**Luana Sartori**A cena à minha frente parecia algo saído de um pesadelo. Lá estava ela, a mulher que parecia ter saído de uma revista de moda. Loira, alta, magra, olhos azuis tão intensos quanto safiras, e um nariz empinado que parecia me julgar mesmo sem dizer uma palavra. Seu vestido vermelho era impecável, e seus saltos altos a faziam ainda mais imponente. Eu, com meu cabelo bagunçado e o calor de quem tinha acabado de ter feito sexo ainda queimando minhas bochechas. Como eu era pequena perto dela.Endireitei a postura e ergui o queixo, embora precisasse esticar o pescoço para olhá-la nos olhos. "E ela quem é?" perguntei, minha voz saindo firme, mas cheia de raiva , pois eu já tinha uma ideia de quem ela era. Os lábios perfeitamente pintados dela se curvaram em um sorriso presunçoso. "Eu sou a noiva.”As palavras pairaram no ar como uma bomba prestes a explodir. Virei-me lentamente para Benício, que estava pálido, como se tivesse levado um soco no estômago. "Noiva?" Minha vo
**Luana Sartori** Eu respirava fundo, tentando manter o controle, mas a proximidade de Benício me fazia perder o foco. Ele sempre soube como desarmar minhas defesas, tanto com palavras quanto com gestos. Mas eu não podia esquecer os anos de mágoa, as feridas que ele deixou no meu caminho. “Você é um homem totalmente sem caráter, assim como foi anos atrás, seu louco sádico. Eu odeio você!” gritei, tentando reunir toda a força que me restava. “Não se aproxime de mim!” Ele olhou para a mão machucada, onde um pequeno corte escorria sangue. Eu havia machucado ele. O olhar dele era frio, mas havia algo mais. Um desafio. Uma provocação. Ele deu um passo à frente, encurtando a distância entre nós. “Você não pensava nada disso quando estava no carro comigo, pulando no meu pau e gritando de prazer,” sussurrou, e a voz dele era pura provocação. “Você é ridículo! Vá procurar sua noiva e saia do meu quarto!” Mas ele não saiu. A mão forte segurou meu pescoço, firme o suficiente para que
**Luana Sartori**Assim que Fiona colocou a mão na maçaneta do banheiro, senti meu corpo inteiro enrijecer. Meu coração batia tão forte que parecia que todos naquela casa pudessem ouvir. Eu sabia que, se ela abrisse aquela porta, o caos seria inevitável. Benício estava lá dentro, escondido, e a última coisa que eu queria era me meter ainda mais no noivado dele – ou ser vista como a mulher que destruiu o relacionamento de um homem que já tinha causado tanto estrago na minha vida. “Eu sei que ele está aqui, sua…” Fiona começou, o tom ácido escorrendo de sua voz, mas foi interrompida por Maria. “Fiona, não destrate a minha afilhada dentro da minha casa.” A voz dela era firme, mas ainda carregava aquele tom materno que sempre me fazia sentir protegida, mesmo nas situações mais tensas. “Tenho certeza de que meu filho não está aí.” Suspirei internamente. Maria era um dos poucos motivos pelos quais eu ainda suportava estar aqui. Se não fosse pela amizade dos nossos pais e pelo carinho
**Luana Sartori ** Benicio estava ali, parado, o olhar firme sobre mim, como se quisesse arrancar algo além das palavras que eu tinha acabado de dizer. Eu odiava a forma como ele me desestabilizava. Era sempre assim, desde que nossas vidas se cruzaram. Ele surgia, me desmontava, e depois ia embora, me deixando para juntar os cacos. "Com quem você estava falando?" Ele exigiu, o tom grave e controlado, mas eu sentia o peso do ciúme. "Não te interessa, Benicio," respondi, seca. Mas por dentro, meu coração batia rápido. Eu sabia que ele não aceitaria essa resposta. "Você me deve explicações, Luana." "Não, eu não devo." Minha voz saiu firme, mesmo quando senti vontade de jogar o celular nele. Ele deu um passo à frente, aproximando-se o suficiente para que eu sentisse seu perfume. "Como não me deve explicações? Já esqueceu o que aconteceu entre nós? Não pode negar o que sentimos." Revirei os olhos, exasperada. "De novo essa conversa?" Eu ri sem humor e balançei a cabeça, inc
O JUIZ - Tio do Meu FilhoCapítulo 1Eu sou mais uma Maria na multidão, aquela que não deu certo na vida. Assim como tantas outras, vou levando, dia após dia, matando um, dois, três leões por dia. Tento ser mãe, provedora, trabalhadora, mas o mundo parece sempre estar contra mim. Eu sou apenas mais uma Maria lutando para sobreviver no cruel mundo dos humanos.