CAPÍTULO 1 - A CABEÇA DO LEÃO
DIAS ATUAIS...
Padre Franccesco Belmont, estava maravilhado com o momento que estava vivenciando. E, ao mesmo tempo, com muito medo. Ele já se encontrava no altar, à espera dos noivos. Não se sabia como, mas eles conseguiram que a celebração daquele casamento fosse na Capela Sistina, com anuência do próprio Papa. Sua Santidade, por sua vez, não estava presente, por motivos particulares de ordem vaticana.
Sentado na cadeira, o Padre Belmont também estava completamente desconfortável com tudo ao seu ao redor. Primeiro, que ele sabia que em algum lugar na Capela havia uma arma apontada para sua cabeça. Ele estava ali obrigado, escolhido a dedo pelo grupo mafioso dos Milanos para dar um recado ao noivo. Algum descuido e já era. Segundo, era difícil aceitar toda aquela gente estranha, de roupas estranhas e comportamentos estranhos dentro da Casa de Deus.
Aquele seria o casamento totalmente diferente de todos que já celebrou ou presenciou. O teto da Capela Sistina estava totalmente decorado de flores naturais, vindas diretamente da República Dominicana. O padre sabia que não se tratava apenas da beleza do local, mas uma preocupação dos noivos em esconder a abóboda, que foi pintada entre 1508 e 1512, por nada mais nada menos que Michelangelo, a pedido do Papa Júlio II.
Os convidados também eram diferentes e peculiares. Homens tatuados e mulheres dos cabelos azuis e vermelhos. O padrinho do noivo por exemplo, era amigo pessoal do Padre Franccesco Belmont. Na verdade, aquele amigo era um ex padre, que deixou o celibato para viver um romance tórrido com uma mulher casada. Acabou deixando o cristianismo e virou adepto do islamismo. Não sabia o que ele estava fazendo dentro de uma das capelas mais importantes do mundo...
Tocam as trombetas. Lá fora, as portas da Santa Capela se abrem. Padre Belmont, mesmo com alguma arma lhe apontando, espera ansiosamente a entrada das crianças com as alianças jogando pétalas de flores, atraindo os olhares de todos e sendo motivo de lágrimas das mulheres mais emotivas. Mas, como tudo neste casamento, a entrada das alianças foi surpreendente.
Quando as portas da Capela se abriram, o que se viu foi um leão africano entrando lentamente sob o tapete vermelho, segurando na boca uma cesta preta, com duas alianças. Quando o leão apareceu, soltou um rugido forte e alto, fazendo que os batimentos cardíacos do padre parassem por alguns segundos. Todos os convidados ficaram pasmos com a ferocidade do animal.
- Santo Deus! - sussurrou o padre, para si.
Após a demonstração do animal, os convidados começaram a bater palmas. Um em particular começou a gritar:
- Bravo, Tudor! Bravo! Esplêndido! Vá! Vá!
O leão começou a caminhar a passos largos, em direção ao padre Belmont. A cada passo do animal, o sacerdote sentia seu coração saltitar pela garganta. Parecia uma cena dos gladiadores romanos dentro do próprio coliseu, à espera de que o animal o atacasse e o devorasse vivo, começando pela cabeça. Quando faltavam poucos metros do padre, o leão parou e olho no fundo dos seus olhos, como se estivesse esperando alguma coisa que...
- Padre - alguém falou – ele quer que o senhor pegue as alianças.
O padre deu um goto seco. Não tinha o que fazer, a não ser ir ao encontro do leão “Tudor” e pegar a cesta preta da sua boca. Foi caminhando lentamente, sentindo o suor escorrer-lhe a face. Quando chegou perto do animal, se abaixou e pegou a cesta, com as mãos trêmulas. Todos os convidados estavam de olho no padre, alguns até desejando estar em seu lugar, outros sentindo a espinha se contorcer. Ao pegar a cesta, o sacerdote olhou nos olhos de Tudor. Pelo reflexo do olho da fera, ele viu. Havia um homem na janela por trás do altar lhe apontando uma arma. Ele era gordo, baixo, usava seu peculiar chapéu preto de couro e bigode. Sabia quem era aquele homem. Era da Máfia, rivais eternos dos Milanos. Padre Belmont nunca sentira tanto medo na vida “Máfia e Milanos num casamento, dentro da Capela Sistina? Impossível!”
