UM AMIGO IMAGINÁRIO?— Não fale isso, Gringo – ela lhe pediu e lhe olhou com os olhos já começando a marejarem de novo.— Falo sim, Cloe. Já havia lhe dito que a amava e Túlio sabia. Falei para ele que a amava. E respeitei os dois, não foi? – ele perguntou e ela assentiu com duas gordas lágrimas lhe escorrendo na face. – Eu amo você, muito e já amo esse bebê. Me deixe fazê-los felizes ou ao menos tentar. Passarei minha vida toda com vocês, ao lado de vocês.— Gringo, me escute, por favor – ela pegou o rosto dele com as duas mãos –eu o amo também, mas como um amigo, um irmão! Nunca poderei amar outro homem. Juro que adoraria poder lhe corresponder, mas não poderei. Só tenho espaço para essa criança agora, você me entende?Ele assentiu. Ela continuou a segura-lhe o rosto com carinho, aquele rosto tão amável. Ele era muito especial e ela não faria isso com ela. Não ia privá-lo de encontrar uma pessoa que também o amasse. Ela o amava, mas jamais poderia lhe dar o que ele mereceria, jamai
Hanna vinha dormir em sua casa quase todos os dias e no último mês estava dormindo em um colchonete ao lado da cama no chão.Numa noite, Fiona foi jantar na casa deles e Cloe fazia caretas para o irmão e lhe chutava por debaixo da mesa, zoando-o quando se beijavam. A namorada e ele não se largavam e mesmo durantes as refeições, trocavam olhares melosos e o irmão tinha que suportar as zoações da irmã.— Parem vocês dois de se estapearem debaixo da mesa e me deixe perguntar uma coisa. Sim, Cloe, os chutes que está dando nele estão escapando e pegando em mim e só não revido por causa do bebê! – Fiona revirou os olhos para a cunhada que foi pega no flagra – o professor Oscar perguntou se poderia vir visitá-la qualquer dia desses.— Mas claro! Será ótimo poder revê-lo – Cloe respondeu animada.— Convide-o para um almoço ou jantar aqui, filha – Liz deu a ideia.— Faz isso por mim, Fiona, por favor, tente marcar um dia que ele possa? Caso ele não possa, vou até ele.— Claro, desde que não m
— É verdade, meu amorzinho, que bobinha a mamãe, tinha me esquecido que o nome dele é Thales! – Cloe bateu a mão na testa, como com quem diz que errou.— Você está linda! – ele falou quando estavam na sorveteria em frente a escola com Túlio se lambuzando todo com o sorvete azul, seu sabor preferido.— Você não mudou nada também – ela sorria para ele e depois de se abraçarem apertado e permanecerem assim por vários minutos de frente ao maternal, caminharam até a sorveteria com os dedos entrelaçados e ainda os mantinham assim em cima da mesa.— Ah, mudei bastante sim, Cloe.— Mas o costume de seguir as pessoas não mudou, não é? – ela perguntou sorrindo.— Não. Certos hábitos são impossíveis de perder.— Desde quando? – ela perguntou e ele sabia que ela queria saber desde quando a seguia.— Desde sempre! – ele respondeu com sinceridade – Só não consegui assistir o parto, mas estive lá fora do hospital o tempo todo.Cloe não queria chorar, não podia chorar, mas seus olhos a traíram e ele p
OUTRO LÍDER SE LEVANTA E MUITO PIOR!— Ah, não! Minha casa, minhas regras! – ela voltou a prestar atenção ao que rolava na sala, voltou à realidade para ver seu pai e sua cunhada brigando pelo controle da tevê e pelo jeito o pai ganhava – Em minha casa assistimos os jornais, sabemos um pouco como está meu time preferido e só depois podemos mudar de canal!— Pois eu não acho isso justo, Jeron! Onde está a democracia? – Fiona retrucava inconformada, Peter defendia seu pai, dizia que preferia assistir ao jornal também, Liz ficava do lado da nora e queria assistir a novela. Cloe ria da briga deles, mas seus olhos foram puxados para a tevê quando a foto de Jânio apareceu estampada, grande e o susto que ela levou por vê-lo tão perfeitamente como se lembrava, alertou os outros, pois ela arrancou o controle da mão do pai e aumentou a tevê, com um grito de silêncio!“ O grande mafioso Jânio Esteira, como era chamado, foi encontrado em sua mansão hoje morto! O líder de uma gangue, temido por mu
