Seis meses depois
“Querida Gia,
Se você está lendo esta carta, infelizmente, isso não é um bom sinal. Pedi a Renato que a entregasse apenas em caso da minha morte. Sei que tudo isso pode parecer estranho, especialmente imaginar que eu sabia que isso poderia acontecer. Esta viagem foi muito perigosa, e se você quiser, pode descobrir mais sobre os motivos. Seu pai é contra, e isso me fez guardar nosso segredo por tanto tempo.
O motivo pelo qual estou escrevendo é que tenho algo importante a contar. Seu pai e eu brigamos muito por isso; creio que essa foi a única briga verdadeira que tivemos. Ele não acha que você deve saber, mas eu sim. Vou explicar.
Você sabe que seus avós maternos são russos e que eu perdi sua avó muito cedo. Seu avô ainda está lá e anseia por te conhecer. Porém, existem muitos capítulos nessa história, capítulos que apenas ele pode contar. Nossa família descende de um clã antigo chamado Compiliet. Não há muitas informações sobre a origem, mas posso te assegurar que você e eu fazemos parte disso, descendemos diretamente da terceira família mais importante. É um clã muito diferente, então acalme-se: você não beberá sangue, nem ficará diferente, pelo menos não agora. Embora, por sermos Compiliets, possuímos alguns dons, digamos assim.
Não posso escrever sobre o que significa ser um Compiliet, pois você descobrirá qual é a sua espécie ainda, e sei onde você pode buscar esse conhecimento. Existe uma instituição na Rússia chamada Instituto Internacional Dmitriev, dirigida pelos próprios Dmitrievs, que também fazem parte do nosso clã, sendo a família principal. Como mencionei, não posso dizer muito sobre o assunto; é uma das regras mais importantes que temos. E como já quebrei muitas regras, prometi ao meu pai que falaria com você sobre nossa condição. Infelizmente, não pude fazer isso em vida, por isso a carta.
Caso queira conhecer sua verdadeira essência, encorajo você a embarcar em busca de seu destino.
Gianna, vá apenas se realmente sentir o desejo de ir. Não quero forçá-la a nada; isso é sobre a sua vida, e por isso acho importante que saiba quem realmente é. Depois, você decide como vai seguir. Procure seu avô; ele sonha em te conhecer.
Se decidir ir, no envelope desta carta você encontrará um telefone e um mapa para chegar ao Instituto. Primeiro, é importante que ligue para esse número e, quando atenderem, diga apenas “Diglaviev”. Sua passagem chegará por e-mail em seguida, com os dados da viagem. Quanto ao mapa, use-o assim que chegar a Moscou. É provável que mandem alguém te buscar, mas leve-o. Não pode contar a ninguém sobre o verdadeiro motivo de ir ao Instituto, querida.
Assim que chegar lá, procure o professor Sidorov, que é um amigo da família e ajudará na sua chegada. Não se preocupe; se decidir não ir, está tudo bem. Apenas não esqueça: é a sua vida, e você decide o que quer fazer. Você é a única que pode!
Não esqueça que te amo e te apoio em tudo o que fizer. Cuide-se, querida.
Sinto muito, minha Gia, não queria que as coisas acontecessem dessa forma. Apenas saiba que te amamos, seu pai e eu. Queremos que tenha uma vida feliz e plena. Não se prive disso; a vida é muito curta, Gianna. Viva, cometa erros, conserte-os, apaixone-se, mas viva! Não queremos ver nossa filha linda sofrendo pelos cantos por nossa ausência.
Beijos da mamãe e do papai.
Lenore Diglaviev”
Estarrecida.
Essa foi a sensação que me dominou após ler e reler a carta que minha mãe deixou para mim. Hoje completam seis meses desde que meus pais morreram em um acidente bizarro de carro na Itália, enquanto passavam suas férias anuais. O estranho é que foi um acidente grave e ninguém noticiou ou mencionou nada sobre isso. Enfim, estou sozinha; não tenho família aqui no Brasil. Meu pai era órfão e lutou muito na vida para se tornar um arquiteto respeitado, enquanto minha mãe era uma modelo russa muito importante, que abandonou tudo quando conheceu meu pai para construir uma vida ao seu lado no Rio de Janeiro. O único parente vivo que sei que tenho, e que nunca conheci, é o senhor Anton Diglaviev, meu avô.