Muito lentamente Padre Franccesco Belmont foi se levantando. Aquele evento cataclísmico era demais para ele. Sabia que aqueles dois grandes grupos ali daria muita merda. Àquela altura, já esquecera até do leão, baforando quente no seu nariz. Se levantou e olhou para todos à sua frente. Qualquer um ali poderia ser um Milano. Ou Máfia. Deu as costas pro leão e sentou-se na sua cadeira.
- Lá vem o noivo! - alguém gritou.
Todos estavam apreensivos: com quem ele entrará?
De repente, a porta se abre e uma nuvem de fumaça se espalha pela Capela Sistina. No meio da nuvem, surge o semblante de um jovem, alto, forte, cabelos finos e penteados para trás. Entrou pelo tapete vermelho sem olhar para os lados, sempre para frente. No peito esquerdo, no lugar de uma rosa, tinha uma cruz de ouro.
- Que afronta... - sussurrou alguém no meio dos convidados. Todos se entreolharam. Ninguém viu quem foi.
Padre Belmont sabia o que aquilo significava. Cruz de ouro era o símbolo da Máfia. O jovem chegou perto ao altar e cumprimentou o sacerdote com a cabeça. Olhou para Tudor, ao seu lado.
- Tudor, meu amigo... pode ir.
A fera olhou para aquele jovem, como se quisesse dizer alguma coisa. Recebeu um afago deste e se sentou ao lado dos padrinhos. O jovem noivo se virou para frente.
- Lá vem a noiva! - gritou uma criança.
Toda a Capela se virou para a entrada. Quando a porta se abriu, uma áurea entrou, o sol do fim de tarde brilhou e um belo rosto surgiu. Jovem, alta, loira, olhos claros. Vestido branco com véu de tule. Nas mãos, no lugar do tão esperado buquê de flores... uma foice de prata.
Todos ficaram espantados. Todos sabiam que aquele símbolo era dos Milanos.
A jovem entrou sob o tapete vermelho, sorridente, olhando para seu noivo. Assim como ele, entrou sozinha. Quando se aproximou do altar, olhou para Tudor. Ela também percebeu que ele queria dizer-lhe algo, mas...
O sino da Capela bateu.
“Que sensação assombrosa” - pensou Padre Belmont - “também, não poderia ser diferente. Casamento de mafiosos, dentro do Vaticano. Que sacrilégio!”
O sacerdote tinha o pressentimento que iria morrer. O clima dentro da Capela era extremamente pesado, parecia que ninguém confiava em ninguém. De qualquer forma, o padre fizera seu juramento a Deus, décadas atrás. Precisava regar Seu nome, independente da situação. Precisava começar a cerimônia.
- Em nome do Pai, do filho e do...
- Padre – disse o jovem noivo – desculpe a intromissão. Apenas pergunte se aceitamos um ao outro.
O jovem falou de forma alta propositalmente. Todos ouviram a pergunta. Todos se questionavam qual sobrenome o padre chamaria o jovem.
- Como queira, senhor...
O padre olhou para o coroinha. Pediu para que tocasse o sino.
- Senhor Matthia... - apreensão na capela. O padre olhou para o jovem e cochichou – como devo chamá-lo?
- Pelo meu sobrenome de sangue, senhor padre – olhou para a noiva – pelo nosso sobrenome de sangue.
Pois bem – voltou o padre. Ele sabia que geraria burburinho – Senhor Mattia Petrov, aceita a senhorita – olhou para a noiva. Deu um goto seco – aceita a senhorita Cibelle Monari como sua legítima esposa?
O jovem noivo Matthia Petrov olhou para sua noiva, Ciibelle Monari. Pegou sua cruz de ouro e entregou-a. Assim como ele, ela pegou sua foice de prata e o entregou.
