LizO jantar foi tranquilo, Henry e o pai dele conversaram sobre negócios. Sandra e Petter conversaram comigo sobre os preparativos do casamento. Mas falei que iríamos viajar e só depois voltaríamos com os preparativos.Sandra ficou feliz com a nossa viagem, e disse que já passava da hora de termos um momento só nosso.— Se nos dão licença — Sandra pediu quando ela e o Petter se levantaram.— Mas já, San? — Ela sorriu para mim. — Eu também vou — disse, dando um beijo na bochecha do Henry. — Boa noite, seu Rodolfo.— Bom descanso, menina — ele falou quando me levantei.— Boa noite, San e Petter. — Depositei um beijo neles e subi.Entrei no nosso quarto e tirei o meu robe, o colocando no closet novamente. Sentei-me na beirada da cama, lembrando que estava usando aquele plug. Segundos depois, Henry apareceu na porta do nosso quarto e me encarou. Seus olhos pegavam fogo de desejo.Ele veio em minha direção e ficou de pé, parado na minha frente. Sorri para ele e coloquei minhas mãos em seu
Liz— Pequena... — Ouvi a voz do Henry me chamando lá no fundo.— Oi...— Venha tomar banho. — Ele acariciou o meu rosto. — A banheira já estava cheia. Abri meus olhos, tendo uma das melhores visões da minha vida: Henry nu. Ele sorriu ao perceber o meu olhar.— Eu dormi por quanto tempo? — perguntou, sentando na cama.— Apenas por uma hora. — Estendeu suas mãos em minha direção, e aceitei sua ajuda para me levantar da cama.— Venha relaxar.Seguimos em direção ao banheiro, e passei a mão na água, que estava quentinha. Henry entrou e sentou na banheira, e eu me fiquei de costas para ele, passando o sabonete pelo meu corpo. Henry me ajudou a lavar minhas costas.Deitei-me em seu peito e ele me abraçou.— Você está bem? — questionou por causa do meu silêncio.— Só estava pensando como minha vida mudou da água para o vinho.— Isso é bom? — indagou, jogando água em meus braços. — Enquanto estamos bem, sim. — Sorri para mim mesma. — Isso é maravilhoso, até parece um sonho.— Mas dessa vez
LizHá três anos, me casei, e até hoje, não conheci meu marido. Com certeza, era estranho uma jovem de vinte e um anos ser casada com um completo desconhecido, mas a vida nem sempre era justa. Quando meus pais morreram em um acidente aéreo, fiquei sozinha no mundo com dezesseis anos, e descobri que meu pai já havia deixado um testamento para assegurar que eu ficaria bem, caso acontecesse algo com eles. Então, assim que completei dezoito, me casei com meu tutor. Entretanto, nada me preparou para as condições absurdas que tinham descritas no testamento. Uma delas era que eu deveria permanecer casada com meu tutor até completar vinte e cinco anos. A outra era ser formada em Direito, para atuar como advogada e, enfim, herdar as empresas da minha família, já que todas eram do ramo da advocacia. Depois de tudo isso, eu poderia tomar o controle dos meus bens e da minha vida ao optar pelo divórcio, óbvio. Meu tutor faleceu logo após os meus pais, decorrente de um infarto, com apenas trinta
LizAssim que nos sentamos, a aula começou, mas não prestei atenção em nada do que ele falava. Apenas conseguia observar a sua beleza, em como sua boca era tentadora e pensar no fato de que aquilo tudo ali, na frente, perante a lei, me pertencia.E, pelo jeito que as minhas colegas de turma sussurravam e soltavam risos, não tinha sido somente eu que notei o quanto aquele homem era gostoso. Sua postura séria e seu meio sorriso discreto me diziam que ele sabia bem a reação que estava causando, mas não se deixou levar por isso, continuou sua aula que, ainda que eu não prestasse atenção, estava melhor do que as anteriores.Sentia-me tranquila, até que ele me encarou. Pelos olhos semicerrados na minha direção, me questionei se ele sabia quem eu quem era de verdade. Não, óbvio que não! Eu esperava mesmo que não! — Vamos, Liz. A aula já acabou. — Ana me balançou de leve. — Era mesmo! — Tentei manter o meu autocontrole. — Agora, limpa a baba e vamos para a próxima aula. — Ana riu. Saímos
