O mundo ao nosso redor parecia ter desaparecido. Só existiam nós dois e aquela tensão que vinha se acumulando há anos. Foi um choque de eletricidade que percorreu meu corpo inteiro. Por um instante, fiquei imóvel, incapaz de processar o que estava acontecendo. Mas então, algo em mim cedeu. Não era apenas um beijo. Era um desabafo. Era dor, saudade e uma história inacabada que insistia em nos ligar, mesmo quando tudo dizia que deveríamos nos afastar. Seus lábios eram quentes e exigentes, e o jeito como ele segurava minha cintura, como se temesse que eu pudesse fugir, dizia mais do que qualquer palavra. As mãos dele eram firmes, quase possessivas, enquanto os dedos pressionavam levemente minhas costas, me trazendo ainda mais para perto. A distância entre nós era inexistente, como se o universo tivesse decidido naquele momento que precisávamos nos fundir, nem que fosse por alguns segundos. Minha mente gritava para eu parar aquilo. Ele não podia significar nada mais para mim
**Luana Sartori**Eu estava ali, encarando Benício, o homem que habitava meus sonhos e pesadelos há tanto tempo. Seus olhos verdes eram uma tempestade de emoções, refletindo desejo, esperança e algo mais que eu não conseguia decifrar. O peso de sua presença me fazia sentir pequena, e ao mesmo tempo, estranhamente poderosa. Ele me desejava."Benício," minha voz saiu quase como um sussurro, mal se sustentando contra o som do vento ao nosso redor. Ele estava tão perto que eu podia sentir o calor de seu corpo irradiando, mesmo no ar fresco da noite. "Diga que sim, por favor. Preciso de você." Sua voz era grave, carregada de uma urgência que eu conhecia bem. Ele me queria. Não apenas meu corpo, mas a essência de quem eu era. A Essência de nós dois.Eu não respondi. Não havia palavras suficientes para expressar o que eu sentia naquele momento. Então, o beijei. O beijo foi como um incêndio que se alastra sem controle. Eu me joguei nele com tudo que tinha, esquecendo o mundo, os problemas,
**Luana Sartori**A cena à minha frente parecia algo saído de um pesadelo. Lá estava ela, a mulher que parecia ter saído de uma revista de moda. Loira, alta, magra, olhos azuis tão intensos quanto safiras, e um nariz empinado que parecia me julgar mesmo sem dizer uma palavra. Seu vestido vermelho era impecável, e seus saltos altos a faziam ainda mais imponente. Eu, com meu cabelo bagunçado e o calor de quem tinha acabado de ter feito sexo ainda queimando minhas bochechas. Como eu era pequena perto dela.Endireitei a postura e ergui o queixo, embora precisasse esticar o pescoço para olhá-la nos olhos. "E ela quem é?" perguntei, minha voz saindo firme, mas cheia de raiva , pois eu já tinha uma ideia de quem ela era. Os lábios perfeitamente pintados dela se curvaram em um sorriso presunçoso. "Eu sou a noiva.”As palavras pairaram no ar como uma bomba prestes a explodir. Virei-me lentamente para Benício, que estava pálido, como se tivesse levado um soco no estômago. "Noiva?" Minha vo
**Luana Sartori** Eu respirava fundo, tentando manter o controle, mas a proximidade de Benício me fazia perder o foco. Ele sempre soube como desarmar minhas defesas, tanto com palavras quanto com gestos. Mas eu não podia esquecer os anos de mágoa, as feridas que ele deixou no meu caminho. “Você é um homem totalmente sem caráter, assim como foi anos atrás, seu louco sádico. Eu odeio você!” gritei, tentando reunir toda a força que me restava. “Não se aproxime de mim!” Ele olhou para a mão machucada, onde um pequeno corte escorria sangue. Eu havia machucado ele. O olhar dele era frio, mas havia algo mais. Um desafio. Uma provocação. Ele deu um passo à frente, encurtando a distância entre nós. “Você não pensava nada disso quando estava no carro comigo, pulando no meu pau e gritando de prazer,” sussurrou, e a voz dele era pura provocação. “Você é ridículo! Vá procurar sua noiva e saia do meu quarto!” Mas ele não saiu. A mão forte segurou meu pescoço, firme o suficiente para