Michael Williams:
Preparei torradas e suco de laranja, pois não sabia seus gostos, mas fui surpreendido ao não vê-la mais ali. Peguei o carro e fui atrás, mas nada encontrei…Após sair do trabalho fui até uma boate, precisava me aliviar de alguma forma de todo o estresse. Suzan não parava de me ligar, foi então que concordei em encontrá-la para então pôr um fim definitivo em todos esses anos que nunca me levaram a nada.— Boa noite, uma dose de whisky puro, por favor! — sentei em uma mesa distante e sem que eu percebesse, Suzan já estava atrás de mim, passando seus braços em volta do meus ombros e beijando meu rosto em seguida.— Eu senti falta de você. Confesso que pensei que não queria mais me ver, depois de tantos meses longe um do outro, finalmente aqui estamos novamente.A ousaria era algo que ela usava a vontade, como se pudesse ter tudo aos seus pés no momento que quisesse, mas quando se tratava de Suzan, não era eu o objeto da história.— Realmente, há muito tempo não nos víamos. Você mudou bastante nesses últimos meses. — levantei e fomos até um daqueles sofá de canto, era mais reservado e não queria que ninguém me visse com ela.— Sabe o que me surpreende, Michael? Passamos tantos dias longe um do outro e quando nos encontramos você é o mesmo homem de sempre, frio e sem sentimentos? Como quer concretizar alto este relacionamento? Estou cansada de ser sempre sua e não te ter somente para mim, Michael.— É exatamente por este motivo que estamos aqui, Suzan. Eu não quero nada sério com você, e sempre deixei isso bem claro. O que tínhamos era apenas casual e mesmo assim, isso durou por anos e aqui estamos nós dois. Vivemos muitas coisas juntos e superamos muitas também, mas já está mais que na hora de cada um seguir com a sua vida e ser livres. — tentei tocar sua mão, mas ela a puxou de cima da mesa, na tentativa de ir sair e fugir da conversa mais uma vez.— De novo essa história de término do que nem nunca começou, Michael. Então, podemos ter esse lance casual até que você encontre alguém, e eu também. — antes que ela saísse, segurei sua mão e olhei firme em seus olhos.— Eu ainda não acabei de falar, então por favor, sente-se que eu tenho algumas coisas a deixar bem claro para você esta noite.— Como você consegue pensar em me dar sermão agora? Passamos tanto tempo longe um do outro, tenho certeza que sentiu falta do meu corpo, assim como eu senti do seu. E essa sua gravata frouxa ainda me deixa excitada.— Eu não quero mais ficar com você, que isso esteja claro em todos os sentidos. Se o problema era gostar de outro alguém, saiba que pode desistir de tudo por aqui. Não havia somente você em minha vida, Suzan, mas ultimamente me dei um tempo e decidi que não quero mais ficar com você. Eu espero que encontre alguém que a ame, pois eu não fui capaz de tal coisa.— Não está falando sério. Você nunca se interessaria por alguém depois de tudo que fizemos e passamos juntos. Você tem noção do que está falando? — sua voz estava começando a ficar alterada, mas logo ela se conteve e voltou ao seu normal. — Não pode estar falando sério, Michael. Eu não me vejo sem você, eu…— Pois terá que aprender a viver. Você sabe que conseguiu destruir com a minha vida, fodeu com meus sentimentos e por anos me tratava como se eu estivesse em suas mãos, mas isso nunca foi verdade. Você sempre esteve à minha mercê, como está agora. Por isso eu direi pela última vez, não há mais nada entre nós dois. Farei um depósito em sua conta amanhã, poderá aproveitar um pouco do seu tempo. E você sabe que se vier atrás de mim, as consequências serão severas.Levantei deixando sob a mesa algumas notas, e saí sem olhar para trás, e como se fosse um anjo que havia acabado de cair do céu, Émie estava passando em frente a boate bem na hora em que eu estava saindo. Ela ainda vestia as mesmas roupas de ontem, talvez nem conseguiu ter ido em casa.— Srta. Carter, o que está fazendo por aqui? — como se fosse algo que falasse mais alto que eu, era como eu sentia como se as coisas que desejo já fosse minha. — Me desculpe pela pergunta invasiva.