Camelia refletiu por um momento, pensando que isso era muito bom, porque, ao estar ocupada, estaria envolvida em suas coisas. Depois, informou que os pais de Nadia também estariam no restaurante com eles. Pedirá que passem por ela para que a esperem lá.
—Não precisa, querida, eu me viro —respondeu sua avó e, com um grande sorriso, acrescentou—. A propósito, Cami, você está muito linda; quase não a reconheço.—Obrigada, avó. Você já conhece a louca da Nadia. Isso é obra dela —disse girando para que ela pudesse apreciá-la melhor.—Você fez muito bem. De agora em diante, vista-se assim —foi o conselho que ela deu.Ao terminar, todos se foram para a empresa, onde se reuniram com outros e se mantiveram trabalhando o tempo todo. Marlon apresentou Camelia como a responsável, a partir de agora, por receber todas asNo entanto, antes que ela possa responder, Ariel fala, dizendo que farão isso quando terminarem de comer. Mas, diante do olhar que seu irmão Marlon lhe lança, ele pega a mão de sua namorada e diz que já haviam planejado ir todos prestar suas homenagens antes de partir.—Preferiria falar primeiro a sós com minha filha e depois receber todos vocês —exigiu a mãe de Camelia.—Isso não vai ser possível, senhora —opôs-se Ariel imediatamente.Mas a avó interveio, dizendo que iria com Camelia, pois era melhor resolver todo o assunto antes de ir embora. Ariel não gosta, mas pede para acompanhá-las enquanto elas conversam; ele as esperará do lado de fora.—Nós também iremos, Ariel, não se preocupe —intervém Nadia, que, assim como Camelia, acha tudo isso muito estranho—. Não me separarei de
Além disso, o nervosismo que observa no marido tonto que tem não lhe agrada. Está quase certa de que Marilyn tem algo planejado contra sua irmã.—Está bem, avó, vamos —levantam-se para ir, mas o grito que Marilyn dá as detém.—¡Não, não, esperem aqui! —corta o caminho Marilyn—. Papai e mamãe devem estar chegando; com certeza querem se despedir de você, avó.Todas ficam olhando um instante para Marilyn, mas continuam avançando sem lhe dar atenção em direção à porta de saída. Estão prestes a sair quando veem que os pais voltam, acompanhados do suposto noivo de Camelia, junto com o prefeito. A avó, imediatamente, pergunta:—O que significa isso?—Isso? ¡Que agora mesmo Camelia vai se casar com seu noivo! —responde Pedro.—Do que diabos voc&e
O pai de Camélia vocifera cheio de ira e coloca-se ao lado de Rigoberto para enfrentar Ricardo, que se mantém firme com uma cadeira nas mãos. O ar do quarto torna-se denso, carregado de uma tensão que parece poder cortar-se com uma faca. Os nós dos dedos de Pedro estão brancos pela pressão com que segura a madeira, seus olhos injetados de sangue refletem uma determinação que beira a loucura.—Pedro, pare com essa loucura! —implora sua mãe, que com grande esforço avança até onde eles estão e coloca-se à frente de Ricardo. Suas pernas, enfraquecidas pela doença, tremem visivelmente, mas sua coragem não vacila—. Que diabos acontece contigo, Pedro?—Mãe, saia da frente, nem você nem ninguém vai impedir que eu cumpra minha palavra, eu disse que Camélia se casaria com Rigoberto e vai se casar, vai sim! —ameaça a todos erguendo o pedaço de madeira.Camélia, refugiada atrás de Ricardo, sente cada batida do seu coração retumbando em seus ouvidos. O tremor do seu corpo não é apenas medo; é puro