******Maria Silva**"Até mais, meninas. Bom descanso." Deixei o trabalho aliviada por ter sobrevivido a mais uma noite na boate. Os saltos altos e a minissaia de couro, que eu era obrigada a usar, pareciam instrumentos de tortura. Cada passo doía, cada movimento parecia exibir uma ferida que eu escondia. Quando finalmente troquei aqueles sapatos desconfortáveis pelos meus velhos tênis de guerra, senti um alívio imediato. Estava livre, ainda que por algumas horas."Cansada... Como estou cansada," murmurei para mim mesma enquanto caminhava até o ponto de ônibus.O ônibus estava lotado como de costume, repleto de trabalhadores que
**Maria Silva**Ele apertou mais o meu braço, seus olhos penetrantes me encarando com desdém. "Vamos, me diga quem você é," ele repetiu, sua voz carregada de ameaça."Eu..." minha voz falhou. Não sabia o que responder. Estava apavorada."Você não deveria estar aqui," ele rosnou. "Eu vou fazer da sua vida um inferno se não me disser o que sabe." Ele se aproximou ainda mais, sussurrando no meu ouvido. "Mal posso esperar para descobrir o que está escondendo."Minhas pernas começaram a tremer, o medo me consumindo por completo. Eu não deveria ter vindo. Estava claro que eu havia cometido um erro terrível. Mas antes que eu pudesse reagir, ele me puxou para mais perto."Você vai sair daqui agora, e vamos conversar em um lugar mais privado," ele disse, guiando-me em direção à saída. O pânico me dominou, e minha mente começou a correr em busca de uma saída. Não podia deixar que ele me levasse.Eu me sentia como se estivesse flutuando em um mar de confusão e angústia. As memórias da minha vida
**Maria Silva**Eu estava nervosa, as mãos tremendo enquanto tentava manter a compostura. Não errar as palavras e saber o que falar aquele homem imponente à minha frente era crucial naquele momento."Não, eu não vim aqui a mando de ninguém,” O que eu diria para ele? Tive um caso com seu irmão e ele me enganou e vim aqui só para ver se ela realmente estava morto? A voz dentro da minha cabeça me alertava, tentando encontrar uma saída para aquela situação insana.Diante de mim, o homem que parecia ser a sombra viva de Matheus me encarava com uma intensidade perturbadora. "Sou uma jornalista e queria uma foto." Era a desculpa mais plausível que consegui formular naquele momento. “Só isso.”"Foto? Como assim? Você acha mesmo que sou idiota, garota? Até parece que você não sabe com quem está falando" A voz dele era um misto de desprezo e desafio. Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós. "Você queria tirar foto da minha família num momento frágil como esse. Era para eu e
Maria SilvaEu me joguei no banco do carro, ofegante, tentando processar tudo que havia acontecido nas últimas horas. Não era apenas a tensão de estar no velório do homem que destruiu minha vida. Agora, eu estava à mercê de um completo estranho, ou melhor, do irmão do daquele que eu tanto queria esquecer. A presença dele ao meu lado era sufocante, e o silêncio que dominava o carro era ainda pior."Você não pode fazer isso, me jogar dentro do seu carro," disse, tentando soar mais firme do que me sentia.Ele me olhou de soslaio, os olhos estreitos e a mandíbula cerrada. "Você queria que eu te deixasse lá para ser... Deveria ter deixado aqueles homens fazerem o que quisessem com você, talvez você deixasse de ser tão teimosa." Ele estava furioso, mas eu não conseguia rebater, pois sabia que ele estava certo. Se Bruno não tivesse ali, o que teria acontecido? Nem queria imaginar.Ele continuou, sua voz carregada de desconfiança. "A não ser que eles estivessem com você e tudo aquilo era uma