- Somos nós? – Perguntei, sentindo o coração acelerar de tanta emoção.- Sim. – Ele confirmou, aproximando-se, ficando atrás de mim, a mão encontrando a minha sobre a pintura.- É... Lindo!- Fiz antes de você partir de País del Mar.- E pretendia me mostrar um dia? – Virei o rosto na sua direção, com as mãos ainda na imagem.- Não tenho certeza. – Sorriu com os lábios fechados, sem mostrar os dentes.Catriel tinha vários sorrisos, mas tive dúvida se aquele não era o mais lindo que eu já havia recebido até então.- E se não tivéssemos ficado juntos? Se eu tivesse noivado com Lucca?- Eu avisei que você não ficaria com meu irmão. Lembro de ter lhe dito no Hotel em Avalon. Creio que não tenha acreditado em mim.- Certamente não. – Sorri.Catriel pegou-me no colo e levou-me para a cama, depositando-me cuidadosamente sobre ela. Quando percebi, estava sobre mim, abraçando-me com força, enquanto eu sentia o peso de todo seu corpo, querendo que ele nunca mais saísse dali.- Eu amo você, Aimê
Negou com a cabeça, arregalando os olhinhos pequenos.- O vovô Colton foi fazer companhia para ela. A amava tanto que ficou triste de deixá-la sozinha lá em cima. Está vendo aquela estrela ali? – Apontei para a segunda mais cintilante que encontrei – Oh, eu acho que ela não estava ali antes. Você lembra dela?A criança sorriu e negou com a cabeça.- É o vovô Colton, que acaba de chegar! – sorri e acenei e ela fez o mesmo – Agora só tem uma coisa ruim... – fiz cara de triste – Quando você quiser falar com o vovô, terá que vir aqui na janela... Ou também pode ser em qualquer lugar, desde que seja à noite. E assim o verá, brilhando ao lado da mamãe Ariel. Infelizmente quando se vira uma estrela, não dá mais para sair do céu.Siena ficou séria e me olhou. Apontou-me e depois para o céu.- Você quer saber se eu virarei uma estrelinha?Ela assentiu. Respirei fundo antes de responder:- Eu quase fui para o céu. Me queriam muito para brilhar lá em cima. Mas eu não queria ir... Porque sabia qu
Não perguntei onde eu dormiria. Simplesmente entrei no quarto dele. Toquei a xícara do chá e fiquei chateada:- Esfriou.Catriel jogou-se na cama, do jeito que estava.- Será que eu poderia... Usar o seu banheiro? Preciso de um banho!Ele levantou a cabeça:- Pode usar qualquer coisa que quiser. Tudo neste lugar é tanto meu quanto seu.- Inclusive... O quarto? – Sorri.- Nosso! – Riu.- Eu também preciso de roupas. Minhas malas ficaram em algum lugar... Entre o barco e a capela. – Tentei lembrar onde eu havia deixado. A única certeza que tinha era de que tinha colocado na embarcação.- Vá para o banho que providenciarei algo para que vista. E pedirei para encontrarem suas malas.Fui em direção ao banheiro e ouvi a voz dele:- Se fosse em outra situação, eu tomaria banho com você. Mas confesso que mesmo a desejando ardentemente, sinto uma dor horrível no peito, como se tivessem arrancado um pedaço de mim.Virei-me e voltei até ele, sentando na cama e olhando-o firmemente:- Cat, eu ame
- Isto não é um sonho. – Falei seriamente.Assim que nossos rostos se aproximaram, ouvimos uma leve batida na porta, nos afastando. Catriel balançou a cabeça, desgostoso e foi atender.- Lucca?Lucca entrou no quarto, seguido de Odette. Catriel me escondeu atrás de seu próprio corpo, não querendo que o irmão me visse somente de toalha.- Precisamos ir para a sala de reuniões. A Polícia está aqui e deseja falar conosco. – Anunciou o príncipe mais novo.- A Polícia? Por qual motivo? – Catriel ficou surpreso e ao mesmo tempo curioso.- Não tenho ideia. Mas também não estou disposto a esperar muito tempo para saber.- Estamos indo. Aguardem até que eu e Aimê troquemos de roupas.- Tudo bem? – Olhei para Odette, por detrás do corpo de Catriel.- Eu... Não tenho certeza.- Não? – Enruguei a testa.- Precisa olhar seu telefone. E as notícias do dia.Senti um frio percorrer minha espinha.- Nos encontramos em quinze minutos – Lucca avisou – Nenhum minuto a mais.Assim que os dois saíram eu e
