Michael Williams:
Os problemas pareciam me perseguir, como se fosse uma forma de me fazer sofrer pelos meus atos do passado. Era uma noite de quinta-feira, havia acabado de sair de uma palestra extremamente entediante, quando decidi ir até um bar próximo. Antes que eu pedisse a princesa dose, Lilian estava me ligando e enviando fotos nuas, esperando que eu a respondesse e quem sabe fosse dela esta noite também."Lilian…" — eu realmente estava cheio, tive um dia péssimo, e como se isso não bastasse, Lilian me ligava somente para querer sexo e luxúria."Michael, você não me parece nervoso quando está dentro da minha boca." — sua voz se tornava cada vez mais irritante e todos os dias eu me perguntava o que eu fiz para merecer isso, ou porque eu não sei onfora enquanto podia."Já conversamos sobre isso, Lilian. Não existe mais nós dois, existe apenas eu e você. Eu quero vê-la bem, mas não damos mais certo, afinal, nunca demos certo, apenas conviviamos juntos e…""Não preciso da sua ajuda, nem do seu dinheiro, eu só quero você e mais nada, Michael. Às vezes parece querer complicar as coisas entre nós. Não vê que fomos feitos um para o outro? Nós dois nos merecemos, meu amor!""Até mais, Lilian." — decidi não beber por ora, então fui para casa.Estava chovendo, as ruas vazias e muito nublado, não dava para ver muito bem quem estava passando, foi então que eu bati em alguém…O airbag foi acionado, então sai o mais rápido que pude e vi o corpo magricela jogado no chão, bem no meio de uma poça d'água, mas a água já estava vermelha pelo sangue que foi derramado. Me aproximei rápido, pegando o corpo miúdo do chão e levando até o carro o mais rápido possível.— Você está bem? Eu vou levá-la ao hospital. — e o que parecia não viver mais, soltou em murmurinhos algumas palavras que eu não entendi bem, porém retruquei. — Deveria olhar melhor por onde anda!— Não preciso de hospital. Preciso ir para casa. — ela era teimosa, mas não era hora de contrariar ela, sua situação estava precária.— Onde você mora?— Rua Dairo, 455. É virando a esquerda! — por um momento nossos olhares se cruzaram, despertando em meu corpo leves arrepios.— Eu sei onde fica. — por um segundo, e pela primeira vez, percebi que havia falado rude com alguém novamente, mas ela não parecia se importar.O silêncio era perturbador, mesmo sentindo dor ela não falava nada, nem fazia nenhum barulho. Preocupado, olhei para trás e a vi chorando, mas sem expressão alguma. Ela era bonita, mas agora estava suja e arrebentada, por minha culpa. Não posso deixá-la dessa forma.Parei o carro e na esquina, e olhei para trás, tendo uma fodida visão dos seus seios arfando, enquanto ela tentava se segurar para erguer o corpo e abrir a porta.— Me deixe aqui, por favor. — vagarosamente ela saiu, me olhando e dizendo suas últimas palavras. — Você errou em não me matar. — sorriu fraco e saiu andando torto, deixei o carro ali mesmo e fui seguindo ela.A rua era deserta, as pessoas que ali estavam, era apenas para fazer use de drogas, ou sexo nos becos escuros.Sua casa era moderna, porém, não havia cuidados. O portão estava enferrujado, a grana alta e as árvores estavam cobrindo a frente da casa. A garota entrou e logo em seguida ouvi um tapa, não podia ser o que eu estava pesando!— O que houve com você, sua vadia? Saiu de casa inteira e volta rosa quebrada, quer que façamos alguma coisa por você? Pois sabe que terá que arcar com as consequências… — a voz era feminina, mas quem deveria ser para falar desta forma com tamanha autoridade. — Afinal, tava tentando tirar a vida outra vez?— Eu nunca tentei tirar minha vida, não sou tão idiota como vocês. E eu estava andando distraída e caí em um bueiro, quando estava voltando de uma festa. — sua voz doce e calma era atraente, porém triste.