— Sou a princesa e futura rainha de Alpemburg, Aimê D’Auvergne Bretonne — apresentei-me.— É um prazer conhecê-la. Não lembro de ter ouvido falar do seu país.— Peço que se curve diante de vossa Alteza, a princesa de Alpemburg — Lucca interveio em meu favor. — E também diante de seu príncipe, Lucca Levi Mallet.A mulher curvou-se imediatamente, abaixando o rosto:— Alteza! Me desculpe pelos maus modos.— Se meu irmão lhe permitiu chamá-lo pelo nome, eu não lhe dou tais intimidades. — Foi altivo.— Sinto muito, Alteza! Não o vi... Perdão.— Mas me viu. E o príncipe Catriel deixou bem claro que eu era princesa de Alpemburg. Meu país é cinco vezes maior que o seu. Meus ascendentes são parte da história do mundo. E eu tenho... Treze milhões de seguidores — expliquei, insegura.— Treze milhões? — Catriel questionou, sorrindo de forma sarcástica.— Por que Max não veio? — Virei-me, questionando Lucca enquanto ia para o lado oposto do príncipe herdeiro, encontrando um motivo para afastar-me.
Abracei Lucca carinhosamente:- Obrigada pelas suas palavras. É bom saber que alguém pensa como eu.- Já perdi o sono pensando nesta história de casamento por conveniência. Mas sabemos que isso é uma realidade entre os países regidos pela monarquia e há cada vez menos opções para o enlace matrimonial.- Sim, está coberto de razão.- Quero deixar claro, Aimê, que caso não estivermos satisfeitos depois de casados, eu não me importaria de... Bem, como posso explicar... – ele coçou a cabeça, enrugando a testa, parecendo receoso – Manter nossa união perante todos, principalmente da imprensa, no entanto...- Ela não existir de fato. – Completei, incerta se era realmente aquela a proposta dele – Lembro de você ter dito sobre não concordar com isto.Lucca respirou fundo:- Confesso que passei muito tempo repensando sobre isto.- Um casamento de fachada, onde poderíamos nos relacionar com quem quiséssemos? – fui clara.- Pelo visto, você mesma já cogitou isto, quando pensou em ter Max como seu
Lucca não pensou duas vezes e vi quando falou com ela, que sorriu e me olhou. Retirei os óculos e pisquei o olho para minha amiga, fazendo sinal para que o agarrasse, me deparando com o semblante chocado dela.Ri e voltei a olhar em volta. A paisagem era absolutamente linda. Mas Lucca e Odette estavam flertando e Catriel e Laila praticamente se comendo. E eu sobrando.Não levar Max havia sido uma péssima ideia. Ou não. Dar-lhe mais esperanças àquelas alturas não era correto.Comecei a mexer o corpo no lugar, cavando com os próprios pés na areia, até senti-la cobrindo-os. Depois abaixei as mãos e peguei um punhado de areia dourada e fina, deixando-a escapar por entre meus dedos, observando a direção do vento.Peguei uma toalha e pus próximo da água e deitei de bruços, observando o vai e vem das águas cristalinas.Eu gostava de Max. Aliás, dentre todas as opções que eu tinha até o momento, ele estava no topo de afeto. Mas embora eu não soubesse nada sobre o amor, achava que o que sentia
Não lembro de ter me demorado tanto nas rochas para Catriel já estar fora do mar com Laila, procurando o biquíni enquanto ela mantinha-se enrolada em uma toalha.Assim que pus meus pés na areia, Catriel veio na minha direção, com o dedo em riste:- Você escondeu o biquíni dela.Todos me olharam. Me fiz de ofendida:- Como pode pensar isto de mim? Por que eu faria uma coisa destas?Catriel não respondeu, embora certamente passassem mil motivos em sua cabeça para eu ter feito aquilo.Me juntei aos demais, sentando-me à mesa e me servindo de morangos. Estava tão calor que nada me apetecia.- Sua pele está muito avermelhada. – Odette levantou-se para me observar.- Talvez tenha que renovar o protetor. – Dei de ombros – Não está doendo.- Você não pretende passar o dia nua, não é mesmo? – Lucca perguntou para Laila.- Não... Alteza! – Ela respondeu, envergonhada, cobrindo-se ainda mais com a toalha.- Não trouxe um biquíni extra? – Perguntei.- Sim... Mas ficou no iate.- Sei bem como é...
