Maggie se debatia na cama quando acordou assustada, a respiração rápida e o coração aos pulos enlouquecidos. Estava frio, muito frio, mesmo sob duas colchas grossas aquela estalagem era muito fria.
O Garten era sempre quente, ela também não costumava dormir sozinha, e sentia falta do corpo quente de Iris ao seu lado. Sentia saudade das meninas. Às vezes, sentia falta do próprio Garten, embora não sentisse saudade de satisfazer os homens que iam lá.
Estava sozinha naquele quarto escuro. Sozinha.
Embora essas últimas semanas estivesse na presença de June e Bash, Maggie se sentiu completamente solitária o tempo todo. Sentia-se uma intrusa. Uma parasita. Aqueles dois eram próximos, embora não muito amáveis um com o outro, mas se importavam verdadeiramente e se preocupavam. Ela era apenas alguém que conheciam a pouco.
Sentia saudade de
A grande estátua de Hécate tinha dez metros de altura e era feita de mármore, partes de sua roupa eram feitas de prata e bronze, como peitoral, obreiras, um cinco, e braceletes. Preso a sua cabeça estava o símbolo das três luas, também moldado em prata, um disco rodeado por duas meia luas, uma crescente e outra minguante. Em suas mãos ela carregava, na esquerda, um grosso livro feito de pedra e bronze e, na direita, um cajado de madeira, cuja extremidade havia uma esfera de cristal. Seu cabelo ondulado esculpido no mármore caia-lhe por sobre os seios e pelas costas. Seus olhos, bem abertos, eram ônix que cintilavam com a luz mágica.Salvatore sempre gostou da estátua, apesar de não significar nada para ele. Não era um dos devotos de Hécate e, se os bruxos fundadores do Conselho pudessem ver isso, provavelmente se contorceriam de raiva e agonia.O Conselho da Magia, in
Ellie havia percebido, depois de um dia inteiro testando magia com diferentes elementos, fogo, terra, ar e água, que tinha uma maior afinidade com o elemento água.Niara lhe dissera que as bruxas sempre tinham maior facilidade com um tipo específico de elemento e que era importante descobrir qual era. Por isso, Ellie se sentara de frente para uma vela, uma vasilha contendo água e um montinho de terra.Com o fogo, quase incendiara todo o bosque que as rodeava, se não fosse a ação rápida da bruxa que a supervisionava. Utilizando o ar, tudo o que conseguira fora criar um fraquíssimo sopro que não faria nem mesmo uma pena flutuar. Com a terra, o que conseguiu fazer foi sujar suas vestes e seu cabelo com partículas do solo ao seu redor que praticamente explodiram em sua cara quando ela tentou manipula-la.Mas foi substancialmente melhor sucedida com a água, embora não tivesse s
Vincent estava mais magro do que June se lembrava, as roupas estavam maiores e mais largas do que costumavam ser. Ele usava uma calça preta e sapatos lustrosos, uma camisa lilás desbotada e um longo casaco preto de veludo. Seu cabelo não estava preso em uma trança, mas solto, caído pelos ombros como um véu feito de névoa branca matutina.Seus olhos, naturalmente violetas, agora estavam com um brilho verde fantasmagórico e suas mãos não paravam de se mover, envolvidas pelo brilho esverdeado de sua energia mágica. Ele ainda estava arrumando e reconstruindo o castelo.– June? – sua voz soou confusa. Seus olhos tornaram a ficar violeta e o brilho verde se apagou.– Vincent! – O coração dela transbordou de alívio e amor ao vê-lo na sua frente, vivo e bem, inteiro. As marteladas rápidas de suas batidas a impediam de ouvir q
