Alexei recebendo a cartaAlexei acabara de sair de uma reunião cansativa, quando um de seus funcionários, Odorov, entrou em sua sala.— Com licença, senhor, tenho uma carta do Conde Nickolae para o senhor — Odorov lhe entregou o papel perfeitamente lacrado.— Obrigado, meu amigo — Alexei agradeceu e seu funcionário se retirou.Alexei respirou fundo, para seu filho mandar-lhe uma carta, é porque tinha urgência em falar algo, seria sobre o casamento? Ele nunca concordara com o fato de Nickolae ter escolhido Ekaterina como noiva, sem ao menos conhecer outra moça. Seu filho era especial demais para desperdiçar sua alegria com alguém que não o merecesse. Mas Alexei gostava de deixar seus filhos tomarem suas decisões. Tomou coragem e abriu o envelope.“Meu pai,Primeiramente quero me desculpar pelo teor da carta em questão e quero deixar claro que meu intuito é buscar minha felicidade, não um problema para nossa família.Tudo isso tem a ver com o meu casamento com a Ekaterina, inicialmente,
A cerimônia de confirmação do Nickolae foi super rápida, o que me deixou curiosa com toda aquela preparação que o prendeu por tanto tempo. Aconteceu no Conselho, depois de me apresentarem oficialmente como a Hibrida. Agora o mundo Compiliet sabia da minha existência e todos nos cercaram de cuidados, aparentemente, não temos mais inimigos, pois os Radicais comandados por Sasha estão ao nosso lado. Minha amiga assumiu a casa Petronovic oficialmente, ela e Diego engataram em um romance fofo. Estão indo aos poucos e parece que vai dar super certo.Juan recebeu uma visita inesperada dos seus pais, ambos vieram pedir que ele apareça mais em casa, pois sentem sua falta. Meu amigo teve problemas com a família quando souberam de sua orientação sexual, porém, o amor falou mais alto e seus pais o querem de volta, ele está radiante e nós por ele, nada mais justo.Meus pais continuam no Brasil, porém, estão aqui para a cerimônia do Nickolae, ainda bem que não vieram apenas para isso, o que me faz
No mundo, coexistem animais e seres humanos. No entanto, os seres humanos não são apenas criaturas fracas e perdidas em sua crueldade, alienados por sua tecnologia. Existe um grupo seleto de pessoas com poderes extraordinários que vive escondido, disperso por toda parte, sem querer ser visto ou descoberto. Esses seres são conhecidos como Compiliets.Os Compiliets são humanos completos, repletos de sabedoria e inteligência. Sua força física é surreal e seu poder mental, inimaginável. Pacíficos e justos, eles possuem uma característica intrínseca: um elevado senso de justiça, que os impede de exercer seu poder sobre o mundo. O principal dom dos Compiliets é a persuasão. Um Compiliet pode convencer qualquer um, inclusive os mais fracos de sua espécie, a agir de determinada forma, fazendo com que não se recordem de que foram ordenados, mas sim que a decisão partiu de seu próprio subconsciente.Dentro desse grupo, existem duas subespécies: os Varivats e os Govorys. Os Varivats são poderos
Ao som alto na balada, eu balançava o corpo, perdida na dança. Adorava aquele momento, e mesmo que a música já estivesse batida, era uma das minhas favoritas. A boate estava cheia, e o clima vibrante contagiava a todos.— Gianna, vou pegar algo para beber! — gritou minha colega Fernanda, tentando se fazer ouvir acima do som.— Beleza! Deixa eu aproveitar essa música e já vou! — respondi, continuando a dançar. A cada instante, surgia um cara para tentar me interromper, mas dispensei todos educadamente. Hoje, eu só queria dançar.— Oi, gata! Você dança muito bem, sabia? — sussurrou um rapaz em meu ouvido. Ele era bonito, mas não estava interessada.— Obrigada! — sorri e voltei a me perder na música. As aulas de dança realmente valeram a pena. Minha mãe sempre me apoiou, e experimentei de tudo: ballet, street dance, dança do ventre, dança de salão... Dançar era a minha paixão.— Não quer descansar um pouco e beber algo comigo? — insistiu.— Desculpe, mas hoje não, só quero me divertir
