Endorfina

Sim? Não? O que dizer naquela hora? O que eu pensava realmente ou o que ele queria que eu dissesse?

- Não. – Foi minha resposta seca.

Catriel me olhou, sem dizer nada. Menti que achava que não e ele que acreditava em mim, ambos tentando evitar uma briga.

Sentei-me na cama onde ele estava deitado e olhei pela janela, observando a noite estrelada e respirando profundamente o ar puro que entrava por ela.

- Eu só acho que ninguém é confiável.

- Ninguém não se refere à minha mãe, não é mesmo?

- Ninguém... Eu me refiro... A todo mundo... Que não seja nós dois.

Catriel sentou-se na cama e abraçou-me por trás, dando um beijo no meu ombro:

- Sei que minha mãe é bem difícil. Mas ela não faria nada contra a própria neta.

Ele desatou o nó que fiz na toalha que estava enrolada no meu corpo, na parte do peito.

- Como Olavo apareceu lá, se estava combinado que entregariam Siena para ele somente no dia seguinte? – Perguntei, puxando a toalha de volta.

- Eu falei com ele.

- Por quê? – Fiquei confusa.

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