SUA PRESENÇA FOI SOLICITADAOscar, seu antigo professor a tinha como sua pupila. Os anos em que ela lecionava na escola infantil lhe renderam muitos amigos. Sua vida havia mudado muito e hoje ela estava mais tranquila. Nem pensava mais tanto em sua vida antiga na máfia. Seu filho estava mais independente e era o xodó dos avós. Sua mãe tinha se aposentado e ficava por conta do neto enquanto ele estava em casa, o buscava no colégio quando Cloe não chegava a tempo.Cloe era uma mãe de pulso firme, adorava fazer as vontades do filho, mas o mantinha com firmeza e por vezes ficava olhando-o dormir por horas. Ele lhe lembrava demais o pai, o sorriso dele fazia covinhas como os de seu pai e até mesmo o dente da frente dele era curvadinho e parecia que encavalaria, era para ela a plena perfeição e seu coração falava uma batida quando ele sorria e ela via aquele dentinho querendo subir em cima do outro. Poderia parecer loucura, mas ela sentia isso.— Mãe, você sabe que Victor, além de ter um t
Mas ao ver a alegria do filho e as dezenas de vídeos que ele tinha feito dos avós e da coitada da Formiga, a irritação dela se evaporou. Ele tinha colocado até uma roupa maluca na cachorra e óculos! Os pais e ela gargalhavam ao ver os vídeos que ele tinha feito. Hanna ficou três dias em sua casa e foi só alegria. Sempre era assim quando a amiga aparecia e sua mãe até chorava quando ela ia embora. Levi, seu menino, estava com seis anos e seguia Túlio para todo lado e dessa vez, com a mãe aposentada, Hanna conseguiu convencê-la a passar uns dias com ela na capital em sua casa e, claro, Liz não saía sem o neto. Como o neto estava de férias, sua mãe permitiu que ele fosse com a avó ficar duas semanas na casa da amiga, por mais que seu coração doesse de ficar longe do filho tantos dias, já que só tinha passado até hoje dois dias sem ele, que foi quando ele foi com os avós para a praia nas férias do pai dois anos atrás.— Será bom para você, filha. Poderá tirar duas semanas para relaxar,
EU TE AMO TANTO.O trajeto foi demorado e sua angústia só aumentava e seu estômago se revirava. Se ela não tivesse o filho, não estaria tão amedrontada. Temia por ele.O lugar, a mansão que ela estivera anos antes estava quase igual. Seguranças em volta da fortaleza e ela não foi revistada dessa vez, nem Gringo. Não deviam temer a eles, poderosos que era esse novo chefe, como poderia temer alguém?O novo chefe a aguardava do lado de fora da casa e ao longe ela viu-o no fim da escada que levava ao interior da mansão. Ela estava tão cansada e exaurida, que manteve a cabeça baixa, não estava com vontade de olhar nos olhos dele, mas sua curiosidade venceu e quando estava há menos de dez metros dele, ela levantou a cabeça e o viu. O mundo dela saiu de foco. Dessa vez ela achou que realmente estava sofrendo um ataque do coração. Não. Não podia ser! Túlio!!Ela chorava e sorria ao mesmo tempo. Achava que estava ficando louca, que só podia estar ficando louca! Sentada no chão com as duas mão
Paco mandou que me levassem para um quarto e me jogassem no chão. Não me lembro de ter sido pegado e levado, mas quando acordei no escuro e em um chão gelado, acho que já tinha passado mais de um dia, ouvi Shay falando em meu ouvido que ia me salvar.Túlio foi contando e Cloe chorava ouvindo.— Ela disse que se arrependia do que tinha feito. Achei que estava delirando e continuava sozinho, mas muito tempo depois eu soube que não era imaginação, era ela mesmo. Fiquei nesse lugar por alguns dias e ela aparecia todos os dias. Não sei como ela fez, mas cuidou dos meus ferimentos e vinha duas vezes ao dia e cuidava de mim, na maioria das vezes eu desmaiava quando ela ia cuidar dos meus ferimentos, a dor me fazia desmaiar. E um dia em que eu estava ardendo em febre e ela aparece mais vezes e se mostrava preocupada e até chorou e eu pensava que minha morte estava chegando, ela me fez morder um pano e me levantou do chão. Mesmo com o pano na boca eu gritei e ela me fez deitar de novo e me ped