— Então deve está com dinheiro! Ou será que isso foi apenas uma queda? Será que não foi alguém que te arrebentou por aí? — desta vez, a voz máscula gritava, como se fosse partir dali para pior. — Quando eu estiver falando com você, olhe para mim, está me entendendo?— Sim, pai! — então aqueles eram os pais dela?Não seria egoísta ao ponto de ficar apenas ouvindo seu sofrimento sem fazer nada…— Eu gostaria de falar com a filha de vocês! — disse após uma senhora magra e alta, de cabelos grisalhos presos em um rabo de cavalo abriu a porta.— Émie não está, se quiser falar com ela, ligue para ela! — antes que a senhora pudesse fechar a porta, coloque o pé para bloqueando que a mesma fosse fechada.— Eu perdi o celular, perdi também seu número. Poderia anotá-lo para mim? Posso pagar por esse favor!Não foi difícil, em menos de dois minutos eu estava com seu número anotado em um pedaço de folha de caderno. Lhe entreguei uma nota de cem dólares, o que enlargueceu seu sorriso, me despedir e fui embora.Minha consciência estava pesada por não ter feito nada, apesar de que eu estivesse funcionando no automático. Estava com os pensamentos confusos, Lilian conseguiu bagunçá-los de uma forma inexplicável.Não saí dali antes de ter certeza que aquele era realmente seu número de telefone, então liguei, e ao ouvir sua voz, desliguei rapidamente.(...)— Boa noite, Michael. Como não houves comunicação, eu fui embora ontem a noite e estou chegando agora. Algum problema? — Rose era a minha luz, era ela que eu procurava em meio ao caos. Ela sempre estava ao meu lado, e quando eu vim morar sozinho, ela decidiu que quiria vir comigo. Era minha mãe nas horas vagas, quando minha mãe estava trabalhando.— Tudo bem, Rose. Se não for incômodo para você, queria lhe dar umas férias, quantos dias você quiser. Tem que haver alguma coisa que tenha vontade de fazer, sei lá… visitar alguém, ou algum lugar. — eu queria um tempo pra ficar sozinho, ela não me incomodava, mas estava ali todo o tempo.— Eu vou adorar ir visitar sua avó, eu lamento pela sua mãe, mas vai ficar tudo bem. — seus braços me envolveram em um abraço quente e confortável. — Qualquer coisa pode me ligar, ou se quiser apenas conversar.— Obrigada, Rose.Ela não demorou muito, dentro de meia hora, Rose arrumou suas malas e estava esperando o táxi para levá-la. Havia mil e um pensamentos em minha cabeça agora, mais da metade dele eram em Émie. Eu precisava saber como ela estava, mas sua mãe mentiu ao dizer que ela não estava, ao menos eu agora tinha o seu número.Tomei um banho gelado e antes de fazer qualquer outra coisa, pela primeira vez sentiu que deveria ligar para alguém. Se aquela garota morresse por minha culpa, jamais iria me perdoar, além de que, não me conformei com as coisas que ouvi em sua casa.Disquei os número e não demorou muito para que ela atendesse…"Alô! Quem é?" — sua voz estava baixa, como se tivesse atendido por obrigação ou esperando algo."Oi… sou eu! Só quero saber se está tudo bem com você. Fiquei preocupado com estado, nunca vi alguém recusar ajuda após ser atropelado.""Estou bem. Agradeço pela preocupação, mas não será necessário se preocupar com isso. Foi distração minha.""Tudo bem… se precisar de alguma coisa, ou ainda quiser ir ao médico, pode retornar a ligação. Se eu puder ajudar com algum val…" — é… ela era menos paciente que eu.Antes que a ligação fosse encerrada, ouvi um grito onde ela estava, então ela desligou. Alguns minutos se passaram, mas não houve retorno de sua ligação, não liguei mais, pois não havia mais nada para dizer naquele momento.Com Rose longe, agora poderia ficar um pouco mais em algumas coisas em casa, já que estive ausente na maior parte do tempo. Faltam apenas duas semanas para começar um novo semestre e eu estou completamente louco.