— Ei, posso entrar? — A voz do meu amigo ecoou atrás da porta do meu quarto.
— Claro — sussurrei, ainda rouca, provavelmente de tanto chorar.
Mesmo depois de meses, a dor continua insuportável.
— Oi, Gi… como você está? A Kelly me ligou e lembrou que hoje é o dia da abertura do testamento. — Ele se aproximou, sentando ao meu lado na cama. — Desculpe, queria chegar mais cedo, mas fiquei preso no escritório.
— Estou bem, acho. Agora sou milionária, acredita? — ironizei, rindo com amargura da minha nova condição financeira.
— Você sempre foi, e não menospreze o patrimônio que seus pais lutaram tanto para te dar. Foi uma conquista árdua — ralhou meu amigo, em tom gentil.
Meus pais sempre trabalharam muito; apesar de minha mãe vir de uma família rica, meu pai nunca aceitou o dinheiro deles.
— Sim, você tem razão… Entretanto, eu preferiria mil vezes tê-los aqui do que ver todos esses zeros na minha conta. — As lágrimas corriam livremente pelo meu rosto.
— Eu sei, Gianna. Sinto muito, de verdade. Você sabe que estamos aqui para você, não sabe? — Ele me deu um abraço apertado.
— Sim, obrigada, Diego. Você e a Kelly são incríveis.
Depois de um tempo chorando nos ombros do meu amigo, Kelly chegou esbaforida, com o rosto vermelho, como se tivesse corrido uma maratona.
Fico feliz de vê-los juntos e firmes. Esses dois passaram por muitas coisas. Diego é lindo, alto, com belos olhos verdes e um sorriso de modelo. As meninas ficam malucas por ele, pois é, vai entender!
Ele é como um irmão mais velho para mim. Kelly, por sua vez, é loira, tem olhos azuis incríveis, é baixinha, com um rosto redondinho e lindo como o de uma boneca. Além disso, ama um bom sorvete de creme!
Para os padrões de beleza mundial, esses dois não têm nada a ver, mas eu discordo totalmente. Nunca vi um casal mais harmônico e fofo como eles. Kelly sofreu bastante bullying quando começou a namorar o Diego; chegou a desistir do relacionamento, mas meu amigo a ama de verdade e lutou por ela. Hoje, eles permanecem noivos e fortes.
— Oi, Gianna… desculpe, vim o mais rápido que pude. Liguei para o Diego para que chegasse antes. — Ela deu um selinho nele e se juntou a nós no abraço.
— Está tudo bem. Foi como abrir um envelope e descobrir o que eu já sabia… — Dei de ombros. — Não tenho nenhum irmão escondido por aí.
— Ah, Gianna, sinto muito por tudo isso — Kelly me consolou. — Eu trouxe sorvete de creme e de morango! — riu, fazendo uma careta. Ela detestava sorvete de morango. Eu, no entanto, amava.
— Obrigada, Kels.
— O que é esse envelope? — Diego perguntou, encarando os papéis espalhados na cama.
— Ah, isso… — Comecei a juntá-los, já havia esquecido. — Minha mãe deixou uma carta para mim. — Mais uma lágrima teimosa escorreu.
— O que dizia? — Sua sobrancelha se ergueu. Expliquei o teor da carta, sem mencionar nada sobre os Compiliets. — E você vai? — A expectativa cruzou seu rosto.
— Não sei; ainda não processei as informações. Eu quero conhecer meu avô e entender por que meu pai não queria Anton em nossas vidas.
— Eu acho que seria bom para você — Kelly disse de repente, recebendo um olhar bravo de Diego.
— O quê? Amor, vai ser bom para a Gianna descobrir sobre sua família, mesmo que seja apenas para conhecer o avô. É o único familiar vivo que ela tem.
