Conforme o tempo foi passando, as pessoas presentes na cerimônia fúnebre do rei Colton foram despedir-se da rainha e dos príncipes. Dentre eles, claro, o duque e a duquesa Cappel.- Majestade, qualquer coisa que precisar, não hesite em nos procurar. – Mencionou o duque Giancarlo.A barba dele estava mais crescida, assim como os cabelos escuros, que chegavam quase na altura dos ombros. A duquesa Anna Julia, por sua vez, havia cortado um pouco dos cabelos, diminuindo o comprimento.- Obrigada, Giancarlo! – a rainha agradeceu.A duquesa beijou a bochecha da rainha, pegando sua mão entre as dela:- Que Deus conforte o coração de vocês, Majestade!Despediu-se também de Lucca e quando chegou em Catriel, encarou-me antes de dirigir-se a ele:- Se precisar de mim, “Alteza” – usou o Alteza de forma debochada – Estou à sua disposição. – A voz soou melindrosa.- Ele não precisará. – Garanti, de forma séria.O sorriso dela foi de sarcasmo, assim como o olhar, que me analisava de cima abaixo, cert
- Onde exatamente você deseja ir agora? – Catriel me olhou, enquanto caminhávamos sem pressa na estradinha acimentada, entrando no caminho arborizado, que diminuía a claridade do céu devido às copas das árvores.- Há alguma praia por aqui? Ou todo o mar no entorno da ilha é impróprio e perigoso?- Há uma pequena praia mais adiante. Mas embora tenha faixa de areia, é um pouco perigosa.- Eu só gostaria de olhar o mar... Sentada ao seu lado. Sei que está cansado... Mas acho que ainda temos tanto a dizer um ao outro.Catriel sorriu e pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Começamos a mover as mãos unidas em demasia, observando-as enquanto ríamos.- Sabe que quando eu soube da notícia da morte do meu pai, achei que jamais voltaria a sorrir. Até que você apareceu na capela. E a primeira coisa que fez foi arrancar-me um sorriso.- Eu gosto do seu sorriso. – Confessei.- Acho que já me disse isto algumas vezes... Ou melhor, duas, para ser mais exato.- Lembra quantas vezes eu disse? – I
- Somos nós? – Perguntei, sentindo o coração acelerar de tanta emoção.- Sim. – Ele confirmou, aproximando-se, ficando atrás de mim, a mão encontrando a minha sobre a pintura.- É... Lindo!- Fiz antes de você partir de País del Mar.- E pretendia me mostrar um dia? – Virei o rosto na sua direção, com as mãos ainda na imagem.- Não tenho certeza. – Sorriu com os lábios fechados, sem mostrar os dentes.Catriel tinha vários sorrisos, mas tive dúvida se aquele não era o mais lindo que eu já havia recebido até então.- E se não tivéssemos ficado juntos? Se eu tivesse noivado com Lucca?- Eu avisei que você não ficaria com meu irmão. Lembro de ter lhe dito no Hotel em Avalon. Creio que não tenha acreditado em mim.- Certamente não. – Sorri.Catriel pegou-me no colo e levou-me para a cama, depositando-me cuidadosamente sobre ela. Quando percebi, estava sobre mim, abraçando-me com força, enquanto eu sentia o peso de todo seu corpo, querendo que ele nunca mais saísse dali.- Eu amo você, Aimê
Negou com a cabeça, arregalando os olhinhos pequenos.- O vovô Colton foi fazer companhia para ela. A amava tanto que ficou triste de deixá-la sozinha lá em cima. Está vendo aquela estrela ali? – Apontei para a segunda mais cintilante que encontrei – Oh, eu acho que ela não estava ali antes. Você lembra dela?A criança sorriu e negou com a cabeça.- É o vovô Colton, que acaba de chegar! – sorri e acenei e ela fez o mesmo – Agora só tem uma coisa ruim... – fiz cara de triste – Quando você quiser falar com o vovô, terá que vir aqui na janela... Ou também pode ser em qualquer lugar, desde que seja à noite. E assim o verá, brilhando ao lado da mamãe Ariel. Infelizmente quando se vira uma estrela, não dá mais para sair do céu.Siena ficou séria e me olhou. Apontou-me e depois para o céu.- Você quer saber se eu virarei uma estrelinha?Ela assentiu. Respirei fundo antes de responder:- Eu quase fui para o céu. Me queriam muito para brilhar lá em cima. Mas eu não queria ir... Porque sabia qu