Ela caminhava lentamente por uma estrada sinuosa, pinheiros se curvavam em sua direção como se a observassem caminhar. Estava escuro, absurdamente escuro, não haviam estrelas ou lua, ainda assim, ela conseguia enxergar o caminho à sua frente. Usava um fino vestido branco que lhe caia como um véu até seus pés, tremulando ao redor de seu corpo enquanto caminhava devagar.Bem à sua frente ela viu um lago, a água parecia tinta preta de tão escura. Repentinamente, um homem emergiu da água e ele contrastava intensamente contra ela, devido a sua pele substancialmente alva. Os cabelos brancos caiam molhados por suas costas e pequenas gotas de água escorriam por sua pele lisa.Ele sorriu para ela e os joelhos de Ellie fraquejaram um pouco.– Venha – Ele esticou o braço e ofereceu a mão à ela, a qual Ellie não conseguiu negar e segurou de pront
Vincent olhou para a chama acesa na lamparina apoiada na escrivaninha e sentiu seu coração se transformar em pedra dentro de seu peito. Ele suspirou pesarosamente, enquanto fitava o pequeno fogo que iluminava parcamente o quarto.– Amber. Eu tinha me esquecido que é você que dá vida a esse castelo. Quando o reconstruí, depois, desmaiei por horas, quase um dia. E, quando consegui organizar as coisas, minha magia de animação não era a mesma, eu estava fraco e ela não funcionava direito. Então, eu me lembrei, que você é a força motriz da magia do castelo e, agora, você está aqui de novo.A chama tremulou.– É o meu propósito, lembra-se? – a voz crepitante de Amber ressoou por todo o recinto – Oferecer um lar. Foi o que pedi a você, era o que eu mais desejava, um propósito.Ele se deitou na
– Nós vamos encontrar Ellie – Dante afirmou.Eles estavam tomando o desjejum. Havia pão fresco, fatiado de porco, ovos, frutas, leite e suco. Todos comiam bastante, principalmente Bash e Dante, que sequer mastigavam direito.Mas Vincent não tinha muito apetite. Imaginava que eles não tivessem tido muito alimento quando estiveram perdido, mas o feiticeiro sempre teve comida a disposição. Mas ele não queria comer, sentia um embrulho no estômago e uma certa náusea.– Não – Vincent falou, conciso.Todos olharam simultaneamente para o feiticeiro.– Como assim não? – Bash esganiçou, indignado.Vincent respirou fundo e olhou nos olhos laranjas felinos de Sebastian.– Ellie está com a minha mãe. Ela está mais segura lá.– Como você sabe disso?
Salvatore deixou o palanque e não demorou mais do que três segundos para ser abordado por Maximus, que o encurralou em uma ruela feita de pedras.Era difícil de descrever o Submundo exatamente, não era simplesmente uma rua cheia de lojas como o Mercado das Bugigangas, mas uma cidade inteira, feita de pedra escura e luz enfeitiçada, onde possuíam lojas, tavernas, hospedarias, até mesmo castelos, um bosque mágico e extremamente perigoso, um grande lago, cavernas, dentre outros lugares mágicos. Era como um pequeno mundo particular, formado a partir da magia de vários feiticeiros tempos atrás. Um refúgio. Os feiticeiros estavam tomando vinho e canecos de cerveja quando Maximus veio com um olhar indignado e agressivo na direção de Salvatore.– O que foi aquilo? Que porra é essa, Lex?– O que quer dizer? – Salvatore indago
Trinta dias haviam se passado. Agora, era difícil ver algum lugar sem neve cobrindo o chão, o telhado das casas, árvores despidas de suas folhas e a brancura cobrindo as agulhas dos pinheiros. O frio era penetrante, mesmo sob casacos grossos.Mas mesmo o auge do inverno não era capaz de afastar o verde contido na cabana, com seu telhado forrado de grama e flores coloridas. As margaridas continuavam vivas, rodeando o caminho de pedras que levava até a porta da frente. Uma fumaça arroxeada saia da chaminé e tinha um cheiro doce, de ervas.Um vento gélido agitou sutilmente o pesado casaco de Vincent e fez sua trança estremecer as suas costas. Ele encolheu os ombros, mas não exatamente pelo frio.Vincent percorreu o caminho de pedra muito calmamente, exibindo uma calma que não sentia em seu interior. Suas pisadas ressoavam com um som úmido da neve. Ele alcançou a porta da fren