CAPÍTULO 12 – PONTE DAS PIRANHAS COMO ANTONELLA CONHECEU PETROV – PARTE III(CONTINUAÇÃO)Muito lentamente, Gio Mizzi falou para Edward Petrov. - Senhor Petrov, somos homens de negócios e... - Eu sou, senhor Mizzi! Eu sou um homem de negócios! Você não! Você não calculou os riscos desta transação. Colocou sua ganância pessoal acima da razão. Não usou sua inteligência o suficiente e acreditou no primeiro conto de fadas que coloquei nos seus ouvidos sujos de merda! Você só pensou em si mesmo quando, na verdade, no mundo dos negócios, é preciso olhar todas as vertentes, todos os ângulos e todos os fatos! Você se atrelou a um criminoso, o que esperava, seu filho da puta?Edward Petrov parou de olhar para Gio Mizzi. Deu alguns passos para trás, olhou para praia e ficou de frente para ela. Abriu os braços e fechou os olhos.- Petrov... - Gio Mizzi não o chamava mais de “senhor” - estou aqui para reverter a situação... Ainda de olhos fechados, o mafioso abriu um enorme sorriso, satisfe
CAPÍTULO 13 - "SUA BRAGUILHA ESTÁ ABERTA" COMO ANTONELLA CONHECEU PETROV – PARTE IV - FINAL Antonella Mizzi tinha o costume de cozinhar, principalmente aos finais de semana. Como era domingo, seu noivo Flaco Montanari iria almoçar com a família Mizzi. O pai estava muito estressado desde a noite passada, e ela não sabia o que havia acontecido. De certa forma, estava bastante preocupada com ele. Então, para agradá-lo, resolveu fazer sua comida favorita: macarronada. O pai adorava almoçar macarronada aos domingos, acompanhada com um bom vinho envelhecido do Porto. Quando estava preparando a massa, a campainha da casa tocou. Olhou para o relógio. Faltavam ainda duas horas para o almoço. “Flaco chegou cedo”, pensou. Saiu correndo para ir ao encontro do noivo e, quando abriu a porta, se deparou com um homem baixo, chapéu de couro e bigode. - Bom dia, senhorita. Prazer em conhecê-la. - ele olhou para dentro - está sozinha? Antonella ficou com medo. Nunca vira aquele homem na
CAPÍTULO 14 – “VOCÊ É O PAI DESSE TAMBÉM”Os acontecimentos que se sucederam foram rápidos demais na vida da, agora, Antonella Montanari. O casamento inesperado com o jovem Flaco Montanari, o falecimento do pai de forma covarde e cruel, as visitas constantes às escondidas de Edward Petrov... Sim, ele disse que iria voltar, e sempre voltava. Fazia questão de se encontrar com Antonella em um dos seus hotéis roubados do pai, o que tornava as coisas ainda mais macabras. Antonella não sabia quando isso iria terminar. Talvez nunca. Para ela, obviamente, como era temente a Deus, aquilo era um pecado sem precedentes. Trair o agora esposo era algo inadmissível. Guardou o segredo com todo o cuidado do mundo! Todas as vezes que andava pelas ruas, tinha a sensação de estar sempre sendo vigiada, o que era horrível. Todas as vezes que Petrov desejava vê-la, ele sempre mandava recado por algum capanga, sempre um diferente, em endereços diferentes, em horários diferentes. Inventava todas as descul
CAPÍTULO 15 - ENTERRADA VIVAComo de costume, Petrov não esboçara nenhum tipo de reação com a notícia da paternidade do filho de Antonella. Se levantou da cama, pegou um copo e encheu de uísque, até derramar. Ele estava se esforçando para não demonstrar nenhum tipo de reação, mas não estava conseguindo e saiu de perto de Antonella, para que ela não visse seu momento de fraqueza. Foi para a janela e ficou pensativo. Colocou a mão no coração e ficou massageando, gesto que Antonella não conseguiu entender o que significava. Ele sabia que, diferentemente como foi com Belle, ali seria diferente. Teria que tratar de outra forma. Era questão de necessidade, mas naquele momento Antonella não iria entender o motivo. - Antonella – disse ele – desculpe. O que você deseja que eu faça? - Absolutamente nada. A resposta dela pegou ele de surpresa. Esperava que ela o pedisse alguma coisa, mas... - Como assim, nada? - Nunca lhe pedi nada, Petrov. Nunca lhe pedi nem mesmo minha liberdade.
Embora seja uma certeza concretamente irrefutável, a morte permanece como um dos maiores mistérios da humanidade. Dizem que na hora da morte, nos últimos momentos de um indivíduo, passa-se uma reprise de toda a sua vida diante dos seus olhos, como num flashback. Toda a dor e a angústia, esmagam aquele coração, já perdendo as forças do pulsamento, diante do simples fato de impotência, por saber que nada pode fazer para retardar o encontro com a morte. No fim, o arrependimento pelos erros é tão grande que tudo se transforma em um último suspiro.Nunca ninguém voltou para dizer, mas era assim que Pep Harlow imaginava que fosse. Enquanto sentia seus pulmões encherem de água e o oxigênio esvaindo-se, Pep pressentia que sua vida estava chegando ao fim. Gritava e agonizava-se e o que via-se eram apenas bolhas de ar subindo através da água. Sentia o peso da mão pesada na sua nuca, pressionando-o pra mais fundo. Os sentidos cognitivos já estavam indo embora novamente, quando uma mão puxa-o par
CAPÍTULO 1 - A CABEÇA DO LEÃO DIAS ATUAIS... Padre Franccesco Belmont, estava maravilhado com o momento que estava vivenciando. E, ao mesmo tempo, com muito medo. Ele já se encontrava no altar, à espera dos noivos. Não se sabia como, mas eles conseguiram que a celebração daquele casamento fosse na Capela Sistina, com anuência do próprio Papa. Sua Santidade, por sua vez, não estava presente, por motivos particulares de ordem vaticana. Sentado na cadeira, o Padre Belmont também estava completamente desconfortável com tudo ao seu ao redor. Primeiro, que ele sabia que em algum lugar na Capela havia uma arma apontada para sua cabeça. Ele estava ali obrigado, escolhido a dedo pelo grupo mafioso dos Milanos para dar um recado ao noivo. Algum descuido e já era. Segundo, era difícil aceitar toda aquela gente estranha, de roupas estranhas e comportamentos estranhos dentro da Casa de Deus. Aquele seria o casamento totalmente diferente de todos que já celebrou ou presenciou. O teto da Cap
CAPÍTULO 2 – A PIOR NOTÍCIA? ANOS ATRÁS....Entre meados do século XIX e início do século XX, houveram grandes ondas emigratórias, principalmente da Europa, com cerca de 40 milhões de pessoas buscando melhores condições no continente americano. A Itália passou por mudanças após sua unificação entre 1859 e 1871, levando a um aumento de impostos e divisões socioeconômicas. Muitos italianos, enfrentando pobreza e dificuldades extremas, buscaram oportunidades em países como Argentina, Brasil, Venezuela e Estados Unidos. Nos EUA, especialmente, encontraram empregos na crescente industrialização, mesmo sem qualificação, o que compensava as baixas remunerações. Isso levou muitas famílias italianas a emigrar em busca de uma vida melhor, deixando para trás entes queridos, na esperança de um retorno breve. Para uma família em especial, a imigração era questão de sobrevivência: os Montanari. Flaco Montanari herdou o negócio familiar de fabricação de suco de uva natural após o falecimento de
CAPÍTULO 3 – MONTANARI Um dos maiores orgulhos de um homem é ser pai. Com a paternidade vem as responsabilidades, onde a principal, obviamente, é cuidar da sua prole. Os homens que nasciam na família Montanari sempre foram conhecidos como ferozes: defendiam como podiam os seus. Em sua árvore genealógica, na primeira geração, haviam assassinos de aluguel, estelionatários e grandes sanguinários. Com o passar das gerações e com o aparecimento de mais mulheres que homens, a família Montanari recebera um toque de docilidade e ternura e foi-se esquecendo o seu passado pesado. Os novos homens Montanari passaram a se preocupar mais com as lavouras, pequenos negócios na cidade em dias de feira e, principalmente, plantação vinícola. Porém, todos os homens eram viris e fortes para defender aquilo que era seu, principalmente a reputação da família. O homem que não conseguisse ser o provedor e o defensor do seu lar era imediatamente expulso e perderia o sobrenome. Era uma tradição dos Montanari