Clark e Deric caminham pelo apartamento, observando Leonard com um olhar cúmplice.
— Então, Leonard, a viagem já está toda planejada — diz Clark, um sorriso leve no rosto. — Ah, e suas malas já estão prontas. Leonard ergue uma sobrancelha, claramente surpreso, mas não diz nada. Apenas dá um leve aceno e segue os dois até o carro, ainda processando as informações. Ao chegar no veículo, Deric se acomoda no banco do motorista, enquanto Clark se ajeita no assento do passageiro. Leonard, sem muita cerimônia, desliza para o banco traseiro, cruzando os braços e observando em silêncio enquanto Deric liga o carro. Clark pega o telefone e, com um toque rápido, disca o número de Thayla. Quando ela atende, sua voz soa ansiosa. — Thayla, só pra avisar que estamos a caminho do aeroporto. Estamos esperando você, Kylie e Katherine. — Ele faz uma pausa, ouvindo a resposta do outro lado, e sorri. — Isso, nos encontramos lá. Eles seguem pelas ruas da cidade, com Deric guiando o carro com facilidade enquanto Clark conversa casualmente com Leonard sobre os planos da viagem. Logo eles passam pela casa de Zacchi e Gretchen, que se juntam ao grupo, lotando o carro de risadas e conversas animadas. Finalmente, eles chegam ao aeroporto. O ambiente movimentado, com pessoas de todos os cantos, cria uma atmosfera agitada e animada. As vozes ecoam pelo saguão, e o grupo se reúne perto do portão de embarque, todos carregando malas e mochilas. Clark olha ao redor, contando cada um dos rostos familiares: Thayla, Kylie, Justin, Demétria, Katherine, Leonard, Deric, Selena, Taylor e, finalmente, as duas irmãs de Thayla. — Agora que estamos todos aqui, o avião pode partir! — anuncia Clark, sorrindo enquanto todos se ajeitam e trocam abraços de despedida com os amigos que ficam. Eles embarcam e se acomodam nos assentos, mas Thayla não demora a perceber o leve gemido de dor de Clark ao se sentar. Ela o encara, com o cenho franzido de preocupação. — Não acredito que você não foi ao médico! — diz ela, a voz carregada de frustração. Clark a encara com um olhar calmo, tentando desviar a atenção da dor. — Não fica brava, amor — responde ele, tentando suavizar o tom. — Já tem uma equipe médica me esperando em Miami. Thayla suspira, um misto de preocupação e resignação em seus olhos, enquanto uma de suas irmãs, sentada ao lado, observa a troca entre eles e resolve brincar para aliviar a tensão. — Como você aguenta a Thayla, Clark? — provoca, com um sorriso malicioso. Clark lança um olhar divertido para a garota e dá de ombros, rindo. — É que vocês têm a mente muito pequena — responde ele, em tom de brincadeira, mas com um fundo de verdade. Ele suspira, olhando para Thayla com um sorriso amoroso. — Ficam presos a um passado que já se foi... E por isso não conseguem ver a Thayla maravilhosa que eu vejo. Thayla sorri, enternecida, e o rosto dela se ilumina ao ouvir as palavras de Clark. Ele completa: — Em outras palavras, vocês não veem a mulher incrível que eu vejo todos os dias. E aposto que, se conhecessem o meu passado, me julgariam também. A resposta de Clark traz um silêncio entre o grupo, que o observa com uma nova perspectiva. Thayla segura sua mão e, sentindo-se mais relaxado, ele se ajeita, apoiando a cabeça em seu colo. Em questão de minutos, ele adormece, enquanto Thayla passa os dedos suavemente pelos cabelos dele, como se quisesse proteger seu descanso. O avião decola, e o ronco suave dos motores embala os passageiros, enquanto o grupo se ajeita para a longa viagem que os aguarda, cada um perdido em seus pensamentos e animado pelas aventuras que esperam por eles em Miami. O avião voava tranquilo através da vastidão do céu, o som suave dos motores preenchendo o silêncio que tomava conta da cabine. As luzes