Eu podia ver através dos olhos brilhantes daquele homem bem vestido e educado, que ele se interessava por mim, o que me deixava encabulada. — E então, Nora! Me conte o que tem feito? Como está a sua relação com o Rei da Soja? Eu ri desconfortável e sentei na minha cadeira. — Aconteceram muitas coisas, doutor!— eu disse rindo de nervoso. — Como o que, por exemplo?— Ele me encarava com os seus olhos vivos, o rosto feliz, e eu me sentia acuada. Ele percebeu e encostou-se na sua cadeira, todo falante. — İmagino que tenha voltado para o seu marido e que está aqui pelo seu filho! Tentativa desastrosa! Adivinhei? Eu ri sem jeito. — Foi exatamente isso o que aconteceu!— eu disse sem graça. — Precisa ter as mesmas armas que ele!— ele disse sério. — É sobre isso! — eu também fiquei séria. O doutor Alexandre esticou a mão sobre a mesa procurando a minha. — Precisa ser fria— ele disse me olhando. Eu olhei para a mão que segurava a mi
Tony falava olhando na minha direção: — Sim, senhor! Eles parecem amigos! Victor sapateou nervoso, olhando para o celular enquanto falava: — Tire ela logo daí ou eu vou fazer isso pessoalmente! — Pode deixar, senhor! Quando Victor desligou, os homens se olharam preocupados. Tony guardou o cel no bolso da calça e desabafou: — O dia inteiro nesse lugar para fazer uma coisa que eu detesto, e ainda tenho que aturar o mal humor do patrão! Charles tomou as rédeas da situação e deu as ordens. Os outros dois seguranças que eram menos familiar para Nora, iriam fazer o serviço de abordagem, enquanto que ele e Tony esperariam no carro, no banco da frente. E foi assim, os dois homens se aproximaram de mim e ficaram me acompanhando, toda vez em que eu me deslocava. Arthur voltou para perto da namorada e eu fiquei circulando. Quando encontrava alguma amiga das antigas, elas estavam acompanhadas de um rapaz, possivelmente namorados, e a conv
Eu comecei a me vestir enquanto resmungava. — Eu não quero nada com você! Eu saí da sua casa porque não sou feliz do seu lado, portanto, me deixe voltar para a minha casa! Aquela calça jeans estava me irritando. O Victor a tirou com tamanha facilidade e agora eu estava me matando para fazê-la subir. Ele riu e se aproximou para me ajudar. Eu paralisei e ele segurou as duas extremidades da cintura e a indecente subiu facilmente para me envergonhar. Victor ainda arrumou a minha camiseta que estava levantada na altura dos seios. Depois ele arrumou a minha jaqueta sem me olhar, como se fosse uma criada muito competente. Ele ergueu os olhos e me viu olhando surpresa. — O que foi?— ele disse sorrindo e parecia mais jovem. Eu suspirei lembrando de como ele tirou minha roupa tantas vezes com tanta destreza e indaguei sem pensar: — Como você consegue? — O quê?— ele inocente, tão próximo. Eu o beijei. Foi eu mesma que não resisti e beijei aquela boca linda. Que se dane! No dia seguint
Sentamos à mesa e comemos. Estávamos famintos! Victor me olhava, sorria e voltava a comer. Quando estávamos satisfeitos, ele levantou-se e me estendeu a mão. — Vamos para casa! — Victor, precisamos falar a esse respeito. Ele ficou preocupado e voltou a se sentar, me olhando curioso. — Está tudo bem?— ele quis saber. — Nada mudou!— eu disse firme. Victor fechou o semblante. — Não pode estar falando sério! — ele disse bufando. Eu me levantei nervosa, já falando: — Eu tomei uma decisão, e você sabia disso quando me sequestro! Victor me fez sentar, forçando o meu braço. — Sente-se aí, a nossa conversa ainda não acabou!— ele disse impaciente. Eu obedeci a contragosto. — Vai me fazer sua prisioneira? — É o que está me obrigando a fazer! — Não faz sentido! — eu protestei tentando levantar novamente. — Sente-se! — ele gritou me puxando violentamente. O meu corpo se acomodou novamente na cadeira, enquanto Victo