— Estou procurando alguma república feminina por aqui? Ou pode ser alguma pensão, sei que não é um homem que frequenta estes lugares, mas quem sabe…— O que houve com você? Pode me dizer o que está realmente acontecendo? Por favor! — pedi quase implorando, e vi seus olhos enchendo de lágrimas.— Vamos andando, eu vou te contar o caminho a loucura que é a minha vida.Parecia que eu estava fora de mim, ver seus olhos cheios d'água me deu uma aflição inexplicável, como se fosse possível sentir toda a dor que ela estava sentindo naquele momento, e tudo me deixou ainda mais sentido quando ela começou a contar sobre sua vida.— Bem, Sr. Williams, eu não tive uma vida privilegiada, foi tudo pelo contrário e acredite, eu preferia nem ter nascido. Meus pais nunca foram pessoas amorosas ou presentes, meu irmão fugiu de casa quando teve oportunidade e desde então eu nunca tive notícias suas. Eu deveria ter fugido com ele, mas ele me deixou para trás. Depois que cresci, comecei a trabalhar, era dividida entre trabalhar e estudar, porém, depois que saia da escola, tinha que ir direto para o trabalho e isso até os dias atuais. Briguei com a minha mãe, e quando saí de casa decidi que não voltaria mais. Você me acolheu ontem em sua casa, me desculpe por sair sem me despedir.— Poderíamos conversar melhor em minha casa. Você pode ficar comigo por enquanto, veja isso como uma reconciliação pelo que fiz acontecer com você.— Não posso, me desculpe, mas eu não posso ir para casa de alguém que eu…— Não mencione que somos desconhecidos, Émie. Você já sabe tanto sobre mim, que eu poderia facilmente estar em suas mãos. Não suportaria te ver sofrendo tanto, por escolhas que não foram suas. Por favor, aceite a minha ajuda!— Tudo bem, mas não será por muito tempo. Quando puder alugar um lugar para mim, pagarei a você por tudo, agora vamos para casa. — Dizer isso soava tão pessoal e íntimo, como se de alguma forma, ela fosse minha.— Sua companhia será o melhor pagamento que você poderia me dar. Doce Émie. — de um jeito delicado e involuntário, toquei em sua mão e ela retribuir, em seguida beijei a mesma e segundo depois estávamos dentro do carro, indo para casa.Era por volta das 20:00hrs quando chegamos em casa, sua aparência era de extremo cansaço.— Sinta-se à vontade para fazer o que quiser. Venha, vou lhe mostrar o seu quarto.Não era nada decorado ou bem montado, até porque nunca esperei receber visitas em minha casa, não para dormir. Havia uma cama do lado direito só quarto, com uma janela ao lado. Um guarda roupas, e algumas outras coisas que completavam um quarto simples.— Amanhã eu vou precisar sair e poderei passar o dia todo fora de casa, portanto, não quero que se sinta presa aqui ou seja lá o que for… pode fazer o que quiser, apenas feche as portas se caso for dormir cedo.— Eu não sei como te agradecer pelo que está fazendo por mim, Michael. Eu juro que vou pagar por tudo, não quero tirar vantagens da sua boa vontade em me ajudar.— Não vamos mais falar sobre isso, ok? Agora você vem comigo, comprei algumas coisas para você.Eu precisava ajudá-la de alguma forma, e essa foi a melhor maneira que eu encontrei de retribuir o que eu causei em sua vida. Pedi para Betsy fazer este favor para mim, e como ela está na cidade para passar alguns dias, pensei que poderia me ajudar com esse caso tão delicado.Não sabia dos seus gostos, mas percebi que a mesma não gostava de coisas vulgares, por esse motivo pedi para que Betsy incluísse bastante vestidos e jeans.— Não deveria ter se preocupado com isso, é muito, Michael. Eu… — antes que ela dissesse mais uma vez que não teria como pagar, coloquei meu dedo em seu lábio e disse baixinho palavras inaudíveis.— Não é muito, Émie, é apenas o suficiente. Quero que vá escolher muito mais, por favor!— Não e não! Está ótimo tudo isso, com certeza irei fazer muito bom proveito de tudo isso. Não sabe o quanto está me ajudando, obrigada.— É o mínimo que eu posso fazer, Srta. Carter. Bem, irei tomar um banho agora e em seguida irei fazer o jantar, estarei na cozinha caso precise de alguma coisa. — segurei seu rosto com as palmas das mãos e disse: — Por favor, não vá embora sem se despedir novamente, você me deixou preocupado.