Não perguntei onde eu dormiria. Simplesmente entrei no quarto dele. Toquei a xícara do chá e fiquei chateada:- Esfriou.Catriel jogou-se na cama, do jeito que estava.- Será que eu poderia... Usar o seu banheiro? Preciso de um banho!Ele levantou a cabeça:- Pode usar qualquer coisa que quiser. Tudo neste lugar é tanto meu quanto seu.- Inclusive... O quarto? – Sorri.- Nosso! – Riu.- Eu também preciso de roupas. Minhas malas ficaram em algum lugar... Entre o barco e a capela. – Tentei lembrar onde eu havia deixado. A única certeza que tinha era de que tinha colocado na embarcação.- Vá para o banho que providenciarei algo para que vista. E pedirei para encontrarem suas malas.Fui em direção ao banheiro e ouvi a voz dele:- Se fosse em outra situação, eu tomaria banho com você. Mas confesso que mesmo a desejando ardentemente, sinto uma dor horrível no peito, como se tivessem arrancado um pedaço de mim.Virei-me e voltei até ele, sentando na cama e olhando-o firmemente:- Cat, eu ame
- Isto não é um sonho. – Falei seriamente.Assim que nossos rostos se aproximaram, ouvimos uma leve batida na porta, nos afastando. Catriel balançou a cabeça, desgostoso e foi atender.- Lucca?Lucca entrou no quarto, seguido de Odette. Catriel me escondeu atrás de seu próprio corpo, não querendo que o irmão me visse somente de toalha.- Precisamos ir para a sala de reuniões. A Polícia está aqui e deseja falar conosco. – Anunciou o príncipe mais novo.- A Polícia? Por qual motivo? – Catriel ficou surpreso e ao mesmo tempo curioso.- Não tenho ideia. Mas também não estou disposto a esperar muito tempo para saber.- Estamos indo. Aguardem até que eu e Aimê troquemos de roupas.- Tudo bem? – Olhei para Odette, por detrás do corpo de Catriel.- Eu... Não tenho certeza.- Não? – Enruguei a testa.- Precisa olhar seu telefone. E as notícias do dia.Senti um frio percorrer minha espinha.- Nos encontramos em quinze minutos – Lucca avisou – Nenhum minuto a mais.Assim que os dois saíram eu e
- Envenenado? Como assim? – Catriel levantou de imediato.- Não há como... – A rainha pareceu em choque.- Majestade, a autópsia revelou alta dosagem de cianeto no organismo do rei.Engoli a saliva em excesso que se acumulava na minha boca. Como assim? Mataram o rei? Com qual finalidade?Fui até Catriel e o abracei, tentando acalmá-lo. Lucca seguiu no mesmo lugar, sem dizer nada, parecendo com o pensamento longe naquele momento.- Achei... Que a morte havia sido natural. Jamais imaginei que alguém... Pudesse ter envenenado o meu marido. Com qual objetivo, afinal? Colton não tinha inimigos. – A rainha estava pasma.- É isto que precisamos investigar, Majestade. Por hora, peço que não comentem com ninguém o que lhes revelei. Isto correrá em segredo pela Polícia. Como bem sabemos, através do senhor Richard, o rei não havia saído do castelo próximo de sua morte. Ou seja, aconteceu aqui... E o responsável pela morte é alguém que tinha contato com o rei Colton. Frequentava ou ainda frequent
- Mas escolher só serviçais é um pouco demais, não acha? – Ela olhou para Lucca e em seguida para Odette – Para mim a assessora de Aimê é como Carmela. Não vejo diferença alguma entre elas. O fato de Odette não usar um uniforme não a torna melhor que nossa criada.- E também não a torna menos que ninguém, Majestade! – Senti-me ofendida.- Não tenho vergonha do meu trabalho, Majestade. Realmente não nasci na realeza. E ainda tive o azar de perder meus pais muito cedo. Batalhei muito para chegar onde cheguei: assessora da futura rainha de Alpemburg. E tenho orgulho do lugar que ocupo, bem como do salário que recebo. Ser rainha, rei, príncipe ou princesa é um privilégio de poucos. Estatisticamente nascer na realeza é quase impossível. Ou seja, a senhora não encontrará outra noiva princesa para Lucca, já que Aimê está com Catriel.- Não precisa ser uma princesa. Mas ao menos alguém com um sobrenome e que tenha posses. Não somos como você, garota. Meu filho estudou nas melhores escolas, te