- Laila é uma qualquer.Engoli em seco, sentindo meu coração acelerar a tal ponto que eu quase o sentia na boca.- E... Eu?- Você é uma princesa... E virgem!- Virgem? – enruguei a testa.- Ouvi sua conversa com Max ontem à noite.- Pois ouviu errado.- Não, não ouvi errado. Lembro exatamente de cada palavra que vocês falaram.- Você não tem direito de...- Saber sobre você nunca ter estado com um homem?- Sim! – Admiti – Isso diz respeito a mim.- Eu sei disto. Só quero que entenda que não é como Laila. Ela é uma mulher experiente... E sai com vários homens, entende?- E o que isso tem a ver comigo fazer topless?- Tem a ver... Que você está muito queimada do sol. E isso vai fazer mal à sua pele. – Ele disse saindo, me deixando sozinha na água.Como assim o fato de eu tirar o biquíni faria mal à minha pele?Enquanto eu caminhava de volta para o gazebo, a fim de ficar um pouco na sombra, senti o tecido da camiseta folgada dele tocando minhas costas e muita ardência na pele.- Acho qu
O engraçado era que proibi toda minha família de chamar-me pelo apelido de monstrinha conforme fui crescendo. Mas quando Catriel me dizia aquilo, minha vontade era que continuasse falando por horas, pois embora eu soubesse que era em tom de deboche e para provocar-me, ainda assim era um tempo que ele perdia comigo.- Vai ficar aqui e me deixar sozinha? – Laila disse saindo pela porta, cruzando os braços, em tom de cobrança.Catriel levantou-se rapidamente, deixando o frasco da loção pós sol cair no chão.Saiu, sem olhar para trás, entrando com Laila. Peguei a loção e comecei a passar nas minhas pernas, que também ardiam. Logo avistei as luzes do castelo de País del Mar e a ilha, feliz por estar de volta.Assim que desembarcamos, Max nos esperava. Percebi nos olhos dele que estava furioso e também pela gravata aberta e os dois botões da camisa.Me viu e veio diretamente, cobrando-me em tom firme:- Por que saiu da ilha sem mim?- Não foi culpa dela, Max. Fui eu que avisei os seguranças
- Alteza, quer que avisemos sua criada? Ou chamemos um médico?- Não tem necessidade. Não quero incomodar ninguém. Mas obrigada.Eu não tinha nada melhor a fazer. Fiquei ali um tempo, observando-as trabalhar enquanto esperava por algum efeito do chá. Logo que bebi, deu-me certo calor. Mas depois voltou o frio e percebi que a febre não havia passado. E eu não queria ter que chamar um médico, já que não estava em casa.Subi para o meu quarto, decidida a tomar um banho morno. Enquanto andava no corredor do quarto andar, vi a luz de uma porta aberta refletida no cháo, que ficava no lado dos hóspedes. Me dirigi até lá e quando olhei pela fresta da porta, percebi a rainha chorando.Engoli em seco, incerta sobre como agir. Mas era madrugada. E se ela estava ali, chorando, algo havia acontecido.Bati na porta e disse:- Com licença, Nair!- Aimê! – ela limpou as lágrimas, sorrindo.Entrei, mesmo sem que ela me convidasse. A rainha também vestia um penhoar branco sobre a camisola longa da mesm
- Eu... Fico lisonjeada, Nair. – Falei, sem jeito.- Você... Trouxe vida de volta para este lugar.- Mas... Já existia vida antes de mim, Nair. Seus filhos... São cheios de vida. E... Talvez tenha... Uma nora... Legal? – me confundi completamente, incapaz de dizer-lhe que certamente ela teria uma nora mulher e um genro, escolhido por Catriel.- Uma nora? – ela riu – Certamente terei duas. Confesso que inicialmente eu queria muito a união entre você e Catriel. Mas infelizmente não deu certo. Ainda assim, casando com Lucca, será minha nora favorita.Mordi os lábios e não consegui me conter:- A senhora já percebeu que Catriel... Pinta as unhas e usa... Sombra nas pálpebras?A rainha ficou séria e enrugou a testa, confusa. Depois de um tempo começou a gargalhar. Levantei do colo dela, já que seu corpo se remexia demais. Então ela começou a chorar... Mas era de rir. Demorou um tempo até que se recompusesse:- Está insinuando que meu filho... – Ainda tinha dificuldade de falar, tentando pa