Émie Carter: Tudo era tão superficial. A felicidade que as pessoas demonstravam sentir umas pelas outras, não se passavam de máscaras expostas em seus rostos, com Michael não era muito diferente. Ele sorria e tentava desistirá que estava tudo bem enquanto conversava com alguns amigos seus, dentre eles havia professores, juízes e o mais inusitado, acompanhantes de luxo, dentre elas, uma em especial que não parava de olhar para Michael. — E você, Williams, quanto tempo não passou correndo atrás dos seus sonhos até chegar onde está hoje? Aliás, onde arranjou essa acompanhante? Nunca o vi na presença de outra mulher a não ser Suzan. — era incrível como ignoravam a minha presença ali, como se eu não fosse um nada, e realmente ali eu não era nada. No instante em que eu iria dar as costas para tentar disfarçar o choro, fui puxada contra seu peito e surpreendida quando ele apontou seu dedo no rosto do homem que havia acabado de falar tais palavras. — Essa é Émie, uma grande estudante de l
Michael Williams: — Por apenas três anos eu morei com meus pais, conheci Betsy quando completei oito anos, ela havia acabado de nascer quando chegou ao orfanato e me apresentaram a ela. Eu nunca senti tamanha felicidade em minha vida ao conhecer uma pessoa como no dia em que eu vi a Betsy pela primeira vez. Ela parecia uma boneca de tão pequena e frágil, eu fui me adaptando a cuidar dela dia após dias, até a família Williams adotar a gente. No começo, eles não me queriam por já ser uma criança grande, eu já tinha 11 anos e Betsy três, me agarrei a ela e sem ela eu não ficaria e nem ela iria embora. Eu amo a minha família, não por me adotarem, mas porque amam a Betsy com todo seus corações. Confesso que fui um filho rebelde, dei muito trabalho aos meus pais e tenho certa vergonha disso, por isso evito muito contato com ele. Émie me olhava com seu olhar piedoso, compreendendo cada palavra que acabara de ser dita. — Eu agradeço por ser filha única, não porque não queria ter um irmão,
Émie Carter: Cada virada de taça vinha acompanhada de uma risada. Sentandos de frente para um lado, em um estabelecimento pouco frequentado por sua aparência (de pobre). Pela primeira vez eu estava sentada, bebendo e me divertindo sem medo de ser agredida quando chegasse em casa, só em pensar nisso eu já me sentia uma pessoa de sorte e aliviada por ter me livrado de tudo aquilo. — Você disse que tinha um namorado, ele ainda perturba você? — Michael não era invasivo, ele sabia o momento certo de fazer suas perguntas. — Mclay é meu demônio infernal, ele nunca vai me deixar em paz enquanto estiver vivo. — respondi certa do que estava dizendo, pois em vida ele jamais me deixaria em paz, além do mais, sendo amigo dos meus pais isso só seria vantajoso para ele, no caso fazer chantagens para mim. — Ficaria triste se ele morresse? — a pergunta inusitada fez com que meus olhos se arregalassem e eu cuspisse todo o vinho fora, batendo nele e sujando sua camisa. — Me desculpe por isso. — num
Michael Williams: Estava me controlando ao máximo para beijá-la, mas isso se tornou impossível de não o fazer quando olhei para trás e vi sua respiração ofegante. Estávamos um pouco elevados, mas ainda sim estávamos sóbrios e com a consciência em dia. Com o carro parado, ela desceu e estava reclamando baixinho. — Acho que precisamos pautar algumas coisas por agora. Nutrimos o mesmo sentimento um pelo outro, nada mais justo que compartilharmos nossas dores, você não acha isso justo? — enconstada em uma árvore ela se mantinha calada, com o olhar baixo e um bico querendo retrucar.— Acho que as coisas tem que ser conforme o tempo vai passando, do que adianta a gente partilhar momentos e dores se eu não sei se você vai permanecer aqui comigo? — seu medo do abandono era alto assustador, era como se ela tivesse o máximo apego ao que havia acabado de conhecer pelo simple medo da solidão. — Daqui a alguns dias você irá retornar para sua casa, seu trabalho e sua rotina, quando a mim… eu nem