— Mas é na Rússia! Longe pra caramba… — Meu amigo se jogou na cama ao meu lado. — Quem vai me ouvir por horas reclamando da minha noiva? — disse brincalhão, e Kelly jogou um travesseiro nele.
— Gente, ainda não sei se vou. Calma… é muito para processar. Vou pensar com calma e depois decido como será.
— Amiga, o que decidir, vou te apoiar. Você sabe que estou aqui para isso. Agora vamos tomar sorvete! — Levantou-se e foi para a cozinha.
Diego estava fitando o teto.
— O que foi? — perguntei, encarando-o.
— Acho que você deve ir. — Ele deu de ombros. — Você não tem nada que a prenda aqui, não agora. Kelly e eu vamos nos casar no ano que vem e, bem, você ainda está solteira… — Ele riu, mudando parcialmente de assunto.
— Eu tenho vocês dois, embora este apartamento realmente seja grande demais sem meus pais aqui. E se eu for, não pretendo ficar muito tempo, apenas alguns meses. Fala sério! É uma faculdade e já sou formada. No máximo, posso fazer uma pós ou algo assim, mas quero ver meu avô. — Eu havia terminado a faculdade de Letras há um ano e não tinha pretensões de voltar a estudar tão cedo.
— Eu sei que está difícil, Gianna, mas mudar de ares pode fazer bem. Além disso, você vai conhecer tudo sobre sua família. Alguém já disse que você é a cara de uma modelo russa? — brincou meu amigo, fazendo referência à minha mãe.
— Não chego aos pés! — retruquei.
Minha mãe era esguia, magra, tinha pele clara, longos cabelos castanho-aloirados, olhos azuis e um rosto perfeitamente esculpido. Eu sou o oposto total, apesar do mesmo tom de pele. Tenho olhos castanhos claros, que às vezes ficam esverdeados, vai entender! Mas tenho mais curvas do que ela e os cabelos castanhos escuros como os do meu pai.
— Gianna, você é a cara da tia Lenore. O que muda são os olhos… do tio Roberto só ficou o cabelo mesmo. E está tudo bem; você é linda. Quem sabe um russo importante não te peça em casamento por lá! — Ele levantou-se e me puxou junto.
— Ai, não quero saber disso agora. — Fiz careta.
— Você já tem 24 anos! Vai ficar para a titia. Se bem que prefiro você aqui no Brasil, pertinho da gente. — Ele me abraçou, e caminhamos juntos para a cozinha, rindo.
Shirley e Kelly estavam preparando os copos com sorvete. Shirley me lançou um olhar preocupado.
— Está tudo bem, menina? — perguntou com carinho.
Shirley era da família. Faltavam dois meses para se aposentar, mas ela disse que ficaria mais tempo se eu precisasse. Claro que não faria isso; ela estava tão ansiosa por sua aposentadoria.
— Estou bem, sim, obrigada, Shirley! E pode ir descansar; você está trabalhando demais. — Dei um beijo em seu rosto, e Diego também. Depois, ele a pegou no colo.
— Menino, me põe no chão ou eu te dou umas palmadas! Comigo não tem idade nem noiva certos — ralhou, mas exibia um sorriso.
— Por mim, pode bater, Shirley — Kelly implicou.
Ele a colocou no chão e tomamos nosso sorvete. Foi um momento bem agradável, o que não acontecia em meses, embora eles estivessem sempre aqui. Acho que a saudade estava amena agora. Horas depois, Shirley foi para casa e meus amigos também. Aproveitei a solidão e me sentei no sofá com meu notebook e comecei a pesquisar sobre o conteúdo da carta da minha mãe.