- Amor, - começou ele – eu te amo. E é justamente por te amar tanto que não posso aceitar.
Neste momento, uma lágrima rolou na face de Cibelle Monari. Ela sabia o que aquela troca de símbolos significava. Ela sabia o que aquela negativa significava. Depois de tudo que passaram, tudo que fizeram juntos, tudo que suportaram, tudo, tudo... mesmo assim a essência da realidade que eles dois viviam prevaleceu. Venceu o crime. Mas quem venceu com isso? A Máfia? Os Milanos?
Ela olhou para os convidados, um a um, com os olhos cheios de lágrimas. Notou que muitos estavam tristes, muitos felizes com aquela decisão do jovem Matthia. Ela entendia, mas não aceitava, pois o mais importante alio era o amor. E daí se ela cometera um assassinato? Matara o pai do seu próprio noivo, pois ele matara o seu. Era questão de ordem e de honra da família.
Ela olhou para Matthia:
- Meu amor, eu não aceito o seu não.
A capela entrou em frenesi. Neste exato momento, sobre os ombros de Mattia, ela olhou pela janela e viu um homem de chapéu de couro preto. Desesperadamente ela gritou:
- Matthia, eu não matei seu...
No momento em que concluía sua fala, ouviu-se um estrondo de arma de fogo. Cibelle Monari olhou para os lados, a procura da pessoa que atirara, mas só conseguiu ver os convidados correndo. Para todos os lados, muitos apontando suas armas em todas as direções. Olhou para frente e viu Matthia caído no chão, desacordado. Abaixou e foi socorrê-lo.
- Meu amor, eu...
Assim que começou a falar, percebeu que o rosto do seu noivo estava coberto pelo sangue.
- Amor, não!
Com as duas mãos, começou a limpar o rosto de Matthia, procurando o ferimento. Mas não encontrou. Quanto mais limpava o rosto do noivo, mais sangue aparecia.
- Amor, onde pegou? Onde pegou? Onde...
Cibelle viu duas gotas de sangue caírem no rosto de Mathia. Notou que o sangue não era dele, pois vinha de cima. Olhou para o alto e viu apenas as flores. Quando retornou a olhar para Matthia, viu que o sangue estava saindo do seu ventre.
- Mathia! Mathia! Acorde!
Quatro mãos grandes puxaram Cibelle para cima. Eram dois homens de terno e gravata, um deles segurando uma pistola, enquanto outro colocava Cibele nos ombros. Ela começou a perceber que sua visão estava turva e escura. Mas viu quando seu noivo abriu os olhos e, mesmo com o rosto coberto pelo sangue dela, tentou se levantar e ir socorrê-la, quando alguém o puxou pelo pé. Era o padre Belmont.
- Seu merda – dissera o padre – seu cachorro de merda! Fique aí seu filho da puta! Eu perciso falar com você!
- Me solte seu desgraçado!
Alguém passou por Matthia e chutou-lhe no rosto.
- Filho da puta! Nós pegamos sua noiva pra dar uma voltinha! Venha atrás de nós!
Matthia percebeu que os dois braços do homem estavam cobertos pelo sangue. Ele estava segurando em uma das mãos algo parecido como uma... cabeça peluda.
- Era o seu leão? - disse o homem olhando para Matthia – venha pegar a cabeça dele empalhada!
Matthia ficou estupefato.
- Matthia!
Era Cibelle Monari gritando-lhe. Ele tentou se levantar, mas as mãos do padre Belmont ainda o impediam
- Matthia! Me socorra! - passou as mãos entre o vente ensanguentado – estou grávida!