fracas da aeronave refletiam nas janelas, criando sombras que se mexiam lentamente enquanto as nuvens passavam por fora. Leonard estava sentado, olhando pensativamente pela janela, quando quebrou o silêncio com uma pergunta direta. — Porque vocês seguem cegamente? — sua voz era calma, mas carregava uma curiosidade que ele não conseguia disfarçar. Taylor, que estava com os fones de ouvido, olhou rapidamente para Leonard e respondeu com uma sinceridade quase automática. — Porque ele nos deu tudo — respondeu ela, as palavras saindo como se fosse a resposta mais simples e óbvia para ela. Selena, que estava ao lado de Taylor, acenou com a cabeça e complementou, sem hesitar. — Isso mesmo. Ele nos deu tudo o que a gente queria. Sem pedir nada em troca. Deric, que estava um pouco mais à frente, escutou as palavras de seus amigos e se virou, com a expressão séria e confiante. Ele olhou para Leonard, como se estivesse esperando essa pergunta, e respondeu de forma direta, como um verdadeiro membro da "família". — Em outras palavras, ele fez de nós uma família. E é isso que família faz, né? Apoiar um ao outro, incondicionalmente, sem questionar. Leonard olhou para todos com um semblante pensativo. Não parecia convencido. Sua expressão não demonstrava raiva ou reprovação, mas uma dúvida que ele não podia conter. Ele cruzou os braços e falou de forma mais suave, mas com um toque de ceticismo. — Poderiam listar vários motivos... mas me diga uma coisa, o que realmente motiva esse interesse? Justin, que estava recostado na poltrona ao lado de Deric, se endireitou na cadeira e olhou para Leonard com um olhar alerta. Ele notou que a resposta de Leonard não era uma simples curiosidade. — Nada — respondeu Leonard, mas sua resposta não parecia convincente. A tensão no ar era palpável. Justin percebeu que ele estava mais interessado do que deixava transparecer, então ficou em silêncio, observando. Foi Selena quem retomou a conversa, com a calma e clareza que a caracterizavam. Ela inclinou-se um pouco para frente e falou com mais emoção, como se tivesse ensaiado essa resposta várias vezes em sua mente. — Pensa assim... — ela pausou, olhando para Leonard, fazendo com que ele a encarasse. — Ele nos deu tudo, fez de nós uma família, e colocou o mundo inteiro nas nossas mãos. E tudo isso sem pedir nada em troca. Leonard ouviu com atenção, mas a dúvida ainda estava presente em seus olhos. Ele olhou para ela e, em tom firme, mas sem levantar a voz, comentou: — Sinto muito, mas... dar a vida por alguém é alguma coisa. Isso não parece ser tão simples assim. O silêncio tomou conta por um instante, todos refletindo sobre o que Leonard havia dito. Finalmente, foi Justin quem respondeu, sem hesitar, sua voz firme e cheia de convicção. — Não quando se é uma família — retrucou Justin, seus olhos fixos em Leonard. A resposta era simples, mas carregada de um peso emocional que parecia encerrar o assunto. Leonard não disse mais nada, mas a expressão em seu rosto mostrava que ele ainda estava absorvendo aquelas palavras. A cabine continuava tranquila, com o murmúrio do avião preenchendo os vazios entre as conversas. Cada um no grupo parecia ter algo mais em mente, mas o diálogo sobre família, lealdade e sacrifícios havia deixado um gosto amargo no ar.O grupo estava reunido dentro do avião, no espaço reservado para os assentos, que se assemelhava a uma sala de estar improvisada. A iluminação suave vinha das luzes de leitura acima de cada assento, criando um ambiente acolhedor em meio ao luxo discreto do jato. Os assentos eram confortáveis, revestidos em couro, e as mesas dobráveis estavam abaixadas, cobertas com garrafas de água, copos e alguns petiscos. Deric se ajeitou em um dos assentos, com um sorriso malicioso nos lábios, enquanto lançava um olhar a Leonard, que os observava com curiosidade, as sobrancelhas arqueadas, atento a cada palavra que eles trocavam. — Já que você está tão interessado, vou te contar como ele juntou a gente. — Deric inclinou-se um pouco para a frente, o olhar brilhando. — Começa você, Taylor. Afinal, foi o primeiro a ser recrutado. Taylor sorriu, relaxando na cadeira. Ele olhou para os outros, como se revisitando uma memória antiga, e começou a contar sua história. — Eu estava preso, faltavam uns no