Émie Carter: Estava quase adormecendo quando o vi saindo do quarto, a solidão era algo que doía em mim, apesar de todas as coisas eu queria estar com ele hoje. — Depois de tantas promessas, vai me deixar aqui sozinha, deixando os lençóis me aquecendo, quando você mesmo poderia estar fazendo isso? — mordisquei o lábio inferior e ele se jogou ao meu lado. (...)Betsy me esperava sair do banho, enquanto discutia sobre coisas fúteis com seu irmão. — Você sabe que Émie não tem nada haver com seus problemas. Já pensou no quanto você a magoou? — Betsy falava baixo, mas como não havia barulho, estava dando para ouvir a conversa. — Se eu fosse a mesma pessoa de anos atrás, tenho certeza que Émie jamais iria me querer. Espero que me permita cuidar dela, deixe que aos poucos ela saberá do que precisa saber. Não é minha intenção enganar, muito menos machucá-la. — Michael falava com uma certa convicção, o que no fundo me deixava feliz. — O caminho é todo seu, e de verdade, eu espero que saib
Michael Williams: Quando ela andava seu vestido balançava e aquilo me dava o privilégio de uma visão perfeita. Ela era tão perfeita e merecia tantas coisas boas, que sempre que a via ao meu lado, sentia como se eu a sufocasse de alguma maneira. Andávamos pelo jardim até chegar em minha casa, que era mais parecida com uma mansão. Émie sorria enquanto andávamos, seu jeito meigo e leve de levar as coisas me deixavam com mil perguntas a serem feitas. — Émie… — ela virou-se com um largo sorriso em seu rosto, como se estivesse despertando sua criança interior. — Quero te mostrar uma coisa! — estendi a mão e me senti feliz quando segurou. As iluminações não eram muito chamativas, não gostava de muitos enfeites e por isso optava por algo mais básico, mas não tão simples. Algumas pessoas da minha família estavam dentro da casa, chegaram hoje pela manhã e Besty os recebeu. O vento que soprava em nosso rosto bagunçava seus cabelos, mexia as árvores e deixava tudo ainda mais leve. Na parte ex
Émie Carter: O ar faltava em meu peito, uma sensação de sufocamento tomou conta de mim e naquele momento, diante daquela cena, eu me vi à beira do precipício. Onde eu estava com a cabeça quando aceitei morar na casa de um homem que nem lembra quem eu sou? — Isso não pode continuar assim — repeti várias a mesma frase para mim mesma antes da Betsy me encontrar parada, olhando nada, buscando forças para caminhar e sair dali o quanto antes. — Émie, eu sei que não deveria te pedir isso, sei que meu irmão é um idiota, mas vamos entrar? Aproveite este Natal comigo, por favor! — o olhar marejado de Besty me fez voltar para dentro de casa, embora não quisesse, ela era minha melhor amiga e quem sempre esteve comigo, me acolhendo nas horas difíceis. — Obrigada, Émie. Por estar fazendo isso por mim. — Eu também senti a sua falta. — disse baixinho, porque demonstrar sentimentos não era o meu forte, e isso ainda me deixava sem graça. — Eu te amo, estarei sempre com você. — Betsy alisou minha mã
Michael Williams: Era difícil dizer que meu coração estava sentindo, mas era necessário…Paramos em frente a biblioteca, e em minha mão havia uma caixinha, onde dentro estava a chave para abri-la.— Feliz Natal! — segurei sua mão e lhe entreguei a caixinha, vendo sua expressão confusa e calma. Ao abri-la, seu sorriso não durou por muito tempo, em seguida ela fechou e me estendeu a mão, para que eu a pegasse de volta. — Obrigada, mas eu não posso aceitar, me desculpe! — Não se recusa um presente, e eu não o aceitarei de volta. É todo seu. — por alguns segundos ela permaneceu pensativa, até que eu também queria saber sobre sua reação e seus gostos. — Espero que tenha gostado. — Eu adorei. Muito obrigada, Michael. Espero algum dia poder retribuir tudo isso…— Pode me pagar com beijos, eu não vou me importar. — caminhei até ela e lhe envolvi em meus braços, lhe beijando com desejo e como se fosse a primeira vez. — Podemos conversar um pouco? — pedi segurando seu rosto e a vendo sorri