A declaração de Camélia ressoa na sala como um trovão, marcando um momento decisivo que mudaria sua vida para sempre. Já não é aquela jovem que baixava a cabeça diante de cada ordem; agora ergue-se como uma mulher que encontrou sua verdadeira força.—Camélia, esse homem não presta, não presta! —repete Pedro com raiva e desespero enquanto tenta se aproximar, mas os guardas o mantêm afastado com seus olhares severos.—Ele não é mau, pai, não é, e vou me casar com ele! —volta a dizer Camélia com uma determinação que surpreende até a ela mesma pela convicção inabalável que transmite.—K, k, k... você é uma estúpida, Camélia, que caiu nas palavras baratas dele. Neste momento ele está com Mailen num quarto do hotel, k, k, k —O riso malicioso de Marilyn ressoa na sala, suas palavras destilando veneno enquanto observa com deleite o efeito que causam em sua irmã.—Pela última vez, Camélia, assine aqui, e não me faça passar por esta vergonha! —Pedro agita os papéis diante dela como uma bandeira
O medo e a determinação entrelaçam-se no coração de Camélia enquanto seus pés descalços batem no pavimento. Os gritos desesperados de Nádia perdem-se no vento, mas ela não pode, não quer parar. Cada segundo torna-se uma eternidade, cada passo está impregnado de um terror que lhe gela o sangue.—Senhorita Camélia, senhorita...! —a voz angustiada do guarda ressoa enquanto segura a avó, que cambaleia a cada passo—. Não faça isso, senhorita, espere no carro e nós iremos ver do que se trata. Por favor, façamos isso.Camélia, surda a todas as súplicas, continua sua corrida frenética pela rua principal. Seus saltos abandonados ficam para trás como testemunhas silenciosas de seu desespero. Os guardas, divididos entre o dever e a compaixão, recolhem os calçados enquanto tentam auxiliar Nádia
Camélia encontra-se atordoada diante da visão do seu noivo com Mailen e Eleonor em cima dele. Pode ouvir as risadas de todos, o murmúrio das zombarias, os flashes das câmeras dos jornalistas que não param de fotografá-la incessantemente. É como se seu mundo tivesse congelado diante dessa imagem. Observa o riso de triunfo de Eleonor, em roupa íntima reveladora, que nesse momento beija Ariel, que jaz imóvel. —K, k, k eu te disse, chifruda, você não serve pra mais nada, k, k, k —a voz de Marilyn chega também triunfante, às suas costas—. Você é e sempre será a piada desta cidade, não importa a roupa que vista, você não é nada, Camélia! Nada! —Imbecil! —grita Nádia—. Como pode ser tão diabólica? Nem o Lúcifer te alcança, Marilyn! Mas te garanto que vai pagar, um dia tudo vai se voltar contra você! Quem faz mal, no final paga, você vai ver, Deus vai te cobrar uma por uma. —K, k, k aí está o cachorro fiel dela —vocifera Marilyn entre as risadas daqueles que sempre a acompanh
Um dos seguranças, com amor paternal, tentava cobrir a cena com um lençol para que os jornalistas não pudessem continuar tirando fotos, enquanto o outro tentava fechar a porta e ao mesmo tempo cuidar de todos. Agora Nádia já não está tão certa se o que vê é verdade ou se o que diz o segurança é certo. Mas o fato é que sua melhor amiga, sua irmã de alma, está sendo humilhada além do que ela é capaz de suportar.—Lia...! Vamos! —insiste Nádia e tenta tirá-la dali puxando seu braço—. Esse homem não merece que você se humilhe assim.Camélia não responde, solta-se do braço da amiga e continua vestindo Ariel diante dos olhos incrédulos de todos. Nádia não lhe diz mais nada, observa-o fixamente e percebe que é verdade o que o segurança diss
A chegada de Marlon Rhys com seu exército de seguranças provoca uma onda de temor entre os presentes, que recuam instintivamente. Não é para menos: a reputação do mais velho dos Rhys como homem implacável quando se trata de proteger sua família é lendária na região.Mal havia conseguido controlar o incêndio em sua empresa quando recebeu a notícia sobre seu irmão mais novo. Sem pensar duas vezes, abandonou tudo e precipitou-se para o hotel. A cena que encontra ao chegar lhe gela o sangue: Ismael segura Ariel com uma expressão de terror absoluto no rosto. É um déjà vu macabro de sua infância, quando por um descuido quase perderam seu irmão caçula.Marlon praticamente arranca Ariel dos braços de Ismael; sua voz, normalmente controlada, agora treme de pânico.—O que fizeram com ele? Por que es