Na sala espaçosa e levemente iluminada da mansão, a tensão era palpável. Jenne caminhava de um lado para o outro, seus olhos frequentemente se voltando para as escadas, enquanto esperava por alguma notícia. Assim que ouviu os passos suaves de Thayla descendo, ela se adiantou, os olhos ansiosos.— E aí, alguma notícia? — perguntou Jenne, a preocupação evidente em sua voz.Thayla balançou a cabeça, exalando um suspiro exausto. — Não sei dizer... — respondeu ela, cruzando os braços e olhando para o topo das escadas. — Desde que chegaram, ele está lá no quarto com os médicos e ninguém me deixa entrar até que os exames acabem.No andar de cima, no quarto de Clarck, o médico e duas enfermeiras focavam-se no exame minucioso do inchaço que se formava no abdômen dele, consequência da queda recente do segundo andar do shopping. Clarck observava os profissionais com um semblante calmo, embora claramente desconfortável.— Pelo que estou vendo a olho nu, parece ser apenas um inchaço muscular, — d
O jovem casal se entrega completamente à intensidade daquele momento, permitindo que as emoções os guiem. Clarck, com um olhar ardente, captura os lábios de Thayla em um beijo profundo e apaixonado, enquanto suas mãos exploram cada curva do corpo dela. Com um toque suave, ele desabotoa a calça dela, revelando a pele macia que tanto o fascina, deixando-a apenas de lingerie. Num movimento ágil, Thayla se vira, posicionando-se sobre ele, e Clarck, em um instante de pura conexão, arranca a blusa da jovem. Seus lábios descem lentamente, traçando um caminho quente e desejoso da barriga até a altura dos seios. Ele faz uma pausa, mordendo delicadamente o laço do sutiã que a sustenta, seus olhos fixos nos de Thayla, que brilha com um desejo incontrolável. Eles se perdem um no olhar do outro, como se o mundo ao redor tivesse desaparecido. Thayla, com um sorriso travesso e um brilho no olhar, morde os lábios, implorando silenciosamente por mais. O desejo é palpável; ela quer que ele a faça sua
Clarck observou Thayla por alguns instantes, os olhos atentos acompanhando cada movimento dela ao escolher a roupa. Sentiu o coração bater mais rápido, e então se aproximou, envolvendo-a por trás com um abraço caloroso.— O que foi? — perguntou Thayla, percebendo a presença dele tão próxima. Ela virou um pouco o rosto, buscando os olhos do namorado com um sorriso no canto dos lábios.— Foi que você está maravilhosamente linda. — Clarck murmurou, deslizando as mãos suavemente sobre os braços dela, sentindo a textura delicada do tecido e a pele logo abaixo. Ele inclinou-se, depositando um beijo leve em seu pescoço, e Thayla fechou os olhos por um instante, deixando-se envolver pelo toque dele.Ela sorriu, sentindo o calor que irradiava de Clarck, e logo seu coração começou a acelerar, da forma que sempre acontecia quando ele estava tão perto. Ele percebeu, sentindo a respiração dela se tornar mais rápida.— Tá respirando forte, hein? — brincou ele com um tom provocativo, notando o efei
