Maximus Lennox teve um funeral digno de um feiticeiro, seu corpo havia sido queimado em uma pira por fogo mágico, onde sobraram apenas as cinzas. Foi plantado um carvalho onde jaziam suas cinzas onde o nome dele havia sido gravado no tronco. Carvalho era uma árvore especial para feiticeiros, considerado mágico.
A árvore agora crescia na frente do castelo de Minerva.
Ela parecia desolada, pálida e fraca depois da batalha, totalmente entristecida pela perda de seu irmão. Não chorava, mas ficava olhando para aquele carvalho através da janela quebrada do que antes era a sala principal.
Dante e June estava sentados no chão, lado a lado, de mãos dadas, as cabeças encostadas uma na outra enquanto lágrimas silenciosas desciam por seu rosto. Ellie havia contado que fora Sam quem fechara a fissura e ele havia ficado lá dentro, por ela, no lugar dela.
Ninguém jogou na c
Depois de horas da cerimônia, Vincent encontrou June de joelhos em frente a um dos jardins, colhendo flores e ervas e colocando em uma cesta. Algumas semanas antes, ela havia reaberto o herbário e havia conseguido reatar o contato com muitos de seus antigos clientes, agora estava novamente empenhada em fazer suas poções, emplastos, pomadas e unguentos.Ao lado dela estava Dante, apenas observando-a fazer o seu trabalho e conversando, ele falava algo que Vincent não conseguia ouvir aquela distância. Então, ele se inclinou para o lado e beijou sutilmente o pescoço de June, que não pareceu minimamente surpresa com o toque.Vincent sentiu seu estômago se revirar, sabia que estava fazendo careta, mas não conseguia evitar ao assistir um homem tocar sua filhinha daquela maneira. Ele teve vontade de arrancar Dante de perto dela e amarra-lo no chão, talvez o deixasse ali fora por umas dez ou quinze
Minerva estava no quarto de hospedes do castelo de Vincent. Mesmo depois de terem queimado os corpos dos feiticeiros, mesmo depois de tirarem o sangue de toda a clareira, de purificarem o local devido a forte magia negra e demoníaca, ela não conseguia nem chegar perto de seu próprio castelo. Talvez nunca mais voltasse para aquele lugar profano. Sobretudo porque havia sido lá que seu irmão morrera e que ela havia sacrificado todos aqueles feiticeiros.A única vez que havia saído do quarto tinha sido para fazer a avaliação em Dante, a pedido dele, onde seu aprendiz provara que já era um feiticeiro completo e, então, havia feito a cerimonia.Fora isso, tinha ficado deitada na cama sem vontade de sair dali. Dormindo e comendo. Deixava sempre as cortinas fechadas, para que Maggie pudesse visita-la sem correr o risco de ser queimada por qualquer feixe de luz.E, naquele momento, Maggie adento
Ellie estava com as mãos apoiadas em uma mesa da biblioteca, de pé, inclinada para frente, lendo e balbuciando as palavras de um feitiço o qual não estava conseguindo acertar o ponto. Às vezes, ela sentia como se mágica fosse igual a fazer um prato de comida, era preciso seguir passo a passo de uma receita que, em alguns momentos, era particularmente difícil.Pelo canto do olho, ela viu um vulto preto, que pousou no encosto da cadeira à sua frente.Logo depois, ela sentiu um toque suave em sua lombar, um toque que provocou um frenesi pelo corpo todo de Ellie. A mão subiu lentamente por sua coluna, parando entre as omoplatas, hiperaquecendo cada parte em que tocava e produzindo uma cadencia em seu coração. Com o braço livre, Vincent abraçou a cintura de Ellie e beijou a nuca exposta dela, já que seu longo cabelo cacheado estava preso em um coque no alto da cabeça, o
Era uma casa simples no topo de uma pequena colina, feita de madeira com uma pequena varanda. Algumas margaridas cresciam ao redor dela. Havia um cercado próximo com cerca de pouco mais de meia dúzia de ovelhas pastando.Duas crianças brincavam no gramado em frente à casa. Uma delas era uma garotinha de não muito mais que dois anos, sentada, arrancando a grama com seus pequenos dedinhos; ela tinha cabelos castanhos caídos pelas costas. O menino, que corria em círculos com um pássaro de madeira nas mãos, possuía cabelos loiros volumosos, e se parecia muito com Sam.Havia uma mulher pendurando roupa em um varal ali perto. Tinha cabelos loiros que estavam presos em uma longa trança, que caía por sobre o ombro toda vez que ela se abaixava para pegar a próxima peça de roupa em um cesto de madeira no chão.Vincent caminhou até ela. Estava usando as roupas qu