- Envenenado? Como assim? – Catriel levantou de imediato.- Não há como... – A rainha pareceu em choque.- Majestade, a autópsia revelou alta dosagem de cianeto no organismo do rei.Engoli a saliva em excesso que se acumulava na minha boca. Como assim? Mataram o rei? Com qual finalidade?Fui até Catriel e o abracei, tentando acalmá-lo. Lucca seguiu no mesmo lugar, sem dizer nada, parecendo com o pensamento longe naquele momento.- Achei... Que a morte havia sido natural. Jamais imaginei que alguém... Pudesse ter envenenado o meu marido. Com qual objetivo, afinal? Colton não tinha inimigos. – A rainha estava pasma.- É isto que precisamos investigar, Majestade. Por hora, peço que não comentem com ninguém o que lhes revelei. Isto correrá em segredo pela Polícia. Como bem sabemos, através do senhor Richard, o rei não havia saído do castelo próximo de sua morte. Ou seja, aconteceu aqui... E o responsável pela morte é alguém que tinha contato com o rei Colton. Frequentava ou ainda frequent
- Mas escolher só serviçais é um pouco demais, não acha? – Ela olhou para Lucca e em seguida para Odette – Para mim a assessora de Aimê é como Carmela. Não vejo diferença alguma entre elas. O fato de Odette não usar um uniforme não a torna melhor que nossa criada.- E também não a torna menos que ninguém, Majestade! – Senti-me ofendida.- Não tenho vergonha do meu trabalho, Majestade. Realmente não nasci na realeza. E ainda tive o azar de perder meus pais muito cedo. Batalhei muito para chegar onde cheguei: assessora da futura rainha de Alpemburg. E tenho orgulho do lugar que ocupo, bem como do salário que recebo. Ser rainha, rei, príncipe ou princesa é um privilégio de poucos. Estatisticamente nascer na realeza é quase impossível. Ou seja, a senhora não encontrará outra noiva princesa para Lucca, já que Aimê está com Catriel.- Não precisa ser uma princesa. Mas ao menos alguém com um sobrenome e que tenha posses. Não somos como você, garota. Meu filho estudou nas melhores escolas, te
- Eu... Não sei como isso vai funcionar. Na verdade, sequer sei se assumirei o meu lugar enquanto rainha. – Confessei, preocupada.- Precisa ligar para o seu pai e ver como está a situação em Alpemburg depois da sua partida, já que alegam que fugiu.- Meu celular está sem bateria e... – Tentei fugir da situação, temendo saber o que estava a acontecer em meu país.Catriel me entregou o seu celular. Agora eu não tinha mais desculpas.Senti meu coração acelerar quando cliquei Na tela nos números que eu sabia de cor. Assim que começou a chamar do outro lado da linha, senti um frio percorrer minha espinha e o medo tomando conta de mim.Jamais imaginei que todo orgulho que eu sentia por ser uma D’Auvergne Bretonne se transformasse naquele sentimento atual. Lembrei do quanto insisti com meu pai e minha mãe que eu queria ser rainha, mesmo sabendo que era a última na linha de sucessão e talvez seria quase impossível assumir. O fato de Pauline ter desistido me deu uma chance a mais. E Alexia, p
- Assumirei justamente por ele, que sempre confiou em mim e minha capacidade. Se ele, que era um rei e um pai justo e íntegro acreditava que eu conseguiria, sei que farei jus a confiança dele.- Eu não sei como me perdi... – Olhei para o nada – Ou melhor, como perdi Alpemburg. Porque não foi depois do acidente... Eu creio que antes eu já não tinha a credibilidade da Corte.- Faça o que seu coração mandar, Aimê. Porque sei que você é muito mais emoção do que razão, Monstrinha. – Alisou meu rosto.- Só resta eu para assumir agora, Cat... Ninguém mais. Depois de mim os próximos herdeiros D’Auvergne Bretonne são crianças.- E seus pais?- Eles estão cansados. Meu pai só quer aposentar a coroa... E viver com minha mãe, num lugar remoto, transando dia e noite. – Comecei a rir.- E suas irmãs?- Alexia usou a coroa por mim. E Pauline? Bem, minha irmã mais velha sequer saber o que deseja fazer...- E você terá que se sacrificar em nome de todos?- Não é só em nome deles... É também em nome de