À noite, quando Victor chegou, Diana estava de pé e de braços cruzados na porta do escritório. Ele ia subindo as escadas e parou surpreso. — Está tudo bem? Algum problema? — Preciso falar com você! — Deve ser muito importante, para passar tanto do seu horário! Diana fazia meio período desde que se casou, assim como Clóvis e para estar ali, naquela hora, Victor sabia que ela devia estar com problemas. Ele veio na sua direção, preocupado. Diana abriu a porta do escritório e fez menção para que ele entrasse, assim como uma mãe que ameaça castigar o filho. Victor sentou-se à sua mesa tranquilamente e descansou os cotovelos dizendo: — Fique à vontade, Diana! Diana não se sentou, ficou parada próxima a mesa olhando fixamente para Victor, enquanto dizia: — Onde foi que eu errei, menino? Victor deu de ombros e se fez de bobo. — Não sei do que está falando! Diana inclinou-se para frente falando: — Consegue dormir, sabe
Nessa noite, Victor pediu que Diana sentasse à mesa e jantasse com ele. — Muito bem, mãe! — ele disse retumbante. Diana se assustou e as curiosas que serviam a mesa, paralisaram. — Eu imagino que todos vocês já sabem o que eu demorei anos para saber! — ele disse calmamente. Diana trocou olhares com Norma e Amélia. Enquanto que Zilma e Mary estavam atrás da porta. — Vocês duas, venham até aqui! — Victor ordenou olhando para a parede que separa a sala de refeições da cozinha. As duas se assustaram e correram para se apresentar ao patrão. — Esta é a minha mãe, como vocês bem sabem— Victor falou apontando para Diana. As duas moças assentiram sorrindo e Victor pôs-se a falar animado: — Vou trazê-la para morar comigo novamente! Se soubesse antes, nunca a teria deixado mudar daqui! Diana argumentou agitada: — Não Victor, Clóvis nunca aceitaria isso! Ele tem o apartamento dele e ainda temos o que você nos deu, lembra? — Alugue! Está
No dia seguinte, eu desci para o café e fui recebida como uma rainha. Victor estava ao pé da escada segurando o corrimão e os funcionários, com exceção de alguns seguranças, estavam embaixo, enfileirados. Parecia aqueles filmes em que a princesa desce as escadas para encontrar o seu príncipe e os súditos ficam a ovacionar. Eu aceitei a mão estendida do Victor, cumprimentei a todos com um aceno e seguimos para a mesa do café. Victor me olhava com os olhos brilhando. Ele devia estar se sentindo vitorioso, achando que me dobrou, depois de me sequestrar como se isso fosse a coisa mais normal do mundo! Ele puxou a minha cadeira e falou bem próximo ao meu ouvido: — Dormiu bem, querida? Eu estremeci. Só me lembrava dele me recriminando por eu ter bebido demais. Diana sentou-se à mesa e tomou café conosco. Aquela novidade me agradava. — Fico feliz por você, Diana! — eu disse sorridente. — Obrigada Nora! — ela disse emocionada, olhando para Victor. — Nora, nossa família precisa au
Chegamos na festa e parecia coisa de outro mundo. Tinha muitos brinquedos e muitos palhaços. O espaço era enorme e estava todo decorado. Uma equipe de mais de cinquenta pessoas cuidavam da organização. Estava tudo impecável. Júnior estava vestido de príncipe e o lugar parecia mesmo um castelo. Os convidados foram chegando e o lugar logo estava cheio. Victor chegou perto de mim para me dar uma notícia, que lhe preocupava. — Nora, eu tenho que lhe avisar a respeito de algumas pessoas que eu convidei e que talvez você não aprove. Eu olhei em volta, sorridente e indiferente. — O que mais pode me surpreender? Todos de Cuiabá estão aqui! Victor ia falar, mas eu avistei uma das possíveis convidadas surpresa chegando. — Rafaella! — Eu ia te falar, Nora! Fred veio correndo ao nosso encontro. — Pai! Victor o abraçou sorrindo, depois virou-se para mim sem jeito, se explicando: — Ele ainda me chama de Pai! Mesmo não