CAPÍTULO 2 – A PIOR NOTÍCIA? ANOS ATRÁS....Entre meados do século XIX e início do século XX, houveram grandes ondas emigratórias, principalmente da Europa, com cerca de 40 milhões de pessoas buscando melhores condições no continente americano. A Itália passou por mudanças após sua unificação entre 1859 e 1871, levando a um aumento de impostos e divisões socioeconômicas. Muitos italianos, enfrentando pobreza e dificuldades extremas, buscaram oportunidades em países como Argentina, Brasil, Venezuela e Estados Unidos. Nos EUA, especialmente, encontraram empregos na crescente industrialização, mesmo sem qualificação, o que compensava as baixas remunerações. Isso levou muitas famílias italianas a emigrar em busca de uma vida melhor, deixando para trás entes queridos, na esperança de um retorno breve. Para uma família em especial, a imigração era questão de sobrevivência: os Montanari. Flaco Montanari herdou o negócio familiar de fabricação de suco de uva natural após o falecimento de
CAPÍTULO 3 – MONTANARI Um dos maiores orgulhos de um homem é ser pai. Com a paternidade vem as responsabilidades, onde a principal, obviamente, é cuidar da sua prole. Os homens que nasciam na família Montanari sempre foram conhecidos como ferozes: defendiam como podiam os seus. Em sua árvore genealógica, na primeira geração, haviam assassinos de aluguel, estelionatários e grandes sanguinários. Com o passar das gerações e com o aparecimento de mais mulheres que homens, a família Montanari recebera um toque de docilidade e ternura e foi-se esquecendo o seu passado pesado. Os novos homens Montanari passaram a se preocupar mais com as lavouras, pequenos negócios na cidade em dias de feira e, principalmente, plantação vinícola. Porém, todos os homens eram viris e fortes para defender aquilo que era seu, principalmente a reputação da família. O homem que não conseguisse ser o provedor e o defensor do seu lar era imediatamente expulso e perderia o sobrenome. Era uma tradição dos Montanari
CAPÍTULO 4 – EDWARD... EDWARD PETROV A principal característica de uma viagem de navio é atracar em portos diferentes por algum breve (ou não) momento e seguir viagem. A programação de viagem pode levar dias ou semanas, dependendo do fluxo marítimo. Uma viagem da Itália para os Estados Unidos levava algumas poucas semanas e as paradas em portos praticamente não existiam, pois não havia países na rota. Com poucas paradas, balanço do navio e quebra de ondas no casco, além da alta aceleração das turbinas, era comum ver pessoas com sintomas associados a náuseas, fadigas, tonturas e vertigem visual. No caso de Antonella Montanari, o único sintoma era apenas seu choro. E vergonha. A todo momento seu marido soubera da verdade da paternidade de Bella e resolveu guardar para si. Mas porquê? Agora, ela sabia que Flaco convivia diariamente com a certeza que não era pai do seu próximo filho. Na verdade, Flaco não sabia de toda a verdade. Desde a consulta com o Dr. Desmond Hills, no hospital
CAPÍTULO 5 - MÁFIA E MILANOS Enquanto tomava seu uísque 18 anos sozinho no seu quarto escuto, sentado na sua poltrona de couro, em Roma, ele pensava. Respirava fundo, para sentir o ar romano adentrando nas narinas. Como era bom voltar a Roma depois de tantos anos! Claro, em grande estilo e com grandes propósitos. E totalmente mudado Retirou do bolso do seu terno fino seu relógio de ouro com ponteiros de diamantes. Meia-noite. O horário dos lobos. E ele era um, claro. Estirou as penas, deu outro gole no uísque. Não sabia o quanto Roma lhe fazia bem. Mas sabia o quanto, no passado, lhe fizera mal. Muito mal. Recostou a cabeça na poltrona e pensou no seu passado, em algumas coisas que aconteceram na sua vida, até chegar ali, no luxo, na riqueza. E no poder. Ele estava pensando nas noites frias nos subúrbios de Roma. A escuridão do beco lamacento onde vivia não condizia com o luxo do centro da cidade. Lá, apenas ricos, católicos bem sucedidos e gente de sobrenome andavam pelas ruas