— Eu não vou! — sua voz baixa era excitante e sexy ao mesmo tempo.Antes que as coisas pudessem se tornar mais difíceis para mim, saí do seu quarto e fui direito para o meu, entrando debaixo da água fria do chuveiro assim que adentrei e fechei a porta.Uma semana depois… Émie Carter: Finalmente estou conseguindo resolver alguns dos pequenos problemas que me perseguiam. Já não sentia mais dor pelo acidente, mas ainda era como estar morando sozinha, mesmo que na casa de outra pessoa. — Bom dia, Srta. Carter, eu sinto muito por estar deixando você por tanto tempo sozinha, eu prometo que irei recompensar isso, esta noite. — isso para mim era novo, Michael passar a noite em casa? Quando Michael se aproxima demais de mim, sinto como se eu fosse esquecer como se respira, é algo tão pouco e bom ao mesmo tempo. Seu tom de falar é sexy e parece autoritário, porém sem ordens. Seus cabelos perfeitamente alinhados, mesmo após sair do banho e por fim, seu corpo parecia ter sido esculpido por Deus, era uma perfeição. — Acabei de fazer o jantar, se quiser experimentar a minha comida, essa é a hora. — estava nervosa em desafiá-lo, mas confiante também. — Gostaria de experimentar coisas que você não tem ideia! — isso deveria ter saído baixo da
Michael Williams: Estavam perdidos em memórias do passado quando Suzan aproximou-se da mesa em que eu estava, sentando na cadeira à minha frente, onde estava sentada Émie antes de ir ao toalete. — Pelo que vejo você até que foi rápido, escolheu a dedo a mais pobre e idiota. Está saindo com a garota que trabalha na biblioteca, Michael, não se envergonha disso? — Suzan pegou meu copo e bebeu o líquido em apenas um gole. — Já não temos mais nada, Suzan, e eu te disse pra ficar longe de mim, principalmente em locais públicos. — alertei ela pela última vez, antes de perceber para onde ela estava olhando. — Eu estava de passagem e te vi aqui, daí resolvi cumprimentar você pela última vez. Te desejo sorte, não queria estar em sua pele. — antes de sair, ela se aproximou do meu ouvido e sussurrou: — Espero que encontre alguém que lhe dê o prazer que você busca, pois jamais encontrará outra igual a mim. Após Suzan levantar e ir embora, senti que algo estava nos observando e ao olhar para t
Émie Carter: Amanheceu chovendo, eu poderia parecer estranha, mas adoração ouvir o barulho dos trovões durante a madrugada. Não consigo entender como ele conseguiu acordar tão cedo… Quando chegamos, Michael agarrou-se a uma garrafa de vinho e se trancou em seu quarto, logo em seguida. Estava olhando a chuva através do vidro quando senti aquela sensação de que alguém estava ali muito perto, tornado seu hálito quente uma tremenda falta de respeito com a carência alheia. — Eu não vi você tomando café da manhã. — me arrepiei quando Michael sussurrou ao pé do meu ouvido, realmente, não estava com fome. — Estou sem fome. — peguei minha bolsa, meu casaco e fui andando em direção a porta. — Até mais, Michael. — Isso é uma despedida, Émie? — Talvez seja, afinal, eu sou um ser humano e tem grandes chances de haver interesse da minha parte. Portanto, acho que se ficarmos distantes um do outro, será melhor. — Me desculpe, não era minha intenção te fazer pensar desta forma. Eu também desejo
Michael Williams:Suzan não deveria ter ido até mim ontem a noite, isso me deixou furioso, mesmo após ter enviado uma boa quantia para ela, ainda sim me perturba. Eu tinha que resolver um assunto sério, era sobre a Suzan e eu sabia que ela queria me ferrar, só não sabia que seria de uma forma tão sentimental. — Finalmente, você não chegava nunca? — seus olhos azuis brilhavam ao me ver, correndo ela veio me abraçar. — Não me toque, por favor! Então, espero que tenha um bom motivo para ter me chamado até aqui. A casa dela estava bem arrumada. Estava com uma bela apresentação e a luz de velas. Suzan parecia nervosa, bebeu uma taça de vinho em uma virada só. — Eu estou indo embora da cidade, mas depois de tantos anos juntos, eu não me sinto mais no direito de continuar escondendo a coisa mais doida que já aconteceu em nossas vidas. Há três anos atrás a nossa filha nasceu, eu estava sozinha no banheiro e… — suas mãos tremiam, ela chorava e me olhava com um olhar de piedade. Olhei firme