Acordei toda dolorida; aquele sofá acabava com minha coluna. Passei a noite nele, pesquisando em vão sobre os tais Compiliets. Não encontrei nada relevante, apenas um site que mencionava a Instituição Dmitriev, mas sem muitas informações, apenas o ano de construção e algum blá-blá-blá institucional.Tomei um banho demorado, me vesti e voltei para a sala, encarando nosso apartamento agora vazio. A poltrona favorita do meu pai ainda estava na posição que ele gostava, e ai de quem a mudasse. Ri ao lembrar de como sempre implicava com ele por isso. Inevitavelmente, as lágrimas vieram; não consegui segurar. Diego e Kelly tinham razão: ficar aqui não seria saudável, ao menos por enquanto. Porém, a ideia de ir para uma faculdade estranha, em um lugar desconhecido, sem meus amigos por perto, para descobrir uma loucura sobre os Compiliets, não me animava nem um pouco.Meu amigo entrou pela porta de repente. Ambos tínhamos acesso livre ao apartamento um do outro. Ele estava de calça de moletom
Desembarcamos e pegamos nossas malas. Um homem taciturno, vestido com um terno Armani e óculos escuros, segurava uma placa com meu nome.— Que bom! Vou de carona com vocês, o Dimitri me conhece. — Ela acenou para o homem, que sequer se moveu.— Como você iria? — perguntei, com as sobrancelhas franzidas.— De trem. — Sasha deu de ombros e seguiu em direção ao homem. — Oi, Dimitri, essa é a Gianna. Acredita que nos encontramos no voo para cá? Uma coincidência, não é mesmo? Ela será minha colega de quarto! — ela tagarelou, enquanto ele tirava os óculos. Ele era bonito, tinha cabelos loiros e olhos verdes, mas parecia sério demais.— Senhorita Gianna Diglaviev, é um prazer recebê-la. Bem-vinda à Rússia — Dimitri falou com uma expressão austera, mas parecia sincero.Ele ignorou a Sasha e se encaminhou para fora do aeroporto.— Obrigada! — O segui.Ela pouco se importou e continuou tagarelando durante toda a viagem. Levamos cerca de meia hora por uma estrada escura e sinuosa. Não deu para v
Encontrei Sasha olhando seu celular no corredor.— Já recebi o cronograma, hoje vamos apenas fazer um tour pelo Instituto, amanhã nós começaremos com as informações iniciais. — Ela me ajudou com os livros e seguimos de volta ao quarto.— Podemos começar pela biblioteca? — perguntei e ela sorriu.— Claro, tem um livro importante que você precisa ler antes de começarmos. — Sasha foi falando todo o caminho o quanto era bom ter uma colega de quarto, ela estava sozinha desde que chegou.Entramos na biblioteca e quase caí para trás, imaginem a biblioteca da Bella e a Fera… agora multipliquem por mil, era enorme, linda, tinha aquele aroma de livros que todo leitor ama, era iluminada e silenciosa. Tinha várias mesas com quatro cadeiras em um canto separado e outras com cadeiras solitárias. Um senhor de óculos nos encarou mal-humorado.— O que fazem aqui? O retorno é apenas na semana que vem — disse nos encarando de cima a baixo, ele tinha um nariz pontudo que segurava seus óculos, os cabelos
“Depois da descoberta de Luka, começou um estudo sobre os Compiliets, sua origem é um mistério, porém, sabemos que eles existem. A hipótese é que eles sempre existiram, mas nem todos souberam explorar seu potencial, o que se pode dizer é que apenas um filho, geralmente o primogênito, carrega o gene mais forte Compiliet. Enfim, como Ionav não tinha controle sobre seus poderes, Alexei o impediu de participar da criação do Instituto, que foi idealizado para buscar e proteger os Varivats de seu próprio ego e descontrole, o fato de ter um poder como esse, não significa que pode ser dono do mundo e aqui aprendemos isso. Usamos o poder, no entanto, apenas para nossa sobrevivência, não para nos aproveitarmos dos outros. Luka e Alexander tentaram impedir que Ionas fosse afastado e com isso quase racharam o Conselho, mas Luka, o mais próximo de Alexei, cedeu e votou a favor da retirada de Ionav, que por sua vez ficou revoltado e desapareceu, até hoje não sabemos o que aconteceu.”— Mas por que