Émie Carter: A dor não me permitiu dormir. Esperei meus pais saírem e fui até o banheiro ver o tamanho do estrago que ficou meu corpo… Olhava fixamente para meu reflexo no espelho e estava horrível. O lado esquerdo do meu rosto estava roxo e levemente inchado, mas nada que uma bolsa de gelo não resolvesse. Minhas coxas também estavam feridas e meu corpo inteiro doía. Para minha sorte, estava chovendo e eu poderia me agasalhar bem, assim cobriria melhor meu corpo. Por um momento me peguei pensando no cara do carro, se bem que eu poderia ter aceitado a sua ajuda, pois estou me sentindo péssima. Após um banho rápido, fiz um sanduíche, enfiei dentro da minha bolsa. Soltei meus cabelos, peguei meu casaco e fui para o trabalho. — Bom dia, Srta. Carter. Bem… como já está aqui, pensamos se hoje não podes ficar após o fechamento para retirar a poeiras dos livros e das estantes. O pagamento será efetuado agora mesmo. — bem, ao menos eu iria ganhar um extra hoje. — Claro que eu quero, aliás,
Michael Williams: A sensação de proteção era algo que me dominava desde criança. Eu não conseguia ver uma pessoa sofrendo e ficar quinta, era como se eu estivesse virando as costas para mim no passado. Émie estava visivelmente necessitada de ajuda, em seus olhos já não havia mais brilho. Seu semblante era de profunda tristeza e solidão, e aquilo de certa forma, me incomodava. Mesmo ela me pedindo para deixá-la ir sozinha até sua casa, eu não consegui. Alguns minutos depois estava eu, parado de frente a sua casa, suspirei forte antes de bater em sua porta novamente… — Olá, querido. — sua mãe abriu com um largo sorriso no rosto. Suas pupilas dilatadas indicavam que ela estava altamente drogada e fora de si. — Boa noite! Eu preciso de mais um favor seu, pagaria bem se pudesse o fazer agora. — seu olhar foi direcionado ao meu bolso, como se a gente estivesse falando a mesma língua. — Se eu puder… — Quero que diga a Émie que estou aqui. Ela sabe quem eu sou! — e o sorriso que estava
Émie Carter: Não sei o porquê de sua bondade, mas confesso que, apesar de ser um desconhecido já me ajudou mais que meus pais em dias normais.Estava mirando as paisagens enquanto o carro andava, ele era silencioso e não fazia muitas perguntas ou puxava conversa. Minha falta de atenção me levou a isso, resultando em uma noite sem saída, mas pelo menos eu comi! O banco do carro era mais confortável que minha cama, por um momento eu quase cheguei a dormir ali mesmo, mas para minha sorte, foi bem no momento em que o carro parou. — Chegamos! — mesmo com a rua escura e nublada, foi possível ver o tamanho da sua casa, se assim por dizer. — Bem-vinda, sinta-se à vontade. Eu vou tomar um banho, estamos apenas nós dois, então espero que não se intimide, está tarde. — ele parecia estar nervoso, se enrolando nas palavras a quase todo momento. — Ok… Ele saiu tão depressa que eu mal o vi saindo. Ouvi a porta do seu quarto ser fechada e então decidi reparar nos detalhes. Os quadros enormes e c
Michael Williams: Preparei torradas e suco de laranja, pois não sabia seus gostos, mas fui surpreendido ao não vê-la mais ali. Peguei o carro e fui atrás, mas nada encontrei… Após sair do trabalho fui até uma boate, precisava me aliviar de alguma forma de todo o estresse. Suzan não parava de me ligar, foi então que concordei em encontrá-la para então pôr um fim definitivo em todos esses anos que nunca me levaram a nada. — Boa noite, uma dose de whisky puro, por favor! — sentei em uma mesa distante e sem que eu percebesse, Suzan já estava atrás de mim, passando seus braços em volta do meus ombros e beijando meu rosto em seguida. — Eu senti falta de você. Confesso que pensei que não queria mais me ver, depois de tantos meses longe um do outro, finalmente aqui estamos novamente. A ousaria era algo que ela usava a vontade, como se pudesse ter tudo aos seus pés no momento que quisesse, mas quando se tratava de Suzan, não era eu o objeto da história. — Realmente, há muito tempo não no
