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Capítulo 6 — MICHAEL

Michael Williams:

Preparei torradas e suco de laranja, pois não sabia seus gostos, mas fui surpreendido ao não vê-la mais ali. Peguei o carro e fui atrás, mas nada encontrei…

Após sair do trabalho fui até uma boate, precisava me aliviar de alguma forma de todo o estresse. Suzan não parava de me ligar, foi então que concordei em encontrá-la para então pôr um fim definitivo em todos esses anos que nunca me levaram a nada.

— Boa noite, uma dose de whisky puro, por favor! — sentei em uma mesa distante e sem que eu percebesse, Suzan já estava atrás de mim, passando seus braços em volta do meus ombros e beijando meu rosto em seguida.

— Eu senti falta de você. Confesso que pensei que não queria mais me ver, depois de tantos meses longe um do outro, finalmente aqui estamos novamente.

A ousaria era algo que ela usava a vontade, como se pudesse ter tudo aos seus pés no momento que quisesse, mas quando se tratava de Suzan, não era eu o objeto da história.

— Realmente, há muito tempo não nos víamos. Você mudou bastante nesses últimos meses. — levantei e fomos até um daqueles sofá de canto, era mais reservado e não queria que ninguém me visse com ela.

— Sabe o que me surpreende, Michael? Passamos tantos dias longe um do outro e quando nos encontramos você é o mesmo homem de sempre, frio e sem sentimentos? Como quer concretizar alto este relacionamento? Estou cansada de ser sempre sua e não te ter somente para mim, Michael.

— É exatamente por este motivo que estamos aqui, Suzan. Eu não quero nada sério com você, e sempre deixei isso bem claro. O que tínhamos era apenas casual e mesmo assim, isso durou por anos e aqui estamos nós dois. Vivemos muitas coisas juntos e superamos muitas também, mas já está mais que na hora de cada um seguir com a sua vida e ser livres. — tentei tocar sua mão, mas ela a puxou de cima da mesa, na tentativa de ir sair e fugir da conversa mais uma vez.

— De novo essa história de término do que nem nunca começou, Michael. Então, podemos ter esse lance casual até que você encontre alguém, e eu também. — antes que ela saísse, segurei sua mão e olhei firme em seus olhos.

— Eu ainda não acabei de falar, então por favor, sente-se que eu tenho algumas coisas a deixar bem claro para você esta noite.

— Como você consegue pensar em me dar sermão agora? Passamos tanto tempo longe um do outro, tenho certeza que sentiu falta do meu corpo, assim como eu senti do seu. E essa sua gravata frouxa ainda me deixa excitada.

— Eu não quero mais ficar com você, que isso esteja claro em todos os sentidos. Se o problema era gostar de outro alguém, saiba que pode desistir de tudo por aqui. Não havia somente você em minha vida, Suzan, mas ultimamente me dei um tempo e decidi que não quero mais ficar com você. Eu espero que encontre alguém que a ame, pois eu não fui capaz de tal coisa.

— Não está falando sério. Você nunca se interessaria por alguém depois de tudo que fizemos e passamos juntos. Você tem noção do que está falando? — sua voz estava começando a ficar alterada, mas logo ela se conteve e voltou ao seu normal. — Não pode estar falando sério, Michael. Eu não me vejo sem você, eu…

— Pois terá que aprender a viver. Você sabe que conseguiu destruir com a minha vida, fodeu com meus sentimentos e por anos me tratava como se eu estivesse em suas mãos, mas isso nunca foi verdade. Você sempre esteve à minha mercê, como está agora. Por isso eu direi pela última vez, não há mais nada entre nós dois. Farei um depósito em sua conta amanhã, poderá aproveitar um pouco do seu tempo. E você sabe que se vier atrás de mim, as consequências serão severas.

Levantei deixando sob a mesa algumas notas, e saí sem olhar para trás, e como se fosse um anjo que havia acabado de cair do céu, Émie estava passando em frente a boate bem na hora em que eu estava saindo. Ela ainda vestia as mesmas roupas de ontem, talvez nem conseguiu ter ido em casa.

— Srta. Carter, o que está fazendo por aqui? — como se fosse algo que falasse mais alto que eu, era como eu sentia como se as coisas que desejo já fosse minha. — Me desculpe pela pergunta invasiva.

— Estou procurando alguma república feminina por aqui? Ou pode ser alguma pensão, sei que não é um homem que frequenta estes lugares, mas quem sabe…

— O que houve com você? Pode me dizer o que está realmente acontecendo? Por favor! — pedi quase implorando, e vi seus olhos enchendo de lágrimas.