CAPÍTULO 6 O porto da Cidade de Nova York está situado na foz do Rio Hudson, desaguando na Baia de Nova York. Este é o porto que recebe mais fluxo de petróleo dos EUA, tem uma grande importância na economia do país, pois tem também grandes transações de importação e exportação através de contêiners e também recebia diversos imigrantes italianos, dentre estes, a Família Montanari. Todos já conheciam os Montanari. Todos. Não tinham como passar despercebidos, principalmente depois que Antonella.... Quando o navio atracou, fazendo um grande barulho com as sirenes, representando os boas-vindas aos recém chegados, Flaco foi um dos primeiros imigrantes italianos a descer a escada de desembarque, segurando a mão direita de sua filha, Bella. Filha? Bem... - Papai? - Flaco olhou para o lado. Era Bella chamando-o. Antes que dissesse alguma coisa, ele ficou olhando para ela. Era completamente estonteante. Enquanto descia a escada de desembarque, Flaco pensava: "estou segurando a mão da fil
CAPÍTULO 7 - O MALFEITOR- Como é que é? - dissera Flaco a Belle. Os pensamentos de Flaco estavam voando muito longe dali. De alguma forma, esquecera completamente da própria mulher. Haviam se passados três dias desde que Flaco tivera aquela conversa com Antonella. Três dias que vira sua esposa tentar tirar-lhe a própria vida. Por sorte, ao puxar o gatilho, a única bala que tinha no tambor da arma disparou, mas pegou de raspão na nuca de Antonella, e parou na parede de madeira ao lado, ocasionando um grande buraco, com vários estilhaços em volta. O barulho do tiro foi tão alto deixou todos a bordo preocupados. Ocasionando um grande momento de pânico a bordo. Quando um dos componentes da tripulação apareceu no quarto dos Montanari, se deparou com Antonella aos prantos e um Flaco estagnado pelo medo. Flaco não poderia dizer o que realmente aconteceu a ninguém, caso contrário, isso acarretaria falar a verdade: o motivo da sua discussão com Antonella e o porquê do disparo.
CAPÍTULO 8 – MEDO DO ESCURO A nictofobia se trata de dois compostos: medo + escuro. Pode ser reconhecida como fobia, pois é um sentimento de pânico ou ansiedade e, em alguns casos específicos, avançados ou não, as pessoas têm medo do que pode ocorrer com elas ou o que pode inesperadamente aparecer, justamente por não conseguir ver. É o popular medo do escuro. E era justamente esse medo exacerbado do escuro que estava matando Antonella Montanari aos poucos. O que a bala não tinha conseguido fazer, há dias atrás, naquele súbito momento que tentara cometer suicídio, a escuridão estava dando conta. Sentia-se completamente abandonada por todos, especialmente pelo marido. Sozinha, grávida, abalada, no escuro, passando frio e fome. Sim, fome, pois a péssima comida que davam para ela não era suficiente para sustentar duas pessoas, ela e o bebê. Antonella via a luz do dia apenas por uma pequena janela do quarto escuro. Quando anoitecia, dava para contar as estrelas e ver a lua. Sem tom
CAPÍTULO 9 – NEGÓCIOS SÃO NEGÓCIOS....COMO ANTONELLA CONHECEU PETROV – PARTE I A Ilha da Sardenha é uma ilha mediterrânea ocidental, com mais de 24 mil quilômetros de superfície, considerada a segunda maior ilha do Mediterrâneo, perdendo apenas para a Sicília, na Itália. A maior parte da costa é rochosa e alta, e o território é praticamente construído por colinas e montanhas. Famosa pelas suas águas cristalinas, abriga as lindas ruínas da Idade do Bronze. Recebia vários turistas de todo o globo em todas as temporadas do ano. É lindíssima, indiscutivelmente. Um verdadeiro paraíso na terra. E foi nessa ilha que a pequena Antonella Mizzi nasceu. O seu pai, um conhecido e nobre comerciante de alto renome, e sua mãe uma professora exemplar de geografia em uma escola particular, apenas para os ricos da região. Sempre fora filha exemplar, dedicada aos estudos e obediente aos pais. Uma filha perfeita e muito popular em toda a soxiedade, especialmente na igreja e na escola. Por ser um gr