Aaron— “O membro grosso e duro do soldado Mosby preenchia o canal molhado de sua amada Emory. Com um suspiro de puro prazer, ele recitou as palavras de um antigo poema em gaélico, provando, assim, que nada nem ninguém os separaria outra vez...” — Leah, a menina ruiva cujo nome eu só descobri há um minuto, suspira sonhadoramente e abaixa o livro. — Esse é meu trecho favorito de Laços de Amor. Eu falaria sobre ele por horas.— É realmente tão bom quanto a declaração de amor no cais — Evelyne diz, com um sorriso. Estamos nesse debate de clube de leitura há quase uma hora, e juro que nesse meio tempo aprendi termos para partes íntimas e posições sexuais que nunca tinha ouvido falar antes. — Mais alguém gostaria de dizer algo a respeito do livro?— Por que Aaron não comenta? — uma outra menina – Rebecca, eu acho – sugere. — Ele esteve aí sentado a tarde inteira e não disse nada.Eu limpo a garganta.— Bem, eu... — estou sem saber o que falar, o que é um acontecimento e tanto. — Eu não li
Quando tudo isso acaba, eu me dirijo para o lado de fora sem pensar duas vezes. Espero Evelyne se despedir de suas colegas e vir até mim. Já estamos perto das 18 horas, quase na hora do jantar.— Eu acho que não foi uma boa ideia ter trazido você aqui — ela diz. — Deve ter sido uma tortura, né?— Eu adorei — minto, arrancando uma gargalhada dela. Ela tem um sorriso bonito. — É sério. Não foi tão ruim.Ela põe a mão nos bolsos do moletom.— Me desculpe pelas garotas. Elas não te infernizaram por mal. Não costumamos ter garotos bonitos em nossas reuniões, então algumas delas meio que ficam... animadas.Ela me acha bonito? Tenho vontade de pedir para ela repetir, mas não quero ser estranho.— Está tudo bem. Sério — eu falo. — Até que foi engraçado.— Sei que parece estranho, mas é o tipo de programa que costumo fazer na maioria das vezes. Para alguns é chato, mas eu gosto muito.— Não é estranho — eu digo. — A vida não gira em torno de festas. Você pode encontrar outros programas pra se
— Eu sei, mas não anula o fato de que estou me sentindo ridícula.Eu dou uma risada.— Se isso te tranquiliza, eu garanto a você que não me importo em nada com o que dizem sobre mim — digo. — E pode acreditar na minha palavra, porque posso ser muitas coisas, menos um mentiroso. Odeio mentirosos, então jamais enganaria você ou qualquer outra pessoa apenas para aparentar ser melhor do que realmente sou.Ela está de cabeça baixa, evitando o contato visual, então eu não faço ideia do que se passa na sua cabeça.— O que aconteceu pra você odiar tanto assim as Ravens?Dou de ombros.— Eu acho que já falei sobre isso. Kendall é o problema.— Mas deve haver um motivo, não é? — diz, recuando um segundo depois. — Desculpe se eu estiver sendo invasiva. Não precisa falar se não quiser. Não é da minha conta.Eu solto um suspiro. Não quero ser rude com ela, mas essa é uma parte da minha vida que eu não me sentiria nada confortável em compartilhar com alguém que conheço tão pouco. Felizmente, Evelyn
Quando a garçonete vem recolher nossos pedidos, faço como o orientado e peço um sorvete de banana para acompanhar Evelyne. Depois que a garçonete sai para buscar nossos sorvetes, ela apoia os braços sobre a mesa, observando ao redor. — Esse lugar me dá uma sensação de nostalgia — diz. — Sempre vinha aqui quando queria inspiração para desenhar novos quadrinhos, na época em que eu fazia no papel. Hoje é muito mais fácil fazer tudo digitalmente. Sorrio. — Você tem muitos quadrinhos prontos? — Infelizmente, não. Estes que eu fazia no papel, ficaram incompletos e acabei jogando a maioria fora. Os digitais estão incompletos também, mas ainda os mantenho guardados. Dei uma pausa depois que comecei no Joe Bixby. Quero voltar a incentivá-la a não desistir de seu sonho, mas evito para não deixar o clima tenso como da outra vez. — Eu gostaria de ver um de seus trabalhos qualquer dia desses — eu falo. — Estou curioso. Ela desvia o olhar e começa a mexer nas mangas de seu moletom. — Não sei
