Felizmente fomos salvas por duas cadeiras que foram trazidas especialmente para nós, colocadas ao lado dos príncipes. Estaria minha amiga fazendo parte oficialmente da família real Levi Mallet? Ou seria somente um momento delicado da rainha Nair, o qual ela não sabia ao certo o que estava fazendo?Olhei Odette e Lucca e continuei acreditando que eles eram perfeitos um para o outro, embora ela fosse mais madura e aparentasse mais idade e Lucca tivesse o semblante de um adolescente, mas o comportamento responsável, embora isso não tirasse seu ar divertido e alegre.Não tenho certeza de quanto tempo ficamos ali, olhando para o nada, esperando não sei o que...Só sei que em nenhum momento larguei a mão do príncipe herdeiro de País del Mar, querendo que ele encontrasse em mim tudo que precisasse para diminuir a sua dor.Alguns guardas entraram pela porta principal, fardados em traje que imaginei que fosse de gala, com as cores da bandeira de País del Mar em seus tecidos: azul claro prevale
Conforme o tempo foi passando, as pessoas presentes na cerimônia fúnebre do rei Colton foram despedir-se da rainha e dos príncipes. Dentre eles, claro, o duque e a duquesa Cappel.- Majestade, qualquer coisa que precisar, não hesite em nos procurar. – Mencionou o duque Giancarlo.A barba dele estava mais crescida, assim como os cabelos escuros, que chegavam quase na altura dos ombros. A duquesa Anna Julia, por sua vez, havia cortado um pouco dos cabelos, diminuindo o comprimento.- Obrigada, Giancarlo! – a rainha agradeceu.A duquesa beijou a bochecha da rainha, pegando sua mão entre as dela:- Que Deus conforte o coração de vocês, Majestade!Despediu-se também de Lucca e quando chegou em Catriel, encarou-me antes de dirigir-se a ele:- Se precisar de mim, “Alteza” – usou o Alteza de forma debochada – Estou à sua disposição. – A voz soou melindrosa.- Ele não precisará. – Garanti, de forma séria.O sorriso dela foi de sarcasmo, assim como o olhar, que me analisava de cima abaixo, cert
- Onde exatamente você deseja ir agora? – Catriel me olhou, enquanto caminhávamos sem pressa na estradinha acimentada, entrando no caminho arborizado, que diminuía a claridade do céu devido às copas das árvores.- Há alguma praia por aqui? Ou todo o mar no entorno da ilha é impróprio e perigoso?- Há uma pequena praia mais adiante. Mas embora tenha faixa de areia, é um pouco perigosa.- Eu só gostaria de olhar o mar... Sentada ao seu lado. Sei que está cansado... Mas acho que ainda temos tanto a dizer um ao outro.Catriel sorriu e pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Começamos a mover as mãos unidas em demasia, observando-as enquanto ríamos.- Sabe que quando eu soube da notícia da morte do meu pai, achei que jamais voltaria a sorrir. Até que você apareceu na capela. E a primeira coisa que fez foi arrancar-me um sorriso.- Eu gosto do seu sorriso. – Confessei.- Acho que já me disse isto algumas vezes... Ou melhor, duas, para ser mais exato.- Lembra quantas vezes eu disse? – I
- Somos nós? – Perguntei, sentindo o coração acelerar de tanta emoção.- Sim. – Ele confirmou, aproximando-se, ficando atrás de mim, a mão encontrando a minha sobre a pintura.- É... Lindo!- Fiz antes de você partir de País del Mar.- E pretendia me mostrar um dia? – Virei o rosto na sua direção, com as mãos ainda na imagem.- Não tenho certeza. – Sorriu com os lábios fechados, sem mostrar os dentes.Catriel tinha vários sorrisos, mas tive dúvida se aquele não era o mais lindo que eu já havia recebido até então.- E se não tivéssemos ficado juntos? Se eu tivesse noivado com Lucca?- Eu avisei que você não ficaria com meu irmão. Lembro de ter lhe dito no Hotel em Avalon. Creio que não tenha acreditado em mim.- Certamente não. – Sorri.Catriel pegou-me no colo e levou-me para a cama, depositando-me cuidadosamente sobre ela. Quando percebi, estava sobre mim, abraçando-me com força, enquanto eu sentia o peso de todo seu corpo, querendo que ele nunca mais saísse dali.- Eu amo você, Aimê
