Liz

— Daqui alguns dias a Bella completa seis meses dentro do forninho.

— Pera aí, eu ouvi bem? — Henry fala com a sua voz rouca, o que faz o meu coração estremecer.

— Sim, Henry. — Me solto da Sam e viro para encará-lo. — Você ouviu muito bem.

— Então... — Ele faz uma pausa. — Ela...

— Vamos lá fora. — Eu o interrompo.

Sigo em direção à porta e não olho para trás, mas sei que ele me acompanha.

Fico parada ao lado da escada esperando por ele.

Sinto um frio na espinha quando nossos olhares se encontram novamente.

— Então, Liz? — Ele me encara.

— Então o que, Henry?! — Sou fria com ele.

— Quando você ia me contar sobre a minha filha?

— Nunca. — Respiro fundo. — Eu não quero que ela se sinta magoada como eu, não quero que ela sofra por ter um pai que não sabe administrar os próprios sentimentos, que em uma hora está feliz e segundos depois está falando ou fazendo merda. — Falo com tranquilidade.

— Mas eu tenho esse direito!

— Direito do quê? De ser uma bagunça e nos fazer sofrer?

— Não