Em um restaurante renomado em Cansington, James pediu alguns pratos e uma garrafa de vinho branco, para comer à vontade com seu amigo. Os dois conversaram, enquanto comiam, relembrando as provações pelas quais passaram nos últimos dez anos. Uma garrafa da bebida, é claro, não foi o suficiente. Por volta das três horas da tarde, a dupla estava embriagada. Naquele momento, Thea ligou, parecendo muito tensa. Ao ouvir a voz ansiosa da esposa, James sentiu um arrepio na espinha e imediatamente despertou do torpor. — James, onde você está? Tivemos um problema. — — O que houve, querida? — — Foi uma situação aqui no Hospital Eternality. Venha rápido! — — Tudo bem, estarei aí o mais rápido possível. — James desligou o telefone e Henry perguntou: — O que aconteceu, James? — — Não sei. Thea disse que foi alguma coisa no hospital deles. Vou precisar ir lá, dar uma olhada. — James balançou a cabeça, sentindo-se exausto. — Deixa que eu te levo. — O amigo se levantou. — Não p
O segurança lhe deu passagem e James entrou, apressado. Os Callahan se reuniam no corredor principal do hospital, com alguns tão preocupados que andavam de um lado para o outro. O general se aproximou e perguntou: — O que rolou? — Com uma voz chorosa, Thea tentou explicar: — Nós também não sabemos. Um monte de gente apareceu do nada e o protesto começou. Disseram que alguém morreu aqui e estão exigindo indenizações. Fizeram um alarde tão grande, que até repórteres vieram para cá. Não tivemos escolha a não ser fechar o hospital, temporariamente, deixando só os internados. — Lex tagarelava ao telefone, contatando qualquer um que pudesse ajudar a resolver a crise. — Você fede a álcool, James. Por que está aqui? Em que você poderia ajudar? — Gladys repreendeu o genro ao sentir cheiro de bebida no hálito do recém-chegado. — Papai, vovô, isso é ruim! Tem mais gente chegando lá fora. Na internet estão dizendo que há algo errado com as medicações. — Tommy entrou em pânico. Corr
Um silêncio se estabeleceu por alguns segundos, até que um homem musculoso, de trinta e tantos anos, portando um pé de cabra, deu um passo à frente. Ameaçador, apontou a arma improvisada para James e berrou: — Quem é você, caralho? O que te faz pensar que pode agir assim? — O brutamontes espumava pela boca e se indicava que queria partir para a violência. Thea morrendo de medo de ser agredida, escondeu-se atrás de seu marido. — Isso mesmo! Não há nada para conversar. Exigimos indenização! — — Se vocês não pagarem, vamos quebrar tudo aí! — — A gente vai destruir a porra toda! Essa espelunca nem deveria funcionar aqui! Como a fiscalização não fechou um lugar desses?! — A multidão se uniu em reclamações, enquanto nem mesmo um único Callahan ousou aparecer. A situação era mesmo um barril de pólvora, então seria muito problemático se as coisas saíssem do controle. — Calem-se, todos vocês. Um de cada vez! — James os encarou, irritado.O homem não ligaria para nada daquilo,
James se levantou e se virou para Thea. — Você é a presidenta. Veja com o departamento financeiro e com os advogados para saber como pular os procedimentos judiciais. Negocie o valor. — — James, como assim? — Thea ficou confusa. A mulher pensou que James resolveria o problema. No entanto, depois de sua postura e palavras vazias, o veterano simplesmente aconselhava que a família a pagar as indenizações. Uma repreensão enfurecida veio de dentro do prédio: — O que você está fazendo, James? Surtou, porra?! Você está brincando com nosso dinheiro?! Não ficaria surpresa se descobrisse que você está junto com essas pessoas para roubar dinheiro da família! — Quem gritou foi Gladys. — Há algo de errado com o remédio. — James sussurrou no ouvido da esposa. — Como você pode ter certeza de que este medicamento foi prescrito por nós? E se alguém estiver tentando nos sabotar? — Thea perguntou a James. Se eles pagassem indenizações antes de investigar ao fundo aquele incidente, seria e