Seis meses depois“Querida Gia,Se você está lendo esta carta, infelizmente, isso não é um bom sinal. Pedi a Renato que a entregasse apenas em caso da minha morte. Sei que tudo isso pode parecer estranho, especialmente imaginar que eu sabia que isso poderia acontecer. Esta viagem foi muito perigosa, e se você quiser, pode descobrir mais sobre os motivos. Seu pai é contra, e isso me fez guardar nosso segredo por tanto tempo.O motivo pelo qual estou escrevendo é que tenho algo importante a contar. Seu pai e eu brigamos muito por isso; creio que essa foi a única briga verdadeira que tivemos. Ele não acha que você deve saber, mas eu sim. Vou explicar.Você sabe que seus avós maternos são russos e que eu perdi sua avó muito cedo. Seu avô ainda está lá e anseia por te conhecer. Porém, existem muitos capítulos nessa história, capítulos que apenas ele pode contar. Nossa família descende de um clã antigo chamado Compiliet. Não há muitas informações sobre a origem, mas posso te assegurar que v
Acordei toda dolorida; aquele sofá acabava com minha coluna. Passei a noite nele, pesquisando em vão sobre os tais Compiliets. Não encontrei nada relevante, apenas um site que mencionava a Instituição Dmitriev, mas sem muitas informações, apenas o ano de construção e algum blá-blá-blá institucional.Tomei um banho demorado, me vesti e voltei para a sala, encarando nosso apartamento agora vazio. A poltrona favorita do meu pai ainda estava na posição que ele gostava, e ai de quem a mudasse. Ri ao lembrar de como sempre implicava com ele por isso. Inevitavelmente, as lágrimas vieram; não consegui segurar. Diego e Kelly tinham razão: ficar aqui não seria saudável, ao menos por enquanto. Porém, a ideia de ir para uma faculdade estranha, em um lugar desconhecido, sem meus amigos por perto, para descobrir uma loucura sobre os Compiliets, não me animava nem um pouco.Meu amigo entrou pela porta de repente. Ambos tínhamos acesso livre ao apartamento um do outro. Ele estava de calça de moletom
Desembarcamos e pegamos nossas malas. Um homem taciturno, vestido com um terno Armani e óculos escuros, segurava uma placa com meu nome.— Que bom! Vou de carona com vocês, o Dimitri me conhece. — Ela acenou para o homem, que sequer se moveu.— Como você iria? — perguntei, com as sobrancelhas franzidas.— De trem. — Sasha deu de ombros e seguiu em direção ao homem. — Oi, Dimitri, essa é a Gianna. Acredita que nos encontramos no voo para cá? Uma coincidência, não é mesmo? Ela será minha colega de quarto! — ela tagarelou, enquanto ele tirava os óculos. Ele era bonito, tinha cabelos loiros e olhos verdes, mas parecia sério demais.— Senhorita Gianna Diglaviev, é um prazer recebê-la. Bem-vinda à Rússia — Dimitri falou com uma expressão austera, mas parecia sincero.Ele ignorou a Sasha e se encaminhou para fora do aeroporto.— Obrigada! — O segui.Ela pouco se importou e continuou tagarelando durante toda a viagem. Levamos cerca de meia hora por uma estrada escura e sinuosa. Não deu para v
Encontrei Sasha olhando seu celular no corredor.— Já recebi o cronograma, hoje vamos apenas fazer um tour pelo Instituto, amanhã nós começaremos com as informações iniciais. — Ela me ajudou com os livros e seguimos de volta ao quarto.— Podemos começar pela biblioteca? — perguntei e ela sorriu.— Claro, tem um livro importante que você precisa ler antes de começarmos. — Sasha foi falando todo o caminho o quanto era bom ter uma colega de quarto, ela estava sozinha desde que chegou.Entramos na biblioteca e quase caí para trás, imaginem a biblioteca da Bella e a Fera… agora multipliquem por mil, era enorme, linda, tinha aquele aroma de livros que todo leitor ama, era iluminada e silenciosa. Tinha várias mesas com quatro cadeiras em um canto separado e outras com cadeiras solitárias. Um senhor de óculos nos encarou mal-humorado.— O que fazem aqui? O retorno é apenas na semana que vem — disse nos encarando de cima a baixo, ele tinha um nariz pontudo que segurava seus óculos, os cabelos