Uma semana depois… Émie Carter: Finalmente estou conseguindo resolver alguns dos pequenos problemas que me perseguiam. Já não sentia mais dor pelo acidente, mas ainda era como estar morando sozinha, mesmo que na casa de outra pessoa. — Bom dia, Srta. Carter, eu sinto muito por estar deixando você por tanto tempo sozinha, eu prometo que irei recompensar isso, esta noite. — isso para mim era novo, Michael passar a noite em casa? Quando Michael se aproxima demais de mim, sinto como se eu fosse esquecer como se respira, é algo tão pouco e bom ao mesmo tempo. Seu tom de falar é sexy e parece autoritário, porém sem ordens. Seus cabelos perfeitamente alinhados, mesmo após sair do banho e por fim, seu corpo parecia ter sido esculpido por Deus, era uma perfeição. — Acabei de fazer o jantar, se quiser experimentar a minha comida, essa é a hora. — estava nervosa em desafiá-lo, mas confiante também. — Gostaria de experimentar coisas que você não tem ideia! — isso deveria ter saído baixo da
Michael Williams: Estavam perdidos em memórias do passado quando Suzan aproximou-se da mesa em que eu estava, sentando na cadeira à minha frente, onde estava sentada Émie antes de ir ao toalete. — Pelo que vejo você até que foi rápido, escolheu a dedo a mais pobre e idiota. Está saindo com a garota que trabalha na biblioteca, Michael, não se envergonha disso? — Suzan pegou meu copo e bebeu o líquido em apenas um gole. — Já não temos mais nada, Suzan, e eu te disse pra ficar longe de mim, principalmente em locais públicos. — alertei ela pela última vez, antes de perceber para onde ela estava olhando. — Eu estava de passagem e te vi aqui, daí resolvi cumprimentar você pela última vez. Te desejo sorte, não queria estar em sua pele. — antes de sair, ela se aproximou do meu ouvido e sussurrou: — Espero que encontre alguém que lhe dê o prazer que você busca, pois jamais encontrará outra igual a mim. Após Suzan levantar e ir embora, senti que algo estava nos observando e ao olhar para t
Émie Carter: Amanheceu chovendo, eu poderia parecer estranha, mas adoração ouvir o barulho dos trovões durante a madrugada. Não consigo entender como ele conseguiu acordar tão cedo… Quando chegamos, Michael agarrou-se a uma garrafa de vinho e se trancou em seu quarto, logo em seguida. Estava olhando a chuva através do vidro quando senti aquela sensação de que alguém estava ali muito perto, tornado seu hálito quente uma tremenda falta de respeito com a carência alheia. — Eu não vi você tomando café da manhã. — me arrepiei quando Michael sussurrou ao pé do meu ouvido, realmente, não estava com fome. — Estou sem fome. — peguei minha bolsa, meu casaco e fui andando em direção a porta. — Até mais, Michael. — Isso é uma despedida, Émie? — Talvez seja, afinal, eu sou um ser humano e tem grandes chances de haver interesse da minha parte. Portanto, acho que se ficarmos distantes um do outro, será melhor. — Me desculpe, não era minha intenção te fazer pensar desta forma. Eu também desejo
Michael Williams:Suzan não deveria ter ido até mim ontem a noite, isso me deixou furioso, mesmo após ter enviado uma boa quantia para ela, ainda sim me perturba. Eu tinha que resolver um assunto sério, era sobre a Suzan e eu sabia que ela queria me ferrar, só não sabia que seria de uma forma tão sentimental. — Finalmente, você não chegava nunca? — seus olhos azuis brilhavam ao me ver, correndo ela veio me abraçar. — Não me toque, por favor! Então, espero que tenha um bom motivo para ter me chamado até aqui. A casa dela estava bem arrumada. Estava com uma bela apresentação e a luz de velas. Suzan parecia nervosa, bebeu uma taça de vinho em uma virada só. — Eu estou indo embora da cidade, mas depois de tantos anos juntos, eu não me sinto mais no direito de continuar escondendo a coisa mais doida que já aconteceu em nossas vidas. Há três anos atrás a nossa filha nasceu, eu estava sozinha no banheiro e… — suas mãos tremiam, ela chorava e me olhava com um olhar de piedade. Olhei firme