CAPÍTULO 7 - O MALFEITOR- Como é que é? - dissera Flaco a Belle. Os pensamentos de Flaco estavam voando muito longe dali. De alguma forma, esquecera completamente da própria mulher. Haviam se passados três dias desde que Flaco tivera aquela conversa com Antonella. Três dias que vira sua esposa tentar tirar-lhe a própria vida. Por sorte, ao puxar o gatilho, a única bala que tinha no tambor da arma disparou, mas pegou de raspão na nuca de Antonella, e parou na parede de madeira ao lado, ocasionando um grande buraco, com vários estilhaços em volta. O barulho do tiro foi tão alto deixou todos a bordo preocupados. Ocasionando um grande momento de pânico a bordo. Quando um dos componentes da tripulação apareceu no quarto dos Montanari, se deparou com Antonella aos prantos e um Flaco estagnado pelo medo. Flaco não poderia dizer o que realmente aconteceu a ninguém, caso contrário, isso acarretaria falar a verdade: o motivo da sua discussão com Antonella e o porquê do disparo.
CAPÍTULO 8 – MEDO DO ESCURO A nictofobia se trata de dois compostos: medo + escuro. Pode ser reconhecida como fobia, pois é um sentimento de pânico ou ansiedade e, em alguns casos específicos, avançados ou não, as pessoas têm medo do que pode ocorrer com elas ou o que pode inesperadamente aparecer, justamente por não conseguir ver. É o popular medo do escuro. E era justamente esse medo exacerbado do escuro que estava matando Antonella Montanari aos poucos. O que a bala não tinha conseguido fazer, há dias atrás, naquele súbito momento que tentara cometer suicídio, a escuridão estava dando conta. Sentia-se completamente abandonada por todos, especialmente pelo marido. Sozinha, grávida, abalada, no escuro, passando frio e fome. Sim, fome, pois a péssima comida que davam para ela não era suficiente para sustentar duas pessoas, ela e o bebê. Antonella via a luz do dia apenas por uma pequena janela do quarto escuro. Quando anoitecia, dava para contar as estrelas e ver a lua. Sem tom
CAPÍTULO 9 – NEGÓCIOS SÃO NEGÓCIOS....COMO ANTONELLA CONHECEU PETROV – PARTE I A Ilha da Sardenha é uma ilha mediterrânea ocidental, com mais de 24 mil quilômetros de superfície, considerada a segunda maior ilha do Mediterrâneo, perdendo apenas para a Sicília, na Itália. A maior parte da costa é rochosa e alta, e o território é praticamente construído por colinas e montanhas. Famosa pelas suas águas cristalinas, abriga as lindas ruínas da Idade do Bronze. Recebia vários turistas de todo o globo em todas as temporadas do ano. É lindíssima, indiscutivelmente. Um verdadeiro paraíso na terra. E foi nessa ilha que a pequena Antonella Mizzi nasceu. O seu pai, um conhecido e nobre comerciante de alto renome, e sua mãe uma professora exemplar de geografia em uma escola particular, apenas para os ricos da região. Sempre fora filha exemplar, dedicada aos estudos e obediente aos pais. Uma filha perfeita e muito popular em toda a soxiedade, especialmente na igreja e na escola. Por ser um gr
CAPÍTULO 10 – A GARANTIACOMO ANTONELLA CONHECEU PETROV – PARTE IIO dia que Antonella Mizzi conheceu o grande Mafioso Edward Petrov foi inesquecível. Na verdade, terrivelmente inesquecível. Para ela, claro.Quando Gio Mizzi conseguiu a autorização do governador – o que fora extremamente fácil, pois a quantidade de dinheiro envolvida era absurda até para ele mesmo - os envelopes contendo o dinheiro dos empréstimos chegaram à sua mesa rapidamente, como num piscar de olhos – sim, Gio Mizzi não tinha conta bancária, pois não confiava nos bancos – e ele logo se apressou a comprar seus novos terrenos. Contratou grandes profissionais, como arquitetos, engenheiros, urbanistas e pedreiros. Dentre eles, ele pôde se dar ao luxo de contratar Giuseppe Biancchi, um dos maiores engenheiros civis da Itália, que ficaria responsável por todas as obras. Seriam 6 novos luxuosos hotéis, todos na Ilha da Sardenha e Gio Mizzi estava radiante, principalmente por poder contar com um profissional tão renomado
CAPÍTULO 11 – “O SENHOR É UM HOMEM F***!!!!”COMO ANTONELLA CONHECEU PETROV – PARTE IIINo dia seguinte ao acontecido das notas falsas, muito antes do sol nascer, o hoteleiro Gio Mizzi foi tirar satisfação com o grande mafioso Edward Petrov.No fundo, ele sabia que tinha sido uma jogada muito inteligente por parte do criminoso. Mas, de qualquer forma, ele estava arruinado! E tudo por culpa do Petrov! Como não sabia onde encontrá-lo, foi no terreno da praia que conseguira com o governador para que o mafioso pudesse construir sua grande mansão. Gio Mizzi estava extremamente apreensivo. Além de ter dado a própria filha Antonella Mizzi como garantia no empréstimo que fizera com Edward Petrov, ele pagara todos os funcionários com dinheiro falso! E o pior: o próprio governador havia recebido o mesmo dinheiro! Quando a história das notas falsas se espalhasse por todos os quatro cantos, ele podia se considerar um homem morto. A não ser que o líder a Máfia Edward Petrov o matasse antes que t
CAPÍTULO 12 – PONTE DAS PIRANHAS COMO ANTONELLA CONHECEU PETROV – PARTE III(CONTINUAÇÃO)Muito lentamente, Gio Mizzi falou para Edward Petrov. - Senhor Petrov, somos homens de negócios e... - Eu sou, senhor Mizzi! Eu sou um homem de negócios! Você não! Você não calculou os riscos desta transação. Colocou sua ganância pessoal acima da razão. Não usou sua inteligência o suficiente e acreditou no primeiro conto de fadas que coloquei nos seus ouvidos sujos de merda! Você só pensou em si mesmo quando, na verdade, no mundo dos negócios, é preciso olhar todas as vertentes, todos os ângulos e todos os fatos! Você se atrelou a um criminoso, o que esperava, seu filho da puta?Edward Petrov parou de olhar para Gio Mizzi. Deu alguns passos para trás, olhou para praia e ficou de frente para ela. Abriu os braços e fechou os olhos.- Petrov... - Gio Mizzi não o chamava mais de “senhor” - estou aqui para reverter a situação... Ainda de olhos fechados, o mafioso abriu um enorme sorriso, satisfe
CAPÍTULO 13 - "SUA BRAGUILHA ESTÁ ABERTA" COMO ANTONELLA CONHECEU PETROV – PARTE IV - FINAL Antonella Mizzi tinha o costume de cozinhar, principalmente aos finais de semana. Como era domingo, seu noivo Flaco Montanari iria almoçar com a família Mizzi. O pai estava muito estressado desde a noite passada, e ela não sabia o que havia acontecido. De certa forma, estava bastante preocupada com ele. Então, para agradá-lo, resolveu fazer sua comida favorita: macarronada. O pai adorava almoçar macarronada aos domingos, acompanhada com um bom vinho envelhecido do Porto. Quando estava preparando a massa, a campainha da casa tocou. Olhou para o relógio. Faltavam ainda duas horas para o almoço. “Flaco chegou cedo”, pensou. Saiu correndo para ir ao encontro do noivo e, quando abriu a porta, se deparou com um homem baixo, chapéu de couro e bigode. - Bom dia, senhorita. Prazer em conhecê-la. - ele olhou para dentro - está sozinha? Antonella ficou com medo. Nunca vira aquele homem na
CAPÍTULO 14 – “VOCÊ É O PAI DESSE TAMBÉM”Os acontecimentos que se sucederam foram rápidos demais na vida da, agora, Antonella Montanari. O casamento inesperado com o jovem Flaco Montanari, o falecimento do pai de forma covarde e cruel, as visitas constantes às escondidas de Edward Petrov... Sim, ele disse que iria voltar, e sempre voltava. Fazia questão de se encontrar com Antonella em um dos seus hotéis roubados do pai, o que tornava as coisas ainda mais macabras. Antonella não sabia quando isso iria terminar. Talvez nunca. Para ela, obviamente, como era temente a Deus, aquilo era um pecado sem precedentes. Trair o agora esposo era algo inadmissível. Guardou o segredo com todo o cuidado do mundo! Todas as vezes que andava pelas ruas, tinha a sensação de estar sempre sendo vigiada, o que era horrível. Todas as vezes que Petrov desejava vê-la, ele sempre mandava recado por algum capanga, sempre um diferente, em endereços diferentes, em horários diferentes. Inventava todas as descul