que
**Luana Sartori**Assim que Fiona colocou a mão na maçaneta do banheiro, senti meu corpo inteiro enrijecer. Meu coração batia tão forte que parecia que todos naquela casa pudessem ouvir. Eu sabia que, se ela abrisse aquela porta, o caos seria inevitável. Benício estava lá dentro, escondido, e a última coisa que eu queria era me meter ainda mais no noivado dele – ou ser vista como a mulher que destruiu o relacionamento de um homem que já tinha causado tanto estrago na minha vida. “Eu sei que ele está aqui, sua…” Fiona começou, o tom ácido escorrendo de sua voz, mas foi interrompida por Maria. “Fiona, não destrate a minha afilhada dentro da minha casa.” A voz dela era firme, mas ainda carregava aquele tom materno que sempre me fazia sentir protegida, mesmo nas situações mais tensas. “Tenho certeza de que meu filho não está aí.” Suspirei internamente. Maria era um dos poucos motivos pelos quais eu ainda suportava estar aqui. Se não fosse pela amizade dos nossos pais e pelo carinho
**Luana Sartori ** Benicio estava ali, parado, o olhar firme sobre mim, como se quisesse arrancar algo além das palavras que eu tinha acabado de dizer. Eu odiava a forma como ele me desestabilizava. Era sempre assim, desde que nossas vidas se cruzaram. Ele surgia, me desmontava, e depois ia embora, me deixando para juntar os cacos. "Com quem você estava falando?" Ele exigiu, o tom grave e controlado, mas eu sentia o peso do ciúme. "Não te interessa, Benicio," respondi, seca. Mas por dentro, meu coração batia rápido. Eu sabia que ele não aceitaria essa resposta. "Você me deve explicações, Luana." "Não, eu não devo." Minha voz saiu firme, mesmo quando senti vontade de jogar o celular nele. Ele deu um passo à frente, aproximando-se o suficiente para que eu sentisse seu perfume. "Como não me deve explicações? Já esqueceu o que aconteceu entre nós? Não pode negar o que sentimos." Revirei os olhos, exasperada. "De novo essa conversa?" Eu ri sem humor e balançei a cabeça, inc
**Benicio de Alcântara e Leão**O uísque descia pela garganta queimando, mas era um fogo quase reconfortante diante do caos que era minha mente. A casa estava cheia de pessoas que brindavam meu noivado, mas dentro de mim havia um tumulto de pensamentos, e como eu queria que tudo aquilo fosse mentira e que não estivesse acontecendo comigo toda essa merda.Luana estava lá em cima. Eu sabia disso. Provavelmente se olhava no espelho, preparando-se para dormir, talvez estivesse chorando, pelas mentiras que cercavam minha vida. Fiona gostava de encenar, e eu sempre fui um bom coadjuvante, até agora. Mas as mentiras estavam começando a pesar, e talvez fosse eu quem estivesse segurando a máscara com mais força do que deveria. “Filho?” A voz grave do meu pai me trouxe de volta ao presente. “Pai.” Ele se aproximou, sem pressa, como se tivesse todo o tempo do mundo para esperar eu abrir a boca. Mas, por alguma razão, naquele momento, eu queria falar. “Parece que meu filho está triste?”
**Luana Sartori**Passei a noite olhando para o teto. O relógio marcava quatro da manhã quando finalmente fechei os olhos. Mas foi um sono curto e inquieto, como se minha mente se recusasse a me deixar descansar. Eu sabia por quê. O sítio, aquela casa, Benício — tudo aquilo parecia me prender a um passado que eu não podia mais ter. Levantei-me com o nascer do sol. Cada passo até o quarto dos meus pais parecia mais pesado do que o anterior. Eu tinha tomado minha decisão, mas isso não tornava as palavras mais fáceis de dizer. “Papai, eu vou embora. Se vocês quiserem ficar…”Meu pai, Heitor, que estava sentado na poltrona e me olhou fixamente. “Filha, tem certeza? Sua madrinha…” Minha mãe começou, mas meu pai a interrompeu. “Deixe ela ir. Talvez aqui não faça mais sentido para ela.”Engoli em seco. Fazia todo sentido para mim. Se eu pudesse escolher, ficaria ali para sempre. Ficaria por Benício. Mas esse já não era um sonho possível. Não enquanto Fiona estivesse em cena. “Eu j