulher, Ricardo não deixara por menos, correndo suas mãos pela cintura, coxas e quadris da escritora ao mesmo tempo que lhe beijava com desejo. À essa altura, Sky apenas gemia, pensando que jamais sonhara com uma transa em sua nova casa logo na primeira noite. E se tudo corresse bem, haveria muitas outras.

Determinada a continuar no controle da situação, a ruiva escorregara para baixo, descendo lentamente do colo do amante até se ver ajoelhada diante dele. Abrira o fecho da cinta e na sequência desabotoara a calça. Puxara o zíper para baixo lentamente com uma das mãos enquanto sentia o volume dentro da cueca com a outra. Era seu número – pensara lambendo os lábios.

Pedindo que o advogado erguesse os quadris, baixara a calça e a cueca do sujeito ao mesmo tempo até abaixo dos joelhos. Quando erguera o olhar, abrira a boca suspirando com o monumento diante de si. Ricardo fora beneficiado pela natureza com um maravilhoso membro digno de atores de filmes adultos, grosso, com a cabeça grande e veias grossas em destaque.

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