James tinha uma voz alta. Seu comando surpreendeu a multidão, que imediatamente ficou em silêncio. O general apontou para um homem cujo rosto estava inchado como uma moranga. — Você, venha aqui e se sente, vou te examinar. — O homem imediatamente se colocou diante de James e vociferou: — Você vai me indenizar, não importa o que aconteça. Você sabe quem sou eu, rapaz? Eu tinha uma carreira de sucesso! Minha doença atrapalhou meu trabalho e fui demitido, mas ainda tenho contatos! Amigos advogados! Não vou me contentar com qualquer ninharia! Está me ouvindo? — James o encarou com seu olhar penetrante, ignorando-o, enquanto lhe examinava. Aquilo fez o homem se acovardar e murmurar silenciosamente: — Não é para tanto, também. Eu ficaria bem com um valor simbólico. — — Mostre-me seu braço. — O homem estendeu o braço e James tomou seu pulso. — Então, você veio aqui porque está com irritação na pele. O que essa sua cara feia tem a ver com a gente? — James bateu na mesa e o r
— Porra, o homem é uma espécie de druida? — — Rapaz, é coisa de outro mundo o que ele fez ali. — — O homem parece até um deus da medicina. Será que tem relação com o doutor Fallon? Aprendiz, talvez? — As testemunhas discutiam sobre os milagres que testemunhavam. Muitos ficaram especialmente surpresos depois de descobrir que foi James quem tratou Thea. Enquanto isso, o general continuava examinando e despachando pacientes. Nessa hora, uma mulher de cinquenta e poucos anos se aproximou. Sentando-se, a senhora tirou o chapéu. Com um olhar malicioso, ela reclamou, espumando pela boca: — Minha cabeça dói muito! Depois de tomar o remédio de vocês, perdi a maior parte do meu cabelo! — — Silêncio! — James retrucou. Para manter tudo sob controle e seu ritmo acelerado, James precisava de silêncio. Sua técnica demandava absoluta atenção e sensibilidade, então precisava ser ríspido para aquietá-lo, como fez com a mulher, que ficou em absoluto silêncio. — Estenda o braço. — Ela e
Thea se apressou para organizar a transferência que seria da família do falecido. Ao mesmo tempo, arrumou alguém para lidar com a maca e chamar a funerária, que auxiliaria os parentes do velho no andamento do velório. Lá fora, James trabalhou rápido. Com seu conhecimento médico incomparável e incrível habilidade oratória, o general remanejou todos aqueles que apareceram para causar problemas. — Certo, todo mundo está dispensado! Não há nada para ver aqui. — James se levantou e acenou para os espectadores se afastarem. O Hospital Eternality era uma das maiores instituições da rua Medical. A comoção atraiu muitos transeuntes, incluindo alguns médicos ilustres dos hospitais e clínicas vizinhas. — Espere! — Naquele momento, uma voz pareceu desesperada. James se virou e viu um médico de cinquenta anos, usando branco se aproximando dele. James franziu a testa. — Há algum problema? — — Esta é a Rua Medical, onde todas as clínicas e hospitais contam com suas verdadeiras habilida
— Pensei que alguém tivesse morrido mesmo por causa do hospital. — — Eu acreditei completamente que algo estava errado com o remédio. — — Que merda! Foi tudo uma encenação! Mentirosos! — — Que desavergonhados. — Desinteressada, a multidão se dispersou. No corredor do hospital, Gladys repreendia o genro, nervosa: — O que você fez, James? Essa era a oportunidade de anúncio perfeita! Agora, você arruinou tudo! Que história foi essa de golpe publicitário? Pareceu um? — James se sentou num assento e acendeu um cigarro. Lex perguntou: — O que está acontecendo, James? Você realmente armou isso? — — Armei isso? — James fechou a cara. — Como eu teria tempo para isso, seus loucos? Com tantas coisas dando errado ao mesmo tempo, isso parecia a porra de um golpe publicitário para vocês? Se não confirmássemos que era, estaríamos admitindo que havia algo de errado com os remédios! Você sabe quanto dano isso lhes custaria? Imaginem só se a mídia chegasse ao fundo disso! — Tommy d