Acordei e li um recado da Sasha, ela tinha saído cedo e ficaria fora por algumas horas. Como não tinha ninguém, decidi ir ao ginásio nadar um pouco, mas antes fui até o lado de fora, mesmo grande, esse lugar era sufocante. Peguei meu telefone e tentei ligar para o Diego, não consegui. Comecei a escrever uma mensagem.“Diego, estou tentando te ligar e não completa, vou descobrir o que está acontecendo e ligo novamente. Estou bem. Bjs, te amo!”Enquanto aguardava sua resposta, dei de cara com alguém, levantei os olhos e bufei. Ótimo, o esquentadinho Dmitriev sei lá das quantas! Ele me olhou, dessa vez parecendo intrigado e suspirou.— De novo? Está me perseguindo, garotinha? — Vi o lampejo de um sorriso no canto de seus lábios. Que sotaque fofo, meu Deus!— Claro que não! — Bufei novamente, minha segurança ia e voltava quando estava perto dele.— Algo me diz que você gostou das boas-vindas no nosso primeiro encontro — ele insinuou com olhar irônico.Confesso que me atingiu. Mas o que
Estava socando o saco de areia em paz, pensando na garota da biblioteca, a novata herdeira Diglaviev. Aqueles olhos não saiam da minha cabeça, nem seu perfume doce, suave… e ela é durona!Me peguei sorrindo, o que estava acontecendo comigo? Quase a beijei no corredor… o que definitivamente é um erro. Não posso fazer isso, principalmente sem seu consentimento. Soco o saco com mais força do que o normal. Desde quando fico remoendo algo sobre alguém desse jeito? Solto um sorriso desacreditado e ouço um som de passos.Czar entrou com um sorrisinho besta. Não dei ideia, mas como já o conheço, sabia que queria conversar.— Irmão, estará presente na festa amanhã? — ele perguntou como se não soubesse a resposta.— Sabe que não participo dessas coisas — respondi, ofegante pelo esforço.Ele riu e sentou no sofá em frente.— Que pena, pois iria lhe apresentar uma nova amiga… Conheci uma novata e meu irmão, ela é linda. — Ele deixou no ar e pouco me importei.— Que bom para você. — Continuei soc
Fui acordada por Sasha que estava com cara de sono.— Gianna, bom dia. A senhorita Ovalenka ligou e pediu para você ir até a biblioteca. Levantei destruída, fui dormir tarde, o fuso horário ainda era um desafio, passei a noite lendo o livro da família e não entendi muito… não pelo idioma, pois as aulas de Kira eram boas mesmo e pareciam com as da minha mãe, consegui relembrar bem, mas por ser tudo muito confuso. Sasha voltou a dormir antes que pudesse questioná-la sobre o motivo de descer tão cedo. Me troquei, escovei os dentes e vi que não ia rolar, tomei um banho rápido e fiz um coque no cabelo, coloquei um jeans justo e um casaco estiloso preto, era curto, mas contanto que não levantasse os braços, ninguém veria minha barriga. Desci rapidamente, agora já tinha movimento no instituto, vi vários alunos chegando e recebi muitos olhares curiosos, ótimo, provavelmente era a única novata do momento, fiquei nervosa e me enrolei um pouquinho para chegar à biblioteca. Tive que voltar do c
Pela manhã fui dar uma volta no Instituto, vesti um casaco, leggings e tênis, eu não era muito de fazer caminhadas, porém o ar daqui era tão puro e frio, que me fazia bem respirá-lo. Deixei Sasha dormindo e desci, o Instituto é gigantesco e lindo, sua estrutura lembra um castelo medieval, as janelas são modernas, mas o restante parece original do período em que fora construído.Mandei uma mensagem para o Diego e recebi uma resposta rápida, provavelmente estava enrolado no trabalho.Sentei em um dos bancos e gemi, pois estava gelado. Olhei à minha volta, esse lugar é lindo, a neblina matinal dava um charme ao cenário, era relaxante de certa forma, não reparei que estávamos no alto de uma montanha. Por isso o ar daqui é tão puro.— Continua me perseguindo, garotinha? — a voz melodiosa e grave, carregada daquele sotaque russo sexy, congelou no ar. Ótimo!— Bom dia para você também, vou repetir o que já disse, pelo que soube, a área aqui fora é aberta aos alunos — dei de ombros e não o en