A chuva atingia sua pele de forma agressiva, encharcando seu vestido e tornando-o absurdamente pesado. Ela segurava as saias para poder correr, mas seus sapados ficavam deslizando pela lama, o que tornava o simples ato muito dificultoso. Um raio rasgou o céu, iluminando a floresta ao seu redor, fazendo com que as árvores parecessem sombras sinistras. Logo em seguida, um trovão soou, mais alto do que as batidas do coração da menina, assustando-a. Eleanore VonBerge sempre foi ensinada a obedecer sem questionar, a fazer o que era esperado de uma mulher, a ser dócil, a abaixar a cabeça e cumprir com suas responsabilidades. Uma delas era se casar com um homem que não conhecia, que tinha praticamente o dobro de sua idade e que era muito rico, para que pudesse salvar seu pai da falência. Seu pai tinha perdido quase toda sua fortuna por causa de seu problema recorrente com jogos e bebida e, por isso, submetera sua filha à um casamento arranjado, por dinheiro. Ele cos
Há dezessete anos uma garota nasceu e foi batizada de Eleanore VonBerge, filha de um homem rico, dono de vastas terras na montanha, para cultivo de cereais, importados para boa parte do território imperial.Infelizmente, poucos meses depois de nascer, sua mãe, Verena, adoeceu e morreu. E Eleanore foi criada por sua tia, Eveline e seu pai, Albert. Mas não recebeu amor de nenhum deles, muito menos de sua prima, Belle, que nasceu dois anos depois, de um casamento de dois meses de Eveline, que enviuvou misteriosamente.Eleanore era dona de uma cabeleira ruiva encaracolada que sua tia chamava de “ninho horroroso” e de um par de olhos azuis, como águas cristalinas. Uma das criadas do casarão em que morava, uma das gentis, costumava dizer que Eleanore era o encontro de fogo e água, o que sempre a fizera se sentir especial e mágica.A felicidade da menina, porém, costumava durar poucas horas, &ag
O assovio do vento, entrando no quarto de forma assombrosa, fez um arrepio subir pela coluna de uma adormecida Eleanore. Ela rolou pelo colchão, enrolando-se mais as cobertas que a envolviam, para deixa-la mais quente. Lentamente, a consciência de Eleanore foi voltando.Seus olhos se abriram de súbito, ela se sentou ereta, olhando ao redor rapidamente. Um pânico a invadiu quando ela pensou que estava novamente em casa, que seu pai a tinha achado de algum jeito. Mas uma rápida olhada ao redor já foi o suficiente para perceber que não. O quarto onde se encontrava era diferente daquele que costumava ser o seu.A cama, onde estava deitada, era grande, cercada por pilares de madeira que sustentavam um delicado dossel sobre a cabeça de menina. Ao lado dela, ficava uma pequena mesinha de cabeceira, onde se encontrava uma lamparina, que iluminava parcialmente o quarto. Havia uma janela grande acima de uma mesa de madeira el
Eleanore se sobressaltou, ficou parada por um momento de choque, a respiração acelerada, o coração batendo forte em seu peito, as batidas soando em seu ouvido feito tambores de guerra.De repente, ela agiu, voltou correndo para o quarto, batendo a porta atrás de si. Foi direto para o mais longe possível da entrada. Segurou o encosto da cadeira, que ficava em frente à mesa elaborada, e testou seu peso, para saber se conseguiria arremessa-la contra qualquer ameaça. Não era pesada, ela conseguia levantar facilmente, então, iria servir como uma espécie de arma.Seus braços tremiam e ela sentiu um frio intenso percorrer sua espinha. Era mesmo um castelo assombrado, os rumores eram verdadeiros. Será que os fantasmas iriam matá-la? O que será que acontecia quando fantasmas te matavam? Aquela coisa em chamas era um demônio? Aquele garoto flutuante era um espíri