Clarck se inclinou em minha direção, franzindo as sobrancelhas enquanto meu celular vibrava repetidamente ao lado da cama. Ele olhou para a tela, visivelmente incomodado com a insistência das mensagens.— Quem quer que seja, quer muito falar com você — comentou ele, indicando o aparelho com um olhar intrigado.Revirei os olhos, irritada com a persistência das notificações. Desbloqueei a tela e, assim que vi quem era, soltei um suspiro irritado.— Ah, esse cara de novo... — murmurei, mostrando as mensagens a Clarck. — Olha só o tipo de coisa que ele manda.Clarck leu cada linha em silêncio, seu rosto assumindo uma expressão de surpresa e um leve incômodo.Mensagem no WhatsApp:"Quer fazer um test-drive comigo?"— Test-drive? Como assim? — digitei de volta, ainda sem entender aonde ele queria chegar."Testar... me experimentar. Sem compromisso."Eu arqueei as sobrancelhas, espantada.— Como assim? — respondi, horrorizada com a ousadia."Me experimenta pra saber como eu beijo, como sou n
Cena no Banheiro (Narrada por Selena) Selena estava imóvel, cada músculo tenso enquanto tentava manter a calma. O ar no banheiro estava pesado e carregado de tensão, e a escuridão parecia tomar conta de todos os sentidos. Ela ouviu a voz de Thayla rompendo o silêncio. — O que você está fazendo aqui? — perguntou Thayla, a voz dela baixa e assustada. A pessoa não respondeu, deixando o ar ainda mais denso e tenso. Mas para Selena, isso teve um lado positivo: ao menos, agora, ela tinha uma direção clara. Usando o som da voz de Thayla como guia, ela deu alguns passos cautelosos, mantendo os sentidos aguçados, até finalmente encontrar o ombro da amiga. — Thayla, eu estou aqui — disse Selena com firmeza, tocando suavemente o ombro da amiga. — Agora, fique atrás de mim. Houve um momento de silêncio, até que a voz desconhecida voltou a ecoar na escuridão, fria e impassível. — Você não deveria estar aqui. O coração de Selena batia rápido, mas ela manteve a calma e se preparou para qualqu
Katherine ainda olhava incrédula para Clarck enquanto o observava, tentando entender a intensidade daquela situação. — O que foi isso? — ela perguntou, cruzando os braços e lançando-lhe um olhar exigente. Clarck suspirou, sua expressão era séria, mas antes que ele pudesse responder, Taylor se aproximou com Jenne ao seu lado. Ele parecia igualmente confuso, mas falava com um tom calmo e cauteloso. — Chefe… Não querendo te contrariar, mas também não entendi por que você fez aquilo — começou Taylor. Ele lançou um olhar para o lugar onde o homem desconhecido estivera e completou, — O cara meio que salvou a Selena e a Thayla. Se ele não tivesse agido rápido para trazê-las para cá, os danos poderiam ser maiores… até irreversíveis. Clarck apertou o maxilar, claramente irritado, mas manteve o tom sob controle ao responder. — Depois eu te explico melhor — disse, aproximando-se de Taylor, colocando a mão direita em seu ombro e inclinando-se para falar ao seu ouvido. — Quero que siga ele pa
Taylor ergueu as mãos lentamente ao ver o homem sacar a pistola. Cada segundo parecia se arrastar, e ele tentava manter a calma, avaliando sua situação com cautela. Na frente, o homem com a arma o encarava com um sorriso malicioso, enquanto outros dois observavam a cena de perto, um à direita e o outro à esquerda, ambos a uma distância de cinco passos, o que indicava uma formação estratégica. Ele sabia que, provavelmente, todos estavam armados, mas apenas a pistola do líder estava visível. Taylor respirou fundo, os olhos atentos aos mínimos movimentos de seus três oponentes. Haviam se passado alguns minutos, mas para ele pareciam horas. Com a mente afiada, percebeu que seu nervosismo seria sua pior inimiga ali, então tomou uma decisão calculada, mas arriscada, que, de alguma forma, colocaria um ponto final naquela situação tensa. --- No hospital Jenne se aproximou de Clarck, a expressão preocupada. — Era o Taylor? — perguntou ela, a voz trêmula. — Sim — respondeu Clarck, f