Aaron— A aula do professor Olive foi tão chata — diz Vanessa ao se sentar ao meu lado na mesa do refeitório.— E quando não é? — Eleanor rebate. — Sério, aquele cara me assusta.— Ele não tinha se envolvido em um escândalo com uma aluna no ano retrasado? — Trent pergunta.— Claro que sim, mas ele não foi tão criticado quanto ela, porque é homem — Eleanor rebate. — E amigo da reitora Ramsay.— Ela sequer o puniu — diz Vanessa. — Embora os dois tivessem uma relação consensual, não é meio estranho você dormir com o seu professor?— Bizarro — Trent concorda. — Ei, Aaron, o que você tem?— O que? — murmuro distraído.— Você está aéreo desde que a aula começou. Algum problema?— Não é nada — digo.— Você sabe que pode contar com a gente pra qualquer coisa, né? — Vanessa diz, cobrindo minha mão com a sua e dando um aperto de leve. Eu puxo minha mão de maneira sutil, mas ela percebe a minha intenção e recua.— Estou bem, é sério — eu falo. — Vocês estão com fome?— Sempre estou faminto, cara
Evelyne— O que você usaria para impressionar um cara gostoso? — Ginger pergunta, do nada.Tiro minha atenção do meu livro e olho para ela.— O que?— O que você usaria para impressionar um cara? — repete.— Eu não acho que seja a melhor pessoa para te dar conselhos de conquista — digo. — Espere, Gin. Você está a fim de alguém?Ela encolhe os ombros, abrindo um sorrisinho travesso.— Digamos... que eu tenho conversado com alguém pela última semana, e ele é incrível.— Deve ser mesmo, se sua empolgação for um indício — comento. — Quem é esse cara?Ela olha para os lados e se inclina antes de murmurar:— Eric Ramsay. E acho que ele é o cara certo, Eve. Finalmente vou perder minha virgindade.Espere... o que?— Eric Ramsay? O filho da reitora?Ela afirma com um sorriso gigantesco.— Deus, ele é tão... uau! Sério, você sabia que ele tem tatuagens? Eu tinha achado isso coisa de menino selvagem por conta do Aaron, mas... cara, nele é quente.Por algum motivo, seu relato animado não me gera
Depois da aula, volto para meu dormitório. Eleanor não está, mas suas botas de combate ainda estão no quarto, então isso só pode significar que ou ela está no refeitório ou no banho. Eu me deito na minha cama, olhando para o teto enquanto repasso tudo o que aconteceu. Já se passaram duas semanas desde que entrei no Joe Bixby e eu imaginei que meu interesse por esse lugar fosse se aflorar em algum momento, mas ainda permaneço achando que estou fazendo tudo errado.Tenho evitado as Ravens em qualquer oportunidade que tenho, assim como fiz com as ligações da minha mãe. Ela lamentou por eu não ter voltado para casa no fim de semana da última vez, e sei que está prestes a fazer o mesmo agora. Vou ter que dar o meu melhor para encontrar desculpas decentes pelos próximos meses.A porta do quarto se abre e Eleanor passa por ela.— Ei — ela me cumprimenta, abrindo sua gaveta para pegar um secador de cabelo.— Bela produção — elogio ao analisar suas roupas e jaqueta. — Festa hoje?— Os Hawks tê
EvelyneEu não deveria estar aqui. Sei que não deveria.Não pelo fato de ser um bar — os caras não pedem identidade por aqui, e isso não significa exatamente que eu tenha que beber, porque dificilmente bebo — mas confesso que ele me afeta mais que qualquer dose de vodca que eu me aventure a consumir. Assistir Aaron Ditt em cima de um palco, guitarra na mão e cantando, me deixa um tanto quanto... excitada, extasiada, com borboletas na barriga.Os músculos de seus braços ondulam quando ele passa a mão pelo cabelo escuro e os tira da testa. Pela primeira vez, estou vendo Aaron com uma roupa que não possui mangas compridas, e as tatuagens que cobrem literalmente toda a pele dos seus braços estão visíveis, como obras primas em um painel. Sua voz me lembra um uísque de sabor picante, seus dedos habilidosos me fazem esquecer por um momento que sua especialização é o piano, e não a guitarra. Ele é bom com essa coisa. É bom também em atrair a atenção das pessoas, principalmente a minha. Vou mo