Liz — Como? — Eu vi em um jornal que ele já tinha chegado aqui — tentei mentir. — Ah, sim! — Bruno pareceu acreditar. — Fala para ele só assinar os documentos. Quero viver minha vida, apenas isso. Diga o que for necessário! — disse com a voz firme. — Olha, Liz, eu vou tentar. Porém, não garanto nada. O senhor McNight tem um gênio muito forte. — Isso era porque ele nunca me viu brava. — Vou ver o que consigo, certo? — O olhar do advogado carregava uma certeza de que não daria certo a sua tentativa. — Eu te ligo. — Agradeço muito! Bruno se levantou e foi em direção à porta. Será que meu marido era um “demônio”? Todos que falam dele parecem temê-lo. Sandra voltou com o meu chá que, diga-se de passagem, era de boldo, ou seja, horrível, mas tive que tomar tudo, pois não queria contar para ela o que havia acontecido, de fato. ***Passei o sábado todo em casa, mas continuei pensando nele. Ainda bem que o Petter e a Sandra estavam comigo. Como de costume, estávamos nós três
LizFomos para o meio da pista e começamos a dançar. Eu mexia meu corpo conforme sentia as batidas da música. As minhas amigas encontravam-se bem loucas. Já que o meu marido podia ir a uma boate, eu também poderia. Ainda não o tinha visto, mas meus olhos o procuravam a cada oportunidade. Será que elas estavam falando a verdade ou só disseram aquilo para eu vir até aqui? Pelo menos, elas conseguiram me tirar de casa. Igor apareceu um tempo depois e começou a dançar comigo. A música invadiu o meu corpo todo, me fazendo rebolar no ritmo certo. Voltei a procurar por Henry outra vez. Olhei na parte de cima da boate e havia um homem de costas que me chamou a atenção. Ele estava usando uma camisa branca e uma calça jeans preta que marcava todo o seu corpo. Parecia ser muito lindo. Ele se virou e nossos olhos se encontraram, então perdi o fôlego. Henry me encarava com intensidade, mas seu cenho estava franzido, o que dava a ele um aspecto sisudo de quem não gostou nem um pouco de me ver
Liz— Peça um táxi! — Perdi minha carteira. Uma parte de mim, queria dar a carona, mas a outra parte não. Poderia deixá-lo ali, claro, mas será que a minha consciência ficaria pesada? — Senhorita Navarro! — Ele estalou os dedos na minha frente e só então saí do meu transe. — Com uma condição. — Qual? — Não iremos conversar — afirmei com tom rude. — Nossa! Tudo bem. — Entre — ordenei. Ele deu a volta e entrou, sentando-se do meu lado. Respirei fundo, ajustei-me no banco e dei partida, saindo do estacionamento da boate a contragosto, com meu marido desconhecido, que agora não era tão desconhecido. — Lindo carro — declarou, me encarando.Revirei os olhos e o ignorei. — Ok! Já entendi. — Ergueu as mãos em forma de rendição. — Coloca no GPS o seu endereço — pedi, evitando o encarar. — Eu poderia ir te guiando. — Lancei-me um olhar mortal. — Faz pouco tempo que me mudei, não sei os nomes das ruas aqui. — O silêncio se fez presente por alguns segundos, antes que ele continuasse:
Henry** Três anos atrás ***Três anos atrásMeu passado era repleto de esqueletos escondidos em armários. Eu não matava ninguém, mas era a mão que mandava executar. Isso fazia de mim um criminoso do mesmo jeito. Tudo tinha que ser do meu jeito e quando eu queria, em especial com as mulheres. Comigo não existia a arte da conquista. Eu queria, eu tinha, simples assim. Se eram casadas, o dinheiro resolvia. Meus soldados compravam seus maridos, ou os ameaçavam. E era claro que isso sempre funcionou. Criei um afeto pelo o Cesare, que era consigliere do meu pai, após a morte da minha mãe, ele se tronou um pai para mim, me ensinou tudo o que precisava aprender para me defender e máscara meus sentimentos. Cesare era pai do Eric que era mais velho do que eu e fomos treinados juntos. Eric sempre amou essa vida na máfia e gostava de viajar. Sendo assim, meu pai o designou como meu tutor, como criamos uma amizade muito além, comecei a chama-lo de tio, o que não agradava muito, depois de muita