Émie Carter: Meu celular havia acabado de parar de funcionar bem no momento em que eu estava tentando encaixar alguma mensagem para Michael, na esperança de saber onde ele estava, pois a chuva não dava uma trégua e eu não queria ficar doente, ou as coisas seriam mais difíceis para mim. Não havia como ir para sua casa, então sem muita opção, eu fui arrumar a salinha para dormir, quando ouvir a porta ser aberta, revelando Dona Emília entrando. — Que bom que a encontrei aqui, estava mesmo precisando falar com você. — seu sorriso fraco indicava que as coisas que ela iria dizer, não eram muitos agradáveis. — Eu pensei em dormir aqui hoje, já que está chovendo e… — Não precisa me dar explicações, Émie. Eu estive com sua mãe hoje cedo e ela me contou toda a situação, claro que na história você se saiu como errada, mas saiba que eu estou do seu lado, agora sente-se aqui que tenho que conversar sério com você. Com o peito arfando e as emoções me dominando, eu sentei ao seu lado com as mão
Michael Williams: Dois dias depois… Vésperas de Natal Qual a função de um pai? Era difícil saber quando não se tinha convívio com um na infância ou adolescência. — Ele vai sentir fome, vai precisar de fraldas e algumas coisas que os bebês precisam. — Émie segurava Zenith em seu colo, cantando jazz e dando passos para um lado e para o outro. — Amanhã iremos resolver isso! — enquanto ela o fazia dormir novamente em meu quarto, eu descia as escadas às pressas para atender a ligação de Lilian, mas já não era necessário mais atendê-la. Com as pernas cruzadas ela estava sentada, segurando um copo com whisky e o desgastando quando me viu. — Por que não atende minhas ligações? Por acaso esqueceu que dia é hoje? — Se eu não atendi é porque não queria vê-la hoje, temos um combinado, Lilian. — estava torcendo para que Émie não descesse por agora, porque eu teria que colocar um fim em mais um empecilho da minha vida. — Por isso mesmo estou aqui, Michael, porque temos um acordo. Às quinta
Émie Carter: Com o envelope de dinheiro em mãos, se passavam mil e um pensamentos em minha mente. Todos nós parecíamos perdidos, e o Natal que nunca foi comemorado por mim, agora estava sendo uma data especial e ao mesmo tempo vazia novamente.Michael tentava ser compreensível, mas seu jeito arrogante de ser, o tornava uma pessoa incapaz de demonstrar sentimentos, tanto em palavras quanto em gestos. Agora com um filho sob sua responsabilidade, eu tentava ser o mais compreensiva possível com ele, enquanto o pequeno estava brincando, nós dois estávamos arrumando a casa, embora fosse enorme, não era algo ruim para mim, pelo menos me mantinham com a cabeça ocupada. — Você pensou no que eu lhe disse? — ele me olhava de cima da escada, sem camisa e com um pano de prato pendurado em seu ombro, um extremo gostoso. — Eu… — tentei não olhar pra ele, mas era quase impossível disso não acontecer. — Eu acho melhor a gente ficar aqui, por enquanto, não quero sair do meu ninho por agora, tenho mu
Michael Williams: Haviam alguns minutos que Émie estava no banheiro, mas ainda não havia ligado o chuveiro, então resolvi lhe chamar. Mas parei no mesmo instante…— Eu só quero entender como você foi descobrir que só tinha um filho agora! Como isso foi acontecer, Michael? — Betsy estava com fúria nos olhos, assim como eu, confusa. — Ele é filho da Suzan, ela o mantinha em um orfanato até o dia que decidiu me levar lá e me falar sobre ele. O orfanato está em situação precária, mas ela havia onerando em tudo e o garoto tem meu nome em seu registro. Sem escolhas, eu tive que trazê-lo e… — Cadê a babá que está cuidando dele? Por que não me chamou aqui quando soube, Michael? Onde ficou nossa cumplicidade? Afinal, com quem vai sair? — suas infinitas perguntas se calaram quando ela viu Émie saindo do banheiro, vestida em um roupão com os cabelos presos em um coque. — Eu não estou acreditando nisso. Então…? — seus olhos arregalados diziam o que ela estava querendo falar. Levei Betsy até a