Negou com a cabeça, arregalando os olhinhos pequenos.- O vovô Colton foi fazer companhia para ela. A amava tanto que ficou triste de deixá-la sozinha lá em cima. Está vendo aquela estrela ali? – Apontei para a segunda mais cintilante que encontrei – Oh, eu acho que ela não estava ali antes. Você lembra dela?A criança sorriu e negou com a cabeça.- É o vovô Colton, que acaba de chegar! – sorri e acenei e ela fez o mesmo – Agora só tem uma coisa ruim... – fiz cara de triste – Quando você quiser falar com o vovô, terá que vir aqui na janela... Ou também pode ser em qualquer lugar, desde que seja à noite. E assim o verá, brilhando ao lado da mamãe Ariel. Infelizmente quando se vira uma estrela, não dá mais para sair do céu.Siena ficou séria e me olhou. Apontou-me e depois para o céu.- Você quer saber se eu virarei uma estrelinha?Ela assentiu. Respirei fundo antes de responder:- Eu quase fui para o céu. Me queriam muito para brilhar lá em cima. Mas eu não queria ir... Porque sabia qu
Não perguntei onde eu dormiria. Simplesmente entrei no quarto dele. Toquei a xícara do chá e fiquei chateada:- Esfriou.Catriel jogou-se na cama, do jeito que estava.- Será que eu poderia... Usar o seu banheiro? Preciso de um banho!Ele levantou a cabeça:- Pode usar qualquer coisa que quiser. Tudo neste lugar é tanto meu quanto seu.- Inclusive... O quarto? – Sorri.- Nosso! – Riu.- Eu também preciso de roupas. Minhas malas ficaram em algum lugar... Entre o barco e a capela. – Tentei lembrar onde eu havia deixado. A única certeza que tinha era de que tinha colocado na embarcação.- Vá para o banho que providenciarei algo para que vista. E pedirei para encontrarem suas malas.Fui em direção ao banheiro e ouvi a voz dele:- Se fosse em outra situação, eu tomaria banho com você. Mas confesso que mesmo a desejando ardentemente, sinto uma dor horrível no peito, como se tivessem arrancado um pedaço de mim.Virei-me e voltei até ele, sentando na cama e olhando-o firmemente:- Cat, eu ame
- Isto não é um sonho. – Falei seriamente.Assim que nossos rostos se aproximaram, ouvimos uma leve batida na porta, nos afastando. Catriel balançou a cabeça, desgostoso e foi atender.- Lucca?Lucca entrou no quarto, seguido de Odette. Catriel me escondeu atrás de seu próprio corpo, não querendo que o irmão me visse somente de toalha.- Precisamos ir para a sala de reuniões. A Polícia está aqui e deseja falar conosco. – Anunciou o príncipe mais novo.- A Polícia? Por qual motivo? – Catriel ficou surpreso e ao mesmo tempo curioso.- Não tenho ideia. Mas também não estou disposto a esperar muito tempo para saber.- Estamos indo. Aguardem até que eu e Aimê troquemos de roupas.- Tudo bem? – Olhei para Odette, por detrás do corpo de Catriel.- Eu... Não tenho certeza.- Não? – Enruguei a testa.- Precisa olhar seu telefone. E as notícias do dia.Senti um frio percorrer minha espinha.- Nos encontramos em quinze minutos – Lucca avisou – Nenhum minuto a mais.Assim que os dois saíram eu e
- Envenenado? Como assim? – Catriel levantou de imediato.- Não há como... – A rainha pareceu em choque.- Majestade, a autópsia revelou alta dosagem de cianeto no organismo do rei.Engoli a saliva em excesso que se acumulava na minha boca. Como assim? Mataram o rei? Com qual finalidade?Fui até Catriel e o abracei, tentando acalmá-lo. Lucca seguiu no mesmo lugar, sem dizer nada, parecendo com o pensamento longe naquele momento.- Achei... Que a morte havia sido natural. Jamais imaginei que alguém... Pudesse ter envenenado o meu marido. Com qual objetivo, afinal? Colton não tinha inimigos. – A rainha estava pasma.- É isto que precisamos investigar, Majestade. Por hora, peço que não comentem com ninguém o que lhes revelei. Isto correrá em segredo pela Polícia. Como bem sabemos, através do senhor Richard, o rei não havia saído do castelo próximo de sua morte. Ou seja, aconteceu aqui... E o responsável pela morte é alguém que tinha contato com o rei Colton. Frequentava ou ainda frequent