— Vamos andando, eu vou te contar o caminho a loucura que é a minha vida.

Parecia que eu estava fora de mim, ver seus olhos cheios d'água me deu uma aflição inexplicável, como se fosse possível sentir toda a dor que ela estava sentindo naquele momento, e tudo me deixou ainda mais sentido quando ela começou a contar sobre sua vida.

— Bem, Sr. Williams, eu não tive uma vida privilegiada, foi tudo pelo contrário e acredite, eu preferia nem ter nascido. Meus pais nunca foram pessoas amorosas ou presentes, meu irmão fugiu de casa quando teve oportunidade e desde então eu nunca tive notícias suas. Eu deveria ter fugido com ele, mas ele me deixou para trás. Depois que cresci, comecei a trabalhar, era dividida entre trabalhar e estudar, porém, depois que saia da escola, tinha que ir direto para o trabalho e isso até os dias atuais. Briguei com a minha mãe, e quando saí de casa decidi que não voltaria mais. Você me acolheu ontem em sua casa, me desculpe por sair sem me despedir.

— Poderíamos conversar melhor em minha casa. Você pode ficar comigo por enquanto, veja isso como uma reconciliação pelo que fiz acontecer com você.

— Não posso, me desculpe, mas eu não posso ir para casa de alguém que eu…

— Não mencione que somos desconhecidos, Émie. Você já sabe tanto sobre mim, que eu poderia facilmente estar em suas mãos. Não suportaria te ver sofrendo tanto, por escolhas que não foram suas. Por favor, aceite a minha ajuda!

— Tudo bem, mas não será por muito tempo. Quando puder alugar um lugar para mim, pagarei a você por tudo, agora vamos para casa. — Dizer isso soava tão pessoal e íntimo, como se de alguma forma, ela fosse minha.

— Sua companhia será o melhor pagamento que você poderia me dar. Doce Émie. — de um jeito delicado e involuntário, toquei em sua mão e ela retribuir, em seguida beijei a mesma e segundo depois estávamos dentro do carro, indo para casa.

Era por volta das 20:00hrs quando chegamos em casa, sua aparência era de extremo cansaço.

— Sinta-se à vontade para fazer o que quiser. Venha, vou lhe mostrar o seu quarto.

Não era nada decorado ou bem montado, até porque nunca esperei receber visitas em minha casa, não para dormir. Havia uma cama do lado direito só quarto, com uma janela ao lado. Um guarda roupas, e algumas outras coisas que completavam um quarto simples.

— Amanhã eu vou precisar sair e poderei passar o dia todo fora de casa, portanto, não quero que se sinta presa aqui ou seja lá o que for… pode fazer o que quiser, apenas feche as portas se caso for dormir cedo.

— Eu não sei como te agradecer pelo que está fazendo por mim, Michael. Eu juro que vou pagar por tudo, não quero tirar vantagens da sua boa vontade em me ajudar.

— Não vamos mais falar sobre isso, ok? Agora você vem comigo, comprei algumas coisas para você.

Eu precisava ajudá-la de alguma forma, e essa foi a melhor maneira que eu encontrei de retribuir o que eu causei em sua vida. Pedi para Betsy fazer este favor para mim, e como ela está na cidade para passar alguns dias, pensei que poderia me ajudar com esse caso tão delicado.

Não sabia dos seus gostos, mas percebi que a mesma não gostava de coisas vulgares, por esse motivo pedi para que Betsy incluísse bastante vestidos e jeans.

— Não deveria ter se preocupado com isso, é muito, Michael. Eu… — antes que ela dissesse mais uma vez que não teria como pagar, coloquei meu dedo em seu lábio e disse baixinho palavras inaudíveis.

— Não é muito, Émie, é apenas o suficiente. Quero que vá escolher muito mais, por favor!

— Não e não! Está ótimo tudo isso, com certeza irei fazer muito bom proveito de tudo isso. Não sabe o quanto está me ajudando, obrigada.

— É o mínimo que eu posso fazer, Srta. Carter. Bem, irei tomar um banho agora e em seguida irei fazer o jantar, estarei na cozinha caso precise de alguma coisa. — segurei seu rosto com as palmas das mãos e disse: — Por favor, não vá embora sem se despedir novamente, você me deixou preocupado.

— Eu não vou! — sua voz baixa era excitante e sexy ao mesmo tempo.

Antes que as coisas pudessem se tornar mais difíceis para mim, saí do seu quarto e fui direito para o meu, entrando debaixo da água fria do chuveiro assim que adentrei e fechei a porta.

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