Sai pelo meio dos carros procurando o meu marido, eu tinha certeza que o encontraria com Angeline. Eu sabia que a dor de lhe flagrar ali seria muito grande, mas eu queria ver com os meus próprios olhos. Angeline estava lá, encostada num carro de luxo, estava um pouco escuro, mas dava para ver um homem com as calças abaixadas atrás dele. Ela gemia alto e eu me aproximava tremendo inteira. Eu cheguei bem perto e gritei: — Victor! O homem virou-se assustado. Não era ele, não era Victor. Eu sorri com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto e comecei a dar passadas para trás olhando para aquela mulher nojenta, que se ajeitava para continuar o que eu atrapalhei. Ela me encarava, enquanto puxava o homem para trás dela. Quando eles voltaram a gemer, me olhando e sorrindo, eu virei e sai correndo para fazer o caminho de volta. Esbarrei em Alberto. Eu sorria e chorava. — Alberto! Não é ele! Meu Deus, não é ele! É verdade, ele não a quer! Inesp
Eu não fiz muita coisa nesse dia, porque Marcel estava me passando aos poucos as informações. A agenda do Victor era bem complexa. Eu não imaginava que o meu marido trabalhasse tanto, que participasse de tantas reuniões e que tivesse que tomar tantas decisões. Eu cheguei a sentir piedade dele. Era muita responsabilidade, por isso às vezes tinha pouca paciência para as minhas picuinhas. Victor passou o dia compenetrado. Fomos almoçar e nesse tempo eu pude ter um pouco da sua atenção. — Eu não sabia que trabalhava tanto!— eu disse orgulhosa olhando para o meu príncipe. Victor sorriu surpreso e retrucou: — Pensou o quê? Que manter esse império é tarefa fácil? Depois que você fica rico, tem que trabalhar muito para manter sua fortuna estabilizada. Eu ergui as sobrancelhas e suspirei. Gostava de participar mais da vida do meu marido. — Eu herdei muito dinheiro, mas também muito trabalho— ele comentou exibindo a taça de vinho tinto na mão, com o
Chegamos em casa e subimos direto para o quarto. Mal entramos e Victor tirou a bolsa da minha mão jogando-a sobre a poltrona de canto. Ele me beijou com ansiedade, com a sede de um leão, eu me afastei para respirar, mas as mãos ágeis e os dedos mágicos já tomavam posse do meu corpo. As roupas foram parar no chá em questão de segundos. Caímos na cama no momento em que Victor tentava tirar as próprias roupas. Achávamos graça dos nossos arroubos. Eu olhava aquela boca entreaberta e desejada me perder nela. Victor ficou de pé na minha frente se despindo e me olhando com aquele olhar sedutor que parecia dizer:” Eu vou te enlouquecer de prazer hoje!” Meu corpo já tinha movimentos involuntários. Meu quadril se erguia se oferecendo e as minhas pernas inquietas, deslizavam pelo lençol de seda. Victor se ajeitou à beira da cama separando os meus joelhos sem delicadeza. Ele era uma fera que me olhava como se eu fosse uma presa fácil. Ele v
Quando eu voltei, havia muitos olhos curiosos sobre mim. — Fica comendo essas comidas estranhas nesses restaurantes e dá nisso!— Norma me repreendeu. — Sei não, isso está me cheirando a gravidez! O Júnior vai ganhar um Irmãozinho!— Zilma disse brincalhona. Eu olhei assustada para elas e disse trêmula: — Não, não pode ser! Eu saí correndo e Diana me seguiu até o meu quarto. — Ei, o que aconteceu? Se estiver grávida, qual é o problema?— Diana quis saber. Eu me abracei chorando com ela falando entre soluços: — Me leva naquele lugar! Eu quero tirar! Diana, eu quero tirar! Diana me fez encará-la e indagou curiosa: — Acha que esse filho pode ser do senhor Alberto? Por isso está desse jeito? — Eu não lembro direito do que aconteceu! — Mas ele não disse que não transaram? — Eu não sei, e se ele não quis me contar? Eu me senti violada. Eu senti incômodo no dia seguinte! Diana me fez sentar na cama e tentou me acalmar. — Nora, ele
Victor era tão gostoso, tão sadado, tão estimulante! É, ele era tudo isso e não precisava ser tão lindo e tão rico! Como resistir a um homem deste? Eu estava desesperada. Se ele soubesse da minha gravidez, logo iria duvidar se o filho era dele ou do Alberto. Eu tinha o mesmo tempo, era só fazer as contas! Droga! Para que eu fui beber! Podia ter evitado tudo isso! Victor cavalgou enlouquecido sobre mim, estávamos a algum tempo sem fazer amor e ele estava desesperado para chegar ao clímax. Eu tive um orgasmo primeiro, porque ele já tinha provocado isso nas preliminares, agora eu já estava explodindo de desejo novamente. Ele apoiou minhas pernas em seus ombros e veio mais fundo. Gozamos juntos. Eu também estava muito carente. Ele me dava cada amassos no escritório da empresa que eu sofria para me sair. Algumas vezes, a porta destrancada, qualquer hora alguém entraria e ele me dava umas investidas que eu ficava com o corpo molinho, estendido na mesa. O
Fiquei ali no banheiro até me sentir melhor. Precisava criar coragem para encarar o Victor. Eu sabia que ele devia estar preocupado com a minha saúde e estava se aproximando o momento de ser descoberto a minha real situação. Eu respirei fundo e voltei para a mesa. Victor se levantou para puxar a minha cadeira. Evitei o seu olhar e sentei. O jantar prosseguiu normalmente e conseguimos o nosso objetivo, fechamos um bom negócio. Voltamos para casa em silêncio. Victor parecia intrigado, mas esperou chegarmos para falar do assunto. Entramos no quarto e ele já começou: — Nora, eu já falei e espero que me ouça. Você precisa ir ao médico. Eu sei que você não escuta ninguém! Diana tem estado preocupada com você, com a sua teimosia! Eu concordei com a cabeça e passei direto para me trocar no closet. Voltei de camisola e Victor me olhou sério, depois foi se trocar também. Eu me fechei. Definitivamente não estava preparada para falar sobre aquel
Nesse dia, quando cheguei em casa, Victor subiu para o quarto e eu fui para a cozinha conversar com as minhas cúmplices. Diana não estava e aproveitei para desabafar. — Amanhã tem outra festa e o Alberto vai estar lá! — Mas o que isso importa, menina?— Norma quis saber. — É, tome cuidado com isso! Você conhece o patrão!— aconselhou Amélia. — E roupa, Nora? Você tem roupa para essa festa?— Zilma quis saber. — Comprei um vestido horrível!— eu respondi desanimada. — Outro vestido horrendo! Meu Deus!— Mary falou indignada. — Victor cismou que eu tenho que parecer indesejável nas festas! Ele sabe quando o Alberto vai estar presente. Eu saí dali mais leve, depois de conversar com as criadas. Eu subi para tomar o meu banho e quando me aproximava do quarto ouvi a voz de Diana. — Precisa impedir que ela fique adiando essa ida ao médico! Pode ser algo grave! Victor concordava preocupado: — Ela passou mal na reunião, Diana! Isso está ficando sério!
Quando eu voltei do salão, Victor já estava me esperando para irmos embora. — Demorei muito?— eu quis saber olhando nos olhos impacientes do meu marido. — Sim, mas valeu a pena! Você está linda!— ele disse me olhando admirado. — Pena que aquele vestido não ajuda!— eu disse desanimada. — Venha! Você fica sempre linda de qualquer jeito!— ele disse me puxando pela mão. Chegamos em casa e eu fui me trocar no meu antigo quarto. Zilma veio me ajudar. — Sinto-me horrível!— eu disse diante do espelho de parede, enquanto Zilma arrumava o meu cabelo. — Você é linda, Nora e fica elegante de qualquer jeito!— ela disse sem tirar a atenção do meu penteado. Fiquei pronta, enfim. Saí do quarto um pouco animada. Victor estava na porta, lindo no seu traje de gala. Ele me ofereceu o braço, mas não fez qualquer elogio. Eu devia estar bem sem graça! Fechei logo o semblante. Chegamos no carro e ele comentou